EDI

Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 20, n. 00, e024003, 2024. e-ISSN: 2526-3471

DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v20i00.18717 1

ANÁLISE DOS EFEITOS DA TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA E

AURICULOTERAPIA NA SAÚDE DE PROFISSIONAIS DE UM HOSPITAL PÚBLICO

UNIVERSITÁRIO DURANTE A PANDEMIA POR COVID-19

ANÁLISIS DE LOS EFECTOS DE LA TERAPIA COMUNITARIA INTEGRATIVA Y LA

AURICULOTERAPIA EN LA SALUD DE LOS PROFESIONALES DE UN HOSPITAL

UNIVERSITARIO PÚBLICO DURANTE LA PANDEMIA DE COVID-19

ANALYSIS OF THE EFFECTS OF INTEGRATIVE COMMUNITY THERAPY AND

AURICULOTHERAPY ON THE HEALTH OF PROFESSIONALS AT A PUBLIC UNIVERSITY

HOSPITAL DURING THE COVID-19 PANDEMIC

Maria Elvira Gonçalves BORGESi

e-mail: mariag_borges@outlook.com

Luana FLORESii

e-mail: luhflores4@gmail.com

Rita TRACZiii

e-mail: traczrita@yahoo.com.br

Erildo Vicente MULLERiv

e-mail: erildomuller@hotmail.com

Marcelo Rezende YOUNG BLOODv

e-mail: mryblood@uepg.br

Tacyana Schmidt CANTUÁRIAvi

e-mail: tacyana.cantuaria@uepg.br

Tereza Lopes MIRANDAvii

e-mail: trzlps.miranda@gmail.com

Thaiza Acosta REBONATOviii

e-mail: thaiza.rebonato@uepg.br

Suely GIOLOix

e-mail: giolo@ufpr.br

Milene Zanoni da SILVAx

e-mail: milenezanoni@gmail.com

Como referenciar este artigo:

BORGES, M. E. G.; FLORES, L.; TRACZ, R.; MULLER, E. V.;

YOUNG BLOOD, M. R.; CANTUÁRIA, T. S.; MIRANDA, T. L.;

REBONATO, T. A.; GIOLO, S.; SILVA, M. Z. da. Análise dos efeitos

da Terapia Comunitária Integrativa e auriculoterapia na saúde de

profissionais de um hospital público universitário durante a pandemia

por COVID-19. Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 20, n. 00,

e024003, 2024. e-ISSN: 2526-3471. DOI:

https://doi.org/10.26673/tes.v20i00.18717

| Submetido em: 28/11/2023

| Revisões requeridas em: 05/06/2024

| Aprovado em: 20/06/2024

| Publicado em: 12/08/2024

Editores:

Profa. Dra. Luci Regina Muzzeti

Profa. Dra. Rosangela Sanches da Silveira Gileno

Editor Adjunto Executivo:

Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz

Análise dos efeitos da Terapia Comunitária Integrativa e auriculoterapia na saúde de profissionais de um hospital público universitário

durante a pandemia por COVID-19

Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 20, n. 00, e024003, 2024. e-ISSN: 2526-3471

DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v20i00.18717 2

RESUMO: O objetivo deste estudo foi analisar os efeitos da Terapia Comunitária Integrativa

(TCI) e da Auriculoterapia na saúde de profissionais de um Hospital Universitário durante a

pandemia da COVID-19. Trata-se de um estudo retrospectivo com delineamento quantitativo.

Os dados foram tabulados no Microsoft Excel® 2010 e a análise descritiva foi realizada por

frequências absolutas (n) e relativas (%), enquanto a análise analítica foi conduzida por meio

do teste t pareado. Um total de 213 profissionais participaram das intervenções. Antes das

intervenções, os profissionais apresentavam escores médios de estresse (8,2), ansiedade (7,8),

felicidade (7,5), dor (6,0), qualidade do sono (5,8) e bem-estar emocional (3). Após as

intervenções, os escores médios foram: estresse (5,1), ansiedade (5), dor (2,4), felicidade (8,9),

qualidade do sono (8,2) e bem-estar emocional (5). A Auriculoterapia contribuiu para a redução

dos escores de ansiedade, estresse e dor, além de promover o aumento dos escores de felicidade

e qualidade do sono. A TCI, por sua vez, aumentou o escore de bem-estar emocional.

PALAVRAS-CHAVE: Auriculoterapia. Saúde ocupacional. Terapias complementares.

