image/svg+xmlUma análise sobre a financeirização do ensino superior e os efeitos da produção do diploma como um signo de distinção socialRev. Sem Aspas,Araraquara, v.11, n.esp.1, e022022,2022. e-ISSN2358-4238DOI:https://doi.org/10.29373/sas.v11iesp.1.175201UMA ANÁLISE SOBRE A FINANCEIRIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR E OS EFEITOS DA PRODUÇÃO DO DIPLOMA COMO UM SIGNO DE DISTINÇÃO SOCIALUN ANÁLISIS SOBRE LA FINANCIAMIENTO DE LA EDUCACIÓN SUPERIOR Y LOS EFECTOS DE LA PRODUCCIÓN DEL DIPLOMA COMO SEÑAL DE DISTINCIÓN SOCIALANALYSIS ON THE FINANCIALIZATION OF HIGHER EDUCATION AND THE EFFECTS OF THE PRODUCTION OF THE DIPLOMA AS A SIGN OF SOCIAL DISTINCTIONJanaina de OLIVEIRA1Natalia CASAGRANDE2Maria Teresa Miceli KERBAUY3RESUMO: A contemporaneidade trouxe transformações nas relações sociais, ciência, tecnologia e educação, produzindo uma nova economia cultural mundanizada e complexa. Este trabalhotem como objetivo apresentar uma discussão entre os sentidos da expansão do ensino superior bem como a financeirização do setor que passa a conceber o ensino como um negócio lucrativo. Esse cenário insere-se nos efeitos da mundialização das finanças, principalmente no ensino superior privado após os anos 2000, quando este setor vivencia a mercadorização e o crescimento de empresas educacionais que desvalorizam o conhecimento em função do lucro, produzindo um ensino de baixa qualidade. Na sociedade capitalista, os bens de consumo carregam em si categorias sociais e valores culturais visto que os altos padrões de consumo entram na competição pelo status de diferenciação social. Isto significa que o consumo via educação possui um valor que é utilizado como signo distintivo perante os seus membros. PALAVRAS-CHAVE: Distinção social. Educação superior. Expansão do ensino. Mundialização do capital.RESUMEN: La contemporaneidad ha traído transformaciones en el campo de las relaciones sociales, la ciencia, la tecnología y la educación, produciendo una nueva economía cultural mundana y compleja. Se destaca, en este trabajo, que uno de los efectos de la globalización/globalización de las finanzas en la educación, especialmente en la educación superior privada a partir de fines de la década de 1990, fue que el sector experimentó un proceso de mercantilización y el crecimiento de empresas educativas que devalúan el conocimiento con fines lucrativos, produciendo una educación de baja calidad. En la sociedad capitalista, los bienes de consumo considerados en este texto, la educación, llevan en sí mismos 1Universidade Estadual Paulista (UNESP), Araraquara SPBrasil. Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3244-6109.E-mail: janalive@gmail.com2Universidade Estadual Paulista (UNESP), Marília SPBrasil. Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Educação. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8939-1540.E-mail: nmcasagrande@gmail.com3Universidade Estadual Paulista (UNESP), Araraquara SPBrasil. Professora doPrograma de Pós-Graduação em Ciências Sociais. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0622-1512.E-mail: teresa.kerbauy@gmail.com
image/svg+xmlJanaina de OLIVEIRA; Natalia CASAGRANDE e Maria Teresa Miceli KERBAUYRev. Sem Aspas,Araraquara, v. 11, n. esp. 1, e022022, 2022. e-ISSN 2358-4238DOI: https://doi.org/10.29373/sas.v11iesp.1.175202categorías sociales y valores culturales, ya que los altos patrones de consumo compiten por el estatus de diferenciación social. Esto significa que el consumo a través de la educación tiene un valor que se utiliza como signo distintivo ante sus integrantes. Las nuevas facultades que se constituyeron como empresas, utilizando el área educativa con el fin de obtener ganancias y la enseñanza pasa a ser entendida como una mercancía -un producto disponible para diferentes públicos y significados-lo que generó una diferenciación social de los títulos. Así, estos títulos materializados en diplomas pueden no tener el efecto simbólico necesario para generar distinción en el ámbito comercial y social.Esto significa que el consumo a través de la educación tiene un valor que se utiliza como signo distintivo ante sus membros.PALABRAS CLAVE:Distinción social. Educación universitaria. Expansión de la enseñanza. Globalización del capital.ABSTRACT:Contemporaneity has brought transformations in the field of social relations, science, technology and education, producing a new mundane and complex cultural economy.It is noteworthy, in this work, that one of the effects of the globalization/globalization of finance in education, especially in private higher education after the late 1990s, was that the sector experienced a process of commodification and the growth of educational companies that devalue the knowledge for profit, producing low quality education. In capitalist society, the consumer goods considered in this text, education, carry within themselves social categories and cultural values, as high consumption patterns compete for the status of social differentiation. This means that consumption via education has a value that is used as a distinctive sign before its members. KEYWORDS: Social distinction. College education. Expansion of teaching. Globalization of capital.IntroduçãoO ensino superior sofreu mudanças a partir dos anos 1990 devido ao processo de globalização e a chegada da sociedade do conhecimento, fazendo com que esse setor recebesse maior reconhecimento nos sistemas nacionais de ensino. Esse contexto foi favorável aoprojeto expansionista que passou a ser visto como um importante instrumento aliado às políticas econômicas e sociais, principalmente no que se refere à promoção da mobilidade social, ascensão por meio da qualificação profissional e redução da desigualdadede oportunidades com a criação de diferentes políticas de acesso à universidade pública e privada. O desenvolvimento dessas ações contribuiu para a inclusão de pessoas de diversas classes sociais, negros e indígenas no ensino superior e motivou governos de diferentes países a conceber a educação superior como um princípio fundamental de competitividade econômica entre os países.
image/svg+xmlUma análise sobre a financeirização do ensino superior e os efeitos da produção do diploma como um signo de distinção socialRev. Sem Aspas,Araraquara, v.11, n.esp.1, e022022,2022. e-ISSN2358-4238DOI:https://doi.org/10.29373/sas.v11iesp.1.175203A contemporaneidade trouxe consigo transformações no campo das relações sociais e, dentre outros, também da ciência, economia, educação e moral. Ressalta-se a contextualização das transformações da sociedade e do capitalismo que engendraram a presente discussão. Para Giddens (1991), o capitalismo modernoé um sistema de produção de mercadorias, centrado na relação entre a propriedade privada do capital e o trabalho assalariado, sem posse de propriedade, formando o eixo principal de um sistema de classes. Nesse contexto, o presente trabalho tem como objetivo apresentar uma discussão entre os sentidos da expansão do ensino superior privado bem como a financeirização do setor que passa a conceber o ensino como um negócio lucrativo devido à sua rentabilidade e crescimento no mercado financeiro. Esse movimento atraiu diversos investidores de diferentes setores e grupos internacionais da área educacional. As consequências desta expansão também são apresentadas, a seguir, a partir da discussão do valor do diploma como signo distintivo na sociedade contemporânea. Partimos da discussão sobre as transformações no campo da cultura e da Educação por meio das discussões apresentadas por Arjun Appadurai (2004) e Anthony Giddens (1991) para contextualizar o processo da globalização na sociedade contemporânea; Mary Douglas (2004) sobre o consumo e a utilização do bens em diálogo com Pierre Bourdieu sobre o valor do diploma; e também com Boltanski e Chiapello (2009) para descrever a discussão sobre o acúmulo do capital e sua representação como signos de poder nas formas concretas da riqueza, visando a transformação permanente desse capital. E, finalizando a discussão apresentada, utiliza-se Boaventura de Souza Santos (2013), entre outros autores, para contextualizar o processo de mercadorização do ensino e a expansão da educação superior privada no Brasil diante das questões apresentadas. Com o intuito de analisar os textos escolhidos para a realização desse trabalho foi utilizada a técnica de revisão bibliográfica, a qual está fundamentada em diversos estudos exploratórios a partir da técnica de análise de conteúdo. Assim, entendemos que a principal vantagem da utilização da pesquisa bibliográfica é a ampliação dos fenômenos dos quais não teríamos um acesso direto. Isto significa que a revisão bibliográfica (ou da literatura), busca identificar o “estado da arte” ou o alcance dessas fontes (GIL, 2008). Dessa forma, justifica-se a escolha por estar inscrito no estudo de obras científicas recentes disponíveis sobre os temas que tratam da expansão do ensino superior privado e introdução dos grupos educacionais no mercado financeiro.
