EL IMPACTO DEL COVID-19 EN LA SOSTENIBILIDAD ECONÓMICA DE LAS CLÍNICAS DENTALES QUE FORMAN PARTE DE LAS COREDES SERRA, HORTÊNCIAS Y LITORAL DE RS
THE IMPACT OF COVID-19 ON THE ECONOMIC SUSTAINABILITY OF THE DENTAL CLINICS THAT ARE PART OF THE SERRA, HORTÊNCIAS, AND COASTAL COREDES OF RS
Deise Renata BRINGMANN1 Maria Carolina Rosa GULLO2 Thiago de Oliveira GAMBA3
RESUMEN: Este artículo tuvo como objetivo investigar el impacto de la pandemia de COVID-19 en el año 2020 en las clínicas dentales ubicadas en los municipios que forman parte de los Consejos Regionales de Desarrollo - COREDEs, Serra, Hortênsias y Litoral de
1 Universidade de Caxias do Sul (UCS), Caxias do Sul – RS – Brasil. Doutoranda no Programa de Pós- Graduação em Ciências da Saúde. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2849-225X. E-mail:deise.renata@ucs.br 2 Universidade de Caxias do Sul (UCS), Caxias do Sul – RS – Brasil. Professora Adjunta III no Departamento de Ciências Sociais. Doutorado em Economia (UFRGS). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3835-8222. E-mail: mcrgullo@ucs.br
Rio Grande do Sul -RS. En este horizonte, se realizó una investigación exploratoria descriptiva, que tuvo como instrumento de recolección de datos un cuestionario aplicado a los socios-propietarios de clínicas dentales. Los resultados indicaron que el 61,1% de las clínicas dentales tuvieron una reducción de la asistencia y el 38,9% no. El 68,3% tuvo una reducción de ingresos, el 19% no el 12,7% se mantuvo económicamente estable. El 72,8% de las clínicas participantes tuvieron un aumento de los gastos con equipos de protección personal. El 52,4% de los encuestados dispone de una planificación financiera o de una reserva financiera para periodos de crisis, mientras que el 47,6% no dispone de este recurso. Por todo lo anterior, se entiende que la pandemia de COVID-19 desencadenó impactos no sólo de orden epidemiológico a escala mundial, impactando directamente en la sostenibilidad económica de las clínicas dentales durante el año 2020.
PALABRAS CLAVE: COVID-19. Sostenibilidad. Entidades sanitarias. Impacto de la pandemia.
ABSTRACT: The objective of this article was to investigate the impact of the COVID-19 pandemic in the year 2020 on dental clinics located in the municipalities that are part of the Regional Development Councils - COREDEs, Serra, Hortênsias and the Coast of Rio Grande do Sul -RS. In this horizon, a descriptive exploratory research was carried out, which had as an instrument for data collection a questionnaire applied to the partners-owners of dental clinics. The results indicated that 61.1% of the dental clinics had a reduction in attendance, 38.9% did not. 68.3% had a reduction in revenue, 19% did not, and 12.7% remained economically stable. 72.8% of the participating clinics had an increase in expenses with personal protective equipment. 52.4% of the respondents have financial planning or a financial reserve for crisis periods, while 47.6% do not have this resource. Given the above, it can be inferred that the pandemic of COVID-19 triggered impacts other than just epidemiological impacts on a global scale, directly impacting the economic sustainability of dental clinics during the year 2020.
KEYWORDS: COVID-19. Sustainability. Healthcare organizations. Pandemic impact.
Este artigo objetiva investigar o impacto da pandemia de COVID-19 no ano de 2020 nas clínicas odontológicas localizadas nos municípios que fazem parte dos Conselhos Regionais de Desenvolvimento – COREDEs, Serra, Hortênsias e Litoral do Rio Grande do Sul – RS. Uma vez que as clínicas odontológicas atendem diretamente ao público, compreende-se que diante de uma crise econômica, estas podem ter adotado estratégias sustentáveis, de maneira a se manterem no mercado. Em se tratando de uma crise econômica, entende-se que os pacientes de clínicas odontológicas também podem ter se privado da atenção aos cuidados bucais, devido ao receio de contágio de Coronavírus. Essa inferência afeta diretamente a situação econômica das clínicas odontológicas, o que pode ter repercutido nos modos de conduzir a gestão da clínica. De modo a aprofundar o tema aqui apresentado,
esta pesquisa apoia-se na literatura sobre pandemia (ATHER et al., 2020; DE OLIVEIRA; CORRÊA, 2020; MENG et al., 2020; POTT; POTT-JUNIOR, 2021; SENHORAS, 2020),
sustentabilidade econômica (FERRAZ, 2020; SCHWENDICKE et al., 2020) e gestão econômica (BRASIL, 2020; DA SILVA et al., 2020; DE OLIVEIRA et al., 2020; GULLO, 2020).
Diante de um contexto pandêmico, iniciado em março de 2020 e que se estende até o período atual (maio de 2021), as clínicas odontológicas precisaram encontrar formas de buscar ou equilibrar estratégias de sustentabilidade econômica, a fim de darem continuidade à prestação de serviços que já ofereciam antes da pandemia De acordo com Gullo (2020), surgem preocupações latentes relativas ao modo de praticar uma gestão econômica com um cenário financeiro atual, de modo a não interromper suas atividades.
