image/svg+xmlLiteracia para a saúde e ciência da saúde: Um diálogo epistemológico com Gaston Bachelard Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 18, n. 00, e022015, 2022 e-ISSN 2526-3471 DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v18i00.16815 1 LITERACIA PARA A SAÚDE E CIÊNCIA DA SAÚDE: UM DIÁLOGO EPISTEMOLÓGICO COM GASTON BACHELARDALFABETIZACIÓN EN SALUD Y CIENCIA DE LA SALUD: UN DIÁLOGO EPISTEMOLÓGICO CON GASTON BACHELARDHEALTH LITERACY AND HEALTH SCIENCE: AN EPISTEMOLOGICAL DIALOGUE WITH GASTON BACHELARD Luciana Moura Caetano VELUDO1Marta Regina FARINELLI2RESUMO: É um estudo teórico com os seguintes objetivos: dialogar sobre a teoria do espírito científicoe as noções de “obstáculos epistemológicos” de Gaston Bachelardcom os conceitos de saúde; discutir a literacia para a saúde com à manifestação do “espírito científico”. O estudo é exploratório, pesquisa documental e bibliográfica, em obras de Gaston Bachelard e em outras produções científicas e documentais que embasam conceitos de saúde, literacia para a saúde. Dos resultados encontrados destaca-se a discussão entre a epistemologia bachelardiana, conceitos de saúde e a literacia para a saúde que rompem com os arquétipos de saúde e evidencia a participação dos atores sociais envolvidos no sistema de saúde. Considera-se que as observações epistemológicas de Bachelard respondem pela renovação dos saberes científicos de saúde e consolidam as investigações na área da literacia para a saúde, como proposta de melhorar o nível de informação, apreensão, investimento e gestão da saúde. PALAVRAS-CHAVE: Ciências. Epistemologia. Gaston Bachelard. Literacia para a saúde. Saúde. RESUMEN: Se trata de un estudio teórico con los siguientes objetivos: discutir la teoría del “espíritu científico” y las nociones de “obstáculos epistemológicos” de Gaston Bachelard con los conceptos de salud; discutir la alfabetización en salud con la manifestación del “espíritu científico”. Es un estudio exploratorio, de investigación documental y bibliográfica en las obras de Gaston Bachelard y otras producciones científicas y documentales que sustentan los conceptos de salud y alfabetización en salud. Entre los resultados encontrados, destaca la discusión entre la epistemología bachelardiana, los conceptos de salud y la alfabetización en salud, rompiendo con los arquetipos de salud y destacando la participación de los actores sociales involucrados en el sistema de salud. Se considera que las observaciones epistemológicas de Bachelard dan cuenta de la renovación de los conocimientos científicos en salud y consolidan las investigaciones en el área de alfabetización en salud, como propuesta para mejorar el nivel de información, aprehensión, inversión y gestión de la salud. PALABRAS CLAVE: Ciencias. Epistemología. Gaston Bachelard. Alfabetización en salud. Salud. 1Universidade de Ciências Empresariais e Sociais (UCES), Buenos Aires Argentina. Doutoranda em Ciências Empresariais e Sociais. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8747-4297. E-mail: luciana.veludo@uftm.edu.br 2Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), Uberaba MG Brasil. Docente do Departamento de Serviço Social. Doutorado em Serviço Social (UNESP). ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0536-4017. E-mail: martafarinelli@gmail.com
image/svg+xmlLuciana Moura Caetano VELUDO e Marta Regina FARINELLITemas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 18, n. 00, e022015, 2022 e-ISSN 2526-3471 DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v18i00.16815 2 ABSTRACT: This is a theoretical study with the following objectives: to discuss Gaston Bachelard’s theory of the “scientific spirit” and the notions of “epistemological obstacles” with the concepts of health; to discuss health literacy with the manifestation of the “scientific spirit”. This study is exploratory and a documentary and bibliographic research of Gaston Bachelard’s works and other scientific and documentary productions that support health concepts and health literacy. From the results found, it is possible to highlight the discussion between the Bachelardian epistemology, health concepts and health literacy that disrupts health archetypes and highlights the participation of the social actors involved in the health system. It is considered that Bachelard’s epistemological observations are responsible for the renewal of health scientific knowledge and consolidate investigations in the area of health literacy, as a proposal to improve the level of information, apprehension, investment and management of health. KEYWORDS: Sciences. Epistemology. Gaston Bachelard. Health literacy. Health. IntroduçãoPartindo da premissa de que, até a segunda metade do século XIX, somente os teólogos e filósofos produziam conhecimento acerca dos homens e da sociedade (GIL, 2019), este estudo propõe compreender o papel de uma investigação social na área da saúde à luz das observações epistemológicas acerca da formação do espírito científicoe das noções de obstáculo epistemológicode Gaston Bachelard. O filósofo francês, Gaston Bachelard (1884-1962), pautou as obras de sua vida na epistemologia e na filosofia das ciências, principalmente, as Ciências da Natureza. No ano de 1938, ele publicou A Formação do Espírito Científico, na qual explora os diversos obstáculos epistemológicos. Em sua obra, o referido filósofo enfatiza a relevância que tais obstáculos precisam ser superados para que surja uma mentalidade verdadeiramente científica. Assim como entende Bachelard (1972), os colapsos entre o conhecimento comum e o científico resultam de um progresso científico que aborda uma ciência evoluída que vem com as marcas da modernidade. Bachelard, por meio da teoria do “espírito científico”, buscou encontrar caminhos para o conhecimento por meio de rupturas epistemológicas com as ciências normais ou naturais, pois a própria noção pragmática do saber científico sobre algo remete a um obstáculo epistemológico. A escolha em contextualizar a literacia para a saúde nas Ciências da Saúde por meio da teoria bachelardiana, se deve ao eixo filosófico desta teoria que contesta o progresso linear da Ciência, e presume rupturas epistemológicas provenientes de visões científicas do mundo. De outra maneira, é possível inferir que essa Teoria bachelardiana possui a capacidade pedagógica de propiciar ao conhecimento científico da ciência da saúde o poder de encontrar uma outra
image/svg+xmlLiteracia para a saúde e ciência da saúde: Um diálogo epistemológico com Gaston Bachelard Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 18, n. 00, e022015, 2022 e-ISSN 2526-3471 DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v18i00.16815 3 definição de saúde que não seja apenas o pensamento indutivo de que a ausência da doença é resultante de um corpo saudável. Saboga-Nunes (2014b) diz que, para atender este objetivo, a abordagem patogênica busca a origem da doença, a fim de controlá-la e tratá-la. Segundo Moraes (2012, p. 17), é no século XIX que o modelo biomédico se apropria de um discurso científico sobre a saúde e a doença “estabelecendo novas relações de causa e efeito para as moléstias e levando à objetivação da análise e à objetificação do paciente e consequente perda de sua identidade”. De acordo com Saboga-Nunes et al. (2019), uma maneira estratégica de estender as discussões sobre saúde, para além desse modelo biomédico, seria o próprio indivíduo apoderar-se de conhecimentos e reconhecer quais são e como as suas condições de vida e de trabalho refletem na sua saúde e qualidade de sua vida. Assim, é preciso a pessoa estabelecer um foco salutogênico, isto é, buscar elementos que a conduza à manutenção e à promoção de sua saúde. Ao romper com o pensamento, modelo biomédico, pode-se dizer que não existem pessoas saudáveis ou doentes, mas sim investimentos em saúde que potencializam a adoção de estilos de vida mais saudáveis (SABOGA-NUNES, 2014b). Tais investimentos devem ser estabelecidos com ações coletivas, de vários atores (a pessoa, profissionais de saúde, políticas, governantes) que contribuam para a melhoria de condições de vida e de saúde, da pessoa e da população. Portanto requer mudanças de comportamentos dos indivíduos e mudanças no ambiente, considerando os determinantes sociais presente nas realidades sociais. Os indivíduos não possuem completa liberdade para escolher estilos de vida saudáveis. Esta é limitada por fatores como acessibilidade, econômico sociais entre outros. Em sua obra A Formação do Espírito CientíficoBachelard (1996), apresenta o espírito científico, como um conceito de caráter epistemológico que permite dialogar sobre saúde e ciência, e transfere um novo olhar, um outro parâmetro, aos conceitos formais, concretos que permeiam a captura imediata do dado empírico, estabelecidos pelas ciências acadêmicas de uma maneira geral e pelas ciências da saúde. De acordo com Bachelard (1996) o “espírito científico” é mais formativo do que normativo pois foge das identidades aparentes, da homogeneidade em busca de pensamentos dinâmicos, diversificadores e retificadores de certezas absolutas. Nas palavras de Bachelard (1996, p. 17), “o conhecimento do real é luz que sempre projeta algumas sombras. Nunca é imediato e pleno”. Em seus estudos, Bachelard (1996) revela que a imagem de um saber imediato é um obstáculo ao progresso científico, pois, na ciência, nada está pronto nem tão pouco é evidente, mas sim construído e que se forma quando o conhecimento não é questionado e permanece escorado na primeira experiência ou na experiência generalizada, tornando-se estático. A vitória sobre esses obstáculos