image/svg+xmlJanaina de OLIVEIRA; Natalia CASAGRANDE e Maria Teresa Miceli KERBAUYRev. Sem Aspas,Araraquara, v. 11, n. esp. 1, e022022, 2022. e-ISSN 2358-4238DOI: https://doi.org/10.29373/sas.v11iesp.1.175204Capitalismo, cultura e a mercadorização do ensino superiorDe acordo com Giddens (1991), a Globalização, comumente debatida no contexto contemporâneo, é intensificadora das relações sociais em escala mundial, ligando locaisdistantes, fazendo com que acontecimentos locais sejam modelados por eventos que ocorrem à milhas de distância, apresentando-se como um fenômeno inerente da modernidade. Para o autor, o capitalismo foi uma influência globalizante fundamental em função de ser uma ordem econômica, e não política. Foi capaz de penetrar em áreas distantes do mundo onde os Estados de sua origem não poderiam fazer valer de maneira integral sua influência política. Os primordiais centros de poder na economia mundial são Estados capitalistas, nos quais o empreendimento econômico capitalista é o principal meio de produção. A globalização da cultura não é o mesmo que a sua homogeneização, mas a globalização requer o uso de uma série de instrumentos de homogeneização (armamentos, técnicas publicitárias, hegemonias linguísticas, maneiras de se vestir) que são absorvidos pelas economias políticas e culturais locais apenas para serem repatriadas como diálogos heterogêneos de soberania nacional, livre iniciativa e fundamentalismo em que o Estado desempenha um papel delicado na abertura aos fluxos globais, e o Estado-nação é ameaçado pela revolta. No geral, “o Estado tornou-se o árbitro desta repatriação da diferença(sob a forma de mercadorias, anúncios, frases publicitárias e modas). Mas esta repatriação ou exportação [...] e da homogeneização que, as mais das vezes, se esgota em discussões sucessórias” (APPADURAI, 2004, p.63-64).A universidade está inserida no contexto da globalização e do capitalismo de finanças, fazendo com que, ao estabelecer um diálogo entre o capitalismo e a mercadorização do ensino e seus efeitos na produção do conhecimento na universidade, produza, consequentemente, uma diferenciação no valor do diploma. Assim, recorremos aos autores Boltanski e Chiapello (2009) para definirmos os sentidos do capitalismo na sociedade contemporânea, ou como os autores definem, “o novo espírito do capitalismo”; estabelecendo um diálogo com a expansão das universidades; Mary Douglas e Isherwood (2004) com sua contribuição para o uso dos bens e relação com o consumo; Pierre Bourdieu (2002) para a distinção social e a relação entre capital cultural e econômico; e Bourdieu e Boltanski (1998) com a contribuição sobre o valor do diploma e o cargo posição social dos indivíduos -entre outros autores para contextualizar o valor mercadológico assumido por algumas instituições de ensino superior.Entende-se que a definição mínima de capitalismo é, teoricamente, qualquer um que possua um excedente eo invista para extrair um lucro que venha a aumentar o excedente inicial.
image/svg+xmlUma análise sobre a financeirização do ensino superior e os efeitos da produção do diploma como um signo de distinção socialRev. Sem Aspas,Araraquara, v.11, n.esp.1, e022022,2022. e-ISSN2358-4238DOI:https://doi.org/10.29373/sas.v11iesp.1.175205O exemplo típico disso é o acionista que aplica seu dinheiro numa empresa e fica à espera de uma remuneração, mas o investimento não assume necessariamente essa forma jurídica. “O pequeno aplicador, o poupador que não quer que seu "dinheiro fique parado," mas "dê cria" [...] portanto, ao grupo dos capitalistas tanto quanto os grandes proprietários [...]. Assim, o grupo capitalista reúne um conjunto dos detentores de um patrimônio rentável(BOLTANSKI; CHIAPELLO, 2009, p. 37).De acordo com Boltanski e Chiapello (2009), “o espírito do capitalismo é justamente o conjunto de crenças associadas à ordem capitalista que contribuem para justificar e sustentar essa ordem, legitimando os modos de ação” que são coerentes no local estabelecido. As definições dos autores podem ser aplicadas para compreender as práticas locais ou globais que dão respaldo ao cumprimento de tarefas mais ou menos penosas e, de modo mais geral, à adesão a um estilo de vida, em sentido favorável à ordem capitalista. Isso produz uma “ideologia dominante”, para que os dominadores garantam seus objetivos e o consentimento dos dominados, reconhecendo que a maioria dos participantes no processo, tanto os fortes como os fracos, apoiem os mesmos esquemas para representar o funcionamento da ordem estabelecida.É por meio desta relação entre contemporaneidade/capitalismo que Giddens (1991) discorre a respeito das instituições modernas. Assim, Giddens (1991, p. 115) cita que:Dentro das diversas esferas das instituições modernas, os riscos não existem apenas como casualidades resultantes de operações imperfeitas de mecanismos de desencaixe, mas também como arenas de ação "fechadas", institucionalizadas. Os mercados de investimentos representam facilmente o exemplo mais proeminente na vida social moderna. Todas as firmas denegócios, com exceção de certos tipos de indústria nacionalizada, e todos os investidores, operam num ambiente onde cada um tem que prever os lances dos outros no sentido de maximizar os lucros. Desse modo, o acúmulo do capital não consiste num amontoamento de riquezas-objetos desejados por seu valor de uso ou como signos de poder, mas nas formas concretas da riqueza (imobiliária, bens de capital, mercadorias e moeda) cujo único objetivo que importa realmente é a transformação permanente desse capital. Para os autores, isto significa que o movimento do Capitalismo incorpora o utilitarismo à economia, o que possibilita a aceitação de tudo o que é benéfico ao indivíduo, sendo também benéfico à sociedade. Ou seja, por analogia, tudo o que produz lucro (portanto, serve para ocapitalismo, consequentemente, servirá à sociedade). Nessa perspectiva, só o crescimento das riquezas, seja qual for o seu beneficiário (empresa, grupo de acionistas ou proprietário individual), é considerado um critério do bem comum. (BOLTANSKI; CHIAPELLO, 2009).
image/svg+xmlJanaina de OLIVEIRA; Natalia CASAGRANDE e Maria Teresa Miceli KERBAUYRev. Sem Aspas,Araraquara, v. 11, n. esp. 1, e022022, 2022. e-ISSN 2358-4238DOI: https://doi.org/10.29373/sas.v11iesp.1.175206As instituições de ensino superior (IES) particulares, inseridas no contexto acima, deixaram evidente que possuíam abertamente fins lucrativos a partir do que alguns autores denominaram de “empresas educacionais”, oferecendo produtos e serviços de acordo com a demanda do mercado. Isto enfatiza que o seu funcionamento é similar a qualquer outra empresa -vender um produto, possuir competição no mercado e, como propósito final, obter lucro. Para Martins (1981, p. 80), os IES: “[...] se constituíram como empresas privadas capitalistas [...] voltadas para a procura de rentabilidade, utilizando a área educacional [...] com a finalidade de obtenção de lucro e de acumulação de capital. É interessante destacar que estas instituições foram denominadas de universidades mercantis”. Destaca-se que a lógica da oferta de ensino superior nesses estabelecimentos se prende antes às exigências do mercado, as quais são associadas à perda de autonomia (e mesmo de influência) do corpo acadêmico no setor privado empresarial, o que soa como uma ameaça ao próprio ethos universitário. Após a primeira década dos anos 2000, ficou evidente as pretensões das faculdades particulares em relação ao campo financeiro. Dessa forma, no período citado, verifica-se a formação de oligopólios por meio da criação de redes de empresas através da “[...] compra e (ou) fusão de IES privadas do país, por empresas nacionais e internacionais de ensino superior e pela abertura de capitais destas nas bolsas de valores” (CHAVES, 2010, p. 483). A migração de grupos/investidores de outros setores do mercado financeiro para o setor educacional se justifica pelo crescimento do setor e por ser favorável à rentabilidade que se apresentou nas últimas décadas, passando a ser um setor de investimento mais “seguro”.Outro fator que contribuiu para o desenvolvimento do setor privado de ensino superior foram os baixos investimentos realizados pela União na área da educação superior, em grande medida ditados pelo processo de ajuste fiscal dos anos 1990, os quais eram referendados pelas orientações emanadas dos organismos financeiros internacionais, tais como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, sendo que os gastos em educação nos países em desenvolvimento deveriam limitar-se ao ensino básico.Com isso, aprofundou-se o fosso existente entre a crescente demanda por educação superior e a oferta de vagas pelas IES públicas, abrindo-se, assim, espaço para a expansão do setor privado. Dessa forma, após a promulgação da Lei nº 9870/19994que faculta a operação no setor de ES de empresas com fins lucrativos listadas na bolsa de valores, houve uma transformação na realidade deste setor. No campo Educacional surgem as companhias de capital aberto, as S.A ou grupos educacionais, as quais estão organizadas de diferentes maneiras com relação à 4Dispõe sobre o valor total das anuidades escolares. Essa lei ficou popularmente Lei das S.A. da Educação.
image/svg+xmlUma análise sobre a financeirização do ensino superior e os efeitos da produção do diploma como um signo de distinção socialRev. Sem Aspas,Araraquara, v.11, n.esp.1, e022022,2022. e-ISSN2358-4238DOI:https://doi.org/10.29373/sas.v11iesp.1.175207propriedade, controle e nacionalidades. Assim, existem aquelas que abriram o capital em bolsa de valores brasileira BM&Bovespa5e possuem matriz também no Brasil. Essas companhias, apesar de terem como investidores fundos internacionais, são consideradas empresas nacionais, pois além de ter o capital aberto na bolsa brasileira, também possuem sua matriz em território nacional. (CALEFFI; MATHIAS, 2017). Essas grandes empresas, sem exceções do setor de atuação, que se apresentam como oligopolistas estão completamente inseridas na lógica dofinancial capital, ou seja, o capital de investimento financeiro que é gerido pelas instituições financeiras, cuja compreensão insere-se da definição do conceito marxiano de capital portador de juros. Isto relaciona-se àfinance qua finance que representaprocessos associados com e resultantes do crescimento espetacular, [...] de ativos (títulos, ações, derivativos) possuídos por empresas financeiras (grandes bancos e fundos), mas também pelos departamentos financeiros das empresas transnacionais e dos mercados específicos em que operam (CHESNAIS, 2016, p. 1 apud LAPYDA, 2018, p. 334).A introdução do setor educacional no mercado financeiro iniciou-se com os grupos educacionais que, no início, não tinham legitimidade nesse campo6, o qual écaracterizado pelas lutas concorrenciais entre os agentes, em torno de interesses específicos (BOURDIEU, 1983).Contudo, destaca-se que a confiança conquistada no mercado pelos Grupos de empresas ou acionistas de diferentes setores atribui-se à gestão realizada por administradores profissionais que trouxeram das empresas de mercado as contribuições para racionalizar processos e reduzir custos operacionais, com foco em reproduzir o capital financeiro de seus investidores, conforme define Chesnais (1996). Para o setor educacional não foi diferente. Com a formação dos grupos educacionais, após a realização de compras e/ou fusões de faculdades, esses estabelecimentos se projetaram no mercado financeiro por meio da expertise que seus gestores possuíam com experiências em outras organizações.A expansão do ES por meio dos grupos educacionais e da multiplicação de instituições de médio e pequeno porte impactou diretamente no funcionamentoe na oferta de ensino nas 5BM&F significa Bolsa de Mercadorias & Futuros. É conhecida como "Bolsa de Valores".6De acordo com Bourdieu (1983, p.119-120), “Os campos apresentam-se à apreensão sincrônica como espaços estruturados de posições (ou postos) cujas propriedades dependem da sua posição nesses espaços e que podem ser analisadas independentemente das características dos seus ocupantes [...]. Há leis gerias dos campos: campos são diferentes [...]. [] . Mas sabemos queem qualquer campo descobriremos uma luta cujas formas específicas terão de ser investigadas em cada caso entre o novo que entra e tenta arrombar os ferrolhos do direito de entrada e o dominante que tenta defender o monopólio e excluir a concorrência”.