Esta é uma pesquisa quantitativa, que coletou 220 questionários nos municípios que fazem parte dos Conselhos Regionais de Desenvolvimento (COREDEs)4 – Serra, Hortênsias e Litoral do Rio Grande do Sul - RS. O recorte investigativo desta pesquisa deriva-se de uma pesquisa-base de doutoramento na área da Saúde, voltada à Odontologia, aprovada pela pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade em que a pesquisa se insere (revisão às cegas), com parecer de número CAAE: 39814720.9.0000.5341. A partir dos dados da pesquisa, foi analisado sob o viés do impacto econômico quais foram as atividades eventuais ou contínuas das clínicas, que foram afetadas pela pandemia. Por meio da coleta de dados foram extraídas, para fins de sistematização da análise aqui proposta, informações que investigavam se houve aumento ou redução de gastos com recursos materiais e humanos, assim como a utilização de reservas financeiras para manter a clínica no ano de 2020. Para além disso, averiguou-se o desenvolvimento de possíveis estratégias institucionais quanto a oferta de atendimentos online, agendamentos e orientações. Portanto, esta pesquisa tem por finalidade contribuir de modo empírico para com a área da saúde, não só no que tange às consequências da COVID-19 quanto à Odontologia, mas, também com vistas a oferecer constructos teórico-metodológicos para que se possa pensar a gestão econômica de clínicas odontológicas, de modo geral.
Este artigo é constituído por Introdução; que apresenta o contexto em que se inscreve esta pesquisa, objetivo e percurso metodológico; segunda seção que trata do Covid-19 e das
4 Municípios integrantes dos COREDEs que fizeram parte desta pesquisa: Caxias do Sul, Farroupilha, Bento Gonçalves, Veranópolis, Nova Prata, Carlos Barbosa (COREDE, Serra) Gramado, Canela, Nova Petrópolis (COREDE, Hortências), Torres, Capão da Canoa e Arroio do Sal (COREDE, Litoral).
Clínicas Odontológicas na pandemia; análise de dados; e considerações finais. Na próxima seção, será apresentado um breve histórico do COVID-19.
Desde que a COVID-19 foi anunciada ao mundo, em 30 de janeiro de 2020, pela Organização Mundial da Saúde - OMS (2019), fez com que a comunidade científica se voltasse mais uma vez para o campo da saúde global. Deste modo, a pandemia SARS-CoV2 (Covid-19) chegou também ao Brasil, gerando um caos no ano de 2020, causando um impacto social, econômico e psicológico (BEZERRA et al., 2020; DE OLIVEIRA; CORRÊA, 2020; GULLO, 2020; ORNELL et al., 2020; NETO, 2020). O Coronavírus tornou-se a quinta pandemia documentada desde a pandemia de gripe espanhola de 1918 (MENG; HUA; BIAN, 2020), tendo sido registrada pela primeira vez em Wuhan, na China e, posteriormente, disseminada ao redor do mundo (LIU; KUO; SHIH, 2020). A pandemia COVID-19 acarretou a instauração de uma situação caótica, de modo que obrigou a sociedade como um todo a alterar suas práticas cotidianas. Diante de tal cenário, os diversos setores da sociedade foram atingidos, seja do ponto de vista econômico ou da qualidade de vida. As pessoas tiveram que ressignificar suas práticas de consumo (BEZERRA et al., 2020; MENG; HUA; BIAN, 2020; SENHORAS, 2020).
A sustentação econômica do sistema financeiro, a saúde mental das pessoas em tempos de confinamento, e o temor pelo risco de adoecimento e morte, acesso aos bens essenciais como alimentação, medicamentos, transporte, entre outros, também impactaram na vida das pessoas (FIOCRUZ, 2020; GHANI, 2020). A pesquisa científica na área da medicina, que explora as especificidades sobre a COVID-19, está em pleno andamento em nível mundial (CARRER et al., 2020; DA SILVA et al., 2020; MENG et al., 2020). Diuturnamente, os cientistas têm se dedicado ao desenvolvimento e a testes com vacinas e medicamentos para dirimir os altos índices de contágio do COVID-19 (DA SILVA et al., 2020; FERGUSON et al., 2020; FIOCRUZ, 2020). Além de que, a necessidade de ações para contenção da mobilidade social como isolamento e quarentena, bem como a velocidade e urgência de testagem de medicamentos e vacinas evidenciam implicações éticas e de direitos humanos que merecem análise crítica e prudência (FIOCRUZ, 2020; PAHO, 2020;).
A Organização Mundial de Saúde - OMS (2020), acerca da transmissibilidade do novo vírus, sugere como estratégia na maioria dos países, a continuidade do distanciamento social e a frequente higienização das mãos. Nesse sentido, a primeira reação dos países, diante do
surto do COVID-19, foi de fechar instituições de ensino, suspender reuniões sociais, atividades esportivas, eventos, aeroportos e até bancos na tentativa de controlar a propagação do vírus. Além disso, vários indivíduos entraram em autoquarentena para fazer sua parte na sociedade, de modo a, possivelmente, dirimir a propagação do vírus, em especial, quando associado a comorbidades (OMS, 2020).
No entanto, as entidades de saúde são de extrema relevância para a sociedade e não podem deixar de atender à comunidade, dificilmente podem fechadas durante uma pandemia, salvo quando existe um surto dentro dessas entidades de saúde (ARTESE, 2020; SCHWENDICKE; KROIS; GOMEZ, 2020). Dentre os profissionais da saúde estão os cirurgiões-dentistas. Apesar destes profissionais terem um alto padrão de conhecimento e prática em uso de equipamento de proteção individual (EPIs), os cirurgiões-dentistas, assim como os demais profissionais da saúde, se encontram em um estado de ansiedade e medo (ATHER et al., 2020; MENG; HUA; BIAN, 2020). Várias clínicas odontológicas modificaram seus serviços de acordo com as diretrizes recomendadas. Estas voltaram–se apenas para tratamento de emergência, levando a suspensão de consultas eletivas nos consultórios por um período incerto (GHANI, 2020; MENG; HUA; BIAN, 2020).