image/svg+xmlLuciana Moura Caetano VELUDO e Marta Regina FARINELLITemas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 18, n. 00, e022015, 2022 e-ISSN 2526-3471 DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v18i00.16815 4 epistemológicos, que bloqueiam o pensamento, é a própria formação do espírito científico. O espírito científicoreorganiza todo o seu “saber” que, para ser científico, deve afrontar suas propensões espontâneas. Para transpor alguns paradigmas e obstáculos epistemológicos que envolveram concepções de saúde, apresenta-se a literacia para a saúde como um novo direcionamento à promoção da saúde que responde às demandas relacionadas a qualidade de vida e estilo de vida saudável bem como prevenção de doenças e contribui na manutenção de um bem-estar, físico, mental e social como propõe a Organização Mundial da Saúde (OMS). No ano de 2009, em Nairóbi, na 7ª Conferência Global sobre Promoção de Saúde, chegou-se à conclusão de que health literacy, traduzido para o português por literacia para a saúde ou: alfabetização em saúde, é um conceito emergente que aproxima a saúde e a literacia como forma de lidar com as condições críticas da vida do indivíduo. Mesmo que existam alguns conceitos sobre a literacia para a saúde, nesse documento sua definição corresponde ao “grau em que as pessoas são capazes de acessar, compreender, avaliar e comunicar informações para se envolver com as demandas de diferentes contextos de saúde, a fim de promover e manter uma boa saúde ao longo da vida(WHO, 2009, p. 10, tradução nossa). Triviño (2015, p. 17) enfatiza em seus estudos que “o pensar filosófico que possa alimentar-se de hipóteses e teorias sempre partirá de determinadas bases científicas. Neste sentido, ao contemplar o mundo, pode-se inferir que ele é composto por fenômenos e objetos de diversas naturezas, que, por sua vez, contribuem para com a noção de realidade inerente a cada pessoa. Assim, no decorrer desse artigo se compreenderá que Bachelard apresenta um mundo que não se compõe de uma junção de coisas acabadas e definidas, mas sempre em constante transformação e, por isso, o pensamento científico avança à medida que as pessoas e comunidades se renovam. O espirito científico irá sempre romper com os obstáculos epistemológicos ao questionar os conhecimentos, reformular os problemas e hábitos intelectuais endurecidos. Este é um estudo teórico de relevância científica e acadêmica, pois expande os debates sobre promoção de saúde, ao considerar o caráter complexo da epistemologia da ciência da saúde ancorado na teoria epistemológica de Bachelard. Desta forma, o objetivo deste estudo é compreender na epistemologia de Bachelard aportes que proporcionem, ao leitor, uma visão diferente sobre concepções e discursos de saúde que ultrapassam as barreiras conceituais. Para isso será apresentada a teoria do espírito científicoe as noções de obstáculos epistemológicos do referido autor, a fim de discutir novas maneiras de promover saúde e pensar a ciência da
image/svg+xmlLiteracia para a saúde e ciência da saúde: Um diálogo epistemológico com Gaston Bachelard Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 18, n. 00, e022015, 2022 e-ISSN 2526-3471 DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v18i00.16815 5 saúde. A literacia para a saúde poderá emergir como uma manifestação desse espírito científico, assim como uma bússola norteadora desse caminho a ser percorrido. Procedimentos metodológicosQuando o assunto é muito vasto, por vezes, é necessário delimitar uma teoria para se planejar um estudo exploratório, que viabilize a investigação (TRIVIÑO, 2015). O presente estudo é exploratório e utiliza pesquisa documental, bem como revisão de literatura de forma narrativa (CORDEIRO et al., 2007). Na primeira etapa, realizou-se um levantamento bibliográfico em obras do autor Gaston Bachelard, para mapear as descrições referentes à teoria da formação do espírito científicoe as noções de obstáculo epistemológico. A escolha pelas obras do referido autor se deu pela maneira que desenvolve o espírito científico, ou seja, crítica e dialética. Das obras estudadas as autoras optaram por: A formação do espirito científico de 1938; A epistemologia de 1971, obras que vão ao encontro dos objetivos propostos neste ensaio teórico. Ressalta-se que foi utilizado para este estudo de edições mais recentes e traduzidas. As autoras recorreram-se a documentos que trazem conceitos de saúde e literacia para a saúde discutidos em organizações e encontros coletivos como: a Organização Mundial de Saúde, Conferências Internacionais e de artigos científicos que embasam também, literacia para a saúde em autores cuja vertente de estudo relacionar-se mais efetivamente à salutogênese, promoção de saúde. E ainda a documentos como a Carta de Ottawa, resultado da primeira Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, realizada em Ottawa, Canadá, em 1986; Constituição Federal de 1988 e Documento de Nairobi (KANJ; MITIC, 2009). Resultados e discussõesDos mapeamentos teóricos e documentais realizados despontaram duas categorias para discussão:
image/svg+xmlLuciana Moura Caetano VELUDO e Marta Regina FARINELLITemas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 18, n. 00, e022015, 2022 e-ISSN 2526-3471 DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v18i00.16815 6 O espírito científico, os obstáculos epistemológicos e os conceitos de saúde: uma dialética com Gaston Bachelard O pensamento de Bachelard (1996, p. 17), em uma de suas principais obras, A Formação do Espírito Científico, fica muito bem representado neste recorte: “o ato de conhecer dá-se contra um conhecimento anterior, destruindo conhecimentos mal estabelecidos, superando o que, no próprio espírito, é obstáculo à espiritualização”. Para o autor, a espiritualização do saber é o ato de quebrar preconceitos e fundamentações pré-estabelecidas e diante dos mistérios da realidade e dos fatos nunca inferir que um fato conhecido é consequentemente uma riqueza, uma resposta pronta e acabada. É relevante pontuar que quando o autor fala de “conhecimentos mal estabelecidos” ele critica o ato de dar significado a um objeto ou algo a partir da utilidade deste. Desta forma, torna-se necessário destruir as convicções sobre este fato já estabelecido e formular novos problemas, novas perguntas e deixar o espírito científicose manifestar. Para Bachelard (1996), um obstáculo epistemológico consiste na clausura de um conhecimento não questionado como, por exemplo, hábitos e ciências intelectuais, que um dia foram úteis, mas, podem, em um outro momento, prejudicar o conhecimento científico sobre o mesmo tema doravante solucionado ou respondido. Todavia, teria a ciência um limite para seu conhecimento? Bachelard (2006, p. 23) questiona também: Terá o conceito de limite do conhecimento científico um sentido absoluto? Será mesmo possível traçar as fronteiras do pensamento científico? Estaremos nós verdadeiramente encerrados num domínio objetivamente fechado? Seremos escravos de uma razão imutável? Será o espírito uma espécie de instrumento orgânico, invariável como a mão, limitado como a vista? Estará ele ao menos sujeito a uma evolução regular em ligação com uma evolução orgânica? Eis muitas perguntas, múltiplas e conexas, que põem em jogo toda uma filosofia e que devem dar um interesse primordial aos estudos dos progressos do pensamento científico. Para Bachelard (2006), a fronteira do conhecimento científico não está em sua incapacidade de resolver certos problemas, dificuldades ou sonhos humanos, mas representa um estacionamento momentâneo do pensamento. O autor conclui essa afirmação dizendo que “seria de desejar que cada ciência pudesse propor uma espécie de plano quinquenal” (p. 25), pois, dessa maneira, o conhecimento, que antes era limitado por determinado conceito advindo de algum experimento empírico, poderia vir a responder novas perguntas ou inquietações com vista a confirmá-lo ou refutá-lo. No exercício dessas ideias, o espírito científicofica tendencioso a valorizá-las em excesso, o que acaba opondo-se a uma circulação de valores e polariza a problemática que Bachelard (1996) chama de inércia para o espírito(científico).