image/svg+xmlJanaina de OLIVEIRA; Natalia CASAGRANDE e Maria Teresa Miceli KERBAUYRev. Sem Aspas,Araraquara, v. 11, n. esp. 1, e022022, 2022. e-ISSN 2358-4238DOI: https://doi.org/10.29373/sas.v11iesp.1.175208diferentes regiões do país, o que proporcionou a massificação do setor. Isto implica diretamente na produção de conhecimento, visto que o fator qualidade do aprendizado é deixado de lado para privilegiar o financeiro. O cenário éa precarização do ensino tanto para a aquisição de conhecimento pelos alunos quanto para as condições de trabalho docente oferecidas aos professores para se inserirem na lógica do capital. A formação universitária passa a ter uma diferenciação social na sociedade contemporânea, sobretudo após a criação de diferentes tipos de IES. Contudo, esse contexto evidencia também o crescimento de IES privadas com finalidades “puramente” mercadológicas, caracterizando-se como “fábricas de diplomas”, na definição de Boaventura de Sousa Santos. O tópico, a seguir, apresenta a relação do valor do diploma de ensino superior e a cultura do consumo.Relação entre o consumo e a distinção social do diplomaA cultura se expressa em consumo e, nessa análise, a educação passa a ser entendida aqui como um produto disponível na sociedade para ser consumida de acordo com os padrões sociais, econômicos e signos distintivos dos respectivos alunos que estão materializados na figura de clientes. Assim, na sociedade capitalista, os bens de consumo carregam em si categorias sociais e valores culturais. Trata-se de uma “[...] cultura em que os altos padrões de consumo entram na competição pelo status social diferenciado” (DOUGLAS; ISHERWOOD, 2004, p.87). Neste contexto, osautores não se referem à cultura como influência em um tipo específico de consumo (como as relações de troca das sociedades primitivas de Mauss), mas como aquilo que podemos denominar cultura do consumo, as quais possuem decisões vitais ao presente.De acordo com Bourdieu (1994), na sociedade contemporânea, o consumo possui um valor que é utilizado como signo distintivo perante os seus membros. Assim, é nessa dimensão homem e cultura dotada de considerável significância que concluímos a discussão como sendo a cultura: “[...] um padrão possível de significados herdados do passado imediato, um abrigo para as necessidades interpretativas do presente” (DOUGLAS; ISHERWOOD, 2004, p. 111).No que se refere à forma como a cultura de consumo se firma na sociedade, Pierre Bourdieu (1994) faz considerações a respeito do discurso e da forma como este se objetiva em âmbito social. Há, segundo o autor, uma estrutura carregada de símbolos por trás da sociedade que se pauta no consumo. Por meio de um sistema simbólico, o discurso daquele que pretende convencer se objetiva para que a cultura consumista possa se firmar.
image/svg+xmlUma análise sobre a financeirização do ensino superior e os efeitos da produção do diploma como um signo de distinção socialRev. Sem Aspas,Araraquara, v.11, n.esp.1, e022022,2022. e-ISSN2358-4238DOI:https://doi.org/10.29373/sas.v11iesp.1.175209Dessa forma, o consumo pode ser entendido como um uso de posses materiais que está além do comércio e é livre dentro da lei; temos um conceito que viaja extremamente bem, pois é adequado aos usos paralelos em todas aquelas tribos que não têm comércio. Assim, “As pessoas criadas numa cultura particular veem mudar durante suas vidas: novas palavras, novas ideias e maneiras. A cultura evolui e as pessoas desempenham um papel na mudança. O consumo e a própria arena em que a cultura é objeto de lutas que lhe conferem forma” (DOUGLAS; ISHERWOOD, 2004, p.102-103)O consumo está inscrito na cultura de cada sociedade e, dessa forma, as opções de consumo espelham julgamentos relacionados à moral e ao valor culturalmente apresentados. Em decorrência dessa relação entre consumo e cultura de determinado grupo, ressalta-se que a função dos bens que vai além destes enquanto necessários para subsistência vem também para traçar as relações entre indivíduos e grupos. O ato de consumir não deve ser analisado isolado, mas associado aos processos sociais como um todo, o que torna os bens a parte visível da cultura (DOUGLAS; ISHERWOOD, 2004).Nessa perspectiva, por analogia à discussão entre consumo e cultura apresentada, afirma-se que a relação entre mercado, diploma e bens na sociedade é marcada por contradições e valores simbólicos. Enquanto os bens representam a materialidade visível à sociedade, o diploma apresenta-se a partir de uma dimensão simbólica. A respeito desta afirmação, a citação a seguir ressalta: O valor que [os diplomas] recebem no mercado de trabalho depende tão mais estritamente de seu capital escolar quanto mais rigorosamente codificada for a relação entre o diploma e o cargo. Ao contrário, quanto mais fluidas e incertas forem a definição do diploma e do cargo, portanto, sua relação, como no caso das novas profissões (profissões de representação, etc.), mais espaço sobra para as estratégias de blefe; mais possibilidades terão, por exemplo, os detentores de capital social (relações, hexis corporal, etc.), de obter um rendimento elevado de seu capital escolar (BOURDIEU; BOLTANSKI, 1998, p. 134).Neste sentido, de acordo com Bourdieu (1998), há uma relação entre o diploma e o cargo que pode ser apontada como objeto de uma luta, que acontece dentro de determinado campo, expressa pelos vendedores de trabalho e suas tentativas de valorizarem seus diplomas e seus respectivos compradores que aspiram obter, pelo menor preço, as capacidades garantidas por esses diplomas. Douglas e Isherwood (2004) afirmam não ter sentido a própria fala, a menos que essa seja adequada à informação buscada pelo ouvinte, a partir do entorno do falante-espaçamento, temporalidade, orientação, roupas, comida e assim por diante. Isto significa que a cultura, nesse
image/svg+xmlJanaina de OLIVEIRA; Natalia CASAGRANDE e Maria Teresa Miceli KERBAUYRev. Sem Aspas,Araraquara, v. 11, n. esp. 1, e022022, 2022. e-ISSN 2358-4238DOI: https://doi.org/10.29373/sas.v11iesp.1.1752010contexto, é um padrão possível de significados herdados do passado imediato, um abrigo às necessidades interpretativas do presente. Diante desta afirmação, pode-se questionar: qual a validade do diploma se este não for adequado à informação buscada pelo comprador? Em outras palavras, qual o valor do diploma caso este não se apresente como eficiente para o comprador vir a ocupar o cargo ao qual aspira?Há uma imposição de títulos, caso particular do efeito de atribuição estatutária,positiva (enobrecimento) ou negativa (estigmatização), que todo grupo produz ao fixar os indivíduos em classes hierarquizadas (BOURDIEU, 2017). O mercado, aproveitando-se desta imposição, vende estes títulos, os quais podem não apresentar o efeito simbólico necessário para vir a gerar a distinção em âmbito mercadológico e social. A sociedade impõe a apresentação do diploma, mas este nem sempre é cercado pelos símbolos distintivos necessários. Para ilustrar a discussão, convém citar a seguinte passagem de Bourdieu (2017, p. 28):Definidas pelos títulos que as predispõem e os legitimam a ser o que são, que transformam o que fazem na manifestação de uma essência anterior e superior a suas manifestações, segundo o sonho platônico da divisão das funções baseadas em uma hierarquia dos seres, eles estão separados, por uma diferença de natureza, dos simples plebeus da cultura que, por sua vez, estão votados ao estatuto, duplamente desvalorizado, de autodidata e de “substituto”.Dessa forma, os indivíduos que pertencem à nobreza escolar trazem na essência o título de homens cultos juntamente com a aceitação das exigências que estão inscritas no contexto ao qual pertencem de forma implícita de acordo com o prestígio do título(BOURDIEU, 2017). Assim, ao estabelecer uma relação entre o diploma e o cargo, o sistema de ensino introduz, pouco a pouco, todas as profissões mesmo as menos racionalizadas e as mais abandonadas àpedagogia tradicional no universo hierarquizado do certificado e tende a produzir em razão do seu movimento natural e estender progressivamente à toda estrutura social. Assim, “a luta de classificações é uma dimensão mas, sem dúvida, a mais bem ocultada luta de classes” (BOURDIEU; BOLTANSKI, 1998, p. 144).Na contemporaneidade, no caso brasileiro, ocorre a massificação na produção de diplomas, principalmente por meio dos estabelecimentos de educação superior privado que concebem o ensino como mercadoria e visam somente ao lucro, apresentando-se similar às empresas capitalistas e inserindo os alunos egressos no mercado de trabalho sem a qualificação mínima necessária para exercerem a profissão escolhida. Em outras palavras, o portador de diploma é habilitado para exercer a carreira pretendida na sociedade, masnão possui o conhecimento/técnica exigido. Para ilustrar essa discussão, recorre-se à citação seguinte, que exemplifica o caso com “o diploma de um engenheiro”, a qual é uma carreira que ocupa lugar