Terapia comunitária integrativa. Sistema Único de Saúde.

RESUMEN: El objetivo de este estudio fue analizar los efectos de la Terapia Comunitaria

Integrativa (TCI) y la Auriculoterapia en la salud de los profesionales de un Hospital

Universitario durante la pandemia de COVID-19. Se trata de un estudio retrospectivo con un

diseño cuantitativo. Los datos fueron tabulados en Microsoft Excel® 2010 y el análisis

descriptivo se realizó mediante frecuencias absolutas (n) y relativas (%), mientras que el

análisis analítico se llevó a cabo mediante la prueba t pareada. Un total de 213 profesionales

participó en las intervenciones. Antes de las intervenciones, los profesionales presentaban

puntuaciones medias de estrés (8,2), ansiedad (7,8), felicidad (7,5), dolor (6,0), calidad del

sueño (5,8) y bienestar emocional (3). Después de las intervenciones, las puntuaciones medias

fueron: estrés (5,1), ansiedad (5), dolor (2,4), felicidad (8,9), calidad del sueño (8,2) y bienestar

emocional (5). La Auriculoterapia contribuyó a la reducción de las puntuaciones de ansiedad,

estrés y dolor, además de promover el aumento de las puntuaciones de felicidad y calidad del

sueño. La TCI, por su parte, aumentó la puntuación de bienestar emocional.

PALABRAS CLAVE: Auriculoterapia. Salud ocupacional. Terapias complementarias.

Terapia comunitaria integrativa. Sistema Único de Salud.

ABSTRACT: This study aimed to analyze the effects of Integrative Community Therapy (ICT)

and Auriculotherapy on the health of professionals at a University Hospital during the COVID-

19 pandemic. This is a retrospective study with a quantitative design. Data were tabulated in

Microsoft Excel® 2010, and descriptive analysis was performed using absolute (n) and relative

(%) frequencies, while analytical analysis was conducted using the paired t-test. A total of 213

professionals participated in the interventions. Before the interventions, the professionals had

mean scores of stress (8.2), anxiety (7.8), happiness (7.5), pain (6.0), sleep quality (5.8), and

emotional well-being (3). After the interventions, the mean scores were: stress (5.1), anxiety

(5), pain (2.4), happiness (8.9), sleep quality (8.2), and emotional well-being (5).

Auriculotherapy contributed to reducing scores of anxiety, stress, and pain, as well as

promoting increased scores of happiness and sleep quality. ICT, in turn, increased the score of

emotional well-being.

KEYWORDS: Auriculotherapy. Occupational health. Complementary therapies. Integrative

community therapy. Unified Health System.

Maria Elvira Gonçalves BORGES, Luana FLORES, Rita TRACZ. Erildo Vicente MULLER, Marcelo Rezende Young BLOOD, Tacyana

Schmidt CANTUÁRIA, Tereza Lopes MIRANDA, Thaiza Acosta REBONATO, Suely GIOLO e Milene Zanoni da SILVA

Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 20, n. 00, e024003, 2024. e-ISSN: 2526-3471

DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v20i00.18717 3

Introdução

A Saúde do Trabalhador compreende o conjunto de ações que visam a promoção da

saúde, a prevenção da morbimortalidade e a redução de riscos e de vulnerabilidades na

população trabalhadora, por meio da integração de ações que intervenham nas doenças e nos

agravos e seus determinantes decorrentes dos modelos de desenvolvimento, de processos

produtivos e de trabalho (Brasil, 2018). Dessa forma, a qualidade de vida do (a) servidor (a)

está diretamente relacionada às condições em que está sendo exposto (Alves; Correia; Silva,

2019; Brasil, 2018). Neste contexto de promoção da qualidade de vida e saúde do trabalhador

e trabalhadora, as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) têm ganhado força

e visibilidade no cenário brasileiro, em especial nos últimos anos em decorrência da pandemia

por COVID-19. Isso se deve principalmente ao fato de serem práticas custo-efetivas e

contribuírem para o fortalecimento das políticas públicas em saúde (Matos et al., 2023;

Temitski, 2023).

A auriculoterapia é uma prática Chinesa, de abordagem individual, definida em

princípios da medicina oriental. Sua fundamentação científica é baseada em conhecimentos de

neurologia e embriologia, determinando o microssistema auricular como uma reflexologia

conduzida pelo sistema parassimpático, ou seja, uma resposta neurológica (Silva et al., 2021).

