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Terapia comunitária integrativa: Expectativas e motivações de estudantes em relação à formação
Temas em Educ. e Saúde,
Araraquara, v. 18, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN 2526-3471
DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v18i00.16206
1
TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA: EXPECTATIVAS E MOTIVAÇÕES
DE ESTUDANTES EM RELAÇÃO À FORMAÇÃO
TERAPIA COMUNITARIA INTEGRATIVA: EXPECTATIVAS Y MOTIVACIONES DEL
ESTUDIANTE CON RESPECTO A LA FORMACIÓN
INTEGRATIVE COMMUNITY THERAPY: STUDENT EXPECTATIONS AND
MOTIVATIONS REGARDING TRAINING
Lauriane Martins SANTANA
1
Sheila Soares de ASSIS
2
Tania Cremonini de ARAUJO-JORGE
3
RESUMO
: Terapia Comunitária Integrativa (TCI) é um recurso que promove escuta
acolhedora e empoderamento pessoal e comunitário. Na formação em TCI, o estudante é
preparado para o exercício da prática. Visamos identificar as expectativas e motivações dos
estudantes em relação à formação em TCI. Foi utilizado para coleta de dados um questionário
composto por questões abertas. As respostas foram analisadas por meio da técnica Análise
Textual Discursiva (ATD). Os resultados reportaram que os estudantes chegam à formação em
TCI buscando uma técnica para intervenção coletiva, visando o aprimoramento profissional nos
campos da saúde e educação, com enfoque na saúde mental de grupos e territórios vulneráveis.
Consideramos que a TCI pode contribuir para o campo da saúde e educação e outros contextos,
pois contempla a conjuntura sócio-histórica, cultural e econômica para a produção do cuidado.
Além disso, a prática fomenta o exercício da cidadania, o empoderamento pessoal e coletivo.
PALAVRAS-CHAVE
: Terapia comunitária integrativa. Formação em saúde. Integralidade em
saúde. Serviços de saúde comunitária. Promoção da saúde.
RESUMEN:
La Terapia Comunitaria Integrativa (TCI) es un recurso que promueve la escucha
acogedora y el empoderamiento personal y comunitario. En la formación en TCI se imparte
preparación para su aplicación y se promueve la atención a los estudiantes. Este resumen es
un extracto de una investigación de tesis que aborda el camino formativo y el ejercicio en las
TCI. A continuación, presentamos las expectativas y motivaciones de los estudiantes en
relación con la formación. Para la recolección de datos se utilizó un cuestionario, analizado
mediante la técnica de Análisis Textual Discursivo. Los resultados reflejan la búsqueda de una
técnica de intervención colectiva, orientada a la superación profesional en los campos de la
salud y la educación, con foco en la salud mental de colectivos y territorios. Creemos que la
1
Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Rio de Janeiro
–
RJ
–
Brasil. Mestranda em Ciências pelo Programa de
Pós-graduação em Ensino em Biociências e Saúde. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8582-6412. E- mail:
laurimartins80@hotmail.com
2
Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Rio de Janeiro
–
RJ
–
Brasil. Pós-doutoranda do Programa de Pós-
graduação em Ensino em Biociências e Saúde. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8459-1642. E-mail:
sheila.assisbiouff@gmail.com
3 Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Rio de Janeiro
–
RJ
–
Brasil. Pesquisadora Titular em Saúde Pública.
Diretora do Instituto Oswaldo Cruz. Doutorado em Ciências (UFRJ). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8233-
5845. E-mail: taniaaraujojorge@gmail.com
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Lauriane Martins SANTANA; Sheila Soares de ASSIS e Tania Cremonini de ARAUJO-JORGE
Temas em Educ. e Saúde,
Araraquara, v. 18, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN 2526-3471
DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v18i00.16206
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TCI puede contribuir al campo de la salud y la educación y otros contextos, ya que contempla
la situación socio-histórica, cultural y económica para la producción de cuidados. Además, la
práctica fomenta el ejercicio de la ciudadanía, el empoderamiento personal y colectivo.
PALABRAS CLAVE:
Terapia comunitaria integrativa. Formación sanitaria. Integralidad en
salud. Servicios comunitarios de salud. Promoción de la salud.
ABSTRACT
: Integrative Community Therapy (ICT) is a resource that promotes welcoming
listening and personal and community empowerment. In ICT, training is provided for its
application and care for students is promoted. This abstract is an excerpt from a research that
addresses the formative path and exercise in ICT. Here, we present students' expectations and
motivations regarding to training. One questionnaire was used for data collection, analyzed
using the Discursive Textual Analysis technique. The results evidenced the search for a
technique for collective intervention, aimed at professional improvement in the fields of health
and education, with a focus on the mental health of groups and territories. We believe that ICT
can contribute to the field of health and education and other contexts, as it contemplates the
socio-historical, cultural and economic situation for the production of care. In addition, the
practice encourages the exercise of citizenship, personal and collective empowerment.
KEYWORDS
:
Integrative community therapy
.
Health training. Comprehensiveness in health.
Community health services. Health education.
Introdução
A Terapia Comunitária Integrativa (TCI) é uma prática inclusa na Política Nacional de
Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil.
Define-se como uma tecnologia de cuidado pessoal e comunitário que proporciona o
acolhimento, a escuta e a criação de vínculos sociais aos participantes, estimulando o
empoderamento pessoal e comunitário (BARRETO, 2010; BRASIL, 2017).
A formação em TCI possui conteúdo programático constituído por cinco pilares teóricos
(pensamento sistêmico, teoria da comunicação, pedagogia de Paulo Freire, antropologia
cultural e resiliência) que são entremeados aos exercícios e vivências terapêuticas
(ABRATECOM, 2019; BARRETO, 2010). As intervisões, que são encontros entre formadores
e estudantes realizados ao longo do curso, visam a troca de experiências e o esclarecimento de
dúvidas para o aprimoramento da técnica. Nesses momentos, as repercussões relacionadas à
dimensão emocional dos estudantes também são trabalhadas (GOMES, 2013). Orientada pelas
perspectivas sociointeracionista e humanista, a formação em TCI enfatiza a interação dos
sujeitos com o meio sociocultural e o desenvolvimento de seu protagonismo no processo de
ensino aprendizagem (SANTANA; ASSIS; ARAUJO-JORGE, 2021).
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Terapia comunitária integrativa: Expectativas e motivações de estudantes em relação à formação
Temas em Educ. e Saúde,
Araraquara, v. 18, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN 2526-3471
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A interação entre os pares converge para a construção de uma rede de significados
intermediados pela linguagem, produzindo novos sentidos no meio social onde encontram-se
inseridos. Assim, a ética do cuidado na TCI envolve a relação entre formadores, estudantes,
terapeutas comunitários e comunidade. Por meio do compartilhamento dos saberes pessoais,
populares, culturais, comunitários e científicos é construída uma rede que promove vínculo,
acolhimento e reconhecimento, propiciando empatia, solidariedade e transformação pessoal e
social (TAVARES; ROCHA; CASTRO, 2018; VYGOTSKY, 2001).
No trabalho em saúde, com o passar dos anos, as tecnologias leves (práticas relacionais
e intersubjetivas) que são capazes de resgatar a dimensão do cuidado em saúde, propiciando o
acolhimento, a escuta e a autonomia dos usuários no autocuidado têm sido pouco contempladas
(AKERMAN; FEUERWERKER, 2009; MERHY
et al.
, 2019; SCHUBERT; GEDRAT, 2016).
Nosso ponto de vista compreende o emprego da TCI enquanto tecnologia leve, visto que
considera a importância da relacionalidade no encontro, na intersubjetividade proveniente das
interações entre formadores e estudantes e terapeutas comunitários e comunidade (BARROS;
CEZAR, 2018; MERHY
et al.,
2019).