image/svg+xmlUma análise sobre a financeirização do ensino superior e os efeitos da produção do diploma como um signo de distinção socialRev. Sem Aspas,Araraquara, v.11, n.esp.1, e022022,2022. e-ISSN2358-4238DOI:https://doi.org/10.29373/sas.v11iesp.1.1752011de destaque entre as profissões, mas carrega signos distintivos simbólicos que só estão completos quando esse engenheiro é pertencente à burguesia e concluiu seu curso em renomadas e tradicionais faculdades. Neste sentido, o simbólico desse diploma não é legitimado se um filho de operário for engenheiro formadoem uma simples e desconhecida faculdade. Assim, essa discussão está presente na citação, a seguir:Portanto, na definição tácita do diploma, ao assegurar formalmente uma competência específica (par exemplo, um diploma de engenheiro), está inserido que ele garante realmente a posse de uma "cultura geral", tanto mais ampla e extensa quanta mais prestigioso for esse documento; e, inversamente, que éimpossível exigir qualquer garantia real sobre o que ele garante formal e realmente, ou, se preferirmos, sobreo grau que e a garantia do que ele garante. Este efeito de imposição simbólica atinge sua máxima intensidade com os alvarás da burguesia cultural: certos diplomas -por exemplo, aqueles que, na França, são atribuídos pelas Grandes Écoles -garantem, sem outras garantias, uma competência que se estende muito além do que, supostamente, e garantido por eles (BOURDIEU, 2017, p.28-29).A legitimação do diploma não corresponde ao cargo desejado quando há um desnível entre o capital cultural e, às vezes, o capital social (prestígio) que o indivíduo possui exigido para exercer a profissão. Também se refere à escolha dos bens que os indivíduos realizam, a qual cria certos padrões de discriminação, superando ou reforçando outros. Isto demonstra que os bens são a parte visível da cultura. Dessa forma, as perspectivas não são fixas, nem são aleatoriamente arranjadas, pois suas estruturas são ancoradas nos propósitos sociais humanos. (DOUGLAS; ISHERWOOD, 2004). Porém, conforme os autores afirmam, são construções sociais dinâmicas, ou seja, podem ser reestruturadas de acordo com as finalidades da sociedade. O cenário ilustrou o crescimento de um novo setor no mercado de ações -a educação superior -, sobretudo após a criação de grupos educacionais que se deu por meio dacompra e/ou fusões de instituições de pequeno e médio porte pelas instituições, empresas estrangeiras com tradição em seus países de origem, e começaram um novo movimento na bolsa de valores, atraindo investidores de outros segmentos da sociedade para a educação. O contexto dos parágrafos acima apresenta uma relação com trabalhos publicados por Boaventura Santos. Assim, ao ler os textos sobre a temática ES, é possível notar que com a problemática aqui lançada ocorreu [...] a massificação da universidade[que] não atenuou a dicotomia, apenas deslocou para dentro da universidade pelo dualismo que introduziu entre universidade de elite e universidade de massas [...] a democratização da universidade traduziu-se na diferenciação-hierarquização entre universidades e outras instituições de ensino superior (SANTOS, 2013, p. 380).
image/svg+xmlJanaina de OLIVEIRA; Natalia CASAGRANDE e Maria Teresa Miceli KERBAUYRev. Sem Aspas,Araraquara, v. 11, n. esp. 1, e022022, 2022. e-ISSN 2358-4238DOI: https://doi.org/10.29373/sas.v11iesp.1.1752012Isto confirma que há muitas ES particulares de excelência, mas a maioria não é, e nos piores casos são: “[...] meras fabriquetas de diplomas-lixo [...] sob suspeita de serem fachadas para lavagem de dinheiro e/ou tráfico [...]” (SANTOS, 2013, p. 492). Entende-se que, dessa forma, para os egressos dos estabelecimentos com pouca tradição no setor educacional, o benefício simbólico do diploma e ascensão social podem ser uma ilusão e/ou uma promessa não cumprida.No tocante à relação qualidade de ensino e a produção do conhecimento à serviço do capital, a qualidade educativa estaria associada ao lucro, desenvolvimento do empreendedorismo e competências profissionais apropriadas às mudanças no mundo do trabalho. Assim, a educação “seria subsidiária da racionalidade empresarial, em que prevalecem o individual sobre o comunitário, o privado sobre o público [...]. Educação de qualidade seria, na perspectiva neoliberal, a que equipa o indivíduo com conhecimentos e técnicas úteis [...] (DIAS SOBRINHO, 2005, p. 1226-27).O contexto apresentado trata-se de um movimento global que apresentou uma aliança perfeita entre produção de conhecimento por meio do ensino superior e mercado de capitais como uma via altamente lucrativa produzida pelo movimento da mercadorização das instituições de ensino superior, o que impactou no valor do diploma na sociedade contemporânea, o qual passa a ter um signo distintivo dentro do mercado de trabalho, ou seja,no campo em que os agentes estão em uma disputa por posição, hierarquia e reconhecimento. Considerações finaisA partir do exposto, entende-se que a sociedade contemporânea está inserida em uma nova economia cultural global que produz um contexto social complexo e estratificado inserido no processo de mundialização do capital, o que intensificou as relações sociaisem escala mundial de maneira que os acontecimentos locais sejam modelados por eventos distantes. Nesse processo, o capitalismo passa a ser a influência globalizante fundamental em função de ser uma ordem econômica e não política.Nesse contexto, na sociedade descrita, o espírito do capitalismo manifesta-se indissociavelmente, em cada momento, nas evidências com que os executivos têm quanto às "boas" ações que devem ser realizadas para a obtenção do lucro e quanto à legitimidade dessas ações, além das justificações em termos de bem comum, necessárias para responder à crítica e explicar-se perante os outros, os executivos (BOLTANSKI; CHIAPELLO, 2009). Em analogia ao tema discutido, os conteúdos ensinados nas universidades, sobretudo privadas pertencentes
image/svg+xmlUma análise sobre a financeirização do ensino superior e os efeitos da produção do diploma como um signo de distinção socialRev. Sem Aspas,Araraquara, v.11, n.esp.1, e022022,2022. e-ISSN2358-4238DOI:https://doi.org/10.29373/sas.v11iesp.1.1752013aos grupos educacionais mencionados no texto, é um “pacote pronto” para diferentes profissões ou finalidades que é passado ao aluno como uma opção viável para ascensão social, aquisição de cultura e saberes técnicos exigidos pela profissão escolhida. Contudo, sabe-se que cada diploma carrega signos distintivos simbólicos, o qual não é legitimado quando inserido em um contexto diferente da sua origem. Isto foi exemplificado nessa discussão, através do indivíduo que possui um diploma de engenharia, em uma instituição de ensino superior sem prestígio social, ou seja, sem tradição no ramo educacional, provavelmente esse engenheiro não terá um reconhecimento dentro do campo. Dessa forma, as mudanças na educação superior não foram somente em relação à criação de novas categorias administrativas e jurídicas, mas também a introdução do setor no mercado de ações por meio do processo de mercadorização da educação superior brasileira que ocorreu após a criação de leis que regulamentassem tanto o surgimento de novas instituições com fins lucrativos quanto a efetivação dessa atividade na bolsa de valores, sobretudo após a criação dos “Grandes Grupos Educacionais” (conglomerado de faculdades menores). Assim, a inserção desses grupos no mercado financeiro foi denominada de financeirização da educação, ou seja, a introdução do setor no capitalismo de finanças. O cenário da mercadorização do ensino superior privado está inscrito na produção de sujeitos úteis por meio de uma lógica matemática -a produção de conhecimento no ensino superior privado está para a sociedade assim como a formação desses indivíduos está para o mercado, isto é, através de uma lógica diretamente proporcional, o conhecimento está à serviço do empresariado, logo, do capital. As consequências da financeirização do ensino superior são que a educação passa a ser uma mercadoria que possui como estratégia utilizada reproduzir o capital no contexto dos preceitos neoliberais e das organizações multilaterais, configurando-se como um serviço não exclusivo do Estado, mas inserido na lógica do mercado. Isto significa que a aprendizagem, para essas instituições mercadológicas, ocupa um valor reduzido diante dos resultados financeiros.Por outro lado, a formação em questão contrasta-se com uma formação de pessoas que tenham como valores temas ligados à cidadania, a partir de uma integração construtiva na vida democrática com um incremento ético, enfatizando o valor nos espaços públicos e os processos de autonomia a contrapor-se às assimetrias geradasnas esferas econômicas, sociais e culturais, diferentemente do que está imperando na sociedade contemporânea, o individualismo.