Os cirurgiões-dentistas, assim como toda a população, estão cada dia mais apreensivos diante da nova realidade, uma vez que a propagação do COVID-19 vem aumentando (FERGUSON et al., 2020). Diante deste cenário, além do medo de contrair e transmitir a COVID-19, há a incerteza sobre o futuro econômico do país (ARTESE, 2020; SILVA et al., 2020). Países como o Brasil, que estava emergindo de uma crise econômica em 2020, terão que arcar com uma significativa recessão (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2020). De acordo com Schwendicke, Krois e Gomez (2020) quando realizaram uma pesquisa na Alemanha composta por amostragem aleatória de 300 dentistas, concluíram que o COVID-19 já apresentava um impacto econômico negativo nas práticas odontológicas em 2020 (SCHWENDICKE; KROIS; GOMEZ, 2020). Por sua vez, na Itália, a atividade odontológica foi reconhecida como um serviço de primeira necessidade pelo Decreto Ministerial nº19 de 22 de março de 2020 (ITÁLIA, 2020) determinou que durante a pandemia de COVID-19, a prática odontológica fosse limitada aos tratamentos de urgência e emergência, enquanto tratamentos eletivos fossem adiados.
Este é um estudo de caráter exploratório descritivo realizado por meio de um questionário do tipo survey (MALHOTRA, 2006), enquanto pesquisa quantitativa, composta por dados amostrais coletados por meio de questionário estruturado. O referido instrumento visa a analisar uma amostra da população e destina-se a obter informações específicas dos entrevistados (MALHOTRA, 2006).
A abordagem voltada às clínicas e aos consultórios no período de pandemia é parte constitutiva de uma pesquisa de doutoramento na área da Saúde, relacionada à Odontologia e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade em que esta pesquisa está inscrita (revisão às cegas), com parecer de número CAAE: 39814720.9.0000.5341. No que tange à coleta de dados referente às práticas das clínicas odontológicas, essa deu-se por meio de um questionário semiestruturado, composto por 27 perguntas, a saber, 16 questões abertas e 11 questões fechadas, dividida em 03 eixos: eixo 01 – dados identificação de clínica; eixo 02 – funcionamento da clínica; e eixo 03 – gestão econômica. A partir dos eixos norteadores citados, averiguou-se quais foram os impactos econômicos nas clínicas odontológicas. Diante do exposto, a pesquisa contou com a participação de 126 sócios-proprietários de clínicas odontológicas, que responderam ao instrumento de pesquisa. Não foi necessário nenhum tipo de identificação dos respondentes e a participação foi voluntária. A aplicação do questionário ocorreu no período de 06 de janeiro a 31 de maio de 2021, de modo presencial quando ocorreu a entrega e a coleta dos questionários.
O cálculo amostral foi feito a partir do software Statulator5. Quanto ao fator de interesse, tendo como tamanho populacional 220 respondentes, o estudo exigia um tamanho mínimo amostral de 140 respondentes. Em outras palavras, inferiu-se que, a partir de 140 respondentes, 50% destes tinham fator de interesse, o que representou 95% de fator confiança. No entanto, foram contabilizados apenas 126 questionários, uma vez que 14 questionários retornaram em branco.
Para a análise de dados utilizou-se o pacote da Microsoft planilhas do Excel, para fins de análise e tabulação dos dados coletados. Além disso, os dados lapidados foram organizados em gráficos. A análise de dados teve o aporte teórico-metodológico na área de sustentabilidade econômica (DE OLIVEIRA et al., 2020; GULLO, 2020; MILLER, 2019; NETO, 2020), da gestão econômica (FERRAZ, 2020; SCHWENDICKE; KROIS; GOMEZ,
2020) pandemia e da Odontologia (HADDAD et al., 2014). A partir do referencial teórico
5 Disponível em: http://statulator.com/SampleSize/ss1P.html. Acesso em: 10 dez. 2020.
citado, investigavam-se aspectos como: (a) houve o aumento ou a redução de gastos com recursos materiais e humanos? (b) houve necessidade de redução de carga horária de trabalho, houve redução de receita no período da pandemia no ano de 2020?; (c) a clínica possui planejamento financeiro?; (d) a clínica tem ou fez reserva financeira para períodos de crise?;
(e) se sim, por quanto tempo a clínica conseguiria se manter?. Houve, deste modo, desenvolvimento de possíveis estratégias institucionais para a oferta de atendimentos online, agendamentos e orientações?
Diante dos dados analisados, a partir dos 03 eixos propostos nesta pesquisa, o primeiro aspecto evidenciado, quando realizada a análise do eixo 2 deste estudo foi a necessidade de redução na carga horária dos funcionários e da carga horária de atendimento. Dos 126 respondentes, 61,1% responderam que tiveram redução de carga horária no atendimento e 38,9% responderam que não houve redução na carga horária.
De acordo com pesquisas realizadas na área da Odontologia (GHANI, 2020; LUCENA et al., 2020) em outras regiões, essa redução no atendimento das clínicas odontológicas ocorre(u) porque houve/há uma forte recomendação de que a população respeitasse as orientações acerca do isolamento social. Neste horizonte, alguns indivíduos mostram-se preocupados em sair de casa para procurar os serviços na área da saúde, o que reverberou também quanto aos serviços oferecidos pelas clínicas odontológicas, de modo que isso, resultou na redução do número de atendimentos e, consequentemente, ocasionou uma busca por atendimento apenas em casos extremos.
Somado a isso, ainda se tem a falta de clareza da população, quanto à compreensão do que, de fato, seria uma situação de urgência ou emergência odontológica. Nestes casos, o fator dor pareceu ser determinante para que o paciente busca-se atendimento odontológico (GHANI, 2020; LUCENA et al., 2020). De acordo com Medeiros (2020), uma pesquisa realizada na China, revelou queda de 38% no número de pacientes atendidos em serviços de urgências odontológicas durante o período pandêmico.
O segundo aspecto revelado pela análise de dados, refere-se à redução de receita durante a pandemia. Quanto à redução de receita, 68,3% dos respondentes mencionaram que houve redução; 19% que não houve redução e 12,7% responderam que se mantiveram estáveis economicamente, como nos períodos anteriores à pandemia. Cabe salientar, a partir das afirmações de Carrer et al. (2020) e Gomes et al. (2021), que o predomínio da redução de
receita ocorreu não somente nas regiões Serra, Hortênsias e Litoral do RS. Isso porque, o mesmo fato vem ocorrendo de forma global. Ainda, segundo Carrer et al, (2020), a crise na saúde pública resultante do COVID-19, tem apresentado globalmente impactos negativos na atividade odontológica.