É importante ressaltar que o cotidiano do trabalho em saúde é atravessado por outros
aspectos que tensionam o modo de produzir saúde e conformam a forma de agir dos
profissionais de saúde. Apesar dos avanços no debate sobre a formação dos profissionais que
atuam no SUS, fomentado pela Política Nacional de Educação Permanente (PNEP) e Política
Nacional de Educação Popular em Saúde (PNEP), por meio de espaços coletivos para
discussões crítico-reflexivas sobre os saberes e práticas profissionais, ainda são incipientes
abordagens que contemplem a interdisciplinaridade e a interprofissionalidade nos planos de
ensino das formações acadêmicas na área da saúde (BITENCOURT
et al
., 2020; BRASIL,
2007; OLIVEIRA, 2011).
Geralmente, as formações sistematizam no processo de ensino aprendizagem o modelo
hegemônico biomédico, o que pode causar o esfriamento nas problematizações e reflexões
provenientes do cotidiano de trabalho em saúde no SUS; e o enfraquecimento das ações
interprofissionais e interdisciplinares e dos espaços de formação dos trabalhadores do SUS
(BITENCOURT
et al.
, 2020; CARVALHO; CECCIM, 2009).
Além disso, entendemos que o trabalho em saúde, no âmbito das ações de promoção da
saúde nos territórios, perpassa pelas condições de vida e de saúde da população, sendo
imprescindível contextualizá-las à história de vida e trabalho, relações comunitárias, sociedade
e cultura, pois esses fatores influenciam no processo saúde- doença dos sujeitos. A oferta de
práticas coletivas em saúde pode ser uma estratégia importante nesses contextos, pois
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Lauriane Martins SANTANA; Sheila Soares de ASSIS e Tania Cremonini de ARAUJO-JORGE
Temas em Educ. e Saúde,
Araraquara, v. 18, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN 2526-3471
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possibilita a materialidade dos princípios de participação social, empoderamento comunitário e
intersetorialidade preconizados pela Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS)
(BRASIL, 2018; PETTRES; DA ROS, 2018).
O presente estudo é o recorte de uma pesquisa de mestrado que propõe uma análise
sobre o percurso formativo e o exercício profissional em TCI. Estudos relacionados a essas
temáticas são raros. Portanto, em outro manuscrito no qual apresentamos um panorama sobre a
produção científica em TCI, enfatizamos a necessidade de aprofundamento das pesquisas no
âmbito da formação, em função da expansão da prática no campo da PNPIC.
A formação em TCI consiste na carga horária de 240 horas/aula, sendo 50 horas/aula de
módulos teóricos, 50 horas/aula de vivências terapêuticas, 80 horas/aula de encontros de
intervisão e 60 horas de estágio prático, referente à execução de 30 rodas de TCI. Os polos de
formação em TCI credenciados pela ABRATECOM (Associação Brasileira de Terapia
Comunitária) ofertam a capacitação e a prática é exclusiva aos terapeutas formados (GOMES,
2013; ABRATECOM, 2019). O objetivo do estudo é identificar as expectativas e motivações
de estudantes em relação ao percurso formativo em TCI.
O cuidado em saúde no âmbito da formação em TCI: perspectivas a partir de Freire e
Habermas
As contribuições dos estudos de Freire e Habermas para o campo das ciências sociais,
humanas e da saúde refletem sobre a importância do diálogo nas relações humanas.
Intermediado pela linguagem, constitui-se como a base dos processos de autonomia,
emancipação cidadã e engajamento social na vida dos sujeitos e comunidades (FREIRE, 2006;
HABERMAS, 1989; VYGOTSKY, 2001).
A TCI, caracterizada como uma tecnologia leve na produção do cuidado em saúde,
efetua-se como recurso dialógico e comunicativo. A prática enfoca e prioriza o diálogo nas
interações humanas, estabelecendo a reciprocidade e respeito mútuo entre os sujeitos
participantes da interação. Ademais, busca o consenso, pactuações e acordos para que prevaleça
o entendimento mútuo (FREIRE, 2006; HABERMAS, 2012; MERHY
et al.
, 2019)
Configura-se no âmbito da TCI, desde o percurso formativo até o exercício profissional,
que a produção do cuidado em saúde deve ser norteada pela ideia de intersubjetividade, pois
constrói-se a partir do encontro dialógico entre formadores, estudantes, terapeutas comunitários
e grupos/comunidades. Através da linguagem, as experiências compartilhadas tomam sentido e
surgem movimentos de cooperação entre os atores envolvidos (FLENIK, 2018).
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Terapia comunitária integrativa: Expectativas e motivações de estudantes em relação à formação
Temas em Educ. e Saúde,
Araraquara, v. 18, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN 2526-3471
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Além disso, as perspectivas dialógicas e comunicativas expressas por Freire e Habermas
articulam-se à noção de cuidado entendida como experiência relacional e intersubjetiva, na qual
os profissionais devem incorporar os saberes provenientes das experiências dos usuários, o que
pressupõe um constante movimento de reformulação das práticas de cuidado, já que são
produzidas junto ao outro, e com base nas problematizações e reflexões implicadas no cotidiano
do trabalho em saúde (BARROS; CEZAR, 2018). Portanto, a associação entre os dois
referenciais teóricos aqui destacados auxilia na compreensão do cenário referente à formação
em TCI, sobretudo em relação à (re)construção e apropriação da prática como uma tecnologia
do SUS.
Metodologia
O estudo obteve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto Oswaldo Cruz
(CEP/IOC-Fiocruz), sob o registro CAAE n° 30803220.9.0000.5248 em setembro de 2020.
A
pesquisa foi adaptada para a modalidade remota devido à ausência de contato presencial e do
protocolo de isolamento social recomendados pelas autoridades oficiais em razão da pandemia
do coronavírus. O recrutamento dos sujeitos foi realizado por meio de contato telefônico com
duas formadoras do curso de formação em TCI, ministrado pela instituição Movimento
Integrado de Saúde Comunitária do Rio de Janeiro (MISC-RJ), do qual disponibilizaram os e-
mails dos estudantes, mediante a autorização prévia. Os sujeitos participantes estavam inscritos
na formação com início previsto para o ano de 2020. Contudo, devido ao agravamento da
pandemia o início da formação foi adiado para maio de 2021.
Foi utilizado um questionário, recurso composto por um conjunto de perguntas que
geram informações que subsidiam as respostas aos objetivos de um projeto (MELO; BIANCHI,
2015). O instrumento foi elaborado através da ferramenta
Google Forms
e apresentou inovação
e vantagens à pesquisa, por sua capacidade de alcance aos sujeitos respondentes, versatilidade,
economia nos gastos e organização na compilação dos dados (ANDRES
et al
., 2020).
O convite aos participantes da pesquisa aconteceu entre os meses de dezembro de 2020
a fevereiro de 2021, através de e-mail com uma breve introdução sobre a pesquisa e o link para
acesso ao formulário. Na página inicial do formulário constava o Termo de Consentimento Live
e Esclarecido (TCLE) para o aceite ou recusa na participação da pesquisa e o questionário
divido em perguntas abertas e fechadas sobre os dados pessoais, trajetória profissional e
expectativas e motivações em relação à formação em TCI. Apresentamos a seguir, o quadro 1,
que caracteriza o perfil dos estudantes:
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Lauriane Martins SANTANA; Sheila Soares de ASSIS e Tania Cremonini de ARAUJO-JORGE
Temas em Educ. e Saúde,
Araraquara, v. 18, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN 2526-3471
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Quadro 1
–
Perfil dos estudantes participantes da pesquisa
Fonte: Elaborado pelas autoras
Na segunda parte, empregamos a Análise Textual Discursiva (ATD), que é uma técnica
que transita pela análise do discurso e análise do conteúdo, permitindo um maior
aprofundamento das informações e novas interpretações aos dados investigados (MORAES;
GALIAZZI, 2016). Por meio da leitura atenta e criteriosa do formulário, reunimos as
informações e, posteriormente, agrupamo-las em três categorias de análise com ênfase nas
expectativas e motivações dos estudantes em relação ao curso. Apresentamos no quadro 2 os
temas abordados nas categorias no qual se baseiam os resultados:
Quadro 2
–
Temas abordados na amostra investigada
ID
Categoria
Aspectos Abordados
A
Intervenção coletiva
Abrange reflexões sobre a produção do cuidado no âmbito do SUS,
aspectos relativos à produção do cuidado à nível coletivo e
correlações com a TCI.