image/svg+xmlJanaina de OLIVEIRA; Natalia CASAGRANDE e Maria Teresa Miceli KERBAUYRev. Sem Aspas,Araraquara, v. 11, n. esp. 1, e022022, 2022. e-ISSN 2358-4238DOI: https://doi.org/10.29373/sas.v11iesp.1.1752014AGRADECIMENTOS: CNPq e Capes. REFERÊNCIASAPPADURAI, A. As Dimensões Culturais da Globalização. Lisboa. Teorema, 2004.BOLTANSKI, L.; CHIAPELLO, E.O Novo Espírito do Capitalismo.São Paulo:Martins Fontes, 2009.BOURDIEU, P. Algumas propriedades dos Campos. In: Questões de Sociologia. Rio de Janeiro: Editora Marco Zero, 1983BOURDIEU, P. A economia das trocas linguísticas. In: ORTIZ, R. (org.). Pierre Bourdieu. São Paulo: Ática, 1994.p.156-183.BOURDIEU, P.Razões práticas:Sobre a teoria da ação. São Paulo: Papirus, 1996.BOURDIEU, P. A Distinção. São Paulo:Zouk Editora, 2017.BOURDIEU, P; BOLTANSKI, L. O diploma e o cargo: Relações entre o sistema de produção e o sistema de reprodução. In: CATANI, A; NOGUEIRA, M. A (org.). Escritos de educação. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998.CALEFFI, P.; MATHIAS, A. J. L. Universidade S.A.:As companhias de capital aberto da educação superior no Brasil. Rio de Janeiro: FGV Editora, 2017. CHAVES, V. L. J. Expansão da privatização/mercantilização do ensino superior Brasileiro: a formação dos oligopólios.Educ. Soc.,Campinas,v. 31,n. 111,p. 481-500, jun. 2010.Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/es/v31n111/v31n111a10.pdf. Acesso em: 10 jul. 2022.CHESNAIS, F. A mundialização do capital.São Paulo: Xamã, 1996. DIAS SOBRINHO, J. Educação superior, globalizaçãoe democratização: qual universidade?Rev. Bras. Educ., Rio de Janeiro, n. 28,p. 164-173,abr.2005. DOUGLAS, M.; ISHERWOOD, B. O Mundo dos Bens: Para uma antropologia do consumo. Rio de Janeiro. EdUFRJ, 2004.GIDDENS, A.As consequências da modernidade.São Paulo: Editora Unesp, 1991.GIL, A. C.Métodos e técnicas de pesquisa social.6. ed. São Paulo: Atlas, 2008. LAPYDA, I. F.C. Finance capital today: corporations and banks in the lasting global slump. Tempo Social, v. 30, n. 2, 2018, p. 331-342. DOI: https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2018.137236.
image/svg+xmlUma análise sobre a financeirização do ensino superior e os efeitos da produção do diploma como um signo de distinção socialRev. Sem Aspas,Araraquara, v.11, n.esp.1, e022022,2022. e-ISSN2358-4238DOI:https://doi.org/10.29373/sas.v11iesp.1.1752015MARTINS, C. B. A reforma universitária de 1968 e a abertura para o ensino superior privado no Brasil.Educ. Soc.,Campinas, v.30,n. 106,p.15-35,abr. 2009. Disponível em:http://www.scielo.br/pdf/es/v30n106/v30n106a02.pdf. Acesso em: 10 jul. 2022Como referenciar este artigoOLIVEIRA, J.; CASAGRANDE, N.; KERBAUY, M. T. M. Uma análise sobre a financeirização do ensino superior e os efeitos da produção do diploma como um signo de distinção social.Rev. Sem Aspas, Araraquara, v.11, n.esp.1, e022022,2022. e-ISSN: 2358-4238. DOI:https://doi.org/10.29373/sas.v11iesp.1.17520Submetido em:17/09/2022Revisões requeridasem:18/10/2022Aprovado em:12/11/2022Publicado em:26/12/2022Processamento e edição: Editora Ibero-Americana de Educação.Correção, formatação, normalização e tradução.
image/svg+xmlAnalysis on the financialization of higher education and the effects of the production of the diploma as a sign of social distinctionRev. Sem Aspas,Araraquara, v. 11, n. esp. 1, e022022, 2022. e-ISSN 2358-4238DOI: https://doi.org/10.29373/sas.v11iesp.1.175201ANALYSIS ON THE FINANCIALIZATION OF HIGHER EDUCATION AND THE EFFECTS OF THE PRODUCTION OF THE DIPLOMA AS A SIGN OF SOCIAL DISTINCTIONUMA ANÁLISE SOBRE A FINANCEIRIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR E OS EFEITOS DA PRODUÇÃO DO DIPLOMA COMO UM SIGNO DE DISTINÇÃO SOCIALUN ANÁLISIS SOBRE LA FINANCIAMIENTO DE LA EDUCACIÓN SUPERIOR Y LOS EFECTOS DE LA PRODUCCIÓN DEL DIPLOMA COMO SEÑAL DE DISTINCIÓN SOCIALJanaina de OLIVEIRA1Natalia CASAGRANDE2Maria Teresa Miceli KERBAUY3RESUMO: A contemporaneidade trouxe transformações nas relações sociais, ciência, tecnologia e educação, produzindo uma nova economia cultural mundanizada e complexa. Este trabalhotem como objetivo apresentar uma discussão entre os sentidos da expansão do ensino superior bem como a financeirização do setor que passa a conceber o ensino como um negócio lucrativo. Esse cenário insere-se nos efeitos da mundialização das finanças, principalmente no ensino superior privado após os anos 2000, quando este setor vivencia a mercadorização e o crescimento de empresas educacionais que desvalorizam o conhecimento em função do lucro, produzindo um ensino de baixa qualidade. Na sociedade capitalista, os bens de consumo carregam em si categorias sociais e valores culturais visto queos altos padrões de consumo entram na competição pelo status de diferenciação social. Isto significa que o consumo via educação possui um valor que é utilizado como signo distintivo perante os seus membros. PALAVRAS-CHAVE: Distinção social. Educação superior. Expansão do ensino. Mundialização do capital. RESUMEN: La contemporaneidad ha traído transformaciones en el campo de las relaciones sociales, la ciencia, la tecnología y la educación, produciendo una nueva economía cultural mundana y compleja. Sedestaca, en este trabajo, que uno de los efectos de la globalización/globalización de las finanzas en la educación, especialmente en la educación superior privada a partir de fines de la década de 1990, fue que el sector experimentó un proceso de mercantilización y el crecimiento de empresas educativas que devalúan el conocimiento con fines lucrativos, produciendo una educación de baja calidad. En la sociedad capitalista, los bienes de consumo considerados en este texto, la educación, llevan en sí mismos 1São Paulo State University(UNESP FCL), Araraquara SP Brazil. Doctoral student of the Postgraduate Program in Social Sciences.ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3244-6109.E-mail: janalive@gmail.com2São Paulo State University(UNESP FFC), Marília SP Brazil. Doctoral student of the Postgraduate Program in Education. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8939-1540. E-mail: nmcasagrande@gmail.com3São Paulo State University(UNESP FCL), Araraquara SP Brazil. Professor of the Postgraduate Program in Social Sciences. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0622-1512. E-mail: teresa.kerbauy@gmail.com
image/svg+xmlJanaina de OLIVEIRA; Natalia CASAGRANDE andMaria Teresa Miceli KERBAUYRev. Sem Aspas,Araraquara, v. 11, n. esp. 1, e022022, 2022. e-ISSN 2358-4238DOI: https://doi.org/10.29373/sas.v11iesp.1.175202categorías sociales y valores culturales, ya que los altos patrones de consumo compiten por el estatus de diferenciación social. Esto significa que el consumo a través de la educación tiene un valor que se utiliza como signo distintivo ante sus integrantes.Las nuevas facultades que se constituyeron como empresas, utilizando el área educativa con el fin de obtener ganancias y la enseñanza pasa a ser entendida como una mercancía -un producto disponible para diferentes públicos y significados-lo que generó una diferenciación social de los títulos. Así, estos títulos materializados en diplomas pueden no tener el efecto simbólico necesario para generar distinción en el ámbito comercial y social.Esto significa que el consumo a través de la educación tiene un valor que se utiliza como signo distintivo ante sus membros.PALABRAS CLAVE:Distinción social. Educación universitaria. Expansión de la enseñanza. Globalización del capital.ABSTRACT:Contemporaneity has brought transformations in the field of social relations, science, technology and education, producing a new mundane and complex cultural economy. It is noteworthy, in this work, that one of the effects of the globalization/globalization of finance in education, especially in private higher education afterthe late 1990s, was that the sector experienced a process of commodification and the growth of educational companies that devalue the knowledge for profit, producing low quality education. In capitalist society, the consumer goods considered in this text,education, carry within themselves social categories and cultural values, as high consumption patterns compete for the status of social differentiation. This means that consumption via education has a value that is used as a distinctive sign before its members. KEYWORDS: Social distinction. College education. Expansion of teaching. Globalization of capital.IntroductionHigher education has undergone changes since the 1990s due to the globalization process and the arrival of the knowledge society, making this sector receive greater recognition in national education systems. This context was favorable to the expansionist project, which came to be seen as an important instrument allied to economic and social policies, especially regarding thepromotion of social mobility, advancement through professional qualification and reduction of inequality of opportunities with the creation of different access policies to public and private universities. The development of these actions contributed to the inclusion of people from different social classes, blacks and indigenous people in higher education and motivated governments of different countries to conceive higher education as a fundamental principle of economic competitiveness among countries.Contemporaneity brought with it transformations in the field of social relations and, among others, also in science, economics, education and morals. It emphasizes the
image/svg+xmlAnalysis on the financialization of higher education and the effects of the production of the diploma as a sign of social distinctionRev. Sem Aspas,Araraquara, v. 11, n. esp. 1, e022022, 2022. e-ISSN 2358-4238DOI: https://doi.org/10.29373/sas.v11iesp.1.175203contextualization of the transformations of society and capitalism that engendered the present discussion. For Giddens (1991), modern capitalism is a system of commodity production, centered on the relationship between private ownership of capital and salaried work, without ownership of property, forming the main axis of a class system.In this context, the present work aims to present a discussion between the meanings of the expansion of private higher education as well as the financialization of the sector that starts to conceive teaching as a lucrative business due to its profitability and growth in the financial market. This movement attracted several investors from different sectors and international groups in the educational field. The consequences of this expansion are also presented below, based on the discussion of the value of the diplomaas a distinctive sign in contemporary society.We start from the discussion about the transformations in the field of culture and Education through the discussions presented by Arjun Appadurai (2004) and Anthony Giddens (1991) to contextualize the processof globalization in contemporary society; Mary Douglas (2004) on the consumption and use of goods in dialogue with Pierre Bourdieu on the value of a diploma; and also with Boltanski and Chiapello (2009) to describe the discussion on the accumulation of capital and its representation as signs of power in the concrete forms of wealth, aiming at the permanent transformation of this capital. And, ending the discussion presented, Boaventura de Souza Santos (2013), among other authors, is used to contextualize the process of commodification of teaching and the expansion of private higher education in Brazil in view of the issues presented.In order to analyze the texts chosen for this work, the technique of bibliographic review was used, which is based on severalexploratory studies based on the technique of content analysis. Thus, we understand that the main advantage of using bibliographic research is the expansion of phenomena to which we would not have direct access. This means that the bibliographic (or literature) review seeks to identify the “state of the art” or the scope of these sources (GIL, 2008). Thus, the choice is justified by being enrolled in the study of recent scientific works available on topics that deal with the expansion of private higher education and the introduction of educational groups in the financial market.