image/svg+xmlLiteracia para a saúde e ciência da saúde: Um diálogo epistemológico com Gaston Bachelard Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 18, n. 00, e022015, 2022 e-ISSN 2526-3471 DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v18i00.16815 7 Em outras palavras, o conhecimento científico, sobre qualquer tema, não deve ser limitado e estático. É necessário abrir espaços para dialetizar estudos e conceitos e deixar a contemplação do mesmo para a construção de uma nova resposta ou desconstrução de um antigo conceito. A busca pelo entendimento epistemológico de um problema científico se deve ao fato de que esse conhecimento proporciona ferramentas básicas e metodológicas aos pesquisadores (ÁVILA, 2019), para que estes produzam respostas precisas e com nível técnico capaz de conduzir o pesquisador confrontar hipóteses/pressupostos e demonstrar conclusões válidas. Quando o problema científico adentra a área da saúde, Lage (1995, p. 248, tradução nossa) afirma que “as ciências da saúde são tipicamente ciências de fronteira”, estão em contato com a medicina, a biologia, a química, mas também com a eletrônica e ciências humanas, sendo que os pesquisadores que combinarem estes conhecimentos da melhor maneira avançara no campo a pesquisar. A saúde, enquanto ciência, permite a tangência de seus conceitos com diversos aspectos que envolvem a vida humana, isto é, as respostas vêm de sua interface não só com a medicina, mas também com a biologia, farmacologia, química, ciências sociais, entre outras. No âmbito das ciências da saúde, esse entendimento sobre as fronteiras do conhecimento científico e as definições de obstáculos epistemológicos de Bachelard pode romper com alguns paradigmas que enclaustram o conceito de saúde e de promoção do bem-estar social e pessoal. De acordo com Saboga-Nunes, Freitas e Cunha (2016), a saúde vem sendo conceituada pela sua antítese, isto é, saúde como ausência de doença ou enfermidade, mesmo com definições mais amplas e discutidas coletivamente em organismos internacionais e por estudiosos da área. Em consenso com a Teoria de Bachelard, o argumento de Saboga-Nunes é um exemplo de ideia intrínseca (saúde como ausência de doença) limitada por algumas fronteiras e que, com o passar dos anos, adquiriu uma clareza abusiva, e fez com que os órgãos de saúde pública e privada mirassem seus esforços no combate a eliminação da doença. Uma outra consequência foi a diminuição dos investimentos na promoção da saúde. De outro modo, enfocar a saúde curativa sobrepõe a promoção da saúde, distanciando da saúde integral da pessoa. O conceito de saúde mais referenciado em estudos científicos é o da OMS que, em 07 de abril de 1948, afirmou que “Saúde é o estado do mais completo bem-estar físico, mental e social e não apenas ausência de enfermidade” (WHO, 2014, p. 1). No final do Século XX, a OMS, acrescentou a esta definição o estabelecido na sua Carta de Ottawa (OMS, 1986, p. 1) que:
image/svg+xmlLuciana Moura Caetano VELUDO e Marta Regina FARINELLITemas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 18, n. 00, e022015, 2022 e-ISSN 2526-3471 DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v18i00.16815 8 Para atingir um estado de completo bem-estar físico, mental e social, o indivíduo ou o grupo devem estar aptos a identificar e realizar as suas aspirações, a satisfazer as suas necessidades ao meio e a modificar ou adaptar-se. Assim, a saúde é entendida como um recurso para a vida e não como uma finalidade de vida; a saúde é um conceito positivo, que acentua os recursos sociais e pessoais. No Brasil, a saúde é um direito garantido por lei e é um dever do Estado mantê-la, como apresenta o Art. 196 da Constituição Federal: “asaúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”(BRASIL, 1988). O direito é garantido legalmente, porém não é efetivado de acordo com as demandas advindas das diferentes e diversas realidades sociais do país. O Relatório Mundial de Saúde de 2008(OMS, 2008) aborda a necessidade de se implantar esforços no desenvolvimento dos “cuidados de saúde primários”, por entender que esse sistema é capaz de colocar o cidadão no centro dos cuidados de saúde alcançando o nível mais alto de saúde de forma a “maximizar equidade e solidariedade”. De todo modo, a saúde não simboliza a mesma coisa para todas as pessoas, pois, segundo Scliar (2007), o conceito de saúde contempla os aspectos sociais, políticos, econômicos e culturais da pessoa. Por isso, a saúde de um indivíduo irá variar conforme seus conceitos filosóficos, religiosos, científicos, seus valores morais e se diversificar de acordo com o momento social, histórico e econômico que ele esteja inserido. O estudo de Rocha e David (2015) traz argumentações em torno da causalidade do processo saúde-doença ao considerar que as condições de saúde do indivíduo ou do coletivo estão relacionadas com o ambiente sociocultural destes e não somente como uma manifestação biológica. A partir desta perspectiva o autor evidencia a necessidade de considerar os determinantes sociais da saúde, a história de vida, o contexto social e o que estaria desequilibrando as condições biológicas desta pessoa para além das condições epidemiológicas. As novas abordagens que estudam as determinações sociais do processo de saúde e doença, como a Medicina Social na América Latina e a Saúde Coletiva no Brasil, junto aos movimentos de promoção à saúde no Canadá, evidenciam que a saúde e a doença dependem também das condições socioeconômicas dos indivíduos. Em outras palavras, aspectos como emprego, renda, ambiente de convivência e valores implicam em resultados maléficos ou benéficos para a saúde das pessoas (ROCHA; DAVID, 2015).
image/svg+xmlLiteracia para a saúde e ciência da saúde: Um diálogo epistemológico com Gaston Bachelard Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 18, n. 00, e022015, 2022 e-ISSN 2526-3471 DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v18i00.16815 9 O breve compilado dessas definições coaduna com uma das noções de obstáculo epistemológico de Bachelard (1996, p. 19), quando este afirma que um obstáculo epistemológico se incrusta no conhecimento não questionado”. De outro modo, entende-se que as generalidades dos conceitos e estudos que envolvem a saúde e a sua promoção, se tornam obstáculos epistemológicos que podem e devem ser questionados, tendo em vista as transformações no modo de vida das pessoas, famílias e sociedades que passam a ter maiores possibilidades de compreender, significar e gerenciar suas vidas. Em concordância com o espírito científicode Bachelard e expandindo as fronteiras das definições de saúde e dos sistemas de promoção de saúde encontra-se o autor Saboga-Nunes (2000) que propõe um modo de orientar e perceber a realidade quando adverte que a pessoa tem a capacidade de gerir sua vida e consequentemente os fatores estressantes que afetam sua saúde. A literacia para a saúde como manifestação do espírito científicoÉ possível inferir, a partir das questões pontuadas, que o espírito científicopermeou o desenvolvimento das pesquisas e dos conceitos de saúde e de sua promoção, pois, por meio de uma demanda científica, o problema foi sendo formulado e renovado. Quando Bachelard (1996, p. 17) introduz a noção de obstáculo epistemológico, ele estuda, por meio da análise epistemológica e também da psicológica, as barreiras à formação do conhecimento científico. Nas palavras do referido autor “é em termos de obstáculos que o problema do conhecimento científico deve ser colocado”.Como obstáculo epistemológico, identificou-se a tendência de limitar o conhecimento científico no que concerne ao conceito da ciência da saúde impedindo que essas definições avançassem para além dessas fronteiras conceituais. Segundo Okan et al. (2019), os conceitos, além de estipular um entendimento partilhado das palavras, definem indicadores e medidas da investigação. É importante ter os conceitos como partilha desses conhecimentos, mas não como dados limitantes de um saber. Historicamente, identificou-se alguns movimentos sanitários como Conferências Internacionais de promoção a saúde, promovidas pela OMS, estudos das determinações sociais em saúde na tentativa de uma reorientação científica com base em observações empíricas das pessoas e de suas relações sociais. Segundo Rocha e David (2015, p. 132), é a partir destes movimentos, que eclode a Medicina Social na França, e que a saúde passa a ter como foco não a doença, mas a sua promoção: “No pós-guerra, a concepção de saúde da OMS no final da década de 1970 refere-se à necessidade de se integrar aos cuidados com atenção médica no combate às causas da doença”. No período mencionado, esse levante sensibilizou também a
image/svg+xmlLuciana Moura Caetano VELUDO e Marta Regina FARINELLITemas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 18, n. 00, e022015, 2022 e-ISSN 2526-3471 DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v18i00.16815 10 Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) que terminou propondo políticas e projetos de intervenções de saúde, em países com formações históricas distintas como Chile e Suécia. Para os autores citados no parágrafo anterior, o tema Determinantes Sociais de Saúde (DSS), que conceitualmente relacionam fatores econômicos, sociais, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais ao aparecimento de problemas de saúde, revelam uma outra forma de pensar e entender a saúde como promoção do bem-estar e não apenas como tratamento de enfermidade física. Uma das mudanças nos paradigmas de pensar sobre saúde aconteceu após a Conferência de Alma-Ata, em 1986, quando o movimento de “Cuidados Primários em Saúde” foi impulsionado, priorizando, como valores de saúde a justiça social, o direito a uma melhor saúde para todos, a participação e solidariedade (OMS, 2008). Em 1986, após a “Conferência Internacional sobre a Promoção da Saúde” realizada em Ottawa, no Canadá, foi aprovada uma Carta que versa sobre os direcionamentos para construção de um novo movimento de Saúde Pública em nível mundial. Dessa forma, a promoção da saúde do cidadão deixa de ser uma responsabilidade inerente aos “Setores de Saúde”, e passa a ser um processo que proporciona ao cidadão e à comunidade a possibilidade de controlar sua saúde por meio de uma mudança de estilo de vida, a fim de atingir um nível completo de “bem-estar” (OMS, 1986). Ao encontro de uma nova perspectiva de pensar a promoção da saúde e ao contrário da noção de saúde sob uma perspectiva biomédica, de que uma pessoa é fundamentalmente saudável e ao longo de sua vida é exposta a agentes exteriores que o agride e provoca doenças (SABOGA-NUNES, 2000), surge uma conceituação positiva de saúde que notabiliza recursos pessoais, sociais e capacidades físicas como precursoras da Promoção à Saúde. Em congruência com essa abordagem, Saboga-Nunes (2014b) descortina o conceito de literacia para a saúde, “como a conscientização da pessoa aprendente e atuante no desenvolvimento das suas capacidades de compreensão, gestão e investimento, favoráveis à promoção da saúde”. Nesse sentido, a vida é mais do que sobreviver e a promoção da saúde é sobre prosperar e permitir que as pessoas aumentem o controle sobre a sua saúde” (SABOGA-NUNES; FREITAS; CUNHA, 2016). A literacia para a saúde é um termo relativamente novo e tem se tornado foco de interesse por parte da comunidade científica. Ainda sobre o conceito de literacia para a saúde é relevante mencionar que o termo literacia para a saúde foi citado pela primeira vez por Simonds, em 1974, no contexto da educação em saúde nas escolas. No entanto, academicamente, o