B
Contextos de atuação
profissional
Aborda sobre os aspectos referentes ao contexto de trabalho e os
seus desdobramentos para a atuação profissional.
C
Sentidos do cuidar em
saúde
Relaciona as concepções sobre o cuidado em saúde e a TCI.
Fonte: Elaborado pelas autoras
Resultados e discussão
Intervenção Coletiva
As expectativas em relação à formação em TCI repercutiram sobre seu enfoque coletivo
e intervenção grupal. O interesse despertado nos estudantes voltou-se à eficiência da técnica
para aplicação em nível local (grupos de funcionários, usuários, estudantes) e territorial
(comunidades). As possibilidades de intervenção grupal foram associadas principalmente ao
cuidado do sofrimento mental no campo da saúde e educação. Foram destacados no âmbito da
saúde o cuidado aos usuários da atenção primária em saúde, com quadros de depressão e
Estudante
Idade
Gênero
Formação Acadêmica
Tempo de experiência profissional
E1
22
Feminino
Psicologia
Graduanda há 04 anos
E2
62
Feminino
(não informado)
18 anos como funcionária pública
municipal
E3
32
Feminino
Psicologia
12 anos
E4
37
Masculino
Psicologia
Recém-formado
E5
48
Feminino
Psicologia
Não atua na profissão
E6
58
Feminino
Medicina
35 anos (medicina) 25 (docência)
E7
41
Feminino
Fisioterapia
17 anos
E8
51
Feminino
Enfermagem
30 anos
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Terapia comunitária integrativa: Expectativas e motivações de estudantes em relação à formação
Temas em Educ. e Saúde,
Araraquara, v. 18, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN 2526-3471
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ansiedade e, na educação, aos estudantes e docentes de cursos de graduação, pós-graduação e
comunidade.
No âmbito do ensino, a TCI foi apontada como possibilidade de modalidade de
intervenção na formação dos discentes do curso de graduação em medicina e fisioterapia,
tornando-se uma ferramenta de ensino aprendizagem nos territórios, transversalizada aos eixos
formação, internato/estágio, comunidade e saúde mental. Além disso, a prática foi vista como
oportunidade de aprimoramento para atuação em grupos com demandas em saúde mental.
pode agregar tanto no
cuidado aos usuários e usuárias dos serviços
em que
atuamos (clínicas da família e outros), bem como na
formação dos alunos
de
medicina e de outras categorias da saúde que poderão também participar das
rodas oferecidas nas unidades de saúde (E6, grifo nosso).
[...] poderei
facilitar rodas em projetos de extensão
com a comunidade
interna e externa ao I. e na clínica da família onde supervisiono o
estágio
de fisioterapia
(E7, grifo nosso).
As demandas para
cuidado na área de saúde mental nos grupos
com os
quais trabalho me fizeram buscar
uma formação capaz de me oferecer mais
ferramentas de cuidado
e a TCI me pareceu uma boa opção (E8, grifo
nosso).
Cabe destacar que a assistência à saúde da população nos territórios é atravessada pelas
condições de vida e saúde dos sujeitos que são determinadas pelas relações de produção e de
trabalho e repercutem no processo saúde-doença. Tal processo é multifatorial e configura-se a
partir do contexto sócio-histórico de uma determinada sociedade, num momento específico
(PETTRES; DA ROS, 2018).
Entretanto, a formação do profissional de saúde centra-se em um processo de ensino
aprendizagem pragmático, conteudista e fragmentado em áreas do conhecimento. O docente
enfoca um protocolo prescritivo ao supervisionar os discentes, pouco enfatiza a importância da
partilha de saberes e da produção do conhecimento gerada pela experiência vivida, na apreensão
da realidade por eles captada (CARVALHO; CECCIM, 2009). Aliás, as práticas
interprofissionais e a educação permanente no âmbito do SUS, ainda são pouco abordadas nos
planos de ensino das formações dos profissionais de saúde (BITENCOURT
et al.
, 2020).
O modelo hegemônico biomédico centraliza o cuidado no especialista, fragmentando os
corpos e delegando cada parte a um profissional que empreende uma assistência protocolar e
prescritiva, respondendo mecanicamente sob o jugo de seu saber estruturado. Ocorre que esse
processo tende ao automatismo, quando o profissional não reflete criticamente sobre a própria
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Lauriane Martins SANTANA; Sheila Soares de ASSIS e Tania Cremonini de ARAUJO-JORGE
Temas em Educ. e Saúde,
Araraquara, v. 18, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN 2526-3471
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ação, comprometendo a qualidade do cuidado ofertado (BITENCOURT
et al.
, 2020;
CARVALHO; CECCIM, 2009).
Nesse sentido, a formação em TCI se contrapõe a esse modelo, pois adota uma
perspectiva holística, interdisciplinar e transcultural sobre o cuidado, propondo um olhar
ampliado sobre o processo saúde doença ao refletir sobre a indissociabilidade entre os sujeitos
e o meio interacional, uma vez que essa interrelação repercute significativamente no
adoecimento (BARRETO, 2017). A prática reporta às dinâmicas familiares, às relações sociais,
ao contexto comunitário e às dimensões culturais, políticas e econômicas trazendo uma leitura
crítico-reflexiva sobre como esses aspectos interatuam e repercutem na promoção do cuidado
em saúde (BARRETO, 2017; FREIRE, 2006; VYGOTSKY, 2001).
Historicamente, a formação do profissional de saúde consolidou-se no modelo de
atendimento individual e hospitalocêntrico, que compreende a
“saúde” como a ausência de
doença (CARVALHO; CECCIM, 2009), descontextualizando as dinâmicas familiares e
comunitárias do contexto sociocultural, econômico e político no qual o sujeito está inserido.
Nesse sentido, concebemos as perspectivas da educação permanente e da clínica ampliada como
bem apropriadas para nossa discussão, uma vez que consideram o cuidado uma construção
coletiva que passa pela elaboração e reformulações das práticas cuidadoras (BARROS;
CEZAR, 2018).
Tais perspectivas enfocam o trabalho interprofissional, interdisciplinar e intersetorial
para a promoção e prevenção da saúde dos sujeitos e coletividade. Estimulam a autonomia, a
participação e a corresponsabilidade dos usuários e comunidade na implementação das ações
de saúde. Entre profissionais, essas perspectivas também fomentam a criação de espaços de
diálogo para a troca de conhecimento e desenvolvimento de estratégias locais mais efetivas
(AZANKI
et al.
, 2020; FREIRE, 1967).
Tendo em vista as implicações intrínsecas ao mundo do trabalho no SUS, ressaltamos
que os aspectos abordados pela Educação Permanente em Saúde (EPS) e a clínica ampliada
contribuem para nossas reflexões sobre intervenções no âmbito coletivo, pois estimulam as
ações crítico-reflexivas que culminam na reinvenção do cuidado, em um novo olhar sobre o
processo de trabalho e novas formas de organização e gestão do cuidado (BARROS; CESAR,
2018; FREIRE, 2006).