image/svg+xmlJanaina de OLIVEIRA; Natalia CASAGRANDE andMaria Teresa Miceli KERBAUYRev. Sem Aspas,Araraquara, v. 11, n. esp. 1, e022022, 2022. e-ISSN 2358-4238DOI: https://doi.org/10.29373/sas.v11iesp.1.175204Capitalism, culture and the commodification of higher educationAccording to Giddens (1991), Globalization, commonly debated in the contemporary context, is an intensifier of social relations on a world scale, linking distant places, causing local events to be shaped by events that occur miles away, presenting itself as an inherent phenomenon of modernity. For the author, capitalism was a fundamental globalizing influence because it was an economic order, not a political one. It was able to penetrate into distant areas of the world where the States of its origin could not fully assert its political influence. The primary centers of power in the world economy are capitalist states, in which capitalist economic enterprise is the main means of production.The globalization of culture is not the same as its homogenization, but globalization requires the use of a series of instruments of homogenization (weapons, advertising techniques, linguistic hegemonies, ways of dressing) that are absorbed by local political and cultural economies only to be repatriated as heterogeneous dialogues of national sovereignty, free enterprise and fundamentalism in which the state plays a delicate role in opening up to global flows, and the nation-state is threatened by revolt. In general, “the State has become the arbiter of this repatriation of difference (in the form of merchandise, advertisements, advertising phrases and fashions). But this repatriation or export [...] and the homogenization that, more often than not, ends in successive discussions” (APPADURAI, 2004, p. 63-64, our translation).The university is inserted in the context of globalization and finance capitalism, which, by establishing a dialogue between capitalism and the commodification of teaching and its effects on the production of knowledge at the university, consequently, produces a differentiation in the value of the diploma. Thus, we turn to the authors Boltanski and Chiapello (2009) to define the meanings of capitalism in contemporary society, or as the authors define it, “the new spirit of capitalism”; establishing a dialogue with the expansion of universities; Mary Douglas and Isherwood (2004) with their contribution to the use of goods and their relationship with consumption; Pierre Bourdieu (2002) for social distinction and the relationship between cultural and economic capital; and Bourdieu and Boltanski (1998) with the contribution on the value of the diploma and the position -social position of individuals -among other authors to contextualize the market value assumed by some institutions of higher education.It is understood that the minimum definition of capitalism is, theoretically, anyone who has a surplus and invests it to extract a profit that will increase the initial surplus. The typical example of this is the shareholder who invests his money in a company andwaits for a return,
image/svg+xmlAnalysis on the financialization of higher education and the effects of the production of the diploma as a sign of social distinctionRev. Sem Aspas,Araraquara, v. 11, n. esp. 1, e022022, 2022. e-ISSN 2358-4238DOI: https://doi.org/10.29373/sas.v11iesp.1.175205but the investment does not necessarily assume this legal form. “The small investor, the saver who does not want his "money to stand still," but to "give offspring" [...] therefore, to the group of capitalists as much as the big landowners [...]. Thus, the capitalist group brings together a group of holders of profitable assets” (BOLTANSKI; CHIAPELLO, 2009, p. 37, our translation).According to Boltanski and Chiapello (2009, our translation), “the spirit of capitalism is precisely the set of beliefs associated with the capitalist order that contribute to justify and sustain this order, legitimizing the modes of action” that are coherent in the established place. The authors' definitions can be applied to understand the local or global practices that support the fulfillment of more or less painful tasks and, more generally, the adherence to a lifestyle, in a sense favorable to the capitalist order. This produces a “dominant ideology”, for the dominators to secure their goals and the consent of the dominated, recognizing that most participants in the process, both the strong and the weak, support the same schemes to represent the functioning of the established order.It is through this relationship between contemporaneity/capitalism that Giddens (1991) discusses modern institutions. Thus, Giddens (1991, p. 115, our translation) mentions that:Within the various spheres of modern institutions, risks exist not only as casualties resulting from the imperfect operations of disembedding mechanisms, but also as "closed" institutionalized arenas of action. Investment markets are easily the most prominent example in modern social life. All business firms, with the exception of certain types of nationalized industry, and all investors operate in an environment where each has to anticipate the bids of others in order to maximize profits.In this way, theaccumulation of capital does not consist in a heap of wealth -objects desired for their use value or as signs of power, but in the concrete forms of wealth (real estate, capital goods, commodities and currency) whose only objective that really matters itis the permanent transformation of this capital. For the authors, this means that the Capitalism movement incorporates utilitarianism into the economy, which makes it possible to accept everything that is beneficial to the individual, which is also beneficial to society. That is, by analogy, everything that produces profit (therefore, it serves capitalism, consequently, it will serve society). In this perspective, only the growth of wealth, whatever its beneficiary (company, group of shareholders or individual owner), is considered a criterion of the common good. (BOLTANSKI; CHIAPELLO, 2009).Private higher education institutions (HEIs), inserted in the above context, made it clear that they were openly for-profit based on what some authors called “educational companies”,
image/svg+xmlJanaina de OLIVEIRA; Natalia CASAGRANDE andMaria Teresa Miceli KERBAUYRev. Sem Aspas,Araraquara, v. 11, n. esp. 1, e022022, 2022. e-ISSN 2358-4238DOI: https://doi.org/10.29373/sas.v11iesp.1.175206offering products and services according to market demand. This emphasizes that its operation is similar to any other company -selling a product, having competition in the market and, as the final purpose, making a profit.For Martins (1981, p. 80, our translation), HEIs: “[...] were constituted as private capitalist companies [...] focused on the search for profitability, using the educational area [...] with the purpose of profit-making and capital accumulation. It is interesting to note that these institutions were called “merchant universities”. It is noteworthy that the logic of offering higher education in these establishments is linked rather to market demands, which are associated with the loss of autonomy (and even influence) of the academic body in the private business sector, which sounds like a threat to the university ethositself.After the first decade of the 2000s, the pretensions of private colleges in relation to the financial field became evident. Thus, in the aforementioned period, there was the formation of oligopolies through the creation of business networks through the “[...] purchase and (or) merger of private HEIs in the country, by national and international higher education companies and by opening their capital onthe stock exchanges” (CHAVES, 2010, p. 483, our tranlsation). The migration of groups/investors from other sectors of the financial market to the education sector is justified by the growth of the sector and for being favorable to the profitability that has been presented in the last decades, becoming a “safer” investment sector.Another factor that contributed to the development of the private higher education sector were the low investments made by the Union in the area of higher education, largely dictated by the fiscal adjustment process of the 1990s, which were endorsed by the guidelines issued by international financial organizations, such as the International Monetary Fund (IMF) and the World Bank, and spending on education in developing countries should be limited to basic education. As a result, the existing gap between the growing demand for higher education and the supply of vacancies by public HEIs deepened, thus opening up space for the expansion of the private sector.Thus, after the enactment of Law no. 9870/19994, which allows for-profit companies listed on the stock exchange to operate in the HE sector, there was a transformation in the reality of this sector. In the Educational field, publicly traded companies, S.A. or educational groups appear, which are organized in different ways with respect to ownership, control and nationalities. Thus, there are those that went public on the Brazilian stock exchange BM&Bovespa5and also have headquarters in Brazil. These companies, despite having 4Provides for the total value of school annuities. This law ispopularly known as the Corporate Lawof Education.5BM&F means Commodities & Futures Exchange. It is known as the "Stock Exchange".