A TCI é uma prática brasileira de cuidado coletivo, que emerge como uma estratégia de

inclusão social e apoio à saúde mental, sendo definida como um espaço de acolhimento, escuta,

troca de saberes e partilha de emoções, que acontece de maneira circular e horizontal (Lemes

et al., 2020). Consiste em uma ferramenta utilizada para o enfrentamento de situações de

sofrimentos advindas do cotidiano, com desfechos de saúde mental relevantes e com baixos

custos para execução (Lemes et al., 2020).

Inúmeros estudos destacam consistentemente a eficácia tanto da auriculoterapia quanto

da TCI na melhoria de uma variedade de quadros psicoemocionais (Kurebayashi et al., 2017;

Igeski et al., 2020; Alves et al., 2021). Essas práticas emergem como ferramentas poderosas

para mitigar não apenas alterações emocionais, mas também para promover o bem-estar global,

especialmente em contextos desafiadores como o enfrentado pelos profissionais de saúde

durante a pandemia da COVID-19. Entre esses profissionais, que lidaram com o estresse e as

demandas extremas dos hospitais, a auriculoterapia e a TCI demonstraram resultados

promissores, oferecendo alívio significativo para sintomas como ansiedade, estresse e

depressão. Essas abordagens não apenas tratam os sintomas, mas também fortalecem a

resiliência emocional e o equilíbrio mental, proporcionando um suporte essencial para aqueles

Análise dos efeitos da Terapia Comunitária Integrativa e auriculoterapia na saúde de profissionais de um hospital público universitário

durante a pandemia por COVID-19

Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 20, n. 00, e024003, 2024. e-ISSN: 2526-3471

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que enfrentam desafios excepcionais em sua linha de frente de cuidados de saúde (Araújo et

al., 2023; Ibanhez; Nascimento, 2023; Temitski, 2023).

Assim, o presente estudo tem como objetivo analisar os efeitos da terapia comunitária

integrativa e auriculoterapia na saúde de profissionais de um Hospital Público Universitário

durante a COVID-19.

Metodologia

Consiste em estudo retrospectivo de delineamento quantitativo realizado no Hospital

Universitário, localizado no município de Ponta Grossa- PR. Foi realizada a coleta de dados

dos registros dos atendimentos de auriculoterapia e do questionário entregue para os

participantes das rodas de TCI, com uso de instrumentos não validados. Todas as profissionais

do HU foram atendidas no período de agosto de 2022 a março de 2023, quais foram realizados

e registrados pela equipe multiprofissional do Ambulatório de Saúde Integrativa da

Universidade Estadual de Ponta Grossa.

Os critérios de inclusão para a pesquisa foram: ser profissionais do HU, independente

do vínculo empregatício incluindo residentes; não estar afastado do trabalho; realizar no

mínimo quatro sessões de auriculoterapia e/ou participar de pelo menos uma roda de TCI, do

início ao fim da intervenção. Os critérios de exclusão foram: profissionais que não completaram

quatro sessões do protocolo de auriculoterapia ou que não participaram de forma completa das

rodas de TCI. O estudo foi previamente aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da

Universidade Estadual de Ponta Grossa (70180023.4.0000.0105).

No ano de 2022, foi criado o ambulatório de Saúde Integrativa da Universidade XXX

para auxiliar nos desafios do processo pandêmico e pós-pandêmico, visto que a saúde integral

dos (as) servidores (as) e comunidade estavam totalmente afetadas. Assim, implantou-se o

Ambulatório de PICS no Hospital Universitário dos profissionais que atuam no nível

secundário e terciário, iniciando com uma abordagem coletiva, Terapia Comunitária Integrativa

(TCI), e outra clínica, auriculoterapia. Estas terapias foram selecionadas considerando sua

eficácia, segurança e custo para serem implantadas.

Em relação a auriculoterapia, era necessário o agendamento prévio e anamnese para

avaliação e construção do protocolo, de forma personalizada. As sessões foram iniciadas em

agosto do mesmo ano, sendo programadas quatro sessões consecutivas por paciente, que

Maria Elvira Gonçalves BORGES, Luana FLORES, Rita TRACZ. Erildo Vicente MULLER, Marcelo Rezende Young BLOOD, Tacyana

Schmidt CANTUÁRIA, Tereza Lopes MIRANDA, Thaiza Acosta REBONATO, Suely GIOLO e Milene Zanoni da SILVA

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aconteciam uma vez por semana durante o expediente de trabalho e cada atendimento levava

em média 30 minutos.