Assim, a TCI consiste em uma prática que condensa tais quesitos, desde o percurso
formativo, com a abordagem da reciprocidade e troca de saberes entre formadores e estudantes,
focando no diálogo para a elaboração das atividades e exercícios trabalhados no curso, até a
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Terapia comunitária integrativa: Expectativas e motivações de estudantes em relação à formação
Temas em Educ. e Saúde,
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consecução das rodas de TCI, onde os estudantes partilharão saberes, estimulando a troca de
experiências e de recursos de empoderamento na comunidade que atuam (FREIRE, 1987).
Para a TCI, a aprendizagem coletiva despertada nos encontros torna-se o ponto central,
visto que o saber do especialista nesse momento precisa estar
em “suspensão” para que emerja
entre os participantes o reconhecimento dos recursos internos disponíveis ao enfrentamento e
superação de adversidades do cotidiano (BARRETO, 2010; BARROS; CESAR, 2018).
De certo modo, compreendemos que a TCI pode operar inicialmente um deslocamento
na posição do estudante, até então voltado às demandas individuais e subjetivamente centrado
em questões de cunho pessoal, para um novo posicionamento, que ousa coletivizar as
experiências de vida e estimular processos emancipatórios. A partir do reconhecimento de si
mesmo, ressonado pela história do outro, instaura-se o paradigma da intersubjetividade da
interação humana (FLENIK, 2018). Essa lógica configura-se como estratégia importante para
incutir movimentos de engajamento social em contextos comunitários.
Contextos de atuação profissional
A atuação profissional dos estudantes de TCI concentra-se na área da saúde, obtendo
destaque a formação acadêmica em psicologia. As outras profissões foram a medicina, a
fisioterapia e a enfermagem. Notamos que a busca pela aplicação de técnica direcionada a
grupos foi uma tendência dos estudantes conforme o material analisado. Inferimos que esse
dado pode estar relacionado à necessidade do desenvolvimento de novas competências e
habilidades para o trabalho em campo, uma vez que a visão cartesiana que dicotomiza mente e
corpo ainda influencia o campo das ciências sociais e humanas e da saúde. Assim, o
aprendizado de abordagens de cuidado não apresentadas no meio acadêmico pode colaborar
para a produção de novos saberes adquiridos com a experiência em novas atividades (MATA;
OLIVEIRA; BARROS, 2017).
Dentre os oito estudantes respondentes, seis exercem suas atividades profissionais e dois
declararam estar afastadas da profissão, apesar de exercerem atividade laborativa de cunho
comunitário. Em relação à inserção profissional, os participantes E6, E7, E8 possuem trajetórias
profissionais na docência em cursos de graduação em instituições de ensino superior (medicina,
fisioterapia e enfermagem). Informaram sobre as experiências em consultório particular e, na
assistência e gerência de serviços da atenção básica. Os participantes com formação em
psicologia atuam na área organizacional, em recursos humanos (E4); na gestão de projetos
socioambientais em organização não governamental (E3); na formação de agentes em
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Lauriane Martins SANTANA; Sheila Soares de ASSIS e Tania Cremonini de ARAUJO-JORGE
Temas em Educ. e Saúde,
Araraquara, v. 18, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN 2526-3471
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comunidades para apoio às ações de órgão governamental (E5) e; como estudante do curso de
graduação em psicologia (E1). O participante E2 atua no funcionalismo público municipal e
não informou sua formação acadêmica.
Agregar a TCI à atividade laboral foi uma motivação abordada pelos sujeitos como um
recurso para o desenvolvimento de novas habilidades e competências, devido à ausência da
abordagem de técnicas grupais no plano de ensino da graduação, ou pela necessidade de uma
modalidade de acompanhamento aos usuários com sofrimento mental ocasionado por situações
vulneráveis nos territórios; complementarmente, foram citados a estratégia de empoderamento
comunitário e o espaço de escuta em ambientes organizacionais.
porque uma das coisas que mais
sinto falta na minha formação superior é
de técnicas e maneiras para trabalhar com grupos
[...]. A TCI me
proporcionaria técnicas para trabalhar com grupos e, assim, mais pessoas
teriam atendimento (E1, grifo nosso).
senti falta de uma ferramenta que propiciasse um
acompanhamento
sobretudo das pessoas que vinham com vários graus de sofrimento
,
causados pelas dificuldades da vida
, das relações, do contexto
socioeconômico cultural e de muita violência em que estamos mergulhadas
(E6, grifo nosso).
queria aprender uma ferramenta para trabalhar saúde mental que fosse
aplicável a contextos rurais, atendendo a especificidades tais como pouca
prática na elaboração das emoções e
fortalecendo a coletividade
(E3, grifo
nosso).
Muitas pessoas estão em sofrimento em seus ambientes de trabalho, então
gostaria de ajudar
criando espaços de escuta
(E4, grifo nosso).
Refletindo sobre a atuação dos futuros terapeutas comunitários, remetemos à visão
ampliada sobre o processo saúde-doença, no que se refere à condição sócio-histórica, cultural
e econômica dos sujeitos e das comunidades inseridos em uma realidade social. O
entrelaçamento de tais questões apresenta-se como aspecto condicionante da situação de
adoecimento (ALMEIDA-FILHO, 2010). A produção do cuidado em saúde reformula-se a
partir desse contexto, sendo necessário ações comunicativas em saúde que promovam a
coparticipação comunitária na implementação das estratégias e ações em saúde (HABERMAS,
2012; MERHY
et al.
, 2019).
Pela primazia do diálogo, entendemos que podem emergir nesse processo a
conscientização, conceito discutido por Freire (2006), por meio do processo de ação-reflexão-
ação que reflete na transformação da realidade social vivida, pois estimula cada vez mais a
reflexão crítica sobre si e o mundo. O reposicionamento dos sujeitos, sejam terapeutas
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Temas em Educ. e Saúde,
Araraquara, v. 18, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN 2526-3471
DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v18i00.16206
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comunitários ou usuários do SUS, toma espaço e permite uma nova compreensão sobre sua
condição existencial.
Do mesmo modo, Habermas propõe que as ações comunicativas sejam fomentadas na
instância mundo da vida para que a reflexão crítica acerca do mundo sistêmico proporcione
processos emancipatórios e democráticos. O espaço de ações comunicativas designado como
esfera pública promove debates entre os atores sociais e a esfera governamental, a fim de mediar
os interesses para que prevaleça o melhor argumento, ou seja, a vontade coletiva (CARDOZO
et al.
, 2019; PERLATTO, 2012).
Em nosso debate, a TCI representa a possibilidade de transformação pessoal e social
podendo desvelar as questões apontadas, gerando possibilidades de enunciação e afirmação da
vida por meio de uma comunicação dialógica que promova a conscientização e encorajamento
das massas no que tange aos desafios encontrados na busca pela compreensão da condição de
existência no mundo.
Sentidos do cuidar
Os participantes registraram suas percepções em relação à TCI: prática que possibilita
o exercício da escuta e da fala através do compartilhamento de experiências e recursos; a
formação de vínculos comunitários; mobilização do potencial dos sujeitos, famílias e
comunidades; o fortalecimento pessoal e comunitário; a promoção da resiliência. A formação
foi vista como possibilidade de resposta às demandas referentes ao cuidado de questões
emocionais e de saúde mental.
O cuidado em saúde consiste na diversidade de saberes e práticas que orientam os
profissionais na assistência às necessidades de saúde de sujeitos e coletividade de acordo com
as suas singularidades, num determinado contexto (AKERMAN; ROCHA, 2018). Como
dimensão que envolve as relações humanas, baseia-se no diálogo por meio da comunicação
consensual para a produção do cuidado, tendo como propósito a formação de vínculos para o
compromisso e coparticipação de usuários e profissionais na produção do cuidado (OLIVEIRA,
2011).