Segundo Lucena et al. (2020), os atendimentos de casos de inflamação e dor de dente no Brasil caíram cerca de 30%, quando comparados com o mesmo período no ano de 2019. Referente aos casos de primeira consulta odontológica, notou-se redução de cerca de 40%, haja vista os pacientes estarem evitando sair de suas residências. Tal redução teve por base os dados coletados por meio da página do Sistema Único de Saúde Atenção Básica (e-SUSAB), no portal do Ministério da Saúde, que permite identificar o registro de baixo índice de consultas odontológicas durante a pandemia de COVID-19 (BRASIL, 2020).
Devido às características dos ambientes odontológicos, o risco de infecção cruzada pode ser alto entre pacientes e dentistas. Para consultórios odontológicos e hospitais em áreas que são (potencialmente) afetadas com COVID-19, protocolos de controle de infecção rigorosos e eficazes são, urgentemente, necessários. Nesse sentido, o terceiro aspecto identificado refere-se às despesas da clínica relativo aos materiais que mais foram consumidos pelas clínicas odontológicas no período pandêmico de 2020. A pesquisa apontou que as clínicas odontológicas tiveram um aumento de 72,8% quanto ao consumo de materiais relacionados aos Equipamentos de Proteção de Individual - EPIs durante o período pandêmico. São considerados (EPI) qualquer meio ou dispositivo destinado a ser utilizados por uma pessoa contra possíveis riscos ameaçadores da sua saúde ou segurança durante o exercício de uma determinada atividade (MILFONT; OLIVEIRA 2015). À medida que a epidemia acelera no Brasil, o acesso a equipamentos de proteção individual (EPI), tais como máscaras, luvas... para profissionais de saúde é uma preocupação constante.
Isto, pois de acordo com Meng, Hua e Bian (2020), as medidas de controle da infecção são necessárias para evitar que o coronavírus se espalhe ainda mais e para ajudar a controlar a situação epidêmica, neste caso, pandêmica. Diante disso, há um consenso em relação às orientações sobre a prestação de serviços odontológicos durante a pandemia do COVID-19, em que é preconizado que os dentistas reforcem as medidas de segurança através dos equipamentos de proteção individual (EPIs) e, evitem, quando possível, a realização de procedimentos que envolvam a produção de aerossóis e de gotículas (OLIVEIRA et al., 2020), a fim de prevenir controlar a propagação do vírus.
O quarto aspecto refere-se à dependência das clínicas quanto ao serviço terceirizado, a maior dependência é de laboratórios de próteses dentárias com 70,2%, seguido do
recolhimento de resíduo contaminado com 16,9% e, 12,9% dos participantes, responderam que não dependem de serviços de terceiros. A pesquisa destaca a relevância e a dependência dos serviços de terceiros para o funcionamento de uma clínica odontológica. Destaca-se aqui a coleta de resíduo contaminado, dada a dimensão e a intensificação promovida pela COVID- 19, o que demandou uma readequação no agir desses prestadores de serviços. Com a pandemia, esse serviço tornou-se imprescindível. Entende-se que é preciso que estes profissionais façam o descarte correto do resíduo, assim contribuirão para que haja uma menor propagação do vírus por meio de material infectado. O quinto aspecto refere-se ao planejamento financeiro e às reservas financeiras das clínicas odontológicas. A pesquisa constatou que 52,4% dos respondentes têm planejamento financeiro ou uma reserva financeira para períodos de crise; 47,6 % dos participantes não possuem esse recurso. Apesar das clínicas constituírem planejamento e reserva financeira, estas não são pensadas para longo prazo, conforme dados analisados. Ou seja, as reservas financeiras variam de 1 a 12 meses para este percentual, enquanto 45% dos entrevistados não souberam responder por quanto tempo conseguiria se manter com as reservas financeiras.
De acordo com Dornela et al. (2014) ter um planejamento financeiro saudável é: guardar uma parte de seus rendimentos, para formar um bom patrimônio; começar a poupar o quanto antes, para chegar à velhice sem depender de ninguém; sempre pensar no futuro, levando em conta o médio e o longo prazo; ter um propósito, fazer o planejamento das aplicações pensando nesses ideais. É essencial que no atual cenário econômico os profissionais liberais, e especialmente os odontólogos, devam estar preparados com estratégias e ferramentas que auxiliem na gestão, principalmente a financeira (GOMES; MORAES, 2013).
O sexto aspecto refere-se no “onde” se concentra o maior custo das clínicas odontológicas. De acordo com o gráfico 1 (um), o maior custo se concentra na aquisição de materiais. De acordo com Medeiros (2020) isso ocorre, porque a maioria dos materiais utilizados nas clínicas odontologicas são importadas da China, o que nos leva a uma dependência do mercado estrangeiro.
Custo de material
106
Custo de laboratório
57
Custo com pessoal
43
Custo com especializações
28
Custo com taxa de… 9
Outros
9
0 20 40 60 80 100 120
Fonte: Elaborado pelos autores
O sétimo aspecto refere-se ao atendimento online nas clínicas odontológicas. A pesquisa indicou que 86,5% dos respondentes não vêm viabilidade para o atendimento online e não fizeram uso dessa ferramenta durante o período pandêmico de 2020; 13,5% responderam que sim que há possibilidade de dar orientações, indicações e avaliações por meio do atendimento online, e fizeram uso dessa ferramenta no ano de 2020. Contudo Carrer et al. (2020) afirmaram que esta ferramenta tem se mostrado eficaz tanto no custo quanto na disseminação do acesso, com vantagens relacionadas ao aumento da efetividade do serviço; da integralidade; e o acesso universal, com ganhos significativos de qualidade e precisão da imagem, à redução do tempo de espera e dos custos de tratamento. A utilização de Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) proporciona uma percepção da sociedade atual, mostra a interligação global e promove o acesso contínuo e permanente a toda e qualquer informação (HADDAD et al., 2014; PACHECO et al., 2018). De acordo com Gullo (2020), o mundo se encaminha para um atendimento online, compreender como o seu negócio pode se beneficiar desse novo momento é uma questão de sobrevivência e vale para todos os segmentos da economia.