Durante primeira sessão, além da ficha de avaliação com questões demográficas, hábitos

de vida e queixas, também foi aplicado um formulário com cinco perguntas objetivas que foram

desenvolvidas através de cinco indicadores (ansiedade, estresse, dor, qualidade do sono e

felicidade), que foram avaliadas através de escores (0 a 10) utilizados para se obter informações

em relação à ansiedade, estresse, qualidade do sono, felicidade e dor. O formulário foi

reaplicado na última sessão, a fim de avaliar os efeitos da auriculoterapia nas profissionais.

A ficha de avaliação foi desenvolvida com o objetivo de examinar tanto o estado de

saúde mental quanto física desses profissionais. O aumento alarmante nos sintomas

psiquiátricos entre esses profissionais, já uma preocupação anterior, foi agravado por vários

fatores, incluindo infraestrutura inadequada, jornadas de trabalho extenuantes e falta de suporte

adequado à saúde diante do cenário pandêmico.

A princípio foram utilizados sete pontos pré-estabelecidos: Shenmen, Rim, Sistema

Nervoso Autônomo, Ansiedade, Coração, Relaxamento Muscular e Subcórtex, além de pontos

individualizados de acordo com a queixa de cada paciente. Para o procedimento, a pele foi

preparada por meio da antissepsia com álcool 70% e algodão para posterior aplicação das

sementes de mostarda que foram colocadas no pavilhão auricular. As sementes foram fixadas

com micropore e foi solicitada a manutenção das mesmas durante seis dias, massageando os

pontos sempre que possível ao longo do dia. No sexto dia os participantes foram orientados a

retirar as sementes e a manter um dia de intervalo para descanso da pele e somente no sétimo

dia era realizada a reposição dos pontos. Para reposição dos pontos foi realizada a alternância

entre os pavilhões auriculares para que não houvesse lesões ou adaptação aos estímulos.

No que se refere à Terapia Comunitária Integrativa (TCI), foram realizadas 14 rodas de

TCI, ocorrendo uma vez por semana e conduzidas por dois terapeutas comunitários. A

metodologia dessas rodas seguiu as etapas propostas por Barreto (2010): acolhimento, escolha

do tema, contextualização, problematização, pergunta reflexiva e finalização. Antes do início

de cada roda, era entregue uma lista de presença e realizada a avaliação do bem-estar emocional

utilizando a escala Likert de faces, com escores de 1 a 5 (sendo 1 o pior estado emocional e 5

o melhor). O mesmo procedimento era repetido ao final das rodas de TCI.

A coleta de dados demográficos e dos indicadores foi feita por meio de busca ativa nas

fichas de avaliação e questionários físicos, sendo posteriormente lançados em uma planilha. Os

dados quantitativos foram tabulados no Microsoft Excel® 2010 e a análise descritiva foi

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durante a pandemia por COVID-19

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realizada por meio de frequências absolutas (n) e relativas (%). O teste t pareado foi utilizado

para comparar os escores registrados em um mesmo grupo de indivíduos em dois momentos

distintos: antes e após a intervenção (sessões de auriculoterapia e rodas de TCI). Para isso,

obteve-se, para cada indivíduo, a diferença entre os escores registrados nos dois momentos

distintos (isto é, D = escore após, escore antes) e, então, testada a hipótese nula de que a média

das diferenças não difere de zero (H0: µD = 0).

O nível de significância adotado foi de 0,05 (5%). A não rejeição da hipótese nula

evidencia que a intervenção não produziu efeito estatisticamente significativo. Por outro lado,

a rejeição da hipótese nula evidencia que a intervenção produziu algum efeito. Nesse caso, uma

média amostral das diferenças maior que zero implica que a intervenção produziu um aumento

do escore avaliado; caso contrário, produziu uma redução. Os resultados foram apresentados

em tabelas.

Resultados

Ao todo, 176 profissionais realizaram auriculoterapia e 128 participaram da roda de

TCI. Do total de atendidos pela auriculoterapia, 91 foram excluídos por não atenderem aos

critérios de inclusão. Sendo assim, os participantes do referido estudo totalizaram 213 pessoas

com idade mínima de 21 e máxima de 65 anos (Tabela 1).