image/svg+xmlLiteracia para a saúde e ciência da saúde: Um diálogo epistemológico com Gaston Bachelard Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 18, n. 00, e022015, 2022 e-ISSN 2526-3471 DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v18i00.16815 11 primeiro artigo científico apareceu na década de 1980, o segundo no início da década de 1990 e em 2006 mais de 100 artigos já tinham sido publicados (OKAN et al., 2019, p. 5). Para a Organização Mundial de Saúde (WHO, 1998), o entendimento de literacia para a saúde “implicana obtenção de um nível de conhecimentos, de competências pessoais e de confiança que permita tomar medidas para melhorar a saúde pessoal e comunitária, alterando os estilos de vida e as condições de vida pessoais”. Dessa forma, a literacia para a saúde representa mais do que a capacidade da pessoa em ler panfletos e procurar um profissional de saúde. Melhores níveis de literacia para a saúde significam maior acesso do cidadão às informações sobre saúde e a possibilidade de utilizar esses conhecimentos de maneira a promover, com eficácia, sua própria saúde (SABOGA-NUNES; FREITAS; CUNHA, 2016). De qualquer forma, esse conceito, ainda em construção, permite que as pessoas que integram uma comunidade desvinculem seus papéis ativos e passivos em se tratando de zelar por sua própria saúde. Pois, se de um lado encontram-se alguns profissionais de saúde detentores dos estatutos e linguagens próprias e, por vezes, difíceis de decifrar, de outro, acha-se o cidadão que se vê com a possibilidade compreender as informações gerir e investir em saúde. Neste contexto é relevante destacar que tanto os profissionais quantos os usuários da rede pública de saúde respondem a uma política de saúde, seja municipal ou federal, que regula investimentos estabelece normas e procedimentos que, na maioria das vezes, não se detém a viabilizar o bem-estar do cidadão, mas apenas, de forma emergencial, atender demandas pontuais e não oferece atendimentos e cuidados individualizados. Em uma primeira instância, a literacia para a saúde se efetiva por meio do processo de comunicação para que se tenha convicção de que a pessoa entenda o que médicos e demais profissionais de saúde estão a lhe instruir. Envolve também a capacidade de investimento do cidadão que se torna capaz de escolher aquilo que contribuirá à sua saúde, e ainda abrange a competência de gestão deste indivíduo, pois agrega recursos que contribuirão na busca da sua saúde e bem-estar (SABOGA-NUNES; FREITAS; CUNHA, 2016). O estudo da literacia para a saúde evidencia um desequilíbrio entre o que o Sistema de Saúde oferece à pessoa e o que ela realmente necessita para entender o que seria melhor para se tornar saudável. O cidadão saudável faz menos uso de medicamentos, de serviços de saúde, entre outros, desonerando municípios e consequentemente o Estado (MARQUES, 2015). Outros estudos como os de Farinelli et al. (2017) e Lamanauskas e Augiene (2019) demonstraram que a abrangência da literacia para a saúde alcança sistemas públicos e privados de saúde como guia e apoio aos usuários e profissionais. Para além desses patamares pode-se
image/svg+xmlLuciana Moura Caetano VELUDO e Marta Regina FARINELLITemas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 18, n. 00, e022015, 2022 e-ISSN 2526-3471 DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v18i00.16815 12 dizer que a literacia para a saúde interessa, em variados níveis como sociais, culturais econômicos, todas as pessoas. Dialogando com Bachelard (1996), os conceitos de saúde incrustados no pensamento patogênico, isto é, de apenas tratamento da doença, se torna um obstáculo epistemológico, o que pode, com o tempo, impor limites às pesquisas científicas. A discussão da promoção da saúde na perspectiva da literacia para a saúde traz um novo parâmetro que combina fatores que instrumentalizam o cidadão para a identificação, busca e gestão das questões que determinaram e que podem promover sua saúde. Quando se analisa os níveis de literacia para a saúde é possível ter uma dimensão da qualidade de vida, resiliência e bem-estar das pessoas perante condições de vida adversas (SABOGA-NUNES, 2014a). O atendimento à população oferecida nos setores de saúde na perspectiva da literacia para a saúde aumentam as possibilidades de tratamento e orientações para que o cidadão faça escolhas mais conscientes, uma vez que somente o aumento das informações sobre saúde não colabora com a pessoa que não consegue entender sobre o assunto saúde que lhe é transmitido. O conceito de literacia para a saúde abre espaços de diálogos e compreende todos os atores sociais envolvidos no sistema de saúde: população, gestores, profissionais e Estado. Dessa maneira, a pessoa se torna capaz de potencializar sua tomada de decisão mantendo uma melhora na saúde devido a uma habilidade de comunicação e utilização das informações adquiridas. Considerações finais Após as discussões realizadas, é relevante esclarecer que essas páginas não tiveram a pretensão de extenuar todos os aspectos apresentados na epistemologia bachelardiana, mas sim apresentar uma visão geral da teoria da formação do espírito científicoe das noções de obstáculos epistemológicos no que se refere aos conceitos de saúde propondo novas perguntas e trespassando barreiras conceituais e investigativas. O presente estudo elucida que o conhecimento não é fruto de uma ideia pura e simples de um autor que dita saberes que remetem apenas a sapiências. Em outras palavras, o produto da ciência advém de conhecimentos anteriormente existentes e que não deve ser ratificado por feitos precoces, mas para ampliar e permitir discursos que reorganizem o sistema do conhecimento. O desenvolvimento do conceito de literacia para a saúde amplia o olhar e as ações como estratégias para uma efetiva promoção da saúde e passa a atender a uma necessidade de gestão
image/svg+xmlLiteracia para a saúde e ciência da saúde: Um diálogo epistemológico com Gaston Bachelard Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 18, n. 00, e022015, 2022 e-ISSN 2526-3471 DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v18i00.16815 13 consciente da pessoa sobre sua própria saúde com a finalidade de contribuir para melhorias no seu bem-estar físico, social, mental e emocional. Os estudos de Bachelard contribuem para um diálogo relevante no campo dos conceitos que envolvem saúde e sua promoção. E, por fim, como renovação desses saberes consolida as investigações na área da literacia para a saúde como a proposta de melhorar o nível de informação acerca da saúde, apreensão, investimento e gestão. REFERÊNCIASÁVILA, I. G. Razones para una epistemología en la investigación científica médica actual. EDUMECENTRO, v. 11, n. 2, p. 1-4, 2019. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-1001881. Acesso em: 11 jan. 2022. BACHELARD, G. Le Matérialisme Rationnel. Paris: PUF, 1972. BACHELARD, G. A formação do espírito científico: Contribuição para uma Psicanálise do conhecimento. Rio de Janeiro: Contraponto, 1996. BACHELARD, G. A epistemologia. Lisboa: Edições 70, 2006. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Assembleia Nacional, 1988. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 10 jan. 2022. CORDEIRO, A. M. et al. Revisão sistemática: Uma revisão narrativa. Rev. Col. Bras. Cir,v. 34, n. 6, p. 428-431, dez. 2007. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rcbc/a/CC6NRNtP3dKLgLPwcgmV6Gf/abstract/?lang=pt. Acesso em: 01 fev. 2022. FARINELLI, M. R. et al. Permanent education and health literacy: Contributions for the training professional. Revista Família, Ciclos de Vida e Saúde no Contexto Social, v. 5, 2017. Disponível em: https://seer.uftm.edu.br/revistaeletronica/index.php/refacs/article/view/2263. Acesso em: 22 set. 2022 GIL, A. C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social.7. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2019. KANJ, M.; MITIC, W. Health Literacy and Health Promotion: Definitions, Concepts and Examples in the Eastern Mediterranean Region. In: GLOBAL CONFERENCE ON HEALTH PROMOTION, 7., 2009, Nairobi. Anais[…]. Nairobi, Kenya. Tema: Promoting Health and Development: Closing the Implementation Gap, 2009. LAGE, A. Los desafíos del desarrollo: La actividad científica como eje de la formación del personal de salud. Educ Med Salud., v. 29, n. 3-4, p. 243-256, 1995. Disponível em: http://bases.bireme.br/cgi-
image/svg+xmlLuciana Moura Caetano VELUDO e Marta Regina FARINELLITemas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 18, n. 00, e022015, 2022 e-ISSN 2526-3471 DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v18i00.16815 14 bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=PAHO&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=21762&indexSearch=ID. Acesso em: 25 abr. 2022. LAMANAUSKAS, V.; AUGIENĖ, D. Identifying Primary School Teachers’ Health Literacy. Journal of Turkish Science Education, v. 16, n. 4, p. 451-466, 2019. Disponível em: http://www.tused.org/index.php/tused/article/view/754. Acesso em: 22 set. 2022. MARQUES, J. P. D. Literacia em saúde: Avaliação através do European Health Literacy Survey em português num serviço de internamento hospitalar [Em linha]. 2015. Dissertação (Mestrado em Gestão dos Serviços de Saúde) Instituto Universitário de Lisboa, Lisboa, 2015. Disponível em: https://repositorio.iscte-iul.pt/handle/10071/11458. Acesso em: 13 mar. 2022. MORAES, G. V. O. Influência do Saber Biomédico na Percepção da Relação Saúde/Doença/Incapacidade em Idosos da Comunidade.2012. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) Centro de Pesquisas René Rachou, Fundação Oswaldo Cruz, Belo Horizonte, 2012. Disponível em: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/6511. Acesso em: 22 abr. 2021. OKAN, O. et al.International Handbook of Health Literacy: Research, Practice and Policy across the Life-Span. [Manual Internacional de Alfabetização em Saúde: Pesquisa, prática e política em toda a vida]. Bristol: Policy Press, 2019. Organização Mundial da Saúde - OMS. Carta de Ottawa. Promoção da Saúde nos Países Industrializados. Ottawa: OMS, 1986. Organização Mundial da Saúde - OMS. Relatório Mundial de Saúde 2008:Cuidados de Saúde Primários agora mais que nunca.Lisboa: OMS, 2008.Disponível em: https://www.who.int/eportuguese/publications/whr08_pr.pdf. Acesso em: 27 jan. 2022. ROCHA, P. R.; DAVID, H. M. S. L. Determinação ou Determinantes? Uma discussão com base na Teoria da Produção Social da Saúde.Rev. esc. enferm. USP, v. 49, n. 1, p. 129-135, jan./fev. 2015. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-62342015000100129&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 28 jan. 2022. SABOGA-NUNES, L. O sentido de coerência como conceito operacionalizador do paradigma salutogênico. In: CONGRESSO PORTUGUÊS DE SOCIOLOGIA, 4., 2000. Anais[...]. Coimbra: Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, 2000. Disponível em: https://aps.pt/wp-content/uploads/2017/08/DPR462e0a1588ba7_1.pdf. Acesso em: 20 jan. 2022. SABOGA-NUNES, L. Hermenêutica da literacia em saúde e sua avaliação em Portugal(HLS-EU-PT). In: CONGRESSO PORTUGUÊS DE SOCIOLOGIA, 8., 2014, Évora, Lisboa. Anais[...]. Lisboa: Associação Portuguesa de Sociologia, 2014a. Disponível em: https://docplayer.com.br/4153200-Hermeneutica-da-literacia-em-saude-e-sua-avaliacao-em-portugal-hls-eu-pt.html. Acesso em: 20 jan. 2022. SABOGA-NUNES, L. Literacia para a Saúde e a conscientização da cidadania positiva. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE LITERACIA EM SAÚDE MENTAL, 1., 2014,
