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As dificuldades no cotidiano escolar dos professores do estado do Ceará no processo de retorno ao modelo presencial
Temas em Educ. e Saúde,
Araraquara, v. 18, n. 00, e022016, 2022 e-ISSN 2526-3471
DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v18i00.16967
1
AS DIFICULDADES NO COTIDIANO ESCOLAR DOS PROFESSORES DO
ESTADO DO CEARÁ NO PROCESSO DE RETORNO AO MODELO PRESENCIAL
LAS DIFICULTADES EN LA RUTINA ESCOLAR DE LOS MAESTROS EN EL
ESTADO DE CEARÁ EN EL PROCESO DE VOLVER AL MODELO PRESENCIAL
THE DIFFICULTIES IN THE SCHOOL ROUTINE OF TEACHERS IN THE STATE
OF CEARÁ IN THE PROCESS OF RETURNING TO THE FACE-TO-FACE MODEL
Aline Soares CAMPOS
1
George Almeida LIMA
2
Stela Lopes SOARES
3
Jean Silva CAVALCANTE
4
Heraldo Simões FERREIRA
5
RESUMO
: O Governo do Ceará liberou a realização das aulas presenciais, na Educação
Básica, para todos os municípios cearenses. O objetivo dessa pesquisa lançar luz sobre os
estressores que fomentam o esgotamento docente, a fim de ajudar, apoiar e capacitar os
professores para enfrentar os próximos desafios da pandemia. Será avaliado os indicadores de
saúde mental dos professores do estado do Ceará visando auxiliar na compreensão dos efeitos
do confinamento e do isolamento social, das dificuldades docentes no cotidiano escolar e na
capacidade de trabalho durante o processo de retorno gradual ao ambiente de trabalho. Foram
convocados a participar da pesquisa professores da educação infantil ao ensino superior, das
esferas públicas e privada. O estudo da síndrome do esgotamento profissional nos ambientes
organizacionais mostrou-se em patamares médios, ligando assim o alerta da necessidade de
atenção por parte dos gestores com as consequências que o Burnout aos professores.
PALAVRAS-CHAVE
: Docentes. Burnout. Educação.
1
Secretaria da Educação do Estado do Ceará (SEDUC/CE), Fortaleza
–
CE
–
Brasil. Coordenadora Escolar.
Integrante do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Física Escolar (GEPEFE/UECE). Mestrado em
Educação (UFC). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2205-4697. E-mail: aline.campos@prof.ce.gov.br
2
Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), Petrolina
–
PE
–
Brasil. Mestrando em Educação
Física. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0899-0427. E-mail: george_almeida.lima@hotmail.com
3
Centro Universitário Inta (UNINTA), Sobral
–
CE
–
Brasil. Coordenadora do Curso de Educação Física.
Integrante do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Física Escolar (GEPEFE/UECE). Doutorado em
Educação (PPGE/UECE). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5792-4429. E-mail: stela.soares@uninta.edu.br
4
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), Vila Real
–
Portugal. Doutorando em Ciências do
Desporto. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7084-8408. E-mail: dr.jeancavalcantefisio@gmail.com
5
Universidade Estadual do Ceará (UECE), Fortaleza
–
CE
–
Brasil. Professor Adjunto do Curso de Educação
Física e Professor Permanente no Programa de Pós-Graduação em Educação. Coordenador do Grupo de Estudos
e Pesquisas em Educação Física Escolar (GEPEFE/UECE). Doutorado em Saúde Coletiva (UECE). ORCID:
https://orcid.org/0000-0003-1999-7982. E-mail: heraldo.simoes@uece.br
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Aline Soares CAMPOS; George Almeida LIMA; Stela Lopes SOARES; Jean Silva CAVALCANTE e Heraldo Simões FERREIRA
Temas em Educ. e Saúde,
Araraquara, v. 18, n. 00, e022016, 2022 e-ISSN 2526-3471
DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v18i00.16967
2
RESUMEN
: El Gobierno de Ceará lanzó la realización de clases presenciales, en Educación
Básica, para todos los municipios de Ceará. El objetivo de esta investigación es arrojar luz
sobre los factores estresantes que alimentan el agotamiento de los docentes para ayudar,
apoyar y empoderar a los docentes para enfrentar los próximos desafíos de la pandemia. Se
evaluarán los indicadores de salud mental de los docentes del estado de Ceará para ayudar a
comprender los efectos del encierro y el aislamiento social, las dificultades de los docentes en
el cotidiano escolar y en la capacidad de trabajo durante el proceso de retorno gradual al
ambiente laboral. Fueron invitados a participar de la investigación docentes desde el jardín
de infancia hasta la enseñanza superior, de los ámbitos público y privado. El estudio del
síndrome de burnout profesional en ambientes organizacionales se mostró en niveles medios,
vinculando así la alerta de la necesidad de atención por parte de los directivos con las
consecuencias que tiene el Burnout para los docentes.
PALABRAS-CLAVE
: Profesores. Burnout. Educación.
ABSTRACT
: The Government of Ceará released the realization of face-to-face classes, in
Basic Education, for all municipalities in Ceará. The aim of this research is to shed light on the
stressors that fuel teacher burnout in order to help, support and empower teachers to face the
upcoming challenges of the pandemic. The mental health indicators of teachers in the state of
Ceará will be evaluated in order to help understand the effects of confinement and social
isolation, teachers' difficulties in school routine and work capacity during the process of
gradual return to the work environment. Teachers from kindergarten to higher education, from
public and private spheres, were invited to participate in the research. The study of the
professional burnout syndrome in organizational environments was shown to be at average
levels, thus linking the alert of the need for attention on the part of managers with the
consequences that Burnout has for teachers.
KEYWORDS:
Teachers. Burnout syndrome. Education.
Introdução
O Governo do Ceará liberou a realização de aulas presenciais, em qualquer nível de
educação, para todos os municípios cearenses. No entanto, para tentar garantir um quadro
epidemiológico estável, o Estado também divulgou o novo protocolo setorial da Educação
(SESA-CE, 2022), que estabelece diretrizes para o funcionamento das escolas diante da
pandemia de Covid-19. Apesar da aparente tranquilidade para a realização da abertura das
escolas, o ambiente não é positivo, pois em meados de dezembro de 2021, com a introdução e,
logo, dominância da nova variante Ômicron, teve início a terceira onda epidêmica em Fortaleza.
Sobretudo nas três primeiras semanas de 2022, há uma progressão exponencial do número de
casos diários até então inédita. Ao contrário das ondas an
teriores, o aumento foi “explosivo”,
como tem sido relatado em diversas regiões onde a Ômicron se estabelece.
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A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE (2021),
mostra que a pandemia da COVID-19 produziu impactos severos na saúde pública, assim como
nas condições de vida das pessoas na maior parte dos países. Enquanto a pandemia segue o seu
curso, há a necessidade das diferentes instâncias do governo, entidades da sociedade civil e
profissionais de diferentes ocupações em prover assistência à saúde, segurança e recursos
necessários à redução da velocidade de difusão da doença e na mitigação de seus resultados na
saúde das pessoas. As medidas de isolamento social e de restrição da mobilidade promoveram
a aceleração de mudanças nas rotinas de trabalho por meio da informatização e digitalização de
processos e procedimentos e no incremento da prestação de serviços
on-line
, especialmente no
campo da educação, nas atividades administrativas, logística e vendas.
Em meio a essa dinâmica social, foram implementadas medidas que interromperam
completamente ou limitaram fortemente a reunião de pessoas em locais públicos e o
funcionamento de entidades educacionais. A duração dessas medidas, promovidas de forma
extensiva, refletiu nas interações sociais e de trabalho, na empregabilidade e sustento
econômico das pessoas, assim como comprometeram as atividades de escolas, universidades e
demais centros de formação profissional (BARROS-DELBEN
et al
., 2020). Do ponto de vista
da saúde mental, verifica-se a exacerbação de sintomas dos transtornos de humor,
especialmente ansiedade, depressão, além de episódios de pânico, estresse agudo e pós-
traumático, não apenas entre os profissionais, mas na população de modo geral
(DELLAZZANA-ZANON
et al
., 2020; TEMSAH
et al
., 2020).
O retorno ao trabalho durante a pandemia COVID-19 é uma pressão social constante
para muitos trabalhadores e empresas, inclusive no setor educacional. Nesse sentido, além de
preparar o ambiente de trabalho, ao dispor de normas de proteção e cuidado de higienização, é
importante investigar o grau de vulnerabilidade dos trabalhadores em termos de saúde mental
(SOMINSKY
et al
., 2020).
Segundo Rǎducu e Stǎnculescu (2022)
, neste momento muito difícil para as pessoas em
todo o mundo, os professores são um dos grupos de trabalhadores mais desafiados, pois foram
forçados a se adaptar em pouco tempo a novas formas de trabalho que incluem distanciamento
social em sala de aula, ensino híbrido e instruções virtuais. Desta forma, para Silva e Feitosa
(2022), o distanciamento social provocado pela pandemia exigiu novas configurações
educacionais, acarretando no aumento dos níveis de ansiedade, dificuldades de comunicação e
falta de suporte administrativo. Todos esses novos estressores próximos ao Burnout somaram-
se ao medo gerado pela COVID-19, que quase todas as pessoas experimentaram. Essas novas
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demandas somaram-se às cargas de trabalho já cheias dos professores, que mesmo antes da
COVID-19 já afetavam o esgotamento e a ansiedade dos professores (PRESSLEY, 2021). Com
todas as novas demandas que os professores enfrentaram ao voltar às salas de aula durante a
pandemia da COVID-19, eles também enfrentaram a possibilidade de novas ansiedades e
estressores.
Pesquisas anteriores descobriram que o esgotamento e a escassez de professores
afetaram a motivação e o sucesso acadêmico do aluno, conforme Shen
et al
. (2015) e Sutcher
et al
. (2019). Com os desafios que os professores estão enfrentando durante a pandemia da
COVID-19, é vital entender como os novos desafios podem influenciar o esgotamento dos
professores. Um relatório para a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e
Cultura
–
UNESCO, segundo Holmes
et al.
(2020) enfatizou a importância de estudar os efeitos
psicológicos da pandemia nos trabalhadores mais desafiados para que o conhecimento
adquirido possa ser aplicado para prevenir e aliviar as dificuldades encontradas por eles em
outros surtos futuros previstos. Além disso, pesquisas contínuas podem levar a descobertas mais
generalizáveis sobre o impacto da COVID-19 na satisfação, eficácia e esgotamento dos
professores.
Nesse sentido, nosso objetivo é responder a esse chamado lançando luz sobre os
estressores que contribuem para o esgotamento docente, a fim de ajudar a apoiar e capacitar os
professores para enfrentar os próximos desafios da pandemia. Será avaliado os indicadores de
saúde mental dos professores do estado do Ceará visando auxiliar na compreensão dos efeitos
do confinamento e do isolamento social, das dificuldades docentes no cotidiano escolar, e na
capacidade de trabalho durante o processo de retorno gradual ao ambiente de trabalho. Foram
convidados a participar da pesquisa professores da educação infantil ao ensino superior, das
esferas públicas e privadas.