Reportamo-nos à clínica da atenção psicossocial e saúde mental, que se norteia pelo
cuidado mediado por tecnologias leves, pelo encontro entre profissionais e usuários demarcado
pela relacionalidade e pelo ineditismo. Como as práticas de cuidado não estão dadas
à priori
,
elas se constroem dialogicamente em meio a negociações, pactuações, coparticipação e
compromisso (AMARANTE, 2007; MERHY
et al.
, 2019). O grande desafio é a promoção da
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Lauriane Martins SANTANA; Sheila Soares de ASSIS e Tania Cremonini de ARAUJO-JORGE
Temas em Educ. e Saúde,
Araraquara, v. 18, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN 2526-3471
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autonomia e a participação no autocuidado para que se tornem protagonistas de suas histórias.
A educação popular transversalizada às ações dos profissionais de saúde fomenta a participação
dos sujeitos no plano do cuidado e na elaboração e implementação de projetos coletivos para a
promoção e melhoria das condições de saúde da população (BARROS; CEZAR, 2018;
OLIVEIRA, 2011).
Assim acontece na formação em TCI, que engloba as perspectivas sociointeracionista e
humanista no processo de ensino aprendizagem (FREIRE, 2006; SANTANA; ASSIS;
ARAUJO-JORGE, 2021; VYGOTSKY, 2001), e contribui de forma significativa para a
qualificação do cuidado no âmbito da prática e no cotidiano de trabalho dos profissionais de
saúde. O entrecruzamento dos conhecimentos adquiridos pelo exercício profissional, das
histórias e experiências de vida e das vivências adquiridas no percurso formativo, agrega valor
ao campo dos saberes e práticas da atenção à saúde, pois refletem a materialidade da dimensão
do cuidado em saúde no âmbito do SUS.
Considerações finais
Acreditamos que a TCI possa contribuir para o exercício dos profissionais de saúde,
pois apresenta elementos essenciais ao debate no campo da promoção da saúde nos territórios.
A possibilidade de fala e escuta do outro propicia o exercício de cidadania, posiciona o sujeito
como enunciador da própria vida e do mundo. O fomento de ações coletivas que produzam esse
efeito é cada vez mais desafiador, frente aos constantes ataques à democracia, aos movimentos
sociais e a toda ordem de tentativas de reunir esforços em prol de uma coletividade.
Entretanto, consideramos fundamental a ideia de integrar, agregar e difundir o
conhecimento proveniente das camadas populares, dos movimentos sociais, das iniciativas de
cunho comunitário, tão presentes nos territórios, que nos ensinam a seu modo outros
“
saberes
”
e
“fazeres” em saúde. Então
, uma nova forma de relação se estabelece, fortalecida e
potencialmente geradora de saúde.
Em última análise, ressaltamos que esse pensamento pode contribuir para uma maior
aproximação entre academia e sociedade no vislumbre à construção de um novo paradigma do
cuidado em saúde nos processos formativos e no exercício das atividades laborativas.
Ressaltamos a necessidade do fortalecimento das ações voltadas à formação em TCI e que estas
estejam alinhadas com as expectativas e demandas dos profissionais que buscam se aperfeiçoar
na prática.
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Terapia comunitária integrativa: Expectativas e motivações de estudantes em relação à formação
Temas em Educ. e Saúde,
Araraquara, v. 18, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN 2526-3471
DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v18i00.16206
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AGRADECIMENTOS
: Ao Instituto Oswaldo Cruz; Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior (CAPES); Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq) e ao Programa de Pós-graduação em Ensino em Biociências e Saúde.
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Como referenciar este artigo
SANTANA, L. M.; ASSIS, S. S.; ARAUJO-JORGE, T. C. Terapia comunitária integrativa:
Expectativas e motivações de estudantes em relação à formação.
Temas em Educ. e Saúde
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Araraquara, v. 18, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN: 2526-3471. DOI:
https://doi.org/10.26673/tes.v18i00.16206
Submetido em
: 09/05/2022
Revisões requeridas em
: 11/07/2022
Aprovado em
: 28/09/2022
Publicado em
: 30/11/2022
Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução.
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Integrative community therapy: Student expectations and motivations regarding training
Temas em Educ. e Saúde,
Araraquara, v. 18, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN 2526-3471
DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v18i00.16206
1
INTEGRATIVE COMMUNITY THERAPY: STUDENT EXPECTATIONS AND
MOTIVATIONS REGARDING TRAINING
TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA: EXPECTATIVAS E MOTIVAÇÕES DE
ESTUDANTES EM RELAÇÃO À FORMAÇÃO
TERAPIA COMUNITARIA INTEGRATIVA: EXPECTATIVAS Y MOTIVACIONES DEL
ESTUDIANTE CON RESPECTO A LA FORMACIÓN
Lauriane Martins SANTANA
1
Sheila Soares de ASSIS
2
Tania Cremonini de ARAUJO-JORGE
3
ABSTRACT
: Integrative Community Therapy (ICT) is a resource that promotes welcoming
listening and personal and community empowerment. In ICT, training is provided for its
application and care for students is promoted. This abstract is an excerpt from a research that
addresses the formative path and exercise in ICT. Here, we present students' expectations and
motivations regarding to training. One questionnaire was used for data collection, analyzed
using the Discursive Textual Analysis technique. The results evidenced the search for a
technique for collective intervention, aimed at professional improvement in the fields of health
and education, with a focus on the mental health of groups and territories. We believe that ICT
can contribute to the field of health and education and other contexts, as it contemplates the
socio-historical, cultural and economic situation for the production of care. In addition, the
practice encourages the exercise of citizenship, personal and collective empowerment.
KEYWORDS
: Integrative community therapy. Health training. Comprehensiveness in health.
Community health services. Health education.
RESUMO
: Terapia Comunitária Integrativa (TCI) é um recurso que promove escuta
acolhedora e empoderamento pessoal e comunitário. Na formação em TCI, o estudante é
preparado para o exercício da prática. Visamos identificar as expectativas e motivações dos
estudantes em relação à formação em TCI. Foi utilizado para coleta de dados um questionário
composto por questões abertas. As respostas foram analisadas por meio da técnica Análise
Textual Discursiva (ATD). Os resultados reportaram que os estudantes chegam à formação em
TCI buscando uma técnica para intervenção coletiva, visando o aprimoramento profissional
nos campos da saúde e educação, com enfoque na saúde mental de grupos e territórios
vulneráveis. Consideramos que a TCI pode contribuir para o campo da saúde e educação e
1
Oswaldo Cruz Foundation (FIOCRUZ), Rio de Janeiro
–
RJ
–
Brazil. Master's degree in Science from the
Graduate Program in Teaching in Biosciences and Health. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8582-6412. E-
mail: laurimartins80@hotmail.com
2
Oswaldo Cruz Foundation (FIOCRUZ), Rio de Janeiro
–
RJ
–
Brazil. Post-doctoral student of the Graduate
Program in Teaching in Biosciences and Health. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8459-1642. E-mail:
sheila.assisbiouff@gmail.com
3 Oswaldo Cruz Foundation (FIOCRUZ), Rio de Janeiro
–
RJ
–
Brazil. Full Researcher in Public Health. Director
of the Oswaldo Cruz Institute. PhD in Science (UFRJ). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8233-5845. E-mail:
taniaaraujojorge@gmail.com
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Lauriane Martins SANTANA; Sheila Soares de ASSIS and Tania Cremonini de ARAUJO-JORGE
Temas em Educ. e Saúde,
Araraquara, v. 18, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN 2526-3471
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2
outros contextos, pois contempla a conjuntura sócio-histórica, cultural e econômica para a
produção do cuidado. Além disso, a prática fomenta o exercício da cidadania, o
empoderamento pessoal e coletivo.