image/svg+xmlAnalysis on the financialization of higher education and the effects of the production of the diploma as a sign of social distinctionRev. Sem Aspas,Araraquara, v. 11, n. esp. 1, e022022, 2022. e-ISSN 2358-4238DOI: https://doi.org/10.29373/sas.v11iesp.1.175207international funds as investors, are considered national companies, since in addition to being publicly traded on the Brazilian stock exchange, they also have their headquarters in the national territory (CALEFFI; MATHIAS, 2017).These large companies, with no exceptions in the sector in which they operate, which present themselves as oligopolists, are completely inserted in the logic of financial capital, that is, the financial investment capital that is managed by financial institutions, whose understanding is part of the definition of the Marxian concept of interest-bearing capital. This relates to the finance qua finance that representsprocesses associated with, and resulting from, the spectacular [...] growth of assets (bonds, stocks, derivatives) owned by financial companies (large banks and funds), but also by the financial departments of transnational companies and the specific markets in which they operate (CHESNAIS, 2016, p. 1 apudLAPYDA, 2018, p. 334, our translation).The introduction of the educational sector in the financial market began with educational groups that, in the beginning, had no legitimacy in this field6, which is characterized by competitive struggles between agents, around specific interests (BOURDIEU, 1983). However, it should be noted that the confidence gained in the market by Groups of companies or shareholders from different sectors is attributed to the management carried out by professional administrators who brought contributions from market companies to rationalize processes and reduce operating costs, with a focus on reproducing the financial capital of its investors, as defined by Chesnais (1996).For the education sector it was no different. With the formation of educational groups, after making purchases and/or mergers of colleges, these establishments were projected in the financial market through the expertise that their managers had with experiences in other organizations.The expansion of HE through educational groups and the multiplication of medium and small institutions had a direct impact on the functioning and offer of education in the different regions of the country, which provided the massification of the sector. This directly implies the production of knowledge, since the quality factor of learning is left aside to privilege the financial one. The scenario is the precariousness of teaching both for the acquisition of 6According to Bourdieu (1983, p.119-120, our translation), “The fields present themselves to the synchronic apprehension as structured spaces of positions (or positions) whose properties depend on their position in these spaces and that can be analyzed independently of the characteristics of their occupants [...]. There are general laws of fields: fields are different [...]. But we know that in any field we will discover a struggle whose specific forms will have to be investigated in each case between the newcomer who enters and tries to break down the bolts of the right of entry and the dominant who tries to defend the monopoly and exclude competition”.
image/svg+xmlJanaina de OLIVEIRA; Natalia CASAGRANDE andMaria Teresa Miceli KERBAUYRev. Sem Aspas,Araraquara, v. 11, n. esp. 1, e022022, 2022. e-ISSN 2358-4238DOI: https://doi.org/10.29373/sas.v11iesp.1.175208knowledge by students and for the teaching work conditions offered to teachers to insert themselves in the logic of capital.University education starts to have a social differentiation in contemporary society, especially after the creation of different types of HEIs. However, this context also shows the growth of private HEIs with “purely” marketing purposes, characterizing themselves as “degree factories”, in the definition of Boaventura de Sousa Santos. The topic below presents the relationship between the value of a higher education diploma and consumer culture.Relationship between consumption and the social distinction of the diplomaCulture is expressed in consumption and, in this analysis, education is understood here as a product available in society to be consumed according to the social and economic standards and distinctive signs of the respective students who are materialized in the figure of customers. Thus, in capitalist society, consumer goods carry social categories and cultural values. It is a “[...] culture in which high consumption standards compete for differentiated social status” (DOUGLAS; ISHERWOOD, 2004, p. 87, our translation). In this context, the authors do not refer to culture as an influence on a specific type of consumption (such as the exchange relations of Mauss's primitive societies), but as what we can call consumer culture, which have vital decisions for the present.According to Bourdieu (1994), in contemporary society, consumption has a value that is used as a distinctive sign for its members. Thus, it is in this dimension of man and culture, endowed with considerable significance, that we conclude the discussion as being culture: “[...] a possible pattern of meanings inherited from the immediate past, a shelter for the interpretive needs of the present” (DOUGLAS; ISHERWOOD, 2004, p. 111, our translation).With regard to the way in which consumer culture is established in society, Pierre Bourdieu (1994) considers the discourse and the way in which it is objectified in the social sphere. There is, according to the author, a structure laden with symbols behind the society based on consumption. Through a symbolic system, the discourse of the one who intends to convince is objectified so that the consumerist culture can be established.In this way, consumption can be understood as a use of material possessions that is beyond commerce and is free within the law; we have a concept that travels extremely well, as it is suited to parallel uses in all those tribes that have no trade. Thus, “People raised in a particular culture see change during their lives: new words, new ideas and ways. Culture evolves and people play a role in changing it. Consumption and the very arena in which culture
image/svg+xmlAnalysis on the financialization of higher education and the effects of the production of the diploma as a sign of social distinctionRev. Sem Aspas,Araraquara, v. 11, n. esp. 1, e022022, 2022. e-ISSN 2358-4238DOI: https://doi.org/10.29373/sas.v11iesp.1.175209is the object of struggles that give it shape” (DOUGLAS; ISHERWOOD, 2004, p.102-103, our translation)Consumption is inscribed in the culture of each society and, therefore, consumption options mirror judgments related to morality and culturally presented value. As a result of this relationship between consumption and culture of a given group, it is emphasized that the function of goods that goes beyond theseas necessary for subsistence also comes to trace the relationships between individuals and groups. The act of consuming should not be analyzed in isolation, but associated with social processes as a whole, which makes goods a visible part of culture (DOUGLAS; ISHERWOOD, 2004).In this perspective, by analogy to the discussion between consumption and culture presented, it is stated that the relationship between market, diploma and goods in society is marked by contradictions and symbolic values. While the goods represent the materiality visible to society, the diploma is presented from a symbolic dimension. Regarding this statement, the following quote highlights:The value that [degrees] receive in the labor market depends the more strictly on their educational capital, the more rigorously codified the relationship between the degree and the position. On the contrary, the more fluid and uncertain the definition of the diploma and the position, therefore, their relationship, as in the case of the new professions (representation professions etc.), the more space is left for bluff strategies; holders of social capital (relationships, corporal hexis etc.) will have more possibilities to obtain a high return on their school capital (BOURDIEU; BOLTANSKI, 1998, p. 134, our translation).In this sense, according to Bourdieu (1998), there is a relationship between the diploma and the position that can be pointed out as the object of a struggle, which takes place within a certain field, expressed by job sellers and their attempts to value their diplomas and their respective buyers who aspire to obtain, at the lowest price, the capabilities guaranteed by these diplomas.Douglas and Isherwood (2004) claim that speech itself does not make sense, unless it is adequate to the information sought by the listener, from the surroundings of the speaker -spacing, temporality, orientation, clothes, food and so on. This means that culture, in this context, is a possible pattern of meanings inherited from the immediate past, a shelter for the interpretive needs of the present. Faced with this statement, one can ask: what is the validity of the diploma if it is not adequate to the information sought by the buyer? In other words, what is the value of the diploma if it does not present itself as efficient for the buyer to occupy the position to which he aspires?
image/svg+xmlJanaina de OLIVEIRA; Natalia CASAGRANDE andMaria Teresa Miceli KERBAUYRev. Sem Aspas,Araraquara, v. 11, n. esp. 1, e022022, 2022. e-ISSN 2358-4238DOI: https://doi.org/10.29373/sas.v11iesp.1.1752010There is an imposition of titles, in particular the effect of statutory attribution, positive (ennoblement) or negative (stigmatization), that every group produces by fixing individuals in hierarchical classes (BOURDIEU, 2017). The market, taking advantage of this imposition, sells these titles, which may not have the necessary symbolic effect to generate distinction in the market and social context. Society imposes the presentation of the diploma, but this is not always surrounded by the necessary distinctive symbols. To illustrate the discussion, it is worth quoting the following passage from Bourdieu (2017, p. 28, our translation):Defined by titles that predispose and legitimize them to be what they are, that transform what they do into the manifestation of an essence prior and superior to their manifestations, according to the Platonic dream of the division of functions based on a hierarchy of beings, they are separated, due to a difference in nature, of the simple plebeians of culture who, in turn, are doubly condemned to the status of self-taught and “substitute”.In this way, individuals who belong to the school nobility essentially bear the title of cultured men together with the acceptance of the demands that are inscribed in the context to which they implicitly belong according to the prestige of the title (BOURDIEU, 2017). Thus, by establishing a relationship between the diploma and the position, the education system introduces, little by little, all professions even the least rationalized and those most abandoned to traditional pedagogy into the hierarchical universe of the certificate and tends to produce of its natural movement and progressively extend to the entire social structure. Thus, “the classification struggle is a dimension but undoubtedly the most hidden one of the class struggle” (BOURDIEU; BOLTANSKI, 1998, p. 144, our translation).In contemporary times, in the case of Brazil, there is mass production of diplomas, mainly through private higher education establishments that conceive teaching as a commodity and aim only at profit, presenting themselves as similar to capitalist companies and inserting students who have graduated in the market without the minimum qualification necessary to exercise the chosen profession. In other words, the holder of a diploma is qualified to exercise the intended career in society but does not have the required knowledge/technique. To illustrate this discussion, the following quotation is used, which exemplifies the case with “the diploma of an engineer”, which is a career that occupies a prominent place among professions but carries symbolic distinctive signs that are only complete when this engineer belongs to the bourgeoisie and completed his course in renowned and traditional colleges. In this sense, the symbol of this diploma is not legitimized if a worker's son is an engineer trained in a simple and unknown college. Thus, this discussion is present in the quote below:
image/svg+xmlAnalysis on the financialization of higher education and the effects of the production of the diploma as a sign of social distinctionRev. Sem Aspas,Araraquara, v. 11, n. esp. 1, e022022, 2022. e-ISSN 2358-4238DOI: https://doi.org/10.29373/sas.v11iesp.1.1752011Therefore, in the tacit definition of the diploma, by formallyassuring a specific competence (for example, an engineering diploma), it is included that it reallyguarantees the possession of a "general culture", the more ample and extensive themore prestigious this document is; and, conversely, that it is impossible to demand any real guarantee about what it formally and really guarantees, or, if you prefer, about the degree and guarantee of what it guarantees. This effect of symbolic imposition reaches its maximum intensity with the licenses of the cultural bourgeoisie: certain diplomas -for example, those that, in France, are awarded by the Grandes Écoles-guarantee, without other guarantees, a competence that extends far beyond what, supposedly, and guaranteed by them (BOURDIEU, 2017, p. 28-29, our translation).The legitimacy of the diploma does not correspond to the desired position when there is a difference between the cultural capital and, sometimes, the social capital (prestige) that the individual has required to exercise the profession. It also refers to the choice of goods that individuals perform, which creates certain patterns of discrimination, overcoming or reinforcing others. This demonstrates that goods are the visible part ofculture. In this way, perspectives are not fixed, nor are they randomly arranged, as their structures are anchored in human social purposes (DOUGLAS; ISHERWOOD, 2004). However, as the authors state, they are dynamic social constructions, that is, they canbe restructured according to the purposes of society.The scenario illustrated the growth of a new sector in the stock market -higher education -, especially after the creation of educational groups that took place through the purchase and/or mergers of small and medium-sized institutions by institutions, foreign companies with tradition in their countries of origin, and started a new movement on the stock exchange, attracting investors from other segments of society to education.The context of the aboveparagraphs presents a relationship with works published by Boaventura Santos. Thus, when reading the texts on the HE theme, it is possible to notice that with the problem presented here,[...] the massification of the university [which] did not attenuatethe dichotomy, it only shifted it inside the university due to the dualism it introduced between elite university and mass university [...] the democratization of the university was translated into the differentiation-hierarchization between universities and other higher education institutions (SANTOS, 2013, p. 380, our translation). This confirms that there are many private HEs of excellence, but most are not, and in the worst cases are: “[...] mere factories of garbage diplomas [...] under suspicion of being fronts for money laundering and/ or trafficking [...]” (SANTOS, 2013, p. 492, our translation). It is understood that, in this way, for graduates of establishments with little tradition in the
image/svg+xmlJanaina de OLIVEIRA; Natalia CASAGRANDE andMaria Teresa Miceli KERBAUYRev. Sem Aspas,Araraquara, v. 11, n. esp. 1, e022022, 2022. e-ISSN 2358-4238DOI: https://doi.org/10.29373/sas.v11iesp.1.1752012educational sector, the symbolic benefit of the diploma and social ascension may be an illusion and/or an unfulfilled promise.Regarding the relationship between teaching quality and the production of knowledge at the service of capital, educational quality would be associated with profit, development of entrepreneurship and professional skills appropriate to changes in the world of work. Thus, education “would be a subsidiary of business rationality, in which the individual prevails over the community, the private over the public [...]. Quality education would be, from the neoliberal perspective, that which equips the individual with useful knowledge and techniques [...](DIAS SOBRINHO, 2005, p. 1226-27, our translation).The context presented is a global movement that presented a perfect alliance between knowledge production through higher education and the capital market as a highly profitable route produced by the movement of commodification of higher education institutions, which impacted on the value of the diploma in contemporary society, whichstarts to have a distinctive sign within the labor market, that is, in the field in which agents are in a dispute for position, hierarchy and recognition.Final considerationsFrom the above, it is understood that contemporary society is inserted in a new global cultural economy that produces a complex and stratified social context inserted in the process of globalization of capital, which intensified social relations on a world scale in a way that events locations are shaped by distant events. In this process, capitalism becomes the fundamental globalizing influence because it is an economic and not a political order.In this context, in the society described, the spirit of capitalism is inseparably manifested, at every moment, in the evidence that executives have regarding the "good" actions that must be carried out to obtain profit and regarding the legitimacy of these actions, in addition to justifications in terms of the common good, necessary to respond to criticism and explain themselves to others, executives (BOLTANSKI; CHIAPELLO, 2009). In analogy to the topic discussed, the content taught in universities, especially private ones belonging to the educational groups mentioned in the text, is a “ready package” for different professionsor purposes that is passed on to the student as a viable option for social ascension, acquisition of culture and technical knowledge required by the chosen profession. However, it is known that each diploma carries symbolic distinctive signs, which is notlegitimized when inserted in a context different from its origin. This was exemplified in this discussion, through the individual
image/svg+xmlAnalysis on the financialization of higher education and the effects of the production of the diploma as a sign of social distinctionRev. Sem Aspas,Araraquara, v. 11, n. esp. 1, e022022, 2022. e-ISSN 2358-4238DOI: https://doi.org/10.29373/sas.v11iesp.1.1752013who has an engineering degree, in a higher education institution without social prestige, that is, without tradition in the educational field, this engineer will probably not have recognition within the field.Thus, the changes in higher education were not only related to the creation of new administrative and legal categories, but also the introduction of the sector in the stock market through the process of commodification of Brazilian higher education that occurred after the creation of laws that to regulate both the emergence of new for-profit institutions and the effectiveness of this activity on the stock exchange, especially after the creation of the “Great Educational Groups” (conglomerate of smaller colleges). Thus, the insertion of these groups in the financial market was called the financialization of education, that is, the introduction of the sector in finance capitalism.The scenario of commodification of private higher education is inscribed in the production of useful subjects through a mathematical logic -the production of knowledge in private higher education is for society as well as the training of these individuals is for the market, that is, through a directly proportional logic, knowledge is at the service of the business community, therefore, of capital. The consequences of the financialization of higher education are that education becomes a commodity whosestrategy is to reproduce capital in the context of neoliberal precepts and multilateral organizations, becoming a service that is not exclusive to the State, but inserted in the logic of the market. This means that learning, for these marketing institutions, occupies a reduced value in view of the financial results.On the other hand, the formation in question contrasts with formation for people whose values are related to citizenship, based on a constructive integration into democratic life with an ethical increment, emphasizing the value of public spaces and processes of autonomy to oppose the asymmetries generated in the economic, social and cultural spheres, unlike what is prevailing in contemporary society, individualism.ACKNOWLEDGEMENTS: CNPq andCapes.
image/svg+xmlJanaina de OLIVEIRA; Natalia CASAGRANDE andMaria Teresa Miceli KERBAUYRev. Sem Aspas,Araraquara, v. 11, n. esp. 1, e022022, 2022. e-ISSN 2358-4238DOI: https://doi.org/10.29373/sas.v11iesp.1.1752014REFERENCESAPPADURAI, A. As Dimensões Culturais da Globalização. Lisboa. Teorema, 2004.BOLTANSKI, L.; CHIAPELLO, E.O Novo Espírito do Capitalismo.São Paulo:Martins Fontes, 2009.BOURDIEU, P. Algumas propriedades dos Campos. In: Questões de Sociologia. Rio de Janeiro: Editora Marco Zero, 1983BOURDIEU, P. A economia das trocas linguísticas. In: ORTIZ, R. (org.). Pierre Bourdieu. São Paulo: Ática, 1994. p.156-183.BOURDIEU, P.Razões práticas:Sobre a teoria da ação. São Paulo: Papirus, 1996.BOURDIEU, P. A Distinção. São Paulo:Zouk Editora, 2017.BOURDIEU, P; BOLTANSKI, L. O diploma e o cargo: Relações entre o sistema de produção e o sistema de reprodução. In: CATANI, A; NOGUEIRA, M. A (org.). Escritos de educação. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998.CALEFFI, P.; MATHIAS, A. J. L. Universidade S.A.:As companhias de capital aberto da educação superior no Brasil. Rio de Janeiro: FGV Editora, 2017. CHAVES, V. L. J. Expansão da privatização/mercantilização do ensino superior Brasileiro: a formação dos oligopólios.Educ. Soc.,Campinas,v. 31,n. 111,p. 481-500, jun. 2010. Available: http://www.scielo.br/pdf/es/v31n111/v31n111a10.pdf. Access: 10 July2022.CHESNAIS, F. A mundialização do capital.São Paulo: Xamã, 1996. DIAS SOBRINHO, J. Educação superior, globalização e democratização: qual universidade?Rev. Bras. Educ., Rio de Janeiro, n. 28,p. 164-173,abr. 2005. DOUGLAS, M.; ISHERWOOD, B. O Mundo dos Bens: Para uma antropologia do consumo. Rio de Janeiro. EdUFRJ, 2004.GIDDENS, A.As consequências da modernidade.São Paulo: Editora Unesp, 1991.GIL, A. C.Métodos e técnicas de pesquisa social.6. ed. São Paulo: Atlas, 2008. LAPYDA, I. F. C. Finance capital today: corporations and banks in the lasting global slump. Tempo Social, v. 30, n. 2, 2018, p. 331-342. DOI: https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2018.137236. MARTINS, C. B. A reforma universitária de 1968 e a abertura para o ensino superior privado no Brasil.Educ. Soc.,Campinas, v.30,n. 106,p.15-35,abr. 2009. Available:http://www.scielo.br/pdf/es/v30n106/v30n106a02.pdf. Access: 10 July2022.
image/svg+xmlAnalysis on the financialization of higher education and the effects of the production of the diploma as a sign of social distinctionRev. Sem Aspas,Araraquara, v. 11, n. esp. 1, e022022, 2022. e-ISSN 2358-4238DOI: https://doi.org/10.29373/sas.v11iesp.1.1752015How to reference this articleOLIVEIRA, J.; CASAGRANDE, N.; KERBAUY, M. T. M. Analysis on the financialization of higher education and the effects of the production of the diploma as a sign of social distinction.Rev. Sem Aspas, Araraquara, v.11, n.esp.1, e022022,2022. e-ISSN: 2358-4238. DOI:https://doi.org/10.29373/sas.v11iesp.1.17520Submitted:17/09/2022Required revisions:18/10/2022Approved:12/11/2022Published:26/12/2022Processing and Editing: Editora Ibero-Americana de Educação.Correction, formatting, normalization and translation.