Quanto ao perfil demográfico da auriculoterapia, a maior parte dos participantes tinham

entre 30 e 49 anos (48,2%, n = 41), 90,6% (n = 77) eram mulheres que atuavam como Auxiliar

de Serviços Gerais (31,8%, n = 27). Quanto ao perfil demográfico da TCI, a maior parte dos

participantes tinham entre 30 e 49 anos (56,3%, n = 72), 96,9% (n = 124) eram mulheres e

45,3% (n = 58) atuavam na área de enfermagem.

Maria Elvira Gonçalves BORGES, Luana FLORES, Rita TRACZ. Erildo Vicente MULLER, Marcelo Rezende Young BLOOD, Tacyana

Schmidt CANTUÁRIA, Tereza Lopes MIRANDA, Thaiza Acosta REBONATO, Suely GIOLO e Milene Zanoni da SILVA

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Tabela 1 – Perfil demográfico dos profissionais da saúde e colaboradores do Hospital

Universitário

Auriculoterapia

TCI

Gênero

Feminino

90,6

124

96,9

Masculino

9,4

3,1

Idade

18 – 29

37,6

24,2

30 – 49

48,2

56,3

50 – 59

11,8

18,8

60 ou mais

2,4

0,8

Atuação

Auxiliar de Serviços Gerais

31,8

Enfermagem

29,4

45,3

Farmácia

9,4

10,9

Administração

7,1

6,3

Residente na área da saúde

6,2

27,3

Serviço Social

4,7

24,2

Outros

17,6

13,3

Total

128

Fonte: Elaborado pelos autores (2023).

Durante as sessões de auriculoterapia, as principais queixas relatadas pelos participantes

foram as psicoemocionais, como dores, distúrbios do sono e distúrbios no sistema

gastrointestinal. Em média, os pacientes apontaram possuir mais que duas dessas queixas. Do

total das queixas que foram mencionados pelos participantes, 98,8% (n = 84) se referiram a

ansiedade e estresse, 76,5% (n = 65) a dor, 41,2% (n = 35) a distúrbios do sono, 11,8% (n = 10)

a tristeza e 10,6% (n = 9) a distúrbio gastrointestinal e 17,6% (n = 15) se referiram a outros

tipos de queixas (tabela 2).

Na Tabela 2 estão dispostas as variáveis analisadas e os resultados da comparação dos

escores antes e após a intervenção com auriculoterapia. A média amostral da diferença dos

escores mostra valores negativos para ansiedade, estresse e dor, e valores positivos para sono e

felicidade. Visto que a rejeição da hipótese nula foi constatada pelo teste t pareado (valores de

p < 0,001), pode-se concluir que a intervenção apresentou efeito significativo, contribuindo

para a melhora desses quadros. Assim, para os indivíduos que participaram do presente estudo,

a intervenção reduziu a ansiedade, estresse e dor, bem como proporcionou melhora no que se

refere a qualidade do sono e à felicidade.

Análise dos efeitos da Terapia Comunitária Integrativa e auriculoterapia na saúde de profissionais de um hospital público universitário

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Tabela 2 – Média amostral da diferença dos escores registrados após e antes da intervenção

(auriculoterapia), intervalos de confiança e resultados do teste t pareado

Escala

(SD)

IC 95%

Teste t

Valor p

Ansiedade

‒2,92 (1,75)

(‒3,29; ‒2,54)

‒15,4

<0,001

Estresse

‒3,12 (2,14)

(‒3,58; ‒2,65)

‒13,4

<0,001

Sono

2,43 (2,77)

(1,84; 3,03)

8,09

<0,001

Felicidade

1,45 (2,20)

(0,97; 1,92)

6,06

<0,001

Dor

‒3,66 (3,26)

(‒4,36; ‒2,95)

‒10,3

<0,001

Nota: = média amostral da diferença dos escores, SD: desvio-padrão da diferença dos escores, IC: intervalo de

confiança obtido por 𝐷, obtido por 𝐷 ± 1.96(𝑆𝐷/√𝑁). Fonte: Elaboração dos autores (2023).

Os intervalos de 95% de confiança apresentados na Figura 1 corroboram o efeito

significativo da intervenção com auriculoterapia, uma vez que eles não contêm o valor zero e

mostram valores inferiores a zero para ansiedade, estresse e dor, evidenciando a redução desses

quadros após a intervenção. Da mesma forma, mostram valores superiores a zero para sono e

felicidade, evidenciando a melhora desses quadros após a intervenção.