Os dados analisados demonstraram que; houve redução carga horária dos funcionários, do atendimento, e consequentemente de receita. Esta redução é um reflexo das medidas de precaução que, foram anunciadas, durante o período pandêmico, visando à redução da transmissão da COVID-19 no de 2020.
Outro dado analisado está relacionado aos EPIs. À medida que a pandemia acelera no Brasil, o acesso aos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para profissionais de saúde é
uma preocupação constante. Pontualmente no início e durante este período pandêmico, o que vemos, é a alta dos preços dos EPIs, especialmente máscaras e aventais descartáveis. Estes equipamentos tiveram aumentos expressivos associados ao desabastecimento do mercado de insumos.
Em períodos pandêmicos, não basta apenas a fazer a gestão da clínica, ter o controle e organização do consumo e das compras dos insumos, é necessário acompanhar o mercado econômico no Brasil e no mundo, com atenção redobrada para garantir o abastecimento de insumos, medicamentos, equipamentos e mão de obra qualificada.
Atualmente, há uma grande oferta de serviços odontológicos, o que leva os profissionais cirurgiões-dentistas a oferecerem um serviço diferenciado para obter vantagem competitiva. Tal diferenciação não depende somente dos aspectos técnicos relacionados ao bom exercício da Odontologia, mas também no que diz respeito à gestão de um consultório odontológico, ou seja, um bom planejamento estratégico, uma análise financeira e administração de pessoal contribuem para um bom desempenho financeiro. Os impactos da pandemia da COVID-19 provocaram impactos econômicos negativos assimétricos, de natureza trans escalar e intertemporal, gerando efeitos na economia mundial que ressoam em distintos graus de sensibilidade e vulnerabilidade macroeconômica dos países e microeconômica das cadeias globais de produção e consumo (SENHORAS, 2020).
De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI, 2020) a pandemia do COVID- 19 tem um impacto muito grande sobre a economia e a política internacional. Por mais que o risco de uma crise sanitária mundial, causada por um vírus vindo da Ásia exista a muitos anos, a grande maioria dos países demonstrou estar despreparada para suas consequências (GULLO, 2020). A pesquisa também apontou que a alternativa de atendimento online é uma ferramenta pouco explorada nas clínicas odontológicas abordadas. Apesar desta ferramenta ter sido amplamente utilizada durante o período pandêmico de 2020 em outras áreas.
Sendo assim, as clínicas odontológicas deveriam voltar-se para uma sustentabilidade econômica, buscando viabilidade financeira, retorno do investimento realizado, alocação e gerenciamento mais eficientes dos recursos disponibilizados no mercado de trabalho, procurando um contínuo aprimoramento, na ciência e tecnologia.
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O IMPACTO DA COVID-19 NA SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA DAS CLÍNICAS ODONTOLÓGICAS QUE FAZEM PARTE DOS COREDES, SERRA, HORTÊNCIAS E LITORAL DO RS
EL IMPACTO DEL COVID-19 EN LA SOSTENIBILIDAD ECONÓMICA DE LAS CLÍNICAS DENTALES QUE FORMAN PARTE DE LAS COREDES SERRA, HORTÊNCIAS Y LITORAL DE RS
Deise Renata BRINGMANN1 Maria Carolina Rosa GULLO2 Thiago de Oliveira GAMBA3
RESUMO: Este artigo objetiva investigar o impacto da pandemia de COVID-19 no ano de 2020 nas clínicas odontológicas localizadas nos municípios que fazem parte dos Conselhos Regionais de Desenvolvimento – COREDEs, Serra, Hortênsias e Litoral do Rio Grande do Sul – RS. Neste horizonte, realizou-se uma pesquisa exploratória descritiva, que teve como instrumento para coleta de dados um questionário aplicado aos sócios-proprietários de clínicas odontológicas. Os resultados indicaram que, 61,1% das clínicas odontológicas
tiveram redução no atendimento e 38,9% não tiveram. 68,3% das clínicas tiveram redução de receita, 19% não, e 12,7% mantiveram-se economicamente estáveis. 72,8% das clínicas participantes tiveram aumento de despesas com equipamento de proteção individual. 52,4% dos respondentes têm planejamento financeiro ou uma reserva financeira para períodos de crise, enquanto 47,6 % não possui esse recurso. Considera-se que a pandemia de COVID-19 desencadeou impactos outros que não apenas de ordem epidemiológica em escala global, repercutindo diretamente na sustentabilidade econômica das clínicas odontológicas durante o ano de 2020.
PALAVRAS-CHAVE: COVID-19. Sustentabilidade. Entidades de saúde. Impacto da pandemia.
RESUMEN: Este artículo tuvo como objetivo investigar el impacto de la pandemia de COVID-19 en el año 2020 en las clínicas dentales ubicadas en los municipios que forman parte de los Consejos Regionales de Desarrollo - COREDEs, Serra, Hortênsias y Litoral de Rio Grande do Sul -RS. En este horizonte, se realizó una investigación exploratoria descriptiva, que tuvo como instrumento de recolección de datos un cuestionario aplicado a los socios-propietarios de clínicas dentales. Los resultados indicaron que el 61,1% de las clínicas dentales tuvieron una reducción de la asistencia y el 38,9% no. El 68,3% tuvo una reducción de ingresos, el 19% no el 12,7% se mantuvo económicamente estable. El 72,8% de las clínicas participantes tuvieron un aumento de los gastos con equipos de protección personal. El 52,4% de los encuestados dispone de una planificación financiera o de una reserva financiera para periodos de crisis, mientras que el 47,6% no dispone de este recurso. Por todo lo anterior, se entiende que la pandemia de COVID-19 desencadenó impactos no sólo de orden epidemiológico a escala mundial, impactando directamente en la sostenibilidad económica de las clínicas dentales durante el año 2020.