Fundamentação Teórica
O estresse tem um significado diferente para pessoas diferentes em condições
diferentes. A primeira definição mais geral de estresse foi a proposta de Hans Selye (1926, apud
BAQUTAYAN; ABD GHAFAR; GUL, 2017), onde o pesquisador aponta que o estresse é a
resposta inespecífica do corpo a qualquer demanda pessoal. Hans Hugo Bruno Selye, também
conhecido como o “pai do estresse”, observou que os pacientes com uma variedade de doenças
tinham muitos dos mesmos “nã
o especificados" sintomas que eram a resposta comum a
estímulos experimentados pelo corpo.
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O estresse envolve um estressor e uma resposta ao estresse. O estímulo iminente ou
percebido que inicia a resposta ao estresse é chamado de estressor. A resposta ao estresse é
controlada pelo sistema nervoso autônomo. O cérebro funciona consciente e
inconscientemente, a atividade do cérebro inconsciente varia entre estar relaxado quando
dormimos e tenso quando nos encontramos ou antecipamos um desafio ou uma ameaça. Quando
o cérebro funciona bem, a mudança entre estados acontece em segundos quando necessário,
como um evento inesperado ao dirigir um carro: a resiliência do cérebro é normal e o cérebro
reage ao desafio com uma resposta adaptativa e transitória ao estresse que é construtivo e
aumenta o desempenho. Isso é estresse positivo e é chamado de estresse transitório ou agudo.
Depois, o estado relaxado da homeostase é restabelecido (MCEWEN; AKIL, 2020).
Se uma pessoa está sob uma carga de estresse muito alta por um período muito longo, o
cérebro inconsciente perde a resiliência semelhante à mola mecânica. Isso leva à disfunção da
resposta adaptativa ao estresse transitório
–
e a uma variedade de disfunções físicas, mentais,
emocionais, psicológicas e sociais. Isso reduz o desempenho geral e pode afetar negativamente
a saúde. Nessa situação, o estresse tornou-se negativo e destrutivo e é chamado de estresse
persistente ou crônico. Se a disfunção autonômica persistir, pode levar a doenças como
depressão, ansiedade, Síndrome de Estresse Pós-Traumático, hipertensão, dor crônica, redução
da fertilidade, diabetes, doenças cardíacas e/ou acidente vascular cerebral (BRUDEY
et al
,
2015).
O estresse faz parte da existência humana, cujo significado é sinônimo de “pressão”,
“tensão” ou “insistência”, é o modo como reagimos física e emocionalmente às mudanças. Seu
estudo na atualidade demonstra a necessidade de medidas preventivas e de controle do estresse
excessivo, principalmente nos professores, seja pelo trabalho coletivo ou individual dentro da
escola. As relações do indivíduo com seu trabalho acabam por influenciar na vida dos
profissionais gerando um novo estilo de vida. O estresse e a depressão são considerados pela
legislação do Brasil, desde 1999, como doença ocupacional, estando incluído entre os
Transtornos mentais e do comportamento relacionados com o trabalho o grupo V da CID-10,
conforme o Regulamento da Previdência Social (BRASIL, 1999).
Embora possuam muitas semelhanças, principalmente no que diz respeito aos sintomas,
é preciso entender as diferenças importantíssimas entre estresse e Burnout. Na síndrome de
Burnout estar no ambiente, por si só, já causa ansiedade e profundo esgotamento que leva a
maioria dos pacientes a ter uma crise. O quadro da síndrome de Burnout chega em etapas:
primeiro, o paciente tem uma drástica queda no rendimento e duvida das próprias capacidades,
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o que o leva a sentir-se extremamente desmotivado. A seguir, a agressividade toma conta, o que
colabora para a liberação de hormônios em ataques de ira, como o cortisol, produzido na
suprarrenal. Esse processo bioquímico colabora com o aumento do risco de diabetes,
cardiopatias, doenças autoimunes, crises de pânico e depressão. E, por fim, chega o
esgotamento total (SALVAGIONI
et al.,
2017).
A síndrome de Burnout, ou síndrome do esgotamento profissional, é um distúrbio
psicológico grave, que aparece em resposta à estressores emocional e interpessoal crônicos
decorrentes do trabalho. O grau de comprometimento de um trabalhador devido a síndrome,
pode ser avaliado por diversas Escalas de mensuração, sendo a de maior destaque e
representatividade a MBI (GS)
–
Maslach Burnout Inventory − e suas variações. Essa escala
foi desenvolvida, no início de 1980, por Maslach
et al.
(1997), que se basearam em um modelo
de três fatores para medir a exaustão emocional (sensação de estar sobrecarregado e esgotado
emocional e fisicamente), o cinismo (compreendido como a dimensão interpessoal, apresenta-
se como uma resposta negativa e insensível aos vários aspectos do trabalho) e a realização
pessoal (autoavaliação que traz sentimentos de incompetência e falta de realização e
produtividade no trabalho).
Na acepção da palavra, Cinismo deriva do termo grego
kynismós
, que é um sistema e
doutrina filosófica dos cínicos. Em sentido figurado o cinismo tem uma conotação pejorativa
sendo que designa um homem agudo e mordaz que não respeita os sentimentos e valores
definidos nem como convenções sociais.
Segundo Cardoso (2017), cada fase da carreira consiste de um percurso construído por
meio de vivências, onde o professor se desenvolve exercendo influência sobre o ambiente em
que atua e sendo ao mesmo tempo influenciado por ele. Essa movimentação é marcada por
etapas que apresentam características específicas, de acordo com os espaços, os tempos e as
condições de trabalho. Esse processo de construção da carreira docente considera os desafios e
as exigências da sociedade e também as especificidades que marcam o segmento de ensino no
qual o professor atua, a infra estruturada da escola (estrutura física, número de alunos por turma,
recursos didáticos, etc.), relação com seus pares e com os alunos. Para alguns professores, esse
percurso pode acontecer de modo tranquilo enquanto para outros pode se apresentar como um
momento marcado por tensões, dúvidas, angústias, medos, dilemas revelando-se assim um
processo complexo.
Segundo Huberman (2000), ao longo da trajetória profissional docente, os professores
vivenciam o “Ciclo de vida profissional docente” organizado em f
ases que expressam como é
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a inserção do professor na carreira, seus medos, suas dúvidas, suas angústias e seus
questionamentos que marcam essa etapa. O decorrer desse ciclo, é marcado por fases que
evidenciam a distância entre as ideias e as realidades que surgem, o sentimento de libertação e
pertença, sensação de rotina e motivação elevada. E o encerramento desse ciclo é marcado por
sentimentos como serenidade, conformismo e menos sensibilidade à avaliação dos outros.
Ressalta, ainda, que não há uma linearidade entre as etapas e que elas não são estáticas;
sendo assim, os professores podem expressar, ao mesmo tempo, características de etapas
diferentes, pois o tempo e a forma como cada um vivencia essas etapas são influenciados por
fat
ores diversos. Dessa forma, não se pode “enquadrar” todos os professores de um determinado
tempo de serviço em um mesmo estágio. É preciso considerar também a singularidade que é
trazida por cada professor em sua bagagem sociocultural e as influências que o ambiente de seu
trabalho exerce sobre ele.
Huberman (2000) aponta que é difícil estudar o ciclo de vida profissional docente com
a pretensão de extrair perfis-tipo, sequências e fases, pois integrar num mesmo grupo os
indivíduos que parecem partilhar traços em comum, é uma tarefa arriscada, uma vez que é
preciso considerar as diferenças nos meios sociais.
Para o referido autor, a fase de entrada na carreira ou a fase do tateamento corresponde
aos três primeiros anos da docência. Essa fase é caracterizada
pela “sobrevivência” e pela
“descoberta”. A “sobrevivência” relaciona
-se com
[...] o tatear constante, a preocupação consigo próprio, a distância entre os
ideais e as realidades cotidianas da sala de aula, a fragmentação do trabalho,
a dificuldade em fazer face, simultaneamente, à relação pedagógica e à
transmissão de conhecimentos, a oscilação entre relações demasiado íntimas
e demasiado distantes, dificuldades com alunos que criam problemas, com
material didático inadequado, etc. (HUBERMAN, 2000, p. 39).
Já o aspecto da “descoberta” relaciona
-se ao entusiasmo do professor diante das
novidades que vão sendo desvendadas a cada dia em sua profissão e que estão atreladas à
experiência de se sentir responsável por uma turma ou por se sentir como um membro de um
grupo. O autor destaca ainda que esses dois aspectos podem ser vividos em paralelo, sendo que
a descoberta permite suportar o aspecto da sobrevivência.
A fase da estabilização corresponde ao período entre 4 e 6 anos de carreira, caracterizada
pelo comprometimento definitivo na docência e, ainda, como uma fase de tomada de
responsabilidades.
A fase da diversificação e a fase do questionamento ocorrem no mesmo período, qual
seja entre 7 e 25 anos de carreira. No entanto, a primeira é marcada pela quebra da rigidez
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pedagógica (quando o professor começa a fazer experimentações) enquanto a segunda é
caracterizada pelas dúvidas quanto à carreira e quanto à profissão.
Já no período entre 25 e 35 anos de carreira, ocorre a fase da serenidade e distanciamento
afetivo, identificadas por características que vão ao encontro do nome que a define. Neste
mesmo período observa-se, também, a fase do conservadorismo, marcada pelo distanciamento
das lamentações frente à profissão. Por último, a fase do desinvestimento, que ocorre entre 35
e 40 anos de docência, quando os professores se afastam da profissão e dedicam o seu tempo
mais a si próprios.
Segundo Cardoso (2017) no Brasil, a fase do desinvestimento tem ocorrido bem mais
cedo. As más condições de trabalho como, por exemplo, os baixos salários, a dupla e até tripla
jornada de trabalho, a falta de recursos materiais nas escolas, infraestrutura precária, número
alto de alunos por turma, são alguns dos elementos que contribuem para que os professores não
invistam na carreira. Além disso, muitos professores, por não encontrarem nessa profissão o
retorno que almejavam, desistem logo no início da carreira.
As características apontadas por Huberman (2000) em cada fase do ciclo de vida
profissional nos ajudam a compreender as ações dos professores em seus processos formativos
e a pensarmos que, em cada etapa, devemos considerar as particularidades, os sentimentos, os
dilemas e os desafios que eles estão vivenciando. O autor ressalta que não há sequências
universais, pois o desenvolvimento das mesmas se relaciona com as condições sociais e com o
período histórico; e ainda que cada etapa prepara a seguinte, mas sem determinar a ordem da
fase que virá na sequência.
Retomando a definição inicial: O estresse tem um significado diferente para pessoas
diferentes em condições diferentes, e considerando que
a carreira docente é uma trajetória
relacional, marcada historicamente, contextualmente vivenciada e construída, é necessário nesta
avaliação diferenciar os professores alvo em relação às diferentes fases da carreira docente. Desta
forma, considerando as premissas anteriormente descritas, defrontamo-nos com a seguinte questão
problemática norteadora do estudo: Quais são as percepções de professores da rede de ensino do
estado do Ceará, sobre as suas dificuldades pedagógicas no cotidiano escolar? Qual o efeito da
pandemia e o retorno presencial sobre a saúde mental dos professores?