Figura 1 – Intervalos de confiança para a média da diferença dos escores registrados após e

antes das intervenções auriculares e Terapia Comunitária Integrativa. Brasil, 2023.

Fonte: Elaborado pelos autores (2023).

Maria Elvira Gonçalves BORGES, Luana FLORES, Rita TRACZ. Erildo Vicente MULLER, Marcelo Rezende Young BLOOD, Tacyana

Schmidt CANTUÁRIA, Tereza Lopes MIRANDA, Thaiza Acosta REBONATO, Suely GIOLO e Milene Zanoni da SILVA

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No que diz respeito ao bem-estar emocional, os resultados apresentados na Tabela 3 e

na Figura 1 também evidenciaram um efeito significativo da intervenção (rodas de TCI). A

média amostral da diferença dos escores apresentou um valor positivo, com o valor zero não

pertencendo ao intervalo de 95% de confiança, corroborando a rejeição da hipótese nula pelo

teste t pareado (valor de p < 0,001). Assim, para os indivíduos analisados neste estudo, o escore

de bem-estar emocional aumentou após a intervenção (rodas de TCI).

Tabela 3 – Média amostral da diferença dos escores registrados após e antes das rodas de TCI,

intervalos de confiança e resultados do teste t pareado. Brasil, 2023.

Escala

(SD)

IC 95%

Teste t

Valor p

Bem-estar

emocional

128

1,19 (0,87)

(1,04; 1,35)

T = 15,5

<0,001

Nota: = média amostral da diferença dos escores, SD: desvio-padrão da diferença dos escores, IC: intervalo de

confiança obtido por.

Fonte: Autores (2023).

Discussão

Ao todo, 213 profissionais foram considerados elegíveis para participar do presente

estudo, sendo 85 participantes da intervenção com auriculoterapia e 128 da intervenção com

roda de TCI. Os achados deste estudo mostram resultados alarmantes em relação ao binômio

saúde-doença dos trabalhadores de um hospital que é referência regional para assistência de

casos de COVID-19 no Estado do Paraná. Quase a totalidade das trabalhadoras (90,6% do

gênero feminino) declarou estar em algum nível de ansiedade e estresse (98,8%). A prevalência

de dor crônica também foi alta (76,5%). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a

pandemia da COVID-19 desencadeou um aumento de 25% na prevalência de ansiedade e

depressão em todo o mundo (Padre et al., 2022).

Além disso, estudos realizados durante o período pandêmico apontam a associação entre

dor crônica, ansiedade e sintomas depressivos, indicando que aqueles que apresentam algum

tipo de dor crônica estão suscetíveis a níveis mais altos de ansiedade e sintomas depressivos do

que aqueles sem dor crônica (Miotto et al., 2022).

Quanto ao perfil demográfico, houve semelhança em ambas as intervenções, sendo os

participantes predominantemente do gênero feminino (94,4%), com idade entre 30 a 49 anos

(53%) e da área de enfermagem (39%). Por meio dessa pesquisa, pode-se perceber que o gênero

feminino foi o mais participativo, possivelmente devido ao fato de que as mulheres procuram

Análise dos efeitos da Terapia Comunitária Integrativa e auriculoterapia na saúde de profissionais de um hospital público universitário

durante a pandemia por COVID-19

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mais frequentemente apoio voltado à saúde mental, enquanto entre os homens ainda existe um

certo preconceito e até mesmo negação (Vasconcelos, 2016). Além disso, é importante destacar

que a predominância de mulheres na área da saúde, especialmente na enfermagem, é um

fenômeno bem documentado (Viana; Ribeiro, 2023).

As principais queixas evidenciadas durante as sessões de auriculoterapia foram

ansiedade (98,8%), estresse (98,8%), dor (76,5%), baixa qualidade do sono (41,2%) e felicidade

(11,8%). Apesar do uso de instrumentos não validados, a prevalência desses sintomas entre os

profissionais é exorbitante. Esses dados são semelhantes aos de estudos realizados com 1.257

profissionais de saúde em 34 hospitais de Wuhan, onde 71% referiram angústia, 50,4%

sintomas de depressão, 44,6% ansiedade e 34% insônia (Lai et al., 2020).