PALABRAS CLAVE: COVID-19. Sostenibilidad. Entidades sanitarias. Impacto de la pandemia.
This article aims to investigate the impact of the pandemic of COVID-19 in the year 2020 in dental clinics located in municipalities that are part of the Regional Development Councils - COREDEs4, Serra, Hortênsias and the Coast of Rio Grande do Sul - RS. Since dental clinics serve the public directly, it is understood that, in the face of an economic crisis, they may have adopted sustainable strategies in order to stay in the market. When dealing with an economic crisis, it is understood that dental clinic patients may also have deprived themselves of attention to oral care, due to the fear of contagion from Coronavirus. This inference directly affects the economic situation of dental clinics, which may have had repercussions on the ways of conducting clinic management. In order to further the theme
4 Conselhos Regionais de Desenvolvimento – COREDEs.
presented here, this research relies on the literature on pandemic (ATHER et al., 2020; DE OLIVEIRA; CORRÊA, 2020; MENG et al., 2020; POTT; POTT-JUNIOR, 2021;
SENHORAS, 2020), economic sustainability (FERRAZ, 2020; SCHWENDICKE et al., 2020), and economic management (BRASIL, 2020; DA SILVA et al., 2020; DE OLIVEIRA et al., 2020; GULLO, 2020).
Facing a pandemic context, which started in March 2020 and extends to the current period (May 2021), dental clinics needed to find ways to seek or balance economic sustainability strategies in order to continue providing the services they already offered before the pandemic According to Gullo (2020), latent concerns arise regarding how to practice economic management with a current financial scenario, so as not to interrupt their activities.
This is a quantitative research, which collected 220 questionnaires in the municipalities that are part of the Regional Development Councils (COREDEs)5 - Serra, Hortênsias and Litoral of Rio Grande do Sul - RS. The investigative scope of this research derives from a doctoral research in the area of Health, focused on Dentistry, approved by the Research Ethics Committee (CEP) of the University where the research is inserted (blind review), with opinion number CAAE: 39814720.9.0000.5341. Based on the research data, we analyzed, from the standpoint of economic impact, which were the eventual or continuous activities of the clinics that were affected by the pandemic. Through data collection, for the purpose of systematizing the analysis proposed here, information was extracted that investigated whether there was an increase or reduction in spending on material and human resources, as well as the use of financial reserves to maintain the clinic in 2020. In addition, the development of possible institutional strategies regarding the offer of online appointments, schedules, and orientations was also investigated. Therefore, this research aims to contribute empirically to the health area, not only with regard to the consequences of COVID-19 for dentistry, but also with a view to offering theoretical and methodological constructs so that one can think about the economic management of dental clinics in general.
This paper consists of Introduction; which presents the context in which this research
takes place, objective and methodological path; second section that deals with Covid-19 and Dental Clinics in the pandemic; data analysis; and final considerations. In the next section, a brief history of COVID-19 will be presented.
5 Municipalities integrating the COREDEs that took part in this research: Caxias do Sul, Farroupilha, Bento Gonçalves, Veranópolis, Nova Prata, Carlos Barbosa (COREDE, Serra) Gramado, Canela, Nova Petrópolis (COREDE, Hortências), Torres, Capão da Canoa e Arroio do Sal (COREDE, Coast).
Since COVID-19 was announced to the world on January 30, 2020, by the World Health Organization - WHO (2019), it caused the scientific community to turn once again to the field of global health. In this way, the SARS-CoV2 (Covid-19) pandemic also reached Brazil, generating chaos in the year 2020, causing a social, economic, and psychological impact (BEZERRA et al., 2020; DE OLIVEIRA; CORRÊA, 2020; GULLO, 2020; ORNELL
et al., 2020; NETO, 2020). Coronavirus has become the fifth documented pandemic since the Spanish flu pandemic of 1918 (MENG; HUA; BIAN, 2020), having first been recorded in Wuhan, China and subsequently spread around the world (LIU; KUO; SHIH, 2020). The COVID-19 pandemic led to a chaotic situation, forcing society as a whole to change its daily practices. In this scenario, the various sectors of society were affected, either economically or in terms of quality of life. People had to re-signify their consumption practices (BEZERRA et al., 2020; MENG; HUA; BIAN, 2020; SENHORAS, 2020).
The economic sustenance of the financial system, the mental health of people in times of confinement, and the fear for the risk of illness and death, access to essential goods such as food, medicine, transportation, among others, have also impacted people's lives (FIOCRUZ, 2020; GHANI, 2020). Scientific research in the field of medicine exploring the specifics about COVID-19 is in full swing worldwide (CARRER et al., 2020; DA SILVA et al., 2020; MENG et al., 2020). Day in and day out, scientists have been engaged in developing and testing vaccines and drugs to alleviate the high rates of COVID-19 contagion (DA SILVA et al., 2020; FERGUSON et al., 2020; FIOCRUZ, 2020). In addition, the need for actions to contain social mobility such as isolation and quarantine, as well as the speed and urgency of testing drugs and vaccines highlight ethical and human rights implications that deserve critical analysis and caution (FIOCRUZ, 2020; PAHO, 2020;).
The World Health Organization - WHO (2020), regarding the transmissibility of the new virus, suggests as a strategy in most countries, the continuity of social distancing and frequent hand washing. In this sense, the first reaction of countries facing the outbreak of COVID-19 was to close educational institutions, suspend social gatherings, sports activities, events, airports, and even banks in an attempt to control the spread of the virus. In addition, several individuals entered into self-quarantine to do their part in society, so as to possibly mitigate the spread of the virus, especially when associated with comorbidities (WHO, 2020).