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Metodologia
Caracterizamos a pesquisa como qualitativa do tipo exploratório, utilizando como
instrumento de pesquisa um formulário do “
Google Forms
”, aplicado via
WhatsApp
, composto
por dois instrumentos: a) questionário demográfico e sócio-ocupacional; e b) escala MBI-GS
(
Maslach Burnout Inventory
) e de suas três dimensões (exaustão, cinismo e eficácia no
trabalho). A interpretação das informações coletadas foi realizada por meio de programas
estatísticos (
Excel
e SPSS) e análise de conteúdo. Os questionários foram enviados para os
grupos de pesquisa dos pesquisadores responsáveis, nas quatro redes de trabalho (Federal,
Estadual, Municipal e Particular), e representando a abrangência das modalidades de ensino,
desde a educação infantil até o ensino superior. No total, recebemos o retorno de 93 formulários
e que após análise de conteúdo, 11 foram descartados devido ao baixo índice de respostas ao
questionário, ficando desta forma, com 82 formulários completos.
No início do formulário foi apresentado o termo de consentimento livre e esclarecido,
onde o participante da pesquisa concorda de livre e espontânea vontade participar da pesquisa.
O último item perguntado foi quais as principais causas do seu cansaço laboral? No questionário
sócio-ocupacional foi solicitado informações sobre a faixa etária, gênero, grau de escolaridade,
Rede de trabalho, modalidade de atuação, cargo e tempo de atuação no setor Educacional. Na
questão do tempo de atuação na escola/universidade foi utilizada as faixas etárias
características, apontadas por Huberman (2000), em cada fase do ciclo de vida profissional,
conforme o Quadro 1.
Quadro 1
–
Modelo síntese
Fonte: Michael Huberman (2000)
O instrumento de coleta de dados, o
Maslach Burnout Inventory
–
General
Survey
(MBI-
GS), é o instrumento utilizado para mensurar Burnout em praticamente todos os contextos
ocupacionais de trabalho (MASLACH; SCHAUFELI; LEITER, 2001), tendo sido validada
para a realidade brasileira por Schuster
et al.,
(2015). Como já foi mencionado, a MBI-GS é
composta de três dimensões: Exaustão Emocional (EE), com seis variáveis, Cinismo (CI), com
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quatro variáveis, e Eficácia no Trabalho (ET), com seis variáveis; é composta também de uma
escala likert de 7 pontos (zero a seis), que varia de nunca até todo dia. As 16 variáveis da escala
foram adaptadas para o português por Tamoyo (2009, p. 75, apud FERREIRA, 2011), conforme
o Quadro 2.
Quadro 2
–
Variáveis por fator de Burnout MBI-GS
Fonte: Ferreira (2011)
Cada variável é avaliada em duas dimensões: frequência e intensidade. A escala de
frequência é rotulada em cada ponto e varia de 1
(“algumas vezes por ano ou menos”) a 6
(“todos os dias”). Um valor zero é dado quando o respondente indicar (marcando uma caixa
separada) que nunca experimentou o sentimento ou a atitude descrita. A escala de intensidade
varia de 1 ('muito leve, quase imperceptível') a 7 ('grande, muito forte'). Também não é
preenchido (e, portanto, recebe um valor zero) se o respondente marcar “nunca” na escala de
frequência.
Para a análise dos resultados obtidos neste estudo foram seguidas as recomendações de
Mclaurine (2008), o qual estabelece que a mensuração dos índices de Burnout com a escala
MBI-GS, são definidos que valores até 1,33 são considerados baixos, entre 1,34 e 2,43
intermediários a acima de 2,43 altos, o mesmo autor ainda especifica os índices por fatores,
conforme a Tabela 1.
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Tabela 1
–
Valores de Burnout
Fonte: Mclaurine (2008)
Os resultados das respostas das três dimensões (exaustão, cinismo e eficácia no trabalho)
foram submetidos a teste de confiabilidade da escala que define como o grau em que um
conjunto de variáveis é consistente no que se pretende medir, corroborando Schuster
et al.
(2015) acrescenta que a confiabilidade mostra até que ponto as escalas produzem resultados
consistentes, livres de erros aleatórios. Segundo diversos autores, a confiabilidade é melhor
mensurada pelo coeficiente Alfa de Cronbach, que varia de 0 a 1, sendo os valores entre 0,6 a
0,7 o limite inferior da aceitabilidade. Costa (2011) propõem que acima de 0,90 a confiabilidade
é excelente, entre 0,80 e 0,89 é ótima, de 0,70 a 0,79 é boa, entre 0,60 e 0,69 é regular e abaixo
de 0,60 é inaceitável.
Resultados
O cálculo do coeficiente Alfa de Cronbach para a escala de Mensuração de Burnout
apresentou valor de 0,77 com os escores normais (Boa Confiabilidade) e 0,91, (Excelente
Confiabilidade) quando excutamos a inversão dos valores dos escores, transformando de 0 para
6, de 1 para 5 e assim sucessivamente como proposto por (SCHUSTER
et al
., 2015). Este
procedimento, também nos parece mais coerente pois o aumento dos valores dos índices de
exaustão emocional e cinismo indicam uma degradação da relação emocional com o trabalho,
logo são fatores de estresse. No caso do índice dos valores da eficácia do trabalho, o aumento
da pontuação representa uma melhor relação emocional, logo de diminuição de estresse
podendo se contrapor aos índices negativos. Assim cremos que não deveríamos somar todos os
índices, mas subtraí-los, como trabalhamos com escores e não com valores reais, a inversão dos
fatores de eficácia nos parece ser mais coerente, e assim procedemos.
Com relação aos fatores da escala, o Alfa de Cronbach da Exaustão Emocional foi 0,90
para os seis itens; Cinismo 0,85 para os quatro itens e Eficácia no Trabalho 0,90 para seus cinco
itens, ou seja, todos considerados com ótima confiabilidade.
Para identificar e caracterizar o perfil dos 82 participantes da pesquisa utilizou-se o
método estatístico descritivo, por meio da distribuição das frequências e cálculo das médias, o
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qual objetiva relacionar o número de participantes identificados com as variáveis pesquisadas.
A primeira questão, que tratava do gênero foi utilizada nomenclatura atual com os respondentes
escolhendo entre as opções com sua caracterização A caracterização dos respondentes da
pesquisa demonstra um predomínio dos Cisgênero sexo feminino no retorno dos questionários,
representando 61,7% dos participantes, e do sexo masculino com 34,6% e em menor
proporções, os que se consideram não binários com 2,7% do total (Tabela 2).
A faixa etária média dos professores variou entre 26 e 65 anos, e apresentando uma
distribuição bimodal, sendo a principal entre 31 e 45 anos, com pico em 38 anos e representando
57,3% dos participantes, e o segundo pico na idade de 58 anos, variação entre 46 e 60 anos
houve uma amplitude de 51 até 68 anos, apresentando um percentual de 29,1% dos
respondentes. A distribuição geral das idades dos participantes demonstra que a composição da
pesquisa é formada por pessoas com mais experiência de vida, apresentando uma média de
idade 43,8 anos e desvio padrão de 10,80 anos. As mulheres e homens não apresentam uma
diferença significativa nas idades médias, sendo de 43,4 anos para a sexo feminino e 44,4 anos
para o sexo masculino (Tabela 2).
O grau de instrução dos participantes da pesquisa pode ser considerado elevado, já que
23,2% possuem cursos de doutorado, 26,8% mestrado, 41,5% possuem cursos de
especialização, e somente 8,5% curso superior completo. Este dado é compreensível, uma vez
que a realidade da pesquisa foi com professores de diversos níveis, cuja capacitação implica em
melhoria do nível no plano de carreira e por consequência um aumento pecuniário. Quando
solicitados para informar qual a rede de trabalho, a maioria absoluta estão lotados na rede
estadual de ensino representando 62,2%, seguido pelos respondestes da Universidade Federal
do Ceará e Institutos Federal de Educação, Ciência e Tecnologia 15,9%, rede municipal 14,6%
e em menor proporção a rede privada com 7,3%.
A maioria dos respondentes 65,9% dos professores, atuam no ensino médio (rede
Estadual), 15,9% no ensino superior (rede federal), 13,4% no ensino fundamental (rede
municipal) e os restantes 7,3% na rede privada. A maioria dos participantes da pesquisa ocupam
o cargo de professor 71,6%, seguido por coordenadores 22,2%, diretores e outras cargos aos
percentuais de 6,2% (Tabela 2).
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Tabela 2
–
Características da Amostra
Variáveis
Média
Desvio Padrão
Idade
43,8
9,97
Sexo
%
Feminino
61,72
Masculino
34,56
Não Binário
3,7
Escolaridade
%
Graduação
8,5
Especialização
41,5
Mestrado
26,8
Doutorado
23,2
Rede Trabalho
%
Federal
14,8
Estadual
62,9
Municipal
14,8
Particular
7,4
Modalidade de Ensino
%
Educação Infantil
4,8
Ensino Fundamental
13,4
Ensino Médio
65,9
Ensino Superior
15,9
Anos de Profissão
%
Menos de 03 anos
2,4
De 04 a 06 anos
13,6
De 07 a 25 anos
65,4
De 25 a 35 anos
14,8
Mais de 35 anos
3,8
Fonte: Elaborada pelos autores
No questionamento do tempo de atuação no setor educacional, ou seja, os anos que
exerce a profissão, optamos por dividir em faixas temporais representativa de cada fase do ciclo
de vida profissional proposto por Huberman (2000). O conceito de ciclo de vida em si não é,
obviamente, novo, o ciclo de vida biológico já foi estendido aos ciclos de vida organizacional
e de produtos
–
e aos professores. Em todos os casos, os ciclos envolvem noções de concepção,
crescimento e desenvolvimento, maturidade e eventual declínio ou retração (Tabela 2).
Das cinco faixas temporais, predomina o intervalo de tempo trabalhado de 7 a 25 anos
com 65,4% dos participantes e que corresponde a fase da diversificação e a fase do
questionamento, por comparação gráfica (Figura 1), correspondendo aos professores do ensino
médio; No segundo grupo em participação aparece o intervalo temporal de 23 a 35 anos de
profissão com 14,8%, ocorre à fase da serenidade, distanciamento afetivo e do
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conservadorismo, marcada pelo distanciamento das lamentações frente à profissão (ensino
superior); em seguida aparece uma faixa mais nova, estando no exercício da profissão entre 4
e 6 anos representando 13,6%, logo após o período probatório, identificada como fase da
estabilização (ensino fundamental). Os 6,2% restantes estão distribuídos entre a faixa maior que
35 anos, fase do desinvestimento, e menor que 3 anos, fase do tateamento ou descobrimento
(Tabela 2).
Na análise das variáveis que compõem a escala MBI-GS, foram detectados que os
referentes à Exaustão Emocional apresentaram médias moderadas de Burnout, somente a
afirmação EE2, sinto-me esgotado ao final de um dia de trabalho, apresentou uma média alta.
Com relação ao Cinismo, três variáveis apresentaram média moderada e uma, a questão CI4,
duvido da importância do meu trabalho, apresentou média baixa, todas com desvio padrão
elevado (Tabela 3).