image/svg+xmlLiteracia para a saúde e ciência da saúde: Um diálogo epistemológico com Gaston Bachelard Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 18, n. 00, e022015, 2022 e-ISSN 2526-3471 DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v18i00.16815 15 Coimbra. Anais[...]. Coimbra: Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, 2014b. Disponível em: https://novaresearch.unl.pt/en/publications/literacia-para-a-saúde-e-a-conscientização-da-cidadania-positiva. Acesso em: 20 jan. 2022. SABOGA-NUNES, L.; FREITAS, O.; CUNHA, M. Renasceres®: Um modelo para a construção da cidadania em saúde através da literacia para a saúde. Revista Servir, v. 59, n. 1, p. 7-16, 2016. Disponível em: https://revistas.rcaap.pt/index.php/servir/article/view/21356. Acesso em: 10 abr. 2022. SABOGA-NUNES, L. et al.Literacia para a Saúde: Origens e implicações do conceito. In: SABOGA-NUNES, L. et al. (org.). O Papel da Literacia para a Saúde e educação para a Saúde na Promoção da Saúde. Curitiba: Editora CRV, 2019. SCLIAR, M. História do conceito de saúde. Physis, v. 17, n. 1, p. 29-41, abr. 2007. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-73312007000100003&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 21 jan. 2022. TRIVIÑO, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: A pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 2015. WHO. World Health Organization.Health promotion glossary. Geneva: WHO, 1998. Disponível em: https://www.who.int/healthpromotion/about/HPR%20Glossary%201998.pdf?ua. Acesso em: 06 fev. 2022. World Health Organization - WHO.7th Global Conference on Health Promotion. Geneva: WHO, 2009. Disponível em: https://www.who.int/healthpromotion/conferences/7gchp/en/. Acesso em: 06 fev. 2022. World Health Organization - WHO.Basic Documents: Forty-Eight edition Including amendments adopted up to 31 December 2014. Geneva: WHO, 2014. Disponível em: https://apps.who.int/gb/bd/PDF/bd48/basic-documents-48th-edition-en.pdf. Acesso em: 06 fev. 2022.
image/svg+xmlLuciana Moura Caetano VELUDO e Marta Regina FARINELLITemas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 18, n. 00, e022015, 2022 e-ISSN 2526-3471 DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v18i00.16815 16 Como referenciar este artigoVELUDO, L. M. C.; FARINELLI, M. R. Literacia para a saúde e ciência da saúde: Um diálogo epistemológico com Gaston Bachelard. Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 18, n. 00, e022015, 2022. e-ISSN: 2526-3471. DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v18i00.16815 Submetido em: 25/07/2022 Revisões requeridas em: 03/09/2022 Aprovado em: 20/09/2022 Publicado em: 30/11/2022 Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.Revisão, formatação, normalização e tradução.
image/svg+xmlHealth literacy and health science: an epistemological dialogue with Gaston BachelardTemas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 18, n. 00, e022015, 2022 e-ISSN 2526-3471 DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v18i00.16815 1 HEALTH LITERACY AND HEALTH SCIENCE: AN EPISTEMOLOGICAL DIALOGUE WITH GASTON BACHELARD LITERACIA PARA A SAÚDE E CIÊNCIA DA SAÚDE: UM DIÁLOGO EPISTEMOLÓGICO COM GASTON BACHELARDALFABETIZACIÓN EN SALUD Y CIENCIA DE LA SALUD: UN DIÁLOGO EPISTEMOLÓGICO CON GASTON BACHELARDLuciana Moura Caetano VELUDO1Marta Regina FARINELLI2ABSTRACT: This is a theoretical study with the following objectives: to discuss Gaston Bachelard’s theory of the “scientific spirit” and the notions of “epistemological obstacles” with the concepts of health; to discuss health literacy with the manifestation of the “scientific spirit”. This study is exploratory and a documentary and bibliographic research of Gaston Bachelard’s works and other scientific and documentary productions that support health concepts and health literacy. From the results found, it is possible to highlight the discussion between the Bachelardian epistemology, health concepts and health literacy that disrupts health archetypes and highlights the participation of the social actors involved in the health system. It is considered that Bachelard’s epistemological observations are responsible for the renewal of health scientific knowledge and consolidate investigations in the area of health literacy, as a proposal to improve the level of information, apprehension, investment and management of health. KEYWORDS: Sciences. Epistemology. Gaston Bachelard. Health literacy. Health. RESUMO: É um estudo teórico com os seguintes objetivos: dialogar sobre a teoria do espírito científicoe as noções de “obstáculos epistemológicos” de Gaston Bachelard com os conceitos de saúde; discutir a literacia para a saúde com à manifestação do “espírito científico”. O estudo é exploratório, pesquisa documental e bibliográfica, em obras de Gaston Bachelard e em outras produções científicas e documentais que embasam conceitos de saúde, literacia para a saúde. Dos resultados encontrados destaca-se a discussão entre a epistemologia bachelardiana, conceitos de saúde e a literacia para a saúde que rompem com os arquétipos de saúde e evidencia a participação dos atores sociais envolvidos no sistema de saúde. Considera-se que as observações epistemológicas de Bachelard respondem pela renovação dos saberes científicos de saúde e consolidam as investigações na área da literacia para a saúde, como proposta de melhorar o nível de informação, apreensão, investimento e gestão da saúde. PALAVRAS-CHAVE: Ciências. Epistemologia. Gaston Bachelard. Literacia para a saúde. Saúde. 1University of Business and Social Sciences (UCES), Buenos Aires Argentina. PhD student in Business and Social Sciences. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8747-4297. E-mail: luciana.veludo@uftm.edu.br 2Federal University of Triângulo Mineiro (UFTM), Uberaba MG Brazil. Professor of the Department of Social Work. PhD in Social Work (UNESP). ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0536-4017. E-mail: martafarinelli@gmail.com
image/svg+xmlLuciana Moura Caetano VELUDO and Marta Regina FARINELLITemas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 18, n. 00, e022015, 2022 e-ISSN 2526-3471 DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v18i00.16815 2 RESUMEN: Se trata de un estudio teórico con los siguientes objetivos: discutir la teoría del “espíritu científico” y las nociones de “obstáculos epistemológicos” de Gaston Bachelard con los conceptos de salud; discutir la alfabetización en salud con la manifestación del “espíritu científico”. Es un estudio exploratorio, de investigación documental y bibliográfica en las obras de Gaston Bachelard y otras producciones científicas y documentales que sustentan los conceptos de salud y alfabetización en salud. Entre los resultados encontrados, destaca la discusión entre la epistemología bachelardiana, los conceptos de salud y la alfabetización en salud, rompiendo con los arquetipos de salud y destacando la participación de los actores sociales involucrados en el sistema de salud. Se considera que las observaciones epistemológicas de Bachelard dan cuenta de la renovación de los conocimientos científicos en salud y consolidan las investigaciones en el área de alfabetización en salud, como propuesta para mejorar el nivel de información, aprehensión, inversión y gestión de la salud. PALABRAS CLAVE: Ciencias. Epistemología. Gaston Bachelard. Alfabetización en salud. Salud. IntroductionStarting from the premise that, until the second half of the 19th century, only theologians and philosophers produced knowledge about men and society (GIL, 2019), this study proposes to understand the role of a social investigation in the area of health in the light of epistemological observations about the formation of the "scientific spirit" and the "epistemological obstacle" of Gaston Bachelard. The French philosopher, Gaston Bachelard (1884-1962), focused on the works of his life in epistemology and philosophy of science, mainly the Sciences of Nature. In 1938, he published The Formation of the Scientific Spirit, in which he explores the various epistemological obstacles. In his work, the philosopher emphasizes the relevance that such obstacles need to be overcome in order to emerge a truly scientific mentality. As Bachelard (1972) understands, the collapses between common knowledge and science result from scientific progress that addresses an evolved science that comes with the marks of modernity. Bachelard, through the theory of the "scientific spirit", sought to find paths to knowledge through epistemological ruptures with normal or natural sciences, because the very pragmatic notion of scientific knowledge about something refers to an epistemological obstacle. The choice to contextualize health literacy in health sciences through Bachelard’stheory is due to the philosophical axis of this theory that challenges the linear progress of science, and presumes epistemological ruptures from scientific views of the world. Otherwise, it is possible to infer that this Bachelard’stheory has the pedagogical capacity to provide scientific knowledge of health science with the power to find another definition of health other than the