However, healthcare entities are extremely relevant to society and cannot stop serving the community, they can hardly close during a pandemic, except when there is an outbreak
within these healthcare entities (ARTESE, 2020; SCHWENDICKE; KROIS; GOMEZ, 2020). Among healthcare professionals are dental surgeons. Although these professionals have a high standard of knowledge and practice in personal protective equipment (PPE) use, dental surgeons, like other healthcare professionals, find themselves in a state of anxiety and fear (ATHER et al., 2020; MENG; HUA; BIAN, 2020). Several dental clinics have modified their services according to the recommended guidelines. These have turned to emergency treatment only, leading to the suspension of elective appointments in the offices for an uncertain period of time (GHANI, 2020; MENG; HUA; BIAN, 2020).
Dental surgeons, as well as the entire population, are every day more apprehensive in face of the new reality, since the spread of COVID-19 has been increasing (FERGUSON et al., 2020). Given this scenario, besides the fear of contracting and transmitting COVID-19, there is the uncertainty about the country's economic future (ARTESE, 2020; SILVAet al2020). Countries like Brazil, which was emerging from an economic crisis in 2020, will have to shoulder a significant recession (BRASIL, 2020). According to Schwendicke, Krois and Gomez (2020) when they conducted a survey in Germany consisting of random sampling of 300 dentists, they concluded that COVID-19 already had a negative economic impact on dental practices in 2020 (SCHWENDICKE; KROIS; GOMEZ, 2020). In turn, in Italy, dental activity was recognized as a service of first necessity by Ministerial Decree No. 19 of March 22, 2020 (ITALY, 2020) determined that during the COVID-19 pandemic, dental practice would be limited to urgent and emergency treatments, while elective treatments would be postponed.
This is a descriptive exploratory study carried out through a survey questionnaire (MALHOTRA, 2006), as a quantitative research, composed of sample data collected through a structured questionnaire. This instrument aims to analyze a sample of the population and is intended to obtain specific information from the interviewees (MALHOTRA, 2006).
The approach to the clinics and offices during the pandemic period is part of a doctoral research in the area of Health, related to Dentistry and approved by the Research Ethics Committee (CEP) of the University where this research is registered (blind review), with opinion number CAAE: 39814720.9.0000.5341. As for data collection regarding the practices of dental clinics, this was done by means of a semi-structured questionnaire, composed of 27 questions, 16 open questions and 11 closed questions, divided into 03 axes: axis 01 -
identification of the clinic; axis 02 - clinic operation; and axis 03 - economic management. Based on the axes mentioned above, the economic impacts on dental clinics were investigated. In view of the above, the research had the participation of 126 partners-owners of dental clinics, who answered the survey instrument. No identification was required from the respondents, and participation was voluntary. The application of the questionnaire took place from January 6th to May 31st, 2021, when the questionnaires were delivered and collected in person.
The sample size calculation was done using the Statulator6 software. As for the factor of interest, having 220 respondents as the population size, the study required a minimum sample size of 140 respondents. In other words, it was inferred that, from 140 respondents, 50% of them had a factor of interest, which represented a 95% confidence factor. However, only 126 questionnaires were counted, as 14 questionnaires were returned blank.
For data analysis the Microsoft Excel spreadsheet package was used, for the purpose of analysis and tabulation of the collected data. In addition, the lapidated data were organized into graphs. The data analysis had the theoretical-methodological contribution in the area of economic sustainability (DE OLIVEIRA et al., 2020; GULLO, 2020; MILLER, 2019; NETO, 2020), economic management (FERRAZ, 2020; SCHWENDICKE; KROIS; GOMEZ, 2020)
pandemic and dentistry (HADDAD et al., 2014). Based on the theoretical reference cited, aspects such as: (a) was there an increase or reduction in spending on material and human resources? (b) was there a need to reduce the workload, was there a reduction in revenue during the pandemic period in 2020? (c) does the clinic have financial planning?; (d) does the clinic have or make financial reserves for periods of crisis? Was there, therefore, development of possible institutional strategies for offering online services, appointments, and orientation?
Given the data analyzed, from the 03 axes proposed in this research, the first aspect highlighted, when performed the analysis of axis 2 of this study was the need for reduction in the workload of employees and the workload of care. Of the 126 respondents, 61.1% answered that they had a reduction in their workload and 38.9% answered that there was no reduction in their workload.
According to research conducted in the area of Dentistry (GHANI, 2020; LUCENA et al., 2020) in other regions, this reduction in attendance at dental clinics occurs because there
6 Available: http://statulator.com/SampleSize/ss1P.html. Access: 10 Dec. 2020.
was/is a strong recommendation that the population respect the guidelines about social isolation. In this horizon, some individuals are concerned about leaving home to seek health services, which also reverberated on the services offered by dental clinics, so that this resulted in a reduction in the number of visits and, consequently, caused a search for care only in extreme cases.
Added to this, there is still the lack of clarity of the population, as to the understanding of what, in fact, would be a situation of urgency or dental emergency. In these cases, the pain factor seemed to be the determining factor for the patient to seek dental care (GHANI, 2020; LUCENA et al., 2020). According to Medeiros (2020), a survey conducted in China showed a 38% decrease in the number of patients seen in dental emergency services during the pandemic period.
The second aspect revealed by data analysis, refers to the reduction in revenue during the pandemic. Regarding the reduction in revenue, 68.3% of the respondents mentioned that there was a reduction; 19% that there was no reduction, and 12.7% answered that they remained economically stable, as in the periods before the pandemic. It is worth noting, based on the statements of Carrer et al. (2020) and Gomes et al. (2021), that the predominance of reduced revenue occurred not only in the regions of Serra, Hortênsias and Litoral of RS. This is because the same fact has been occurring globally. Still, according to Carrer et al. (2020), the public health crisis resulting from COVID-19, has globally presented negative impacts on the dental activity.
According to Lucena et al. (2020), the attendance of cases of inflammation and toothache in Brazil fell about 30%, when compared to the same period in 2019. Regarding the cases of first dental consultation, there was a reduction of about 40%, since patients are avoiding leaving their homes. This reduction was based on data collected through the page of the Unified Health System for Primary Care (e-SUSAB), on the portal of the Ministry of Health, which identifies the low rate of dental consultations during the pandemic of COVID- 19 (BRASIL, 2020).