Tabela 3
–
Estatística Descritiva da MBI-GS
Afirmações sobre sentimentos em relação ao trabalho
Média
Desvio
Padrão
EE1 Sinto-me emocionalmente esgotado com o meu trabalho
3,11
1,61
EE2 Sinto-me esgotado no final de um dia de trabalho
3,59
1,66
EE3 Sinto-me cansado quando me levanto pela manhã e preciso
encarar outro dia de trabalho
3,14
1,81
EE4 Trabalhar o dia todo é realmente motivo de tensão para mim
2,53
1,92
EE5 Sinto-me acabado por causa do meu trabalho
2,15
1,95
EE6 Só desejo fazer meu trabalho e não ser incomodado
2,75
2,23
CI1 Sou menos interessado no meu trabalho desde que assumi
essa função
1,02
1,52
CI2 Sou menos entusiasmado com o meu trabalho
1,42
1,60
CI3 Sou mais descrente sobre a contribuição do meu trabalho
para algo
1,12
1,62
CI4 Duvido da importância do meu trabalho
0,67
1,30
ET1 Sinto-me entusiasmado quando realizo algo no meu
trabalho
4,84
1,46
ET2 Realizo muitas coisas valiosas no meu trabalho
4,98
1,20
ET3 Posso efetivamente solucionar os problemas que surgem no
meu trabalho
4,59
1,36
ET4 Sinto que estou dando uma contribuição efetiva para essa
organização
5,10
1,23
ET5 Na minha opinião, sou bom no que faço
5,19
1,18
ET6 No meu trabalho, me sinto confiante de que sou eficiente e
capaz de fazer com que as coisas aconteçam
5,04
1,26
Fonte: Michael Huberman (2000)
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Quanto à eficácia no trabalho, a média encontrada nas variáveis foi considerada
moderada, aparecendo em três questões ET1, ET2 e ET3, e três foram consideradas altas
questões ET4, ET5 e ET6. Com relação ao desvio padrão apresentado por variáveis, são
considerados alto, pois os valores das médias variaram de baixas até altas segundo critérios de
análise da escala MBI-GS (Tabela 3).
Discussão
A análise dos dados do questionário demográfico e sócio-ocupacional nos permite
classificar os professores respondentes em quatro grupos, assim caracterizados em função da
sua representatividade na pesquisa: Os professores da rede de trabalho estadual que corresponde
62,2% dos participantes, atuam majoritariamente no ensino médio e no ensino superior de
forma minoritária (2 respondentes) e atuam na profissão entre 7-25 anos na escala intermediária
de idade; Os professores da rede federal, atuam principalmente no ensino superior (UFC) e
médio (IFCE), e apresentam faixa de tempo de profissão entre as duas maiores escalas 25-35
anos e maior que 35 anos, são os mais experientes; Os representantes da rede municipal atuam
no ensino fundamental e apresentam poucos anos de profissão 4-6 anos, são os mais jovens; Os
respondentes da rede particular, se dividem entre a educação infantil e superior, estando
divididos respectivamente divididos em duas escalas de tempo de trabalho menor que 3 anos e
maior que 35 anos, conforme a Figura 1.
Figura 1
–
Características sócio-ocupacional dos professores participantes
Fonte: Elaborada pelos autores
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A modalidade de atuação na educação representa bem os objetivos principais do pacto
federativo, que visa promover um equilíbrio na distribuição das receitas da União entre os
objetivos subnacionais (estados e municípios) com os objetivos relevantes na busca da
autonomia dos órgãos federados potencializando a capacidade de atender aos públicos. Esta
determinação vem estabelecida na Constituição Federal de 1988, em seu art. 23, definindo a
educação como competência comum entre os entes federativos e que essa disposição se
encontra no bojo da própria organização do Estado brasileiro. Segundo Silva (2018), o
ministério da educação que é o responsável pela coordenação do pacto, articulando a
distribuição de recursos entre os entes níveis e sistemas, direciona para sua própria rede a maior
parte dos recursos, majoritariamente para o nível superior.
Steffy e Wolfe (2001) salienta que é importante notar que essas fases não são, de fato,
lineares, e aponta que “as linhas são borradas entre as fases do ciclo de vida de um professor de
carreira”
e que as tentativas de delinear o desenvolvimento do professor como uma sequência
discernível de fases são problemáticas porque tendem a ignorar fatores como experiências
pessoais, ambiente social, bem como influências organizacionais que moldam o
desenvolvimento dos professores. Ao longo da vida profissional, os professores entram e saem
das várias fases para que, por exemplo, mesmo um professor em final de carreira possa voltar
a ser um novato se confrontado com uma tarefa de ensino totalmente nova.
Para Huberman
et al.
(1989), as sequências da vida dos professores - isto é, da vida em
sala de aula, começando com a entrada na carreira, e é principalmente uma questão de
"sobrevivência" e "descoberta". À medida que os professores progridem ao longo de suas
carreiras, eles podem se envolver em processos de transformação, incluindo reflexão crítica
sobre a prática, redefinição de suposições e crenças e aumento da autoestima. Ou podem se
desvincular do ambiente de trabalho como fonte de estímulo para novos aprendizados e iniciar
o declínio gradual para o afastamento profissional. Um papel essencial para os administradores
educacionais deve ser promover a aprendizagem transformadora entre todos os funcionários,
especialmente os professores em sala de aula.
Huberman
et al.
(1989), através de pesquisa com professores identificaram as principais
causas de desgaste dos professores ao longo de sua vida laboral das quais, quatro foram
fortemente representadas:
i) Problemas com os alunos. Os alunos são uma das principais causas do Burnout ou
pelo menos o elemento que o desencadeia, nomeadamente as “aulas muito difíceis” com
problemas de disciplina ou de contacto (aulas amorfas ou turbulentas);
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ii) Cansaço, rotina, sentir-se "preso". Os problemas da docência resultam na impressão
de que a docência é um trabalho que exige muito, que desgasta, que traz riscos da rotina, sem
dar a alguns a sensação de progresso, de ter bastante abertura e eficiência;
iii) Dificuldades com a vida privada. Os elementos da vida privada são eventos
familiares ou pessoais, que desestabilizam o professor e repercutem em sua vida profissional.
Segundo os respondentes esses fatores levam ao cansaço mental e físico, ao
autoquestionamento, às vezes a um estado depressivo que não permite mais o enfrentamento
do trabalho;
iv) Problemas com a instituição. Os problemas com a instituição intervêm em conexão
com as reformas, a formação e a supervisão dos professores, a distribuição dos ramos e as horas
de ensino e, em particular, as "rigidezes" da instituição.
O conjunto de fatores identificados, podem ocorrer individualmente nos indivíduos
estudados, entretanto para que o nível de estresse evolua até atingir Burnout é sobretudo
constituído por uma conjunção de fatores, nomeadamente entre os fatores da vida privada e os
da vida na sala de aula.
O resultado da aplicação do instrumento de coleta de dados, o
Maslach Burnout
Inventory
–
General Survey
(MBI-GS), no coletivo dos professores mostra um certo equilíbrio
entre os níveis com 38,27% apresentando classificação baixa, 37,04% nível médio ou
intermediário e em menor proporção mais ainda bastante representativa, 24,69% com alto
índice de Burnout. A relação dos professores com nível mais elevado de estresse mostra que os
professores da rede municipal apresentam o maior percentual relativo com 33,3% dos docentes,
seguido da rede estadual com 27,5% e da rede federal com 16,7%. Nenhum professor da rede
privada apresentou nível alto de Burnout.
Com relação ao tempo de trabalho, a faixa de professores recém ingressos com menos
de três anos representa 5%, entre quatro e seis anos 25%, a faixa entre sete a vinte e cinco de
trabalho apresenta a ampla maioria representando 60% e por último os professores entre vinte
e cinco e 35 anos com 10% dos afetados. Por descriminação por sexo mostra que as mulheres
representam 70% dos afetados com Burnout elevado, os do sexo masculino 25% e os que
assinaram como não binário com 5%. Em relação a série escolar, 75% dos professores com
Burnout elevado atuam no ensino médio, seguido por 15% do ensino fundamental e em igual
percentual de 5% ou que atuam na educação infantil e no ensino superior. Ao tratarmos agora
do nível de elevado estresse, considerando a percentagem relativa em cada uma das séries
escolares, vemos que 27,8% do coletivo de professores do ensino médio apresenta Burnout
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elevado, seguido por igual teor de 27,3% atuam no ensino fundamental, 25% na educação
infantil, e em menor representação 8,3% dos que atuam no ensino superior.
Neste sentido, um em cada quatro professores que atuam da educação infantil ao ensino
médio apresenta sentimentos de mais elevado estresse, ou seja, Burnout. Fica claro, com estes
resultados, que os professores com sentimentos de Burnout atuam em todos os níveis escolares
desde um a dezoito anos.
A última questão da pesquisa perguntava quais as principais causas do seu cansaço
laboral? Como o questionário é de múltipla escolha e neste a percentagem indica o total da
utilização da causa pelos diversos entrevistados. Assim 64,6% dos professores citaram o
desinteresse dos alunos; 53,7% Acúmulo de tarefas; 48,8% Burocracias; 40,2% a
multiplicidade de papéis sociais e profissionais exigidos e exercidos pelos nas escolas; 39% a
falta de participação e/ou estrutura familiar no processo de aprendizagem do aluno, para citar
os mais importantes pelo estresse escolar. Para os professores com Burnout elevado
consideramos como causa principal a primeira resposta, aparecendo o acúmulo de tarefas para
56% destes respondentes, em segundo lugar aparece os baixos salários 31%, seguido da
burocracia ou excessos de tarefas, conforme a Figura 2.
Figura 2
–
Principais fatores responsáveis pelo Burnout elevado nos professores do estado do
Ceará
Fonte: Elaborada pelos autores
As causas apontadas pelos professores respondentes para seu cansaço laboral são os
mesmos, em ordem de importância, relatados por Huberman
et al.
(1989) em sua pesquisa
realizada com professores do ensino fundamental e médio de Genebra na Suíça. Como explicar,
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resultados semelhantes das causas de cansaço, em continentes distintos, com situações
econômicas, sociais e temporais (o levantamento foi realizado em 1982) totalmente
diferenciadas. Silva (2014) estudando a presença da Síndrome de Burnout em professores de
educação física da rede pública estadual de Sergipe, demonstrou que em quase toda a amostra
apareceram índices médios nas dimensões Exaustão Emocional e Despersonalização. Schuster
et al.
(2015) aplicou o inventário Maslach Burnout em servidores de diversos cargos e funções
da Universidade Federal de Santa Maria - UFSM, cujos resultados se apresentaram em
patamares médios, ligando assim o alerta da necessidade de atenção por parte dos gestores com
as consequências que o Burnout pode gerar aos trabalhadores.