PALAVRAS-CHAVE
: Terapia comunitária integrativa. Formação em saúde. Integralidade
em saúde. Serviços de saúde comunitária. Promoção da saúde.
RESUMEN:
La Terapia Comunitaria Integrativa (TCI) es un recurso que promueve la escucha
acogedora y el empoderamiento personal y comunitario. En la formación en TCI se imparte
preparación para su aplicación y se promueve la atención a los estudiantes. Este resumen es
un extracto de una investigación de tesis que aborda el camino formativo y el ejercicio en las
TCI. A continuación, presentamos las expectativas y motivaciones de los estudiantes en
relación con la formación. Para la recolección de datos se utilizó un cuestionario, analizado
mediante la técnica de Análisis Textual Discursivo. Los resultados reflejan la búsqueda de una
técnica de intervención colectiva, orientada a la superación profesional en los campos de la
salud y la educación, con foco en la salud mental de colectivos y territorios. Creemos que la
TCI puede contribuir al campo de la salud y la educación y otros contextos, ya que contempla
la situación socio-histórica, cultural y económica para la producción de cuidados. Además, la
práctica fomenta el ejercicio de la ciudadanía, el empoderamiento personal y colectivo.
PALABRAS CLAVE:
Terapia comunitaria integrativa. Formación sanitaria. Integralidad en
salud. Servicios comunitarios de salud. Promoción de la salud.
Introduction
Integrative Community Therapy (ICT) is a practice included in the National Policy of
Integrative and Complementary Practices (PNPIC) of the Unified Health System (SUS) in
Brazil. It is defined as a technology of personal and community care that provides the reception,
listening and creation of social bonds to the participants, stimulating personal and community
empowerment (BARRETO, 2010; BRAZIL, 2017).
The training in ICT has programmatic content consisting of five theoretical pillars
(systemic thinking, communication theory, pedagogy of Paulo Freire, cultural anthropology
and resilience) that are interspersed with exercises and therapeutic experiences
(ABRATECOM, 2019; BARRETO, 2010). The interactions, which are meetings between
trainers and students held throughout the course, aim at exchanging experiences and clarifying
doubts for the improvement of the technique. At these moments, the repercussions related to
the emotional dimension of the students are also worked on (GOMES, 2013). Guided by the
socio-interactionist and humanist perspectives, the training in ICT emphasizes the interaction
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Integrative community therapy: Student expectations and motivations regarding training
Temas em Educ. e Saúde,
Araraquara, v. 18, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN 2526-3471
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3
of the subjects with the sociocultural environment and the development of their protagonism in
the learning teaching process (SANTANA; ASSIS; ARAUJO-JORGE, 2021).
The interaction between the pairs converges to the construction of a network of
meanings mediated by language, producing new meanings in the social environment where they
are inserted. Thus, the ethics of care in ICT involves the relationship between trainers, students,
community therapists and community. Through the sharing of personal, popular, cultural,
community and scientific knowledge, a network is built that promotes bonding, welcoming and
recognition, providing empathy, solidarity and personal and social transformation (TAVARES;
ROCHA; CASTRO, 2018; VYGOTSKY, 2001).
In health work, over the years, light technologies (relational and intersubjective
practices) that are able to rescue the dimension of health care, providing the reception, listening
and autonomy of users in self-care have been little contemplated (AKERMAN;
FEUERWERKER, 2009; MERHY
et al.
, 2019; SCHUBERT; GEDRAT, 2016). Our point of
view comprises the use of ICT as a light technology, since it considers the importance of
relationality in the encounter, in the intersubjectivity arising from the interactions between
trainers and students and community and community therapists (BARROS; CEZAR, 2018;
MERHY
et al.,
2019).
It is important to highlight that the daily work in health is crossed by other aspects that
strain the way of producing health and form the way health professionals act. Despite the
advances in the debate on the training of professionals working in the SUS, fostered by the
National Permanent Education Policy (PNEP) and the National Policy of Popular Education in
Health (PNEP), through collective spaces for critical-reflexive discussions about professional
knowledge and practices, there are still incipient approaches that contemplate interdisciplinarity
and interprofessionality in the teaching plans of academic training in the health area
(BITENCOURT
et al
., 2020; BRAZIL, 2007; OLIVEIRA, 2011).
Generally, the formations systematize in the learning teaching process the hegemonic
biomedical model, which can cause the cooling in the problematizations and reflections derived
from the daily work in health in the SUS; and the weakening of interprofessional and
interdisciplinary actions and training spaces for SUS workers (BITENCOURT
et al.
, 2020;
CARVALHO; CECCIM, 2009).
In addition, we understand that health work, within the scope of health promotion
actions in the territories, permeates the living and health conditions of the population, being
essential to contextualize them to the history of life and work, community relations, society and
culture, because these factors influence the health-disease process of the subjects. The provision
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of collective practices in health can be an important strategy in these contexts, as it enables the
materiality of the principles of social participation, community empowerment and
intersectionality recommended by the National Health Promotion Policy (PNPS) (BRASIL,
2018; PETTRES; DA ROS, 2018).
The present study is the clipping of a master's research that proposes an analysis of the
formative course and professional practice in ICT. Studies related to these themes are rare.
Therefore, in another manuscript in which we present an overview of scientific production in
ICT, we emphasize the need to deepen research in the field of training, due to the expansion of
practice in the field of PNPIC.
The training in ICT consists of the workload of 240 hours/class, being 50 hours/class of
theoretical modules, 50 hours/ class of therapeutic experiences, 80 hours/ class of meetings and
60 hours of practical internship, referring to the execution of 30 wheels of ICT. The ICT training
centers accredited by ABRATECOM (Brazilian Association of Community Therapy) offer
training and practice is exclusive to trained therapists (GOMES, 2013; ABRATECOM, 2019).
The aim of the study is to identify the expectations and motivations of students in relation to
the educational course in ICT.
Health care in the context of training in ICTs: perspectives from Freire and Habermas
The contributions of Freire and Habermas' studies to the field of social sciences,
humanities and health reflect on the importance of dialogue in human relations. Mediated by
language, it is the basis of the processes of autonomy, citizen emancipation and social
engagement in the lives of subjects and communities (FREIRE, 2006; HABERMAS, 1989;
VYGOTSKY, 2001).
The ICT, characterized as a light technology in the production of health care, is carried
out as a dialogical and communicative resource. The practice focuses on and prioritizes
dialogue in human interactions, establishing reciprocity and mutual respect among the subjects
participating in the interaction. Moreover, it seeks consensus, agreements and agreements to
prevail mutual understanding (FREIRE, 2006; HABERMAS, 2012; MERHY
et al.
, 2019)
It is configured in the scope of the ICT, from the formative path to professional practice,
that the production of health care should be based on the idea of intersubjectivity, as it is
constructed from the dialogical encounter between trainers, students, community therapists and
groups/communities. Through language, shared experiences make sense and cooperation
movements emerge between the actors involved (FLENIK, 2018).
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Integrative community therapy: Student expectations and motivations regarding training
Temas em Educ. e Saúde,
Araraquara, v. 18, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN 2526-3471
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Moreover, the dialogical and communicative perspectives expressed by Freire and
Habermas are articulated with the notion of care understood as a relational and intersubjective
experience, in which professionals must incorporate the knowledge derived from the
experiences of users, which presupposes a constant movement of reformulation of care
practices, since they are produced with the other, and based on the problematizations and
reflections involved in the daily work in health (BARROS; CEZAR, 2018). Therefore, the
association between the two theoretical references highlighted here helps in understanding the
scenario related to the formation in ICT, especially in relation to the (re)construction and
appropriation of practice as a sus technology.
Methodology
The study obtained approval from the Research Ethics Committee of the Oswaldo Cruz
Institute (CEP/IOC-Fiocruz), under the registration CAAE no. 30803220.9.0000.5248 in
September 2020.