image/svg+xmlHealth literacy and health science: an epistemological dialogue with Gaston BachelardTemas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 18, n. 00, e022015, 2022 e-ISSN 2526-3471 DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v18i00.16815 3 inductive thought that the absence of the disease is the result of a healthy body. Saboga-Nunes (2014b) says that to meet this goal, the pathogenic approach seeks the origin of the disease in order to control and treat it. According to Moraes (2012, p. 17, our translation), it is in the 19th century that the biomedical model appropriates a scientific discourse on health and disease "establishing new cause and effect relationships for diseases and leading to the objectification of the analysis and objectification of the patient and consequent loss of his identity". According to Saboga-Nunes et al. (2019), a strategic way to extend discussions about health, beyond this biomedical model, would be for the individual to take over knowledge and recognize what they are and how their living and working conditions reflect on their health and quality of their lives. Thus, it is necessary for the person to establish a salutogenic focus, that is, to seek elements that lead to the maintenance and promotion of his health. By breaking with thought, a biomedical model, it can be said that there are no healthy or sick people, but rather investments in health that enhance the adoption of healthier lifestyles (SABOGA-NUNES, 2014b). Such investments should be established with collective actions, from various actors (the person, health professionals, policies, governments) that contribute to the improvement of living and health conditions, the person and the population. Therefore, it requires changes in the behavior of individuals and changes in the environment, considering the social determinants present in social realities. Individuals do not have complete freedom to choose healthy lifestyles. This is limited by factors such as accessibility, social economic, among others. In his work The Formation of theScientific Spirit Bachelard (1996), he presents the "scientific spirit", as a concept of epistemological character that allows dialogue about health and science, and transfers a new look, another parameter, to the formal, concrete concepts that permeate the immediate capture of empirical data, established by academic sciences in general and by health sciences. According to Bachelard (1996) the "scientific spirit" is more formative than normative because it flees from apparent identities, from homogeneity in search of dynamic, diversifying and rectifier thoughts of absolute certainties. In Bachelard's words (1996, p. 17, our translation), "knowledge of the real is light that always casts some shadows. It is never immediate and full." In his studies, Bachelard (1996) reveals that the image of immediate knowledge is an obstacle to scientific progress, because in science nothing is ready or also constructed, but that it is formed when knowledge is not questioned and remains anchored in the first experience or in the generalized experience, becoming static. The victory over these epistemological obstacles, which block thought, is the
image/svg+xmlLuciana Moura Caetano VELUDO and Marta Regina FARINELLITemas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 18, n. 00, e022015, 2022 e-ISSN 2526-3471 DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v18i00.16815 4 very formation of the "scientific spirit". The "scientific spirit" reorganizes all its "knowledge" that, to be scientific, must confront its spontaneous prosuspensions. To overcome some paradigms and epistemological obstacles that involved health conceptions, health literacy is presented as a new direction to health promotion that responds to the demands related to quality of life and healthy lifestyle as well as disease prevention and contributes to the maintenance of a well-being, physical, mental and social as proposed by the World Health Organization (WHO). In 2009, in Nairobi, at the 7th Global Conference on Health Promotion, it was concluded that health literacy, translated into Portuguese by health literacy or: health literacy, is an emerging concept that approximates health and literacy as a way of dealing with the critical conditions of the individual's life. Even if there are some concepts about health literacy, in this document its definition corresponds to the "degree to which people are able to access, understand, evaluate and communicate information to engage with the demands of different health contexts, in order to promote and maintain good health throughout life" (WHO, 2009, p. 10, our translation). Triviño (2015, p. 17, our translation) emphasizes in his studies that "philosophical thinking that can feed on hypotheses and theories will always start from certain scientific bases". In this sense, when contemplating the world, it can be inferred that it is composed of phenomena and objects of various natures, which, in turn, contribute to the notion of reality inherent to each person. Thus, in the course of this article it will be understood that Bachelard presents a world that does not consist of a combination of finished and defined things, but always constantly changing, and therefore scientific thought advances as people and communities renew themselves. The scientific spirit will always break with epistemological obstacles by questioning knowledge, reformulating hardened intellectual problems and habits. This is a theoretical study of scientific and academic relevance, as it expands the debates on health promotion, considering the complex character of the epistemology of health science anchored in Bachelard's epistemological theory. Thus, the aim of this study is to understand in Bachelard's epistemology contributions that provide the reader with a different view of conceptions and discourses of health that go beyond conceptual barriers. For this, the theory of the "scientific spirit" and the epistemological obstacles of the said author will be presented, in order to discuss new ways of promoting health and thinking about health science. Health literacy may emerge as a manifestation of this "scientific spirit", as well as a compass that is the guide of this path to be followed.
image/svg+xmlHealth literacy and health science: an epistemological dialogue with Gaston BachelardTemas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 18, n. 00, e022015, 2022 e-ISSN 2526-3471 DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v18i00.16815 5 Methodological proceduresWhen the subject is very broad, sometimes it is necessary to delimit a theory to plan an exploratory study that enables research (TRIVIÑO, 2015). The present study is exploratory and uses documentary research, as well as literature review in a narrative way (CORDEIROet al.,2007). In the first stage, a bibliographic survey was carried out in works by the author Gaston Bachelard, to map the descriptions referring to the theory of the formation of the "scientific spirit" and the senses of epistemological obstacle. The choice for the works of said author was given by the way that develops the "scientific spirit", that is, critical and dialectical. From the works studied, the authors chose: The formation of the scientific spirit of 1938; The epistemology of 1971, works that meet the objectives proposed in this theoretical essay. It is emphasized that it was used for this study of more recent and translated editions. The authors used documents that bring concepts of health and health literacy discussed in organizations and collective meetings such as: the World Health Organization, International Conferences and scientific articles that also support health literacy in authors whose aspect of study relates more effectively to salutogenesis, health promotion. And also, to documents such as the Ottawa Charter, the result of the first International Conference on Health Promotion, held in Ottawa, Canada, in 1986; Federal Constitution of 1988 and Nairobi Document (KANJ; MITIC, 2009). Results and discussionsTwo categories for discussion were found from the theoretical and documentary mappings carried out: The "scientific spirit", epistemological obstacles and concepts of health: a dialectic with Gaston Bachelard Bachelard's thought (1996, p. 17, our translation), in one of his main works, The Formation of the ScientificSpirit, is very well represented in this clipping: "the act of knowing is given against a previous knowledge, destroying poorly established knowledge, overcoming what, in the spirit itself, is an obstacle to spiritualization". For the author, the spiritualization of knowledge is the act of breaking pre-established prejudices and foundations and before the mysteries of reality and facts never infer that a known fact is consequently a wealth, a ready
image/svg+xmlLuciana Moura Caetano VELUDO and Marta Regina FARINELLITemas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 18, n. 00, e022015, 2022 e-ISSN 2526-3471 DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v18i00.16815 6 and finished response. It is important to point out that when the author speaks of "poorly established knowledge" he criticizes the act of giving meaning to an object or something from the usefulness of it. In thisway, it is necessary to destroy the convictions on this already established fact and formulate new problems, new questions and let the "scientific spirit" manifest itself. For Bachelard (1996), an epistemological obstacle consists in the closing of an unquestioned knowledge such as habits and intellectual sciences, which were useful one day, but may, at another time, impair scientific knowledge on the same subject hereinafter solved or answered. However, would science have a limit to its knowledge? Bachelard (2006, p. 23, our translation) also questions: Does the concept of limit of scientific knowledge have an absolute meaning? Is it really possible to draw the boundaries of scientific thought? Are we truly locked up in an objectively closed domain? Will we be slaves to an immutable reason? Is the spirit a kind of organic instrument, invariable as hand, limited as sight? Is he at least subject to a regular evolution in connection with an organic evolution? These are many questions, multiple and connected, which put at stake an entire philosophy and which should give a primary interest to the studies of the progress of scientific thought. For Bachelard (2006), the frontier of scientific knowledge is not in his inability to solve certain problems, difficulties or human dreams, but represents a momentary parking lot of thought. The author concludes this statement by saying that "it would be desired that each science could propose a kind of five-year plan" (p. 25, our translation), because, in this way, knowledge, which was previously limited by a certain concept coming from some empirical experiment, could answer new questions or concerns in order to confirm or refute it. In the exercise of these ideas, the "scientific spirit" is biased to value them in excess, which ends up opposing a circulation of values and polarizes the problem that Bachelard (1996) calls "inertia to the spirit" (scientific). In other words, scientific knowledge, on any topic, should not be limited and static. It is necessary to open spaces to dialogue with studies and concepts and leave the contemplation of it for the construction of a new response or deconstruction of an old concept. The search for epistemological understanding of a scientific problem is due to the fact that this knowledge provides basic and methodological tools to researchers (ÁVILA, 2019), so that they produce accurate and technical-level answers capable of leading the researcher to confront hypotheses/assumptions and demonstrate valid conclusions.