No outro oposto estão os professores que apresentaram valor baixo de estresse e nesse
grupo se repetem os fatores responsáveis (acúmulo de tarefas, baixos salários e burocracia),
podendo ser enquadradas nas quatro causas de desgaste dos professores (HUBERMAN
et al.,
1989). Das três dimensões de Burnout, os dois sintomas relevantes da exaustão emocional
consistem no sentir-se emocionalmente esgotado ao final de um dia de trabalho (EE2) e com o
próprio trabalho (EE1); em relação ao cinismo, os professores se sentem menos entusiasmados
com o trabalho (CI2) e sobre a contribuição do trabalho para algo (CI3); na eficácia no trabalho
destaca-se o sentimento da sua contribuição efetiva para essa organização (ET4) e acredita que
seja bom nas tarefas que executa (ET5).
Em relação às redes de trabalho, considerando aqui como fator de hierarquização o
percentual da população de professores com alto valores de estresse, temos que a rede municipal
apresenta o maior percentual relativo dos professores com Burnout com 33%, seguido da rede
estadual com 27% e em menores proporções, a rede federal com 17% dos casos e a rede privada
com nenhuma ocorrência, o que indica a melhor condição de saúde mentas dos dois últimos,
conforme a Figura 3.
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Figura 3
–
Distribuição relativa das classes de Burnout (baixo, médio e alto) em função das
redes de trabalho
Fonte: Elaborada pelos autores
Considerações finais
O retorno à normalidade e ao ambiente presencial nas escolas, mostra que a crise do
aprendizado
–
agora à beira de se tornar uma catástrofe
–
ainda é subestimada e não
suficientemente priorizada, apesar de seu potencial para se tornar o impacto mais sério e
duradouro da pandemia. À medida que as crianças voltam à escola, os currículos precisarão ser
ajustados e alinhados em todo o sistema para se concentrar nas habilidades fundamentais que
as crianças perderam. Será muito difícil para os professores cobrir todos os currículos como se
as crianças estivessem apenas voltando de uma pequena pausa, em vez de uma grande
interrupção em sua escolaridade. Aulas de recuperação serão essenciais para atender as crianças
em seu nível de aprendizado e não em sua nota curricular. Neste sentido, o retorno às atividades
pós-covid exigirá uma dedicação maior por parte do professor, aumentando a carga de trabalho
e por consequência do estresse e dos indicadores de Burnout nesta categoria já bem afetada.
No presente estudo foi realizada a aplicação da escala MBI-GS nos professores de todos
os níveis de ensino, desde a educação infantil até o ensino superior. O estudo da síndrome nos
ambientes organizacionais mostrou-se em patamares médios, ligando assim o alerta da
necessidade de atenção por parte dos gestores com as consequências que o Burnout gera aos
trabalhadores, tais como problemas de saúde causados pelo estresse emocional. Das quatro
redes de trabalho, duas, a particular e federal, onde predomina o ensino superior, não
apresentaram indicadores preocupantes, entretanto, as redes de trabalho municipais e estaduais,
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que são responsáveis pelos níveis fundamental e médio, a situação já se mostra
comprometedora.
Como sugestões para futuros estudos, ficam a ampliação da amostra para os diversos
distritos administrativos referente aos municípios e estado e estudos de cunho longitudinais,
que proporcionem o conhecimento dos fatores que influenciam nos níveis de Burnout e
associação a outros fatores do comportamento organizacional que possam estar relacionados e
serem causadores desta síndrome que traz consequências aos trabalhadores, às organizações e
à sociedade.
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Aline Soares CAMPOS; George Almeida LIMA; Stela Lopes SOARES; Jean Silva CAVALCANTE e Heraldo Simões FERREIRA
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As dificuldades no cotidiano escolar dos professores do estado do Ceará no processo de retorno ao modelo presencial
Temas em Educ. e Saúde,
Araraquara, v. 18, n. 00, e022016, 2022 e-ISSN 2526-3471
DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v18i00.16967
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Aline Soares CAMPOS; George Almeida LIMA; Stela Lopes SOARES; Jean Silva CAVALCANTE e Heraldo Simões FERREIRA
Temas em Educ. e Saúde,
Araraquara, v. 18, n. 00, e022016, 2022 e-ISSN 2526-3471
DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v18i00.16967
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Como referenciar este artigo
CAMPOS, A. S.; LIMA, G. L.; SOARES, S. L.; CAVALCANTE4, J. S.; FERREIRA, H. S.
As dificuldades no cotidiano escolar dos professores do estado do Ceará no processo de retorno
ao modelo presencial.
Temas em Educ. e Saúde
, Araraquara, v. 18, n. 00, e022016, 2022. e-
ISSN: 2526-3471. DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v18i00.16967
Submetido em
: 12/06/2022
Revisões requeridas em
: 07/08/2022
Aprovado em
: 20/09/2022
Publicado em
: 30/11/2022
Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução.
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The difficulties in the school routine of teachers in the state of Ceará in the process of returning to the face-to-face model
Temas em Educ. e Saúde,
Araraquara, v. 18, n. 00, e022016, 2022 e-ISSN 2526-3471
DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v18i00.16967
1
THE DIFFICULTIES IN THE SCHOOL ROUTINE OF TEACHERS IN THE STATE
OF CEARÁ IN THE PROCESS OF RETURNING TO THE FACE-TO-FACE MODEL
AS DIFICULDADES NO COTIDIANO ESCOLAR DOS PROFESSORES DO ESTADO
DO CEARÁ NO PROCESSO DE RETORNO AO MODELO PRESENCIAL
LAS DIFICULTADES EN LA RUTINA ESCOLAR DE LOS MAESTROS EN EL
ESTADO DE CEARÁ EN EL PROCESO DE VOLVER AL MODELO PRESENCIAL
Aline Soares CAMPOS
1
George Almeida LIMA
2
Stela Lopes SOARES
3
Jean Silva CAVALCANTE
4
Heraldo Simões FERREIRA
5
ABSTRACT
: The Government of Ceará released the realization of face-to-face classes, in
Basic Education, for all municipalities in Ceará. The aim of this research is to shed light on the
stressors that fuel teacher burnout in order to help, support and empower teachers to face the
upcoming challenges of the pandemic. The mental health indicators of teachers in the state of
Ceará will be evaluated in order to help understand the effects of confinement and social
isolation, teachers' difficulties in school routine and work capacity during the process of gradual
return to the work environment. Teachers from kindergarten to higher education, from public
and private spheres, were invited to participate in the research. The study of the professional
burnout syndrome in organizational environments was shown to be at average levels, thus
linking the alert of the need for attention on the part of managers with the consequences that
Burnout has for teachers.
KEYWORDS:
Teachers. Burnout syndrome. Education.
1
Secretary of Education of the State of Ceará (SEDUC/CE), Fortaleza
–
CE
–
Brazil. School Coordinator. Member
of the Study and Research Group on School Physical Education (GEPEFE/UECE). Master's degree in Education
(UFC). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2205-4697. E-mail: aline.campos@prof.ce.gov.br
2
Federal University of Vale do São Francisco (UNIVASF), Petrolina
–
PE
–
Brazil. Master' in Physical Education.
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0899-0427. E-mail: george_almeida.lima@hotmail.com
3
Inta University Center (UNINTA), Sobral
–
CE
–
Brazil. Coordinator of the Physical Education Course. Member
of the Study and Research Group on School Physical Education (GEPEFE/UECE). PhD in Education
(PPGE/UECE). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5792-4429. E-mail: stela.soares@uninta.edu.br
4
University of Trás-os-Montes and Alto Douro (UTAD), Vila Real
–
Portugal. PhD student in Sports Sciences.
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7084-8408. E-mail: dr.jeancavalcantefisio@gmail.com
5
State University of Ceará (UECE), Fortaleza
–
CE
–
Brazil. Adjunct Professor of the Physical Education Course
and Permanent Professor in the Graduate Program in Education. Coordinator of the Study and Research Group on
School Physical Education (GEPEFE/UECE). PhD in Collective Health (UECE). ORCID: https://orcid.org/0000-
0003-1999-7982. E-mail: heraldo.simoes@uece.br
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Aline Soares CAMPOS; George Almeida LIMA; Stela Lopes SOARES; Jean Silva CAVALCANTE and Heraldo Simões FERREIRA
Temas em Educ. e Saúde,
Araraquara, v. 18, n. 00, e022016, 2022 e-ISSN 2526-3471
DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v18i00.16967
2
RESUMO
: O Governo do Ceará liberou a realização das aulas presenciais, na Educação
Básica, para todos os municípios cearenses. O objetivo dessa pesquisa lançar luz sobre os
estressores que fomentam o esgotamento docente, a fim de ajudar, apoiar e capacitar os
professores para enfrentar os próximos desafios da pandemia. Será avaliado os indicadores de
saúde mental dos professores do estado do Ceará visando auxiliar na compreensão dos efeitos
do confinamento e do isolamento social, das dificuldades docentes no cotidiano escolar e na
capacidade de trabalho durante o processo de retorno gradual ao ambiente de trabalho. Foram
convocados a participar da pesquisa professores da educação infantil ao ensino superior, das
esferas públicas e privada. O estudo da síndrome do esgotamento profissional nos ambientes
organizacionais mostrou-se em patamares médios, ligando assim o alerta da necessidade de
atenção por parte dos gestores com as consequências que o Burnout aos professores.
PALAVRAS-CHAVE
: Docentes. Burnout. Educação.
RESUMEN
: El Gobierno de Ceará lanzó la realización de clases presenciales, en Educación
Básica, para todos los municipios de Ceará. El objetivo de esta investigación es arrojar luz
sobre los factores estresantes que alimentan el agotamiento de los docentes para ayudar,
apoyar y empoderar a los docentes para enfrentar los próximos desafíos de la pandemia. Se
evaluarán los indicadores de salud mental de los docentes del estado de Ceará para ayudar a
comprender los efectos del encierro y el aislamiento social, las dificultades de los docentes en
el cotidiano escolar y en la capacidad de trabajo durante el proceso de retorno gradual al
ambiente laboral. Fueron invitados a participar de la investigación docentes desde el jardín
de infancia hasta la enseñanza superior, de los ámbitos público y privado. El estudio del
síndrome de burnout profesional en ambientes organizacionales se mostró en niveles medios,
vinculando así la alerta de la necesidad de atención por parte de los directivos con las
consecuencias que tiene el Burnout para los docentes.
PALABRAS-CLAVE
: Profesores. Burnout. Educación.
Introduction
The Government of Ceará has released the realization of face-to-face classes, at any
level of education, for all municipalities in Ceará. However, to try to ensure a stable
epidemiological picture, the State also released the new sectoral protocol of Education (SESA-
CE, 2022), which establishes guidelines for the functioning of schools in the face of the Covid-
19 pandemic. Despite the apparent tranquility for the opening of schools, the environment is
not positive, because in mid-December 2021, with the introduction and, therefore, dominance
of the new Omicron variant, began the third epidemic wave in Fortaleza. Especially in the first
three weeks of 2022, there is an exponential progression in the number of daily cases so far
unheard of. Unlike previous waves, the increase was "explosive", as has been reported in several
regions where Omicron is established.