The research was adapted to the remote modality due to the lack of face-to-
face contact and the protocol of social isolation recommended by the official authorities due to
the coronavirus pandemic. The recruitment of the subjects was carried out through telephone
contact with two trainers of the training course in ICT, taught by the institution Integrated
Community Health Movement of Rio de Janeiro (MISC-RJ), from which they made available
the students' e-mails, through prior authorization. The participants were enrolled in the training
scheduled to start in 2020. However, due to the worsening pandemic, the start of training was
postponed to May 2021.
A questionnaire was used, a resource composed of a set of questions that generate
information that supports the answers to the objectives of a project (MELO; BIANCHI, 2015).
The instrument was elaborated through the Google Forms tool and presented innovation and
advantages to the search, due to its ability to reach the respondents, versatility, savings in
spending and organization in the compilation of data (ANDRES
et al
., 2020).
The invitation to the research participants took place between December 2020 and
February 2021, through an email with a brief introduction on the survey and the link to access
the form. The initial page of the form contained the Live and Informed Consent Form (TCLE)
for the acceptance or refusal to participate in the research and the questionnaire divided into
open and closed questions about personal data, professional trajectory and expectations and
motivations in relation to training in ICTs. Table 1, which characterizes the students' profile:
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Table 1 -
Profile of students participating in the survey
Source: Prepared by the authors
In the second part, we used discursive textual analysis (ATD), which is a technique that
passes through discourse analysis and content analysis, allowing a deeper investigation of
information and new interpretations of the investigated data (MORAES; GALIAZZI, 2016).
Through careful and careful reading of the form, we gather the information and later group it
into three categories of analysis with emphasis on the expectations and motivations of the
students in relation to the course. Table 2 presents the topics covered in the categories on which
the results are based:
Table 2 -
Topics addressed in the sample investigated
ID
Category
Aspects Addressed
The
Collective intervention
It covers reflections on the production of care within the SUS,
aspects related to the production of care at the collective level and
correlations with THE.
B
Professional performance
contexts
It discusses the aspects related to the work context and its
consequences for professional performance.
C
Meanings of health care
It relates the conceptions about health care and ICT.
Source: Prepared by the authors
Results and discussion
Collective Intervention
Expectations regarding the formation in ICT reverberated on their collective focus and
group intervention. The interest aroused in the students turned to the efficiency of the technique
for application at the local (groups of employees, users, students) and territorial (communities).
The possibilities of group intervention were mainly associated with the care of mental suffering
in the field of health and education. Care for primary health care users, with depression and
anxiety conditions, and in education, students and teachers of undergraduate, graduate and
community courses were highlighted in the health field.
Student
Age
Gender
Education
Time of professional experience
E1
22
Female
Psychology
Graduated for 04 years
E2
62
Female
(not informed)
18 years as a municipal civil servant
E3
32
Female
Psychology
12 years old
E4
37
Male
Psychology
Newly formed
E5
48
Female
Psychology
Does not work in the profession
E6
58
Female
Medicine
35 years (medicine) 25 (teaching)
E7
41
Female
Physiotherapy
17 years old
E8
51
Female
Nursing
30 years old
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In the field of teaching, the ICT was pointed out as a possibility of intervention modality
in the training of undergraduate students in medicine and physiotherapy, becoming a teaching
tool learning in the territories, transversal to the axes training, internship/internship, community
and mental health. In addition, the practice was seen as an opportunity to improve for working
in groups with mental health demands.
it can add both in
the care to users and users of the services
in which we
operate (family clinics and others), as well as in
the training of
medical
students and other categories of health who may also participate in the wheels
offered in health units (E6, our griffin, our translation).
[...] I
will be able to facilitate wheels in extension
projects with the
community inside and outside the I. and in the family clinic where I
supervise
the physiotherapy
internship (E7, our griffin, our translation).
The demands for
care in the area of mental health in the
groups with which
I work made me seek
a
training capable of offering me more care tools
and
the ICT seemed to me a good option (E8, our griffin, our translation).
It is worth mentioning that the health care of the population in the territories is crossed
by the living and health conditions of the subjects who are determined by the relations of
production and work and have repercussions on the health-disease process. This process is
multifactorial and is configured from the socio-historical context of a given company, at a
specific moment (PETTRES; DA ROS, 2018).
However, the training of the health professional focuses on a process of teaching
pragmatic, contentious and fragmented learning in areas of knowledge. The professor focuses
on a prescriptive protocol when supervising the students, little emphasizes the importance of
sharing knowledge and the production of knowledge generated by the experience lived, in the
apprehension of the reality captured by them (CARVALHO; CECCIM, 2009). Moreover,
interprofessional practices and continuing education within the SUS are still little addressed in
the teaching plans of the training of health professionals (BITENCOURT
et al.
, 2020).
The hegemonic biomedical model centralizes care in the specialist, fragmenting the
bodies and delegating each part to a professional who undergoes protocol and prescriptive care,
responding mechanically under the yoke of his structured knowledge. It occurs that this process
tends to automatism, when the professional does not critically reflect on the action itself,
compromising the quality of care offered (BITENCOURT
et al.
, 2020; CARVALHO;
CECCIM, 2009).
In this sense, the formation in ICT is opposed to this model, because it adopts a holistic,
interdisciplinary and cross-cultural perspective on care, proposing an expanded view on the
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health disease process when reflecting on the indissociability between subjects and the
interactional environment, since this interrelationship significantly affects the disease
(BARRETO, 2017). The practice reports on family dynamics, social relations, the community
context and cultural, political and economic dimensions, bringing a critical-reflexive reading
about how these aspects interact and have repercussions on the promotion of health care
(BARRETO, 2017; FREIRE, 2006; VYGOTSKY, 2001).
Historically, the training of health professionals has been consolidated in the model of
individual and hospital-centered care, which understands "health" as the absence of disease
(CARVALHO; CECCIM, 2009), decontextualizing the family and community dynamics of the
sociocultural, economic and political context in which the subject is inserted. In this sense, we
conceive the perspectives of continuing education and the expanded clinic as well appropriate
for our discussion, since we consider care a collective construction that involves the elaboration
and reformulation of care practices (BARROS; CEZAR, 2018).
These perspectives focus on interprofessional, interdisciplinary and intersectoral work
for the promotion and prevention of the health of subjects and collectivity. They encourage the
autonomy, participation and co-responsibility of users and the community in the
implementation of health actions. Among professionals, these perspectives also foster the
creation of spaces for dialogue for the exchange of knowledge and development of more
effective local strategies (AZANKI
et al.
, 2020; FREIRE, 1967).
In view of the intrinsic implications for the world of work in the SUS, we emphasize
that the aspects addressed by Permanent Health Education (PHE) and the expanded clinic
contribute to our reflections on interventions in the collective sphere, as they stimulate the
critical-reflexive actions that culminate in the reinvention of care, in a new look at the work
process and new forms of organization and management of care (BARROS; CESAR, 2018;
FREIRE, 2006).
Thus, the ICT consists of a practice that condenses such issues, from the formative path,
with the approach of reciprocity and exchange of knowledge between trainers and students,
focusing on dialogue for the elaboration of activities and exercises worked on the course, to the
achievement of the ICT wheels, where students will share knowledge, stimulating the exchange
of experiences and empowerment resources in the community they work in (FREIRE, 1987).
For the ICT, the collective learning aroused in the meetings becomes the central point,
since the knowledge of the specialist at that moment needs to be in "suspension" in case of the
participants, recognizing the internal resources available to face and overcome daily adversities
(BARRETO, 2010; BARROS; CESAR, 2018).