Outro fator importante a ser considerado é o bem-estar emocional dessas profissionais.

Quando convidadas a avaliar o nível de seu bem-estar durante a pré-intervenção com TCI, a

maioria se identificava como nem feliz, nem triste (escore 3). Isso pode ser justificado pelos

altos níveis de ansiedade, estresse, má qualidade do sono e infelicidade, fatores que têm

influência direta sobre o bem-estar físico e mental do indivíduo (Prado et al., 2020). De acordo

com a OMS, um dos principais fatores para o aumento do estresse é o isolamento social

decorrente da pandemia, atingindo principalmente jovens e mulheres (OMS, 2022), o que

corrobora com os achados deste estudo.

Geralmente, as pessoas passam grande parte de suas vidas em ambientes de trabalho, os

quais têm características que podem contribuir para o processo de adoecimento, especialmente

para aqueles inseridos em ambientes de cuidado em saúde, como os hospitais. O ambiente

hospitalar consiste em um local favorável para o adoecimento devido aos inúmeros riscos

ocupacionais, químicos, biológicos, físicos e psicossociais (Silva et al., 2021).

Essa realidade foi altamente evidenciada no contexto pandêmico, uma vez que o índice

de sintomas psiquiátricos entre esses profissionais, que já era preocupante, foi agravado por

diversos fatores, como infraestrutura inadequada, longas jornadas de trabalho, má assistência à

saúde e escassez de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) (Prado et al., 2020; Dantas,

2021). Assim, tais condições fazem desse um ambiente propício para o desenvolvimento de

transtornos mentais, como ansiedade, depressão e estresse.

Outro ponto a ser considerado são as vivências diretas e ininterruptas no processo de

sofrimento, dor e morte, que frequentemente tornam a jornada mais exaustiva e angustiante,

agravadas pelo contexto pandêmico (Lai et al., 2020; Silva et al., 2021). Sendo o Hospital

Universitário (HU) uma referência como centro de atendimento à COVID-19, acredita-se que

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a manifestação de sintomas emocionais e físicos entre seus profissionais foi ainda mais

alarmante.

A eficácia das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS), como

auriculoterapia e Terapia Comunitária Integrativa (TCI), vem sendo investigada para o controle

de sintomas psíquicos na população geral. No entanto, ainda são poucos os estudos que tratam

do manejo não farmacológico desses sintomas entre os profissionais de saúde (Kurebayashi et

al., 2017; Igeski et al., 2020; Silva et al., 2021).

Em 2016, o Ministério da Saúde (MS) financiou um curso semipresencial de

auriculoterapia, com polos regionais em 21 estados brasileiros, e durante um ano mais de 4 mil

profissionais passaram pela formação. Além disso, em 2008 houve a formação presencial em

TCI para um número semelhante de profissionais da atenção primária à saúde de todas as

regiões do país (Tesser; Sousa; Nascimento, 2018).

A formação em PICS no Brasil é insuficiente e está concentrada principalmente em

instituições privadas, sendo poucas as formações em PICS fornecidas pelo sistema público

(Tesser; Nascimento, 2018; Bard, 2021). Dessa forma, o modelo de formação é voltado para

atender a realidade da prática privada, o que não atende necessariamente as necessidades do

SUS. Isso constitui um dos maiores desafios para a ampliação e aplicação dessas práticas no

sistema público de saúde.

A auriculoterapia e a Terapia Comunitária Integrativa (TCI) foram escolhidas como

métodos de intervenção, uma vez que consistem em práticas para as quais o Ministério da Saúde

oferece formação. Ambas possuem abordagens diferentes, uma individual e clínica, e outra

coletiva, e apresentam benefícios significativos na saúde mental e física, além de serem de baixo

custo e seguras (Tesser; Sousa; Nascimento, 2018; Bard, 2021).

Na comparação entre os períodos pré e pós-intervenção com auriculoterapia, os

profissionais de saúde e colaboradores apresentaram redução dos escores de estresse, ansiedade

e dor, bem como aumento dos escores relacionados à qualidade do sono e felicidade,

evidenciando um efeito positivo da intervenção. Para todos os atendidos foram utilizados sete

pontos pré-estabelecidos, além de pontos individualizados de acordo com a queixa relatada pelo

paciente. A seleção dos pontos para o protocolo pré-estabelecido ShenMen, Rim, SNA,

Ansiedade, Relaxamento Muscular, Subcortex e Coração foi baseada em características,

propriedades e evidências (Bassi; Boaretto; Martins, 2023; Rodrigues, 2023).