image/svg+xmlHealth literacy and health science: an epistemological dialogue with Gaston BachelardTemas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 18, n. 00, e022015, 2022 e-ISSN 2526-3471 DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v18i00.16815 7 When the scientific problem enters the area of health, Lage (1995, p. 248, our translation) states that "health sciences are typically frontier sciences", are in contact with medicine, biology, chemistry, but also with electronics and human sciences, and researchers who combine this knowledge in the best way advanced in the field to research. Health, as a science, allows the tangency of its concepts with several aspects that involve human life, that is, the answers come from its interface not only with medicine, but also with biology, pharmacology, chemistry, social sciences, among others. In the field of health sciences, this understanding of the boundaries of scientific knowledge and Bachelard's definitions of epistemological obstacles may break with some paradigms that clothe the concept of health and the promotion of social and personal well-being. According to Saboga-Nunes, Freitas and Cunha (2016), health has been conceptualized for its antithesis, that is, health as absence of disease or illness, even with broader definitions and discussed collectively in international organizations and by scholars in the area. In consensus with Bachelard's theory, Saboga-Nunes's argument is an example of an intrinsic idea (health as absence of disease) limited by some borders and which, over the years, has acquired abusive clarity, and caused public and private health agencies to target their efforts to combat the elimination of the disease. Another consequence was the decrease in investments in health promotion. Otherwise, focusing on curative health overlaps health promotion, distancing from the integral health of the person. The concept of health most referenced in scientific studies is that of the WHO, who, on April 7, 1948, stated that "Health is the state of the most complete physical, mental and social well-being and not just absence of disease" (WHO, 2014, p. 1, our translation). At the end of the 20th century, the WHO added to this definition the one established in its Ottawa Charter (WHO, 1986, p. 1, our translation) that: In order to achieve a state of complete physical, mental and social well-being, the individual or group must be able to identify and realize their aspirations, to meet their needs in the environment and to modify or adapt. Thus, health is understood as a resource for life and not as a purpose of life; health is a positive concept that accentuates social and personal resources. In Brazil, health is a right guaranteed by law and it is the duty of the State to maintain it, as presented in Art. 196 of the Federal Constitution: "health is the right of all and the duty of the State, guaranteed through social and economic policies aimed at reducing the risk of disease and other injuries and universal and equal access to actions and services for its promotion,
image/svg+xmlLuciana Moura Caetano VELUDO and Marta Regina FARINELLITemas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 18, n. 00, e022015, 2022 e-ISSN 2526-3471 DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v18i00.16815 8 protection and recovery" (BRASIL, 1988). The right is guaranteed legally, but it is not enduring according to the demands of the different and diverse social realities of the country. The 2008 World Health Report(WHO, 2008) addresses the need to implement efforts in the development of "primary health care", because it understands that this system is capable of placing the citizen at the center of health care reaching the highest level of health in order to "maximize equity and solidarity". In any case, health does not symbolize the same thing for all people, because, according to Scliar (2007), the concept of health contemplates the social, political, economic and cultural aspects of the person. Therefore, the health of an individual will vary according to his philosophical, religious, scientific concepts, moral values and diversify according to the social, historical and economic moment that he is inserted. The study by Rocha and David (2015) brings arguments about the causality of the health-disease process when considering that the health conditions of the individual or the collective are related to the sociocultural environment of these and not only as a biological manifestation. From this perspective, the author evidences the need to consider the social determinants of health, life history, social context and what would be unbalancing the biological conditions of this person beyond epidemiological conditions. The new approaches that study the social determinations of the health and disease process, such as Social Medicine in Latin America and Collective Health in Brazil, together with health promotion movements in Canada, show that health and disease also depend on the socioeconomic conditions of individuals. In other words, aspects such as employment, income, living environment and values imply in maleconic or beneficial results for people's health (ROCHA; DAVID, 2015). The brief compiled of these definitions is consistent with one of Bachelard's epistemological obstacle (1996), when he states that "an epistemological obstacle is embedded in unquestioned knowledge" (p. 19, our translation). Otherwise, it is understood that the generalities of concepts and studies involving health and its promotion become epistemological obstacles that can and should be questioned, in view of the changes in the way of life of people, families and societies that are more likely to understand, signify and manage their lives. In agreement with Bachelard's "scientific spirit" and expanding the boundaries of health definitions and health promotion systems is the author Saboga-Nunes (2000) who proposes a way to guide and perceive reality when he warns that the person has the ability to manage his life and consequently the stressful factors that affect his health.
image/svg+xmlHealth literacy and health science: an epistemological dialogue with Gaston BachelardTemas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 18, n. 00, e022015, 2022 e-ISSN 2526-3471 DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v18i00.16815 9 Health literacy as a manifestation of the "scientific spirit" It is possible to infer, from the punctuated questions, that the "scientific spirit" permeated the development of research and concepts of health and its promotion, because, through a scientific demand, the problem was being formulated and renewed. When Bachelard (1996, p. 17, our translation) introduces the notion of epistemological obstacle, he studies, through epistemological and psychological analysis, the barriers to the formation of scientific knowledge. In the words of said author "it is in terms of obstacles that the problem of scientific knowledge must be posed". As an epistemological obstacle, we identified the tendency to limit scientific knowledge with regard to the concept of health science, preventing these definitions from advancing beyond these conceptual boundaries. According to Okanet al. (2019), the concepts, in addition to stipulating a shared understanding of words, define indicators and measures of research. It is important to have concepts such as sharing this knowledge, but not as limiting data of a knowledge. Historically, some health movements have been identified as International Conferences on Health Promotion, promoted by who, studies of social determinations in health in an attempt to a scientific reorientation based on empirical observations of people and their social relations. According to Rocha and David (2015, p. 132, our translation), it is from these movements that Social Medicine breaks out in France, and that health focuses not on the disease, but its promotion: "In the post-war period, the WHO's conception of health at the end of the 1970s refers to the need to integrate medical care in the fight against the causes of the disease". In the period mentioned, this uprising also sensitized the Pan American Health Organization (PAHO/OPAS) which ended up proposing policies and projects of health interventions, in countries with different historical backgrounds such as Chile and Sweden. For the authors mentioned in the previous paragraph, the theme Social Determinants of Health (SSD), which conceptually relate economic, social, cultural, ethnic/racial, psychological and behavioral factors to the appearance of health problems, reveal another way of thinking and understanding health as a promotion of well-being and not only as a treatment of physical illness. One of the changes in the paradigms of thinking about health happened after the Alma-Ata Conference in 1986, when the "Primary Health Care" movement was driven, prioritizing, as health values, social justice, the right to better health for all, participation and solidarity (WHO, 2008).
image/svg+xmlLuciana Moura Caetano VELUDO and Marta Regina FARINELLITemas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 18, n. 00, e022015, 2022 e-ISSN 2526-3471 DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v18i00.16815 10 In 1986, after the "International Conference on Health Promotion" held in Ottawa, Canada, a Charter was adopted on the directions for building a new public health movement worldwide. Thus, the promotion of citizen health ceases to be an inherent responsibility of the "Health Sectors", and becomes a process that provides citizens and the community with the possibility of controlling their health through a change of lifestyle, in order to achieve a complete level of "well-being" (WHO, 1986). Meeting a new perspective of thinking about health promotion and contrary to the notion of health from a biomedical perspective, that a person is fundamentally healthy and throughout his life is exposed to external agents that harm him and cause diseases (SABOGA-NUNES, 2000), a positive concept of health emerges that notifies personal resources, and physical capacities as precursors of Health Promotion. In congruence with this approach, Saboga-Nunes (2014b) unveils the concept of health literacy, "as the awareness of the learning person and active in the development of their understanding, management and investment skills, favorable to health promotion". In this sense, life is more than surviving and health promotion is about thriving and allowing people to increase control over their health" (SABOGA-NUNES; FREITAS; CUNHA, 2016). Health literacy is a relatively new term and has become a focus of interest on the part of the scientific community. Still on the concept of health literacy, it is important to mention that the term health literacy was first mentioned by Simonds in 1974 in the context of health education in schools. However, academically, the first scientific paper appeared in the 1980s, the second in the early 1990s and in 2006 more than 100 articles had already been published (OKAN et al., 2019, p. 5).For the World Health Organization (WHO, 1998), the understanding of health literacy "implies obtaining a level of knowledge, personal skills and trust that allows taking measures to improve personal and community health, changing personal lifestyles and living conditions." Thus, health literacy represents more than a person's ability to read pamphlets and seek a health professional. Better levels of health literacy mean greater access of health information and the possibility of using this knowledge in order to effectively promote their own health (SABOGA-NUNES; FREITAS; CUNHA, 2016). In any case, this concept, still under construction, allows people who are part of a community to unlink their active and passive roles when it comes to ensuring their own health. For, if on the one hand there are some health professionals who have their own statutes and languages and sometimes difficult to decipher, on the other, the citizen who finds himself with the possibility of understanding the information to manage and invest in health. In this context,
image/svg+xmlHealth literacy and health science: an epistemological dialogue with Gaston BachelardTemas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 18, n. 00, e022015, 2022 e-ISSN 2526-3471 DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v18i00.16815 11 it is important to highlight that both professionals and users of the public health network respond to a health policy, whether municipal or federal, which regulates investments, establishes norms and procedures that, in most cases, do not stop enabling the well-being of the citizen, but only, in an emergency way, meet specific demands and does not offer individualized care and care. In a first instance, health literacy is effective through the communication process so that one is convinced that the person understands what physicians and other health professionals are instructing him. It also involves the investment capacity of the citizen who becomes able to choose what will contribute to his health, and also covers the management competence of this individual, because it aggregates resources that will contribute to the search for his health and well-being (SABOGA-NUNES; FREITAS; CUNHA, 2016). The study of health literacy shows an imbalance between what the Health System offers the person and what they really need to understand what would be best to become healthy. Healthy citizens make less use of medicines, health services, among others, dishonoring municipalities and consequently the State (MARQUES, 2015). Other studies such as those by Farinelli et al. (2017) and Lamanauskas and Augiene (2019) demonstrated that the scope of health literacy reaches public and private health systems as a guide and support to users and professionals. In addition to these levels, it can be said that health literacy is of interest, at various levels, such as social, cultural, economic, all people. Dialoguing with Bachelard (1996), the concepts of health embedded in pathogenic thinking, that is, of only treatment of the disease, becomes an epistemological obstacle, which can, over time, impose limits on scientific research. The discussion of health promotion from the perspective of health literacy brings a new parameter that combines factors that instrumentalize the citizen for the identification, search and management of the issues that have determined and that can promote their health. When analyzing the levels of health literacy, it is possible to have a dimension of the quality of life, resilience and well-being of people in adverse living conditions (SABOGA-NUNES, 2014a). The care of the population offered in the health sectors from the perspective of health literacy increases the possibilities of treatment and guidance for the citizen to make more conscious choices, since only the increase in health information does not collaborate with the person who cannot understand about the health issue that is transmitted to him. The concept of health literacy opens spaces for dialogue and comprises all social actors involved in the health system: population, managers, professionals and the State. Thus, the person becomes able to
image/svg+xmlLuciana Moura Caetano VELUDO and Marta Regina FARINELLITemas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 18, n. 00, e022015, 2022 e-ISSN 2526-3471 DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v18i00.16815 12 enhance his decision making by maintaining an improvement in health due to a communication ability and use of the acquired information. Final considerations After the discussions, it is important to clarify that these pages did not intend to extenuate all aspects presented in Bachelardiana epistemology, but to present an overview of the theory of the formation of the "scientific spirit" and the concepts of epistemological obstacles with regard to health concepts proposing new questions and crossing conceptual and investigative barriers. The present study elucidates that knowledge is not the result of a pure and simple idea of an author who dictates knowledge that refers only to wisdom. In other words, the product of science comes from previously existing knowledge that should not be ratified by early deeds, but to expand and allow discourses that reorganize the system of knowledge. The development of the concept of health literacy broadens the look and actions as strategies for an effective health promotion and begins to meet a need for conscious management of the person about his own health in order to contribute to improvements in his physical, social, mental and emotional well-being. Bachelard's studies contribute to a relevant dialogue in the field of concepts involving health and its promotion. And finally, as renewal of this knowledge consolidates research in the area of health literacy as the proposal to improve the level of information about health, seizure, investment and management. REFERENCESÁVILA, I. G. Razones para una epistemología en la investigación científica médica actual. EDUMECENTRO, v. 11, n. 2, p. 1-4, 2019. Available: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-1001881. Access: 11 Jan. 2022. BACHELARD, G. Le Matérialisme Rationnel. Paris: PUF, 1972. BACHELARD, G. A formação do espírito científico: Contribuição para uma Psicanálise do conhecimento. Rio de Janeiro: Contraponto, 1996. BACHELARD, G. A epistemologia. Lisboa: Edições 70, 2006. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Assembleia Nacional, 1988. Available: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Access: 10 Jan. 2022.