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Integrative community therapy: Student expectations and motivations regarding training
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In a way, we understand that the ICT can initially operate a shift in the student's position,
hitherto focused on individual demands and subjectively centered on issues of a personal nature,
to a new position, which focuses on collectivize life experiences and stimulate emancipatory
processes. From the recognition of one's life, resonated by the history of the other, the paradigm
of the intersubjectivity of human interaction is established (FLENIK, 2018). This logic is an
important strategy to instill social engagement movements in community contexts.
Professional performance contexts
The professional performance of ICT students focuses on health, highlighting academic
training in psychology. The other professions were medicine, physiotherapy and nursing. We
noticed that the search for the application of group-oriented technique was a trend of the
students according to the material analyzed. We infer that this data may be related to the need
to develop new skills and skills for field work, since the Cartesian vision that dichotomizes
mind and body still influences the field of social and human sciences and health. Thus, the
learning of care approaches not presented in the academic environment can contribute to the
production of new knowledge acquired with experience in new activities (MATA; OLIVEIRA;
BARROS, 2017).
Among the eight students who answered, six performed their professional activities and
two declared to be away from the profession, despite performing work of a community nature.
Regarding professional insertion, participants E6, E7, E8 have professional trajectories in
teaching in undergraduate courses in higher education institutions (medicine, physiotherapy
and nursing). They reported on the experiences in a private practice and in the care and
management of primary care services. Participants with a degree in psychology work in the
organizational area, in human resources (E4); in the management of social and environmental
projects in a non-governmental organization (E3); in the training of agents in communities to
support the actions of government agency (E5) and; as a student of the undergraduate course in
psychology (E1). Participant E2 works in the municipal civil service and did not inform his/her
academic background.
Adding the ICT to the work activity was a motivation addressed by the subjects as a
resource for the development of new skills and competencies, due to the absence of the
approach of group techniques in the undergraduate teaching plan, or the need for a modality of
monitoring to users with mental suffering caused by vulnerable situations in the territories; in
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addition, the community empowerment strategy and the listening space in organizational
environments were mentioned.
because one of the things I
miss most in my higher education is techniques
and ways to work with groups
[...]. ICT would provide me with techniques
to work with groups and, thus, more people would have care (E1, our griffin,
our translation).
I missed a tool that provided a
follow-up especially of people who came
with varying degrees of suffering
,
caused by the difficulties of life
,
relationships, the cultural socioeconomic context and a lot of violence in
which we are immersed (E6, our griffin, our translation).
he wanted to learn a tool to work mental health that was applicable to rural
contexts, taking into account specificities such as little practice in the
elaboration of emotions
and strengthening the collectivity
(E3, our
griffin, our translation).
Many people are suffering in their work environments, so I would like
to
help by creating listening spaces
(E4, our griffin, our translation).
Reflecting on the performance of future community therapists, we refer to the expanded
view of the health-disease process, with regard to the socio-historical, cultural and economic
condition of the subjects and communities inserted in a social reality. The intertwining of these
issues is a conditioning aspect of the situation of illness (ALMEIDA-FILHO, 2010). The
production of health care is reformulated from this context, and communicative health actions
are needed that promote community co-participation in the implementation of health strategies
and actions (HABERMAS, 2012; MERHY
et al.
, 2019).
Due to the primacy of dialogue, we understand that awareness can emerge in this
process, a concept discussed by Freire (2006), through the process of action-reflection-action
that reflects in the transformation of the lived social reality, as it increasingly stimulates critical
reflection on oneself and the world. The repositioning of the subjects, whether community
therapists or SUS users, takes space and allows a new understanding of their existential
condition.
Likewise, Habermas proposes that communicative actions be fostered in the world of
life instance so that critical reflection on the systemic world provides emancipatory and
democratic processes. The space of communicative actions designated as the public sphere
promotes debates between social actors and the governmental sphere, in order to mediate
interests so that the best argument prevails, that is, the collective will (CARDOZO
et al.
, 2019;
PERLATTO, 2012).
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Integrative community therapy: Student expectations and motivations regarding training
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In our debate, the ICT represents the possibility of personal and social transformation
and can unsee the issues pointed out, generating possibilities of enunciation and affirmation of
life through a dialogical communication that promotes the awareness and encouragement of the
masses regarding the challenges encountered in the search for understanding the condition of
existence in the world.
Senses of caring
The participants recorded their perceptions regarding ICT: a practice that enables
listening and speech through the sharing of experiences and resources; the formation of
Community bonds; mobilization of the potential of subjects, families and communities;
personal and community strengthening; promoting resilience. The training was seen as a
possibility of responding to the demands related to the care of emotional and mental health
issues.
Health care consists of the diversity of knowledge and practices that guide professionals
in the care of the health needs of subjects and collectivity according to their singularities, in a
given context (AKERMAN; ROCHA, 2018). As a dimension that involves human relations, it
is based on dialogue through consensual communication for the production of care, with the
purpose of forming bonds for the commitment and co-participation of users and professionals
in the production of care (OLIVEIRA, 2011).
We report to the clinic of psychosocial care and mental health, which is based on care
mediated by light technologies, by the encounter between professionals and users demarcated
by relationality and novelty. As care practices are not given
a priori
, they are built dialogically
in the midst of negotiations, negotiations, co-participation and commitment (AMARANTE,
2007; MERHY
et al.
, 2019). The great challenge is the promotion of autonomy and
participation in self-care so that they become protagonists of their stories. Popular education
transversal to the actions of health professionals promotes the participation of subjects in the
care plan and in the elaboration and implementation of collective projects for the promotion
and improvement of the health conditions of the population (BARROS; CEZAR, 2018;
OLIVEIRA, 2011).
This is the case in ICT training, which encompasses the socio-interactionist and
humanist perspectives in the learning teaching process (FREIRE, 2006; SANTANA; ASSIS;
ARAUJO-JORGE, 2021; VYGOTSKY, 2001), and contributes significantly to the
qualification of care in the scope of practice and in the daily work of health professionals. The
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intersection of knowledge acquired by professional practice, life histories and experiences and
experiences acquired in the formative pathway adds value to the field of knowledge and
practices of health care, as they reflect the materiality of the dimension of health care within
the Scope of the SUS.
Final considerations
We believe that ICT can contribute to the exercise of health professionals, as it presents
essential elements to the debate in the field of health promotion in the territories. The possibility
of speaking and listening to the other provides the exercise of citizenship, positions the subject
as enunciator of one's own life and of the world. The promotion of collective actions that
produce this effect is increasingly challenging, in the face of constant attacks on democracy,
social movements and the whole order of attempts to gather efforts for the benefit of a
collective.
However, we consider the idea of integrating, aggregating and disseminating knowledge
from the popular layers, social movements, community initiatives, so present in the territories,
that they teach us in their own way other "knowledge" and "doing" in health. Thus, a new form
of relationship is established, strengthened and potentially generating health.
Ultimately, we emphasize that this thought can contribute to a closer relationship
between academia and society in the vision for the construction of a new paradigm of health
care in the formative processes and in the exercise of work activities. We emphasize the need
to strengthen actions aimed at training in ICTs and that they are aligned with the expectations
and demands of professionals who seek to improve themselves in practice.
ACKNOWLEDGMENTS
: To the Oswaldo Cruz Institute; Coordination of Improvement of
Higher Education Personnel (CAPES); National Council for Scientific and Technological
Development (CNPq) and the Post-Graduate Program in Teaching in Biosciences and Health.
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Integrative community therapy: Student expectations and motivations regarding training
Temas em Educ. e Saúde,
Araraquara, v. 18, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN 2526-3471
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SANTANA, L. M.; ASSIS, S. S.; ARAUJO-JORGE, T. C. Integrative community therapy:
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Submitted
: 09/05/2022
Revisions required
: 11/07/2022
Approved
: 28/09/2022
Published
: 30/11/2022
Processing and publication by the Editora Ibero-Americana de Educação.
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