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The difficulties in the school routine of teachers in the state of Ceará in the process of returning to the face-to-face model
Temas em Educ. e Saúde,
Araraquara, v. 18, n. 00, e022016, 2022 e-ISSN 2526-3471
DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v18i00.16967
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The Organization for Economic Cooperation and Development (OECD) (2021) shows
that the COVID-19 pandemic has had severe impacts on public health, as well as on people's
living conditions in most countries. While the pandemic follows its course, there is a need for
different government bodies, civil society entities and professionals from different occupations
to provide health care, safety and resources necessary to reduce the speed of dissemination of
the disease and mitigate its results in people's health. The measures of social isolation and
mobility restriction promoted the acceleration of changes in work routines through
computerization and digitization of processes and procedures and in increasing the provision of
online services, especially in the field of education, administrative activities, logistics and sales.
In the midst of this social dynamic, measures were implemented that completely
interrupted or strongly limited the gathering of people in public places and the functioning of
educational entities. The duration of these measures, promoted extensively, reflected in the
social and work interactions, in the employability and economic support of people, as well as
compromised the activities of schools, universities and other vocational training centers
(BARROS-DELBEN
et al
., 2020). From the point of view of mental health, there is an
exacerbation of symptoms of mood disorders, especially anxiety, depression, in addition to
panic episodes, acute and post-traumatic stress, not only among professionals, but in the general
population (DELLAZZANA-ZANON
et al
., 2020; TEMSAH
et al
., 2020).
Returning to work during the COVID-19 pandemic is a constant social pressure for
many workers and companies, including in the education sector. In this sense, in addition to
preparing the work environment, by having standards of protection and hygiene care, it is
important to investigate the degree of vulnerability of workers in terms of mental health
(SOMINSKY
et al
., 2020).
According to
Rǎducu
and
Stǎnculescu
(2022), at this very difficult time for people
around the world, teachers are one of the most challenged groups of workers, as they have
been forced to adapt in a short time to new forms of work that include social distancing in the
classroom, hybrid teaching and virtual instructions. Thus, for Silva and Feitosa (2022), the
social distancing caused by the pandemic required new educational configurations, resulting in
increased levels of anxiety, communication difficulties and lack of administrative support. All
these new stressors close to burnout added to the fear generated by COVID-19, which almost
everyone experienced. These new demands were added to the workloads already full of
teachers, who even before COVID-19 already affected the exhaustion and anxiety of teachers
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Aline Soares CAMPOS; George Almeida LIMA; Stela Lopes SOARES; Jean Silva CAVALCANTE and Heraldo Simões FERREIRA
Temas em Educ. e Saúde,
Araraquara, v. 18, n. 00, e022016, 2022 e-ISSN 2526-3471
DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v18i00.16967
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(PRESSLEY, 2021). With all the new demands teachers faced when returning to classrooms
during the COVID-19 pandemic, they also faced the possibility of new anxieties and stressors.
Previous research has found that exhaustion and teacher shortages have affected the
student's motivation and academic success, according to Shen
et al
. (2015) and Sutcher
et al
.
(2019). With the challenges teachers are facing during the COVID-19 pandemic, it is vital to
understand how new challenges can influence teacher depletion. A report for the United Nations
Educational, Science and Culture Organization (UNESCO), according to Holmes
et al.
(2020)
emphasized the importance of studying the psychological effects of the pandemic in the most
challenged workers so that the acquired knowledge can be applied to prevent and alleviate the
difficulties encountered by them in other future outbreaks predicted. In addition, continuous
research can lead to more generalized findings about the impact of COVID-19 on teacher
satisfaction, efficacy and exhaustion.
In this sense, our goal is to respond to this call by shedding light on the stressors that
contribute to teacher exhaustion, in order to help support and empower teachers to face the next
challenges of the pandemic. The mental health indicators of teachers in the state of Ceará will
be evaluated in order to assist in understanding the effects of confinement and social isolation,
of teacher difficulties in school daily life, and in the work capacity during the process of gradual
return to the work environment. Teachers from early childhood education to higher education,
from public and private spheres, were invited to participate in the research.
Theoretical path
Stress has a different meaning for different people in different conditions. The first more
general definition of stress was the proposal of Hans Selye (1926, BAQUTAYAN; ABD
GHAFAR; GUL, 2017), where the researcher points out that stress is the body's nonspecific
response to any personal demand. Hans Hugo Bruno Selye, also known as the "father of stress,"
noted that patients with a variety of diseases had many of the same "unspecified" symptoms
that were the common response to stimuli experienced by the body.
Stress involves a stressor and a stress response. The impending or perceived stimulus
that initiates the stress response is called a stressor. The stress response is controlled by the
autonomic nervous system. The brain works consciously and unconsciously, the activity of the
unconscious brain varies between being relaxed when we sleep and tense when we meet or
anticipate a challenge or a threat. When the brain works well, the change between states happens
in seconds when needed, as an unexpected event when driving a car: brain resilience is normal
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The difficulties in the school routine of teachers in the state of Ceará in the process of returning to the face-to-face model
Temas em Educ. e Saúde,
Araraquara, v. 18, n. 00, e022016, 2022 e-ISSN 2526-3471
DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v18i00.16967
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and the brain reacts to the challenge with an adaptive and transient response to stress that is
constructive and increases performance. This is positive stress and is called transient or acute
stress. Then, the relaxed state of homeostasis is restored (MCEWEN; AKIL, 2020).
If a person is under a very high stress load for a very long period, the unconscious brain
loses resilience similar to mechanical spring. This leads to dysfunction of the adaptive response
to transient stress
–
and a variety of physical, mental, emotional, psychological and social
dysfunctions. This reduces overall performance and can negatively affect health. In this
situation, stress has become negative and destructive and is called persistent or chronic stress.
If autonomic dysfunction persists, it can lead to diseases such as depression, anxiety,
Posttraumatic Stress Syndrome, hypertension, chronic pain, reduced fertility, diabetes, heart
disease and/or stroke (BRUDEY
et al
, 2015).
Stress is part of human existence, whose meaning is synonymous with "pressure",
"tension" or "insistence", is how we react physically and emotionally to changes. His study
currently demonstrates the need for preventive measures and excessive stress control, especially
in teachers, whether by collective or individual work within the school. The individual's
relationships with his/her work end up influencing the lives of professionals generating a new
lifestyle. Stress and depression have been considered by Brazilian legislation since 1999 as an
occupational disease, and group V of the ICD-10 is included among mental and work-related
disorders, according to the Social Security Regulations (BRASIL, 1999).
Although they have many similarities, especially with regard to symptoms, it is
necessary to understand the very important differences between stress and Burnout. In Burnout
syndrome being in the environment alone, it already causes anxiety and deep exhaustion that
leads most patients to have a crisis. The picture of Burnout syndrome arrives in stages: first, the
patient has a drastic drop in performance and doubts his own abilities, which leads him to feel
extremely unmotivated. Then, aggressiveness takes over, which contributes to the release of
hormones in attacks of anger, such as cortisol, produced in the adrenal. This biochemical
process contributes to increased risk of diabetes, heart diseases, autoimmune diseases, panic
attacks and depression. Finally, total exhaustion arrives (SALVAGIONI
et al.,
2017).
Burnout syndrome, or professional exhaustion syndrome, is a severe psychological
disorder that appears in response to chronic emotional and interpersonal stressors arising from
work. The degree of commitment of a worker due to the syndrome can be evaluated by several
measurement scales, the most prominent and representative ness of the MBI (GS)
–
Maslach
Burnout Inventory
–
and its variations. This scale was developed in the early 1980s by Maslach
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Aline Soares CAMPOS; George Almeida LIMA; Stela Lopes SOARES; Jean Silva CAVALCANTE and Heraldo Simões FERREIRA
Temas em Educ. e Saúde,
Araraquara, v. 18, n. 00, e022016, 2022 e-ISSN 2526-3471
DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v18i00.16967
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et al.
(1997), which were based on a three-factor model to measure emotional exhaustion
(feeling of being overwhelmed and emotionally and physically exhausted), cynicism
(understood as the interpersonal dimension, presents itself as a negative and insensitive
response to various aspects of work) and personal fulfillment (self-assessment that brings
feelings of incompetence and lack of accomplishment and productivity at work).
In the sense of the word, Cynicism derives from the Greek term
Kynismós
, which is a
philosophical system and doctrine of cynics. In a figurative sense cynicism has a pejorative
connotation and designates an acute and scathing man who does not respect the feelings and
values defined or as social conventions.
According to Cardoso (2017), each phase of the career consists of a path constructed
through experiences, where the teacher develops exerting influence on the environment in
which he operates and being at the same time influenced by him. This movement is marked by
steps that present specific characteristics, according to spaces, times and working conditions.
This process of construction of the teaching career considers the challenges and demands of
society and also the specificities that mark the teaching segment in which the teacher operates,
the school's infrastructure (physical structure, number of students per class, teaching resources,
etc.), relationship with their peers and with students. For some teachers, this route can happen
in a quiet way while for others it can present itself as a moment marked by tensions, doubts,
anxieties, fears, dilemmas thus revealing itself as a complex process.
According to Huberman (2000), throughout the teaching professional trajectory,
teachers experience the "Teaching Professional Life Cycle" organized in phases that express
how the teacher's insertion in the career is, their fears, doubts, anxieties and their questions that
mark this stage. The course of this cycle is marked by phases that show the distance between
the ideas and the realities that arise, the feeling of liberation and belonging, feeling of routine
and high motivation. And the end of this cycle is marked by feelings such as serenity,
conformism and less sensitivity to the evaluation of others.
It also emphasizes that there is no linearity between the stages and that they are not
static; thus, teachers can express, at the same time, characteristics of different stages, because
the time and the way each one experiences these steps are influenced by different factors. Thus,
one cannot "frame" all teachers of a given service time in the same stage. It is also necessary to
consider the uniqueness that is brought by each teacher in his sociocultural background and the
influences that the environment of his work exerts on him.
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The difficulties in the school routine of teachers in the state of Ceará in the process of returning to the face-to-face model
Temas em Educ. e Saúde,
Araraquara, v. 18, n. 00, e022016, 2022 e-ISSN 2526-3471
DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v18i00.16967
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Huberman (2000) points out that it is difficult to study the teaching professional life
cycle with the intention of extracting type profiles, sequences and phases, because integrating
individuals who seem to share common traits into the same group is a risky task, since it is
necessary to consider differences in social media.
For that author, the stage of entry into the career or the phase of groping corresponds to
the first three years of teaching. This phase is characterized by "survival" and "discovery".
"Survival" relates to
[...] the constant groping, the concern for oneself, the distance between the
ideals and the everyday realities of the classroom, the fragmentation of work,
the difficulty in simultaneously facing the pedagogical relationship and the
transmission of knowledge, the oscillation between relationships too intimate
and too distant, difficulties with students who create problems, with
inadequate didactic material, etc. (HUBERMAN, 2000, p. 39, our translation).
The aspect of "discovery" is related to the enthusiasm of the teacher in the face of the
novelties that are being unveiled every day in his profession and that are tied to the experience
of feeling responsible for a class or for feeling like a member of a group. The author also points
out that these two aspects can be lived in parallel, and the discovery allows to support the aspect
of survival.
The stabilization phase corresponds to the period between 4 and 6 years of career,
characterized by the definitive commitment in teaching and also as a phase of taking
responsibility.