image/svg+xmlHealth literacy and health science: an epistemological dialogue with Gaston BachelardTemas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 18, n. 00, e022015, 2022 e-ISSN 2526-3471 DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v18i00.16815 13 CORDEIRO, A. M. et al. Revisão sistemática: Uma revisão narrativa. Rev. Col. Bras. Cir,v. 34, n. 6, p. 428-431, dez. 2007. Available: https://www.scielo.br/j/rcbc/a/CC6NRNtP3dKLgLPwcgmV6Gf/abstract/?lang=pt. Access: 01 Feb. 2022. FARINELLI, M. R. et al. Permanent education and health literacy: Contributions for the training professional. Revista Família, Ciclos de Vida e Saúde no Contexto Social, v. 5, 2017. Available: https://seer.uftm.edu.br/revistaeletronica/index.php/refacs/article/view/2263. Access: 22 Sept. 2022 GIL, A. C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social.7. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2019. KANJ, M.; MITIC, W. Health Literacy and Health Promotion: Definitions, Concepts and Examples in the Eastern Mediterranean Region. In: GLOBAL CONFERENCE ON HEALTH PROMOTION, 7., 2009, Nairobi, Kenya. Promoting Health and Development:Closing the Implementation Gap, 2009. LAGE, A. Los desafíos del desarrollo: La actividad científica como eje de la formación del personal de salud. Educ Med Salud., v. 29, n. 3-4, p. 243-256, 1995. Available: http://bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=PAHO&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=21762&indexSearch=ID. Access: 25 Apr. 2022. LAMANAUSKAS, V.; AUGIENĖ, D. Identifying Primary School Teachers’ Health Literacy. Journal of Turkish Science Education, v. 16, n. 4, p. 451-466, 2019. Available: http://www.tused.org/index.php/tused/article/view/754. Access: 22 Sept. 2022. MARQUES, J. P. D. Literacia em saúde: Avaliação através do European Health Literacy Survey em português num serviço de internamento hospitalar [Em linha]. 2015. Dissertação (Mestrado em Gestão dos Serviços de Saúde) Instituto Universitário de Lisboa, Lisboa, 2015. Available: https://repositorio.iscte-iul.pt/handle/10071/11458. Access: 13 Mar. 2022. MORAES, G. V. O. Influência do Saber Biomédico na Percepção da Relação Saúde/Doença/Incapacidade em Idosos da Comunidade.2012. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) Centro de Pesquisas René Rachou, Fundação Oswaldo Cruz, Belo Horizonte, 2012. Available: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/6511. Access: 22 Apr. 2021. OKAN, O. et al.International Handbook of Health Literacy: Research, Practice and Policy across the Life-Span. [Manual Internacional de Alfabetização em Saúde: Pesquisa, prática e política em toda a vida]. Bristol: Policy Press, 2019. Organização Mundial da Saúde - OMS. Carta de Ottawa. Promoção da Saúde nos Países Industrializados. Ottawa: OMS, 1986. Organização Mundial da Saúde - OMS. Relatório Mundial de Saúde 2008:Cuidados de Saúde Primários agora mais que nunca.Lisboa: OMS, 2008.Available: https://www.who.int/eportuguese/publications/whr08_pr.pdf. Access: 27 Jan. 2022.
image/svg+xmlLuciana Moura Caetano VELUDO and Marta Regina FARINELLITemas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 18, n. 00, e022015, 2022 e-ISSN 2526-3471 DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v18i00.16815 14 ROCHA, P. R.; DAVID, H. M. S. L. Determinação ou Determinantes? Uma discussão com base na Teoria da Produção Social da Saúde.Rev. esc. enferm. USP, v. 49, n. 1, p. 129-135, jan./fev. 2015. Available: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-62342015000100129&lng=pt&nrm=iso. Access: 28 Jan. 2022. SABOGA-NUNES, L. O sentido de coerência como conceito operacionalizador do paradigma salutogênico. In: CONGRESSO PORTUGUÊS DE SOCIOLOGIA, 4., 2000. Anais[...]. Coimbra: Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, 2000. Available: https://aps.pt/wp-content/uploads/2017/08/DPR462e0a1588ba7_1.pdf. Access: 20 Jan. 2022. SABOGA-NUNES, L. Hermenêutica da literacia em saúde e sua avaliação em Portugal(HLS-EU-PT). In: CONGRESSO PORTUGUÊS DE SOCIOLOGIA, 8., 2014, Évora, Lisboa. Anais[...]. Lisboa: Associação Portuguesa de Sociologia, 2014a. Available: https://docplayer.com.br/4153200-Hermeneutica-da-literacia-em-saude-e-sua-avaliacao-em-portugal-hls-eu-pt.html. Access: 20 Jan. 2022. SABOGA-NUNES, L. Literacia para a Saúde e a conscientização da cidadania positiva. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE LITERACIA EM SAÚDE MENTAL, 1., 2014, Coimbra. Anais[...]. Coimbra: Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, 2014b. Available: https://novaresearch.unl.pt/en/publications/literacia-para-a-saúde-e-a-conscientização-da-cidadania-positiva. Access: 20 Jan. 2022. SABOGA-NUNES, L.; FREITAS, O.; CUNHA, M. Renasceres®: Um modelo para a construção da cidadania em saúde através da literacia para a saúde. Revista Servir, v. 59, n. 1, p. 7-16, 2016. Available: https://revistas.rcaap.pt/index.php/servir/article/view/21356. Access: 10 Apr. 2022. SABOGA-NUNES, L. et al.Literacia para a Saúde: Origens e implicações do conceito. In: SABOGA-NUNES, L. et al. (org.). O Papel da Literacia para a Saúde e educação para a Saúde na Promoção da Saúde. Curitiba: Editora CRV, 2019. SCLIAR, M. História do conceito de saúde. Physis, v. 17, n. 1, p. 29-41, abr. 2007. Available: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-73312007000100003&lng=en&nrm=iso. Access: 21 Jan. 2022. TRIVIÑO, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: A pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 2015. World Health Organization - WHO.Health promotion glossary. Geneva: WHO, 1998. Available: https://www.who.int/healthpromotion/about/HPR%20Glossary%201998.pdf?ua. Access: 06 Feb. 2022. World Health Organization - WHO.7th Global Conference on Health Promotion. Geneva: WHO, 2009. Available: https://www.who.int/healthpromotion/conferences/7gchp/en/. Access: 06 Feb. 2022. World Health Organization - WHO.Basic Documents: Forty-Eight edition Including amendments adopted up to 31 December 2014. Geneva: WHO, 2014. Available: https://apps.who.int/gb/bd/PDF/bd48/basic-documents-48th-edition-en.pdf. Access: 06 Feb. 2022.
image/svg+xmlHealth literacy and health science: an epistemological dialogue with Gaston BachelardTemas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 18, n. 00, e022015, 2022 e-ISSN 2526-3471 DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v18i00.16815 15 How to refer to this articleVELUDO, L. M. C.; FARINELLI, M. R. Health literacy and health science: An epistemological dialogue with Gaston Bachelard. Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 18, n. 00, e022015, 2022. e-ISSN: 2526-3471. DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v18i00.16815 Submitted: 25/07/2022 Revisions required: 03/09/2022 Approved: 20/09/2022 Published: 30/11/2022 Processing and publication by the Editora Ibero-Americana de Educação. Correction, formatting, standardization and translation.