Due to the characteristics of dental settings, the risk of cross-infection can be high between patients and dentists. For dental offices and hospitals in areas that are (potentially) affected with COVID-19, strict and effective infection control protocols are urgently needed. In this regard, the third aspect identified relates to clinic expenses concerning the materials that were consumed the most by dental clinics in the 2020 pandemic period. The survey showed that dental clinics had an increase of 72.8% in the consumption of materials related to Personal Protective Equipment - PPE during the pandemic period. (PPE) is considered any
means or device intended to be used by a person against possible risks threatening their health or safety during the exercise of a particular activity (MILFONT; OLIVEIRA, 2015). As the epidemic accelerates in Brazil, access to personal protective equipment (PPE) such as masks, gloves... for healthcare professionals is a constant concern.
This, because according to Meng, Hua and Bian (2020), infection control measures are necessary to prevent the coronavirus from spreading further and to help control the epidemic situation, in this case, pandemic. Given this, there is a consensus regarding the guidelines on the provision of dental services during the pandemic of COVID-19, in which it is recommended that dentists reinforce safety measures through personal protective equipment (PPE) and avoid, when possible, performing procedures that involve the production of aerosols and droplets (OLIVEIRA et al., 2020), in order to prevent controlling the spread of the virus.
The fourth aspect refers to the dependence of the clinics on outsourced services, the greatest dependence is on dental prosthesis laboratories with 70.2%, followed by the collection of contaminated waste with 16.9%, and 12.9% of the participants answered that they do not depend on third-party services. The survey highlights the relevance and dependence on thirdparty services for the operation of a dental clinic. The collection of contaminated waste stands out here, given the dimension and intensification promoted by COVID-19, which demanded a readjustment in the actions of these service providers. With the pandemic, this service has become indispensable. It is understood that it is necessary that these professionals make the correct waste disposal, thus contributing to a smaller spread of the virus through infected material. The fifth aspect refers to the financial planning and financial reserves of dental clinics. The survey found that 52.4% of respondents have financial planning or a financial reserve for crisis periods; 47.6% of the participants do not have this resource. Although the clinics have financial planning and reserves, these are not thought of for the long term, according to the data analyzed. That is, financial reserves vary from 1 to 12 months for this percentage, while 45% of the respondents could not answer how long they could maintain themselves with the financial reserves.
According to Dornela et al. (2014) have a healthy financial planning is: save part of
your income, to form a good asset; start saving as soon as possible, to reach old age without depending on anyone; always think about the future, taking into account the medium and long term; have a purpose, make the planning of applications thinking about these ideals. It is essential that in the current economic scenario the liberal professionals, and especially the
odontologists, should be prepared with strategies and tools that assist in the management, especially the financial one (GOMES; MORAES, 2013).
The sixth aspect refers to "where" the greatest cost of dental clinics is concentrated. According to graph 1 (one), the highest cost is concentrated in the acquisition of materials. According to Medeiros (2020) this occurs because most of the materials used in dental clinics are imported from China, which leads to a dependence on the foreign market.
Material Cost
106
Lab Cost
57
Staff Cost
43
Cost of specializations
28
Cost with contaminated… 9
Other
9
0 20 40 60 80 100 120
Source: Prepared by the authors
The seventh aspect refers to online service in dental clinics. The survey indicated that 86.5% of respondents do not see feasibility for online care and did not use this tool during the pandemic period of 2020; 13.5% answered yes that there is the possibility of providing guidance, referrals and evaluations through online care, and made use of this tool in the year 2020. However Carrer et al. (2020) stated that this tool has been shown to be both cost effective and spread access, with advantages related to increased service effectiveness; completeness; and universal access, with significant gains in image quality and accuracy, to reduced waiting time and treatment costs. The use of Digital Information and Communication Technologies (DTIC) provides insight into today's society, shows global interconnectedness, and promotes continuous and permanent access to any and all information (HADDAD et al., 2014; PACHECO et al., 2018). According to Gullo (2020), the world is heading towards an online service, understanding how your business can benefit from this new moment is a matter of survival and applies to all segments of the economy.
The data analyzed showed that there was a reduction in the workload of the staff, the service, and consequently in revenue. This reduction is a reflection of the precautionary measures that were announced during the pandemic period in order to reduce the transmission of COVID-19 in 2020.
Another piece of data analyzed is related to PPE. As the pandemic accelerates in Brazil, access to Personal Protective Equipment (PPE) for health professionals is a constant concern. Punctually at the beginning and during this pandemic period, what we see is the rise in prices of PPE, especially masks and disposable aprons. This equipment has had significant increases associated with the lack of supply in the input market.
In pandemic periods, it is not enough just to manage the clinic, to have control and organization of consumption and purchases of supplies, it is necessary to follow the economic market in Brazil and in the world, with redoubled attention to ensure the supply of supplies, drugs, equipment, and skilled labor.
Currently, there is a large supply of dental services, which leads professional dentists to offer a differentiated service to obtain a competitive advantage. Such differentiation does not depend only on the technical aspects related to good dentistry practice, but also on the management of a dental office, that is, good strategic planning, financial analysis, and personnel management contribute to good financial performance. The impacts of the pandemic of COVID-19 caused asymmetric negative economic impacts, of trans-scale and intertemporal nature, generating effects on the world economy that resonate in distinct degrees of sensitivity and macroeconomic vulnerability of countries and microeconomic of global production and consumption chains (SENHORAS, 2020).
According to the International Monetary Fund (IMF, 2020) the pandemic of COVID- 19 has a very large impact on the international economy and politics. As much as the risk of a global health crisis caused by a virus coming from Asia has existed for many years, the vast majority of countries have shown themselves to be unprepared for its consequences (GULLO, 2020). The research also pointed out that the alternative of online attendance is a tool little explored in the dental clinics approached. Although this tool was widely used during the 2020 pandemic period in other areas.
Thus, dental clinics should turn to economic sustainability, seeking financial viability, return on investment, more efficient allocation and management of resources available in the labor market, seeking continuous improvement in science and technology.
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