The diversification phase and the questioning phase occur in the same period, which is
between 7 and 25 years of career. However, the first is marked by the breakdown of pedagogical
rigidity (when the teacher begins to experiment) while the second is characterized by doubts
about the career and the profession.
In the period between 25 and 35 years of career, there is the phase of serenity and
affective distancing, identified by characteristics that meet the name that defines it. In the same
period, the phase of conservatism is also observed, marked by the distancing of the lamentations
towards the profession. Finally, the phase of disinvestment, which occurs between 35 and 40
years of teaching, when teachers move away from the profession and dedicate their time more
to themselves.
According to Cardoso (2017) in Brazil, the disinvestment phase has occurred much
earlier. Poor working conditions, such as low salaries, double and even triple working hours,
lack of material resources in schools, poor infrastructure, high number of students per class, are
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Aline Soares CAMPOS; George Almeida LIMA; Stela Lopes SOARES; Jean Silva CAVALCANTE and Heraldo Simões FERREIRA
Temas em Educ. e Saúde,
Araraquara, v. 18, n. 00, e022016, 2022 e-ISSN 2526-3471
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some of the elements that contribute to teachers not invest in career. In addition, many teachers,
because they do not find in this profession the return they craved, give up early in their careers.
The characteristics pointed out by Huberman (2000) in each phase of the professional
life cycle help us to understand the actions of teachers in their formative processes and to think
that, at each stage, we must consider the particularities, feelings, dilemmas and challenges they
are experiencing. The author emphasizes that there are no universal sequences, because their
development is related to social conditions and the historical period; and yet each stage prepares
the following, but without determining the order of the phase that will come in the sequence.
Returning to the initial definition: Stress has a different meaning for different people in
different conditions, and considering that the teaching career is a relational trajectory,
historically marked, contextually experienced and constructed, it is necessary in this evaluation
to differentiate the target teachers in relation to the different phases of the teaching career. Thus,
considering the premises described above, we are faced with the following problematic question
that is the guide of the study: What are the perceptions of teachers in the educational network
of the state of Ceará, about their pedagogical difficulties in school daily life? What is the effect
of the pandemic and the face-to-face return on teachers' mental health?
Methodology
We characterize the research as qualitative exploratory type, using as a research
instrument a form of "
Google Forms
", applied via
WhatsApp
, composed of two instruments: a)
demographic and socio-occupational questionnaire; and b) MBI-GS scale (
Maslach Burnout
Inventory
) and its three dimensions (exhaustion, cynicism and work effectiveness). The
interpretation of the collected information was performed through statistical programs (
Excel
and SPSS) and content analysis. The questionnaires were sent to the research groups of the
responsible researchers, in the four work networks (Federal, State, Municipal and Private), and
representing the scope of teaching modalities, from early childhood education to higher
education. In total, we received the return of 93 forms and that after content analysis, 11 were
discarded due to the low rate of answers to the questionnaire, thus leaving 82 complete forms.
At the beginning of the form, the free and informed consent form was presented, where
the research participant agrees freely and spontaneously to participate in the research. The last
item asked was the main causes of your work fatigue? In the socio-occupational questionnaire,
information was requested about age group, gender, educational level, work network, modality
of activity, position and time of work in the educational sector. In the question of the time of
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work in the school/university, the characteristic age groups, pointed out by Huberman (2000),
were used in each phase of the professional life cycle, according to Chart 1.
Table 1 -
Synthesis model
Source: Michael Huberman (2000)
The data collection instrument,
the Maslach Burnout Inventory
–
General
Survey
(MBI-
GS), is the instrument used to measure Burnout in virtually all occupational work contexts
(MASLACH; SCHAUFELI; LEITER, 2001), having been validated for the Brazilian reality by
Schuster
et al.,
(2015). As already mentioned, the MBI-GS is composed of three dimensions:
Emotional Exhaustion (EE), with six variables, Cynicism (IC), with four variables, and Work
Effectiveness (TS), with six variables; it is also composed of a Likert scale of 7 points (zero to
six), which ranges from never to every day. The 16 variables of the scale were adapted to the
Portuguese by Tamoyo (2009, p. 75, apud FERREIRA, 2011), according to Chart 2.
Table 2 -
Variables by Burnout Factor MBI-GS
Source: Ferreira (2011)
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Each variable is evaluated in two dimensions: frequency and intensity. The frequency
scale is labeled at each point and ranges from 1 ("sometimes a year or less") to 6 ("every day").
A zero value is given when the respondent indicates (by marking a separate box) that they have
never experienced the feeling or attitude described. The intensity scale ranges from 1 ('very
light, almost imperceptible') to 7 ('large, very strong'). It is also not filled (and therefore receives
a zero value) if the respondent marks "never" on the frequency scale.
For the analysis of the results obtained in this study, the recommendations of Mclaurine
(2008) were followed, which establishes that the measurement of burnout indices with the MBI-
GS scale, it is defined that values up to 1.33 are considered low, between 1.34 and 2.43
intermediates to above 2.43 high, the same author still specifies the indices by factors, according
to Table 1.
Table 1
–
Burnout Values
Source: Mclaurine (2008)
The results of the responses of the three dimensions (exhaustion, cynicism and efficacy
at work) were submitted to a reliability test of the scale that defines how the degree to which a
set of variables is consistent in what is intended to be measured, corroborating Schuster
et al.
(2015) adds that reliability shows the extent to which scales produce consistent results, free of
random errors. According to several authors, reliability is better measured by Cronbach's Alpha
coefficient, which ranges from 0 to 1, and the values between 0.6 and 0.7 are the lower limit of
acceptability. Costa (2011) propose that above 0.90 the reliability is excellent, between 0.80
and 0.89 is optimal, from 0.70 to 0.79 is good, between 0.60 and 0.69 is regular and below 0.60
is unacceptable.
Findings
The calculation of Cronbach's Alpha coefficient for the Burnout Measurement scale
presented a value of 0.77 with the normal scores (Good Reliability) and 0.91
(Excellent
Reliability) when we exuded the inversion of the values of the scores, transforming from 0 to
6, from 1 to 5 and so on as proposed by (SCHUSTER
et al
., 2015). This procedure also seems
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more coherent because the increase in the values of emotional exhaustion and cynicism rates
indicate a degradation of the emotional relationship with work, therefore, stress factors. In the
case of the index of the values of the efficacy of the work, the increase in the score represents
a better emotional relationship, thus reducing stress and may be touted with negative indices.
Thus, we believe that we should not add up all the indices, but subtract them, as we work with
scores and not with real values, the reversal of efficacy factors seems to us to be more coherent,
and so we do.
Regarding the scale factors, Cronbach's Alpha of Emotional Exhaustion was 0.90 for
the six items; Cynicism 0.85 for the four items and Work Effectiveness 0.90 for its five items,
that is, all considered with great reliability.
To identify and characterize the profile of the 82 participants in the research, the
descriptive statistical method was used, through the distribution of frequencies and calculation
of the means, which aims to relate the number of participants identified with the variables
surveyed. The first question, which dealt with gender, was used as current nomenclature with
respondents choosing between options with their characterization The characterization of the
respondents of the research demonstrates a predominance of female gender in the return of the
questionnaires, representing 61.7% of the participants, and males with 34.6% and to a lesser
extent, those who consider themselves non-binary with 2.7% of the total (Table 2).
The mean age ranged from 26 to 65 years, and presenting a bimodal distribution, the
main one between 31 and 45 years, peaked at 38 years and representing 57.3% of the
participants, and the second peak at the age of 58 years, ranging between 46 and 60 years there
was an amplitude of 51 to 68 years, with a percentage of 29.1% of respondents. The general
distribution of the participants' ages shows that the composition of the research is composed of
people with more life experience, with an average age of 43.8 years and standard deviation of
10.80 years. Women and men do not present a significant difference in the mean ages, being
43.4 years for females and 44.4 years for males (Table 2).
The level of education of the research participants can be considered high, since 23.2%
have doctoral degrees, 26.8% have a master's degree, 41.5% have specialization courses, and
only 8.5% have completed higher education courses. This data is understandable, since the
reality of the research was with teachers of various levels, whose training implies improving
the level in the career plan and consequently a pecuniary increase. When asked to inform which
work network, the absolute majority are crowded in the state education network representing
62.2%, followed by respondents from the Federal University of Ceará and Federal Institutes of
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Education, Science and Technology 15.9%, municipal network 14.6% and to a lesser extent the
private network with 7.3%.
The majority of the respondents 65.9% of the teachers work in high school (State
network), 15.9% in higher education (federal network), 13.4% in elementary school (municipal
network) and the remaining 7.3% in the private network. The majority of the research
participants occupy the position of teacher 71.6%, followed by coordinators 22.2%, directors
and other positions at 6.2% (Table 2).
Table 2 -
Sample Characteristics
Variables
Averag
e
Standard deviation
Age
43,8
9,97
Sex
%
Female
61,72
Male
34,56
Non-Binary
3,7
Schooling
%
Graduation
8,5
Specialization
41,5
Masters
26,8
Doctorate
23,2
Network Work
%
Federal
14,8
State
62,9
Municipal
14,8
Private
7,4
Teaching Modality
%
Early Childhood
Education
4,8
Elementary School
13,4
High School
65,9
Higher education
15,9
Years of Profession
%
Less than 03 years old
2,4
From 04 to 06 years
13,6
From 07 to 25 years
65,4
From 25 to 35 years old
14,8
More than 35 years old
3,8
Source: Prepared by the authors
In questioning the time of activity in the educational sector, that is, the years that the
profession exercises, we chose to divide into time bands representative of each phase of the
professional life cycle proposed by Huberman (2000). The concept of life cycle itself is
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obviously not new, the biological life cycle has already been extended to organizational and
product life cycles
–
and to teachers. In all cases, cycles involve conception, growth and
development, maturity and eventual decline or retraction (Table 2).
Of the five time ranges, the time interval worked from 7 to 25 years with 65.4% of the
participants predominates and corresponds to the diversification phase and the questioning
phase, by graphical comparison (Figure 1), corresponding to high school teachers; In the second
group in participation, there is a time interval of 23 to 35 years of profession with 14.8%,
occurring in the phase of serenity, affective distancing and conservatism, marked by the
distancing of lamentations from the profession (higher education); then a newer group appears,
being in the profession between 4 and 6 years representing 13.6%, right after the probationary
period, identified as stabilization phase (elementary school). The remaining 6.2% are
distributed among the age group greater than 35 years, disinvestment phase, and less than 3
years, groping or discovery phase (Table 2).
In the analysis of the variables that make up the MBI-GS scale, it was detected that those
referring to Emotional Exhaustion presented moderate burnout means, only the Statement EE2,
I feel exhausted at the end of a working day, presented a high average. Regarding cynicism,
three variables presented moderate mean and one, the ci4 question, I doubt the importance of
my work, presented low mean, all with high standard deviation (Table 3).
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Table 3
–
Descriptive Statistics of The MBI-GS
Statements about feelings about work
Average
Standard
deviation
EE1 I feel emotionally exhausted with my work
3,11
1,61
EE2 I feel exhausted at the end of a working day
3,59
1,66
EE3 I feel tired when I get up in the morning and i need to
face another day at work
3,14
1,81
EE4 Working all day is really a reason for tension for me
2,53
1,92
EE5 I feel finished because of my work
2,15
1,95
EE6 Just wish to do my job and not be bothered
2,75
2,23
CI1 I am less interested in my work since I took over this
role
1,02
1,52
CI2 I'm less enthusiastic about my work
1,42
1,60
CI3 I am more disbelieving about the contribution of my
work to something
1,12
1,62
CI4 I doubt the importance of my work
0,67
1,30
ET1 I'm excited when I do something in my work
4,84
1,46
ET2 I do many valuable things in my work
4,98
1,20
ET3 I can effectively solve the problems that arise in my
work
4,59
1,36
ET4 I feel like I'm making an effective contribution to this
organization
5,10
1,23
ET5 In my opinion, I'm good at what I do
5,19
1,18
ET6 In my work, I feel confident that I am efficient and
able to make things happen
5,04
1,26
Source: Michael Huberman (2000)
Regarding the efficacy at work, the mean found in the variables was considered
moderate, appearing in three questions ET1, ET2 and ET3, and three were considered high
questions ET4, ET5 and ET6. Regarding the standard deviation presented by variables, they are
considered high, because the values of the means ranged from low to high according to the
analysis criteria of the MBI-GS scale (Table 3).
Discussion
The analysis of the data of the demographic and socio-occupational questionnaire allows
us to classify the teachers who respondents into four groups, thus characterized according to
their representativeness in the research: Teachers of the state work network that corresponds to
62.2% of the participants, work mostly in high school and higher education in a minority way
(2 respondents) and work in the profession between 7-25 years in the intermediate age scale;
The teachers of the federal network, work mainly in higher education (CFU) and high school
(IFCE), and present a range of time of profession between the two largest scales 25-35 years
and greater than 35 years, are the most experienced; The representatives of the municipal
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network work in elementary school and have a few years of profession 4-6 years, are the
youngest; Respondents from the private network are divided between early childhood and
higher education, being divided respectively into two work time scales of less than 3 years and
greater than 35 years, according to Figure 1.
Figure 1
–
Socio-occupational characteristics of participating teachers
Source: Prepared by the authors
The modality of action in education represents well the main objectives of the federative
pact, which aims to promote a balance in the distribution of union revenues between subnational
objectives (states and municipalities) with the relevant objectives in the search for autonomy of
federated agencies enhancing the capacity to serve the public. This determination is established
in the Federal Constitution of 1988, in its art. 23, defining education as a common competence
among federative entities and that this provision is in the bulge of the organization of the
Brazilian State itself. According to Silva (2018), the ministry of education that is responsible
for coordinating the pact, articulating the distribution of resources between the entities levels
and systems, directs to its own network most of the resources, mostly to the higher level.
Steffy and Wolfe (2001) point out that it is important to note that these phases are not,
in fact, linear, and points out that "lines are blurred between the phases of a career teacher's life
cycle" and that attempts to outline the teacher's development as a discernible sequence of phases
are problematic because they tend to ignore factors such as personal experiences, social
environment, as well as organizational influences that shape the development of teachers.
Throughout their professional life, teachers enter and depart from the various stages so that, for
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Aline Soares CAMPOS; George Almeida LIMA; Stela Lopes SOARES; Jean Silva CAVALCANTE and Heraldo Simões FERREIRA
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example, even a teacher at the end of his career can return to being a beginner if faced with an
entirely new teaching task.
To Huberman
et al.
(1989), the sequences of teachers' lives - that is, of life in the
classroom, beginning with the entry into the career, and is mainly a matter of "survival" and
"discovery". As teachers progress throughout their careers, they can engage in transformation
processes, including critical reflection on practice, redefinition of assumptions and beliefs, and
increased self-esteem. Or they can detach themselves from the work environment as a source
of stimulus for new learning and start the gradual decline for professional leave. An essential
role for educational administrators should be to promote transformative learning among all
employees, especially teachers in the classroom.
Huberman
et al.
(1989), through research with teachers identified the main causes of
teachers' exhaustion throughout their working life, four of which were strongly represented:
i) Problems with students. Students are one of the main causes of Burnout or at least the
element that triggers it, namely "very difficult lessons" with discipline or contact problems
(amorphous or turbulent classes);
ii) Tiredness, routine, feeling "trapped". The problems of teaching result in the
impression that teaching is a work that requires a lot, that wears out, that brings risks of routine,
without giving some the feeling of progress, of having enough openness and efficiency;
iii) Difficulties with private life. The elements of private life are family or personal
events, which destabilize the teacher and have repercussions on his/her professional life.
According to the respondents, these factors lead to mental and physical fatigue, self-
questioning, sometimes to a depressive state that no longer allows coping with work;
iv) Problems with the institution. The problems with the institution are in connection
with the reforms, training and supervision of teachers, the distribution of branches and teaching
hours and, in particular, the "rigidities" of the institution.
The set of factors identified can occur individually in the individuals studied, however,
so that the stress level evolves until reaching Burnout is mainly constituted by a conjunction of
factors, namely between the factors of private life and those of life in the classroom.
The result of the application of the data collection instrument,
the Maslach Burnout
Inventory
–
General Survey
(MBI-GS), in the teachers' collective shows a certain balance
between the levels with 38.27% presenting low classification, 37.04% medium or intermediate
level and in a smaller proportion even more very representative, 24.69% with high burnout
index. The ratio of teachers with the highest level of stress shows that teachers in the municipal
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The difficulties in the school routine of teachers in the state of Ceará in the process of returning to the face-to-face model
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network have the highest relative percentage with 33.3% of teachers, followed by the state
network with 27.5% and the federal network with 16.7%. No private school teacher presented
a high level of Burnout.
Regarding working time, the range of newly entered teachers under three years of age
represents 5%, between four and six years 25%, the range between seven and twenty-five of
work has a large majority representing 60% and finally teachers between twenty and five and
35 years with 10% of those affected. By discrimination by sex shows that women represent
70% of those affected with high Burnout, males 25% and those who signed as non-binary with
5%. In relation to the school grade, 75% of teachers with high Burnout work in high school,
followed by 15% of elementary school and in the same percentage of 5% or who work in early
childhood education and higher education. When we now deal with the level of high stress,
considering the relative percentage in each of the school grades, we see that 27.8% of the
collective of high school teachers has high burnout, followed by the same content of 27.3%
work in elementary school, 25% in early childhood education, and in lower representation 8.3%
of those who work in higher education.
In this sense, one in four teachers who work from early childhood education to high
school has feelings of higher stress, i.e., Burnout. It is clear from these results that teachers with
burnout feelings work at all school levels from one to eighteen years.
The last question of the survey asked what are the main causes of your work fatigue?
As the questionnaire is multiple choice and in this the percentage indicates the total use of the
cause by the various interviewees. Thus, 64.6% of the teachers mentioned the students'
disinterest; 53.7% Accumulation of tasks; 48.8% Bureaucracies; 40.2% the multiplicity of
social and professional roles required and exercised by schools; 39% lack of participation
and/or family structure in the student's learning process, to name the most important due to
school stress. For teachers with high Burnout, we consider the main cause as the main cause,
with the accumulation of tasks for 56% of these respondents, secondly, low salaries 31%
appear, followed by bureaucracy or over-tasks, as shown in Figure 2.
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Figure 2 -
Main factors responsible for high burnout in teachers in the state of Ceará
Source: Prepared by the authors
The causes pointed out by the teachers who answered for their work fatigue are the
same, in order of importance, reported by Huberman
et al.
(1989) in his research conducted
with elementary and high school teachers from Geneva in Switzerland. How to explain, similar
results of the causes of tiredness, in different continents, with economic, social and time
situations (the survey was conducted in 1982) totally differentiated. Silva (2014) studying the
presence of Burnout Syndrome in physical education teachers from the state public network of
Sergipe, demonstrated that in almost all the sample there were average indices in the dimensions
Emotional Exhaustion and Depersonalization. Schuster
et al.
(2015) applied the Maslach
Burnout inventory to employees of various positions and functions of the Federal University of
Santa Maria - UFSM, whose results were at medium levels, thus linking the warning of the
need for attention on the part of managers with the consequences that burnout can generate to
workers.
In the other opposite are the teachers who presented low stress value and, in this group,
the responsible factors are repeated (accumulation of tasks, low salaries and bureaucracy), and
can be framed in the four causes of teacher exhaustion (HUBERMAN
et al.,
1989). Of the three
dimensions of Burnout, the two relevant symptoms of emotional exhaustion consist of feeling
emotionally exhausted at the end of a working day (EE2) and with the work itself (EE1); in
relation to cynicism, teachers feel less enthusiastic about work (CI2) and the contribution of
work to something (CI3); in the effectiveness of the work, the feeling of its effective
contribution to this organization (ET4) stands out and believes that it is good in the tasks it
performs (ET5).
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In relation to the work networks, considering here as a hierarchical factor the percentage
of the population of teachers with high stress values, we have that the municipal network has
the highest relative percentage of teachers with Burnout with 33%, followed by the state
network with 27% and in smaller proportions, the federal network with 17% of cases and the
private network with no occurrence, which indicates the best health condition of the last two,
as shown in Figure 3.
Figure 3
–
Relative distribution of burnout classes (low, medium and high) depending on
work networks
Source: Prepared by the authors
Final considerations
The return to normality and the face-to-face environment in schools shows that the
learning crisis
–
now on the verge of becoming a catastrophe
–
is still underestimated and not
sufficiently prioritized, despite its potential to become the most serious and lasting impact of
the pandemic. As children return to school, curricula will need to be adjusted and aligned
throughout the system to focus on the fundamental skills that children have lost. It will be very
difficult for teachers to cover all curricula as if the children were just coming back from a short
break rather than a major interruption in their schooling. Recovery classes will be essential to
serve children at their level of learning and not in their curriculum grade. In this sense, the
return to post-covid activities will require greater dedication on the part of the teacher,
increasing the workload and as a consequence of stress and burnout indicators in this category
already well affected.
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Aline Soares CAMPOS; George Almeida LIMA; Stela Lopes SOARES; Jean Silva CAVALCANTE and Heraldo Simões FERREIRA
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20
In the present study, the MBI-GS scale was used in teachers of all levels of education,
from early childhood education to higher education. The study of the syndrome in
organizational environments was shown to be at medium levels, thus linking the warning of the
need for attention on the part of managers with the consequences that burnout generates for
workers, such as health problems caused by emotional stress. Of the four work networks, two,
the private and federal, where higher education predominates, did not present worrying
indicators, however, the municipal and state work networks, which are responsible for the
elementary and medium levels, the situation is already compromising.
As suggestions for future studies, the expansion of the sample to the various
administrative districts referring to the municipalities and state and longitudinal studies, which
provide knowledge of the factors that influence burnout levels and association with other factors
of organizational behavior that may be related and cause this syndrome that brings
consequences to workers, organizations and society.
REFERENCES
BARROS-DELBEN, P.
et al
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Submitted
: 12/06/2022
Revisions required
: 07/08/2022
Approved:
20/09/2022
Published
: 30/11/2022
Processing and publication by the Editora Ibero-Americana de Educação.
Correction, formatting, standardization and translation.