O ponto ShenMen é conhecido por suas ações ansiolíticas e melhora do humor. O ponto

Rim desempenha um papel fundamental na regulação dos fluidos corporais e equilíbrio

Análise dos efeitos da Terapia Comunitária Integrativa e auriculoterapia na saúde de profissionais de um hospital público universitário

durante a pandemia por COVID-19

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hormonal, além de estar relacionado ao medo, insegurança e vitalidade. O ponto SNA, por suas

ações simpática e parassimpática, atua em sinergia para facilitar o funcionamento autônomo do

corpo, promovendo relaxamento e efeitos ansiolíticos. O ponto Ansiedade é utilizado para

promover o controle emocional e diminuir os níveis de ansiedade. O ponto Relaxamento

Muscular é indicado para relaxamento, diminuição da tensão muscular e analgesia. O ponto

Subcortex atua no reequilíbrio das funções do sistema nervoso. Por fim, o ponto Coração, além

de ser responsável pelo sistema circulatório, auxilia na indução do sono, controle das emoções

e consciência (Bassi; Boaretto; Martins, 2023; Rodrigues, 2023).

Acredita-se que o uso associado do protocolo pré-estabelecido e de pontos

individualizados tenha contribuído para os resultados significativos da pesquisa em questão.

Estudos indicam que o uso do trio cibernético (ShenMen, Rim e SNA) apresenta resultados

positivos na redução dos níveis de ansiedade, estresse e depressão (Bassi; Boaretto; Martins,

2023). Além disso, diversos estudos mostram desfechos satisfatórios no bem-estar físico e

mental quanto ao uso dos demais pontos (Weber et al., 2022; Rodrigues, 2023). Quanto aos

pontos individualizados, infere-se que a auriculoterapia aplicada de forma individualizada é

mais efetiva e pode atender melhor às demandas específicas de cada pessoa, de acordo com a

intensidade dos sintomas e queixas (De Oliveira et al., 2021).

No que se refere à TCI, a comparação entre os períodos pré e pós-intervenção

evidenciou um aumento significativo no escore de bem-estar emocional. Em outras palavras,

aqueles que participaram das rodas de TCI apresentaram, em geral, uma melhora no bem-estar

emocional. Isso corrobora estudos de diferentes metodologias que mostram a eficácia da TCI

na diminuição de sintomas como ansiedade, estresse e depressão, os quais afetam diretamente

o bem-estar de modo geral (Alves et al., 2021; Lemes et al., 2020).

Além disso, vários estudos evidenciam a TCI como uma importante tecnologia de

cuidado no contexto da saúde mental (Garcia; Tavares; Assunção, 2018), atuando na prevenção

do sofrimento emocional. Dessa forma, a TCI acolhe os problemas e sofrimentos, auxilia na

sua ressignificação e enfrentamento, estimula a fala e a participação, além de promover a

construção e fortalecimento de vínculos (Alves et al., 2021).

Complementa-se que sua metodologia acessível e participativa é de grande relevância

como recurso terapêutico no SUS, seja pelo baixo custo ou pela visão ampliada do cuidado

integral. A TCI propicia o manejo do sofrimento de forma sensível e cultural, desmedicaliza os

serviços de saúde, reconhece o impacto dos determinantes sociais no processo saúde-doença e

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valoriza a dimensão integral do indivíduo, com seus recursos internos, tais como

empoderamento, autonomia, confiança e autoestima (Igeski et al., 2020).

As intervenções com auriculoterapia e TCI possuem impactos positivos no âmbito

hospitalar. À medida que as sessões de auriculoterapia e as rodas de TCI evoluíam, os níveis de

ansiedade, dor e estresse diminuíram, enquanto os de bem-estar, felicidade e qualidade do sono

aumentavam. Ou seja, as queixas relatadas no início do estudo reduziram-se significativamente

ao final dele. Isso reforça que as PICS são uma importante estratégia para amenizar o sofrimento

mental e físico, além de estimular a formação do vínculo terapêutico, um fator crucial e afetado

durante a pandemia (Lemes et al., 2020; Morais et al., 2020; Silva et al., 2021).

Além da eficácia, as técnicas demonstraram ser não invasivas, seguras e de baixo custo.

Esses achados são corroborados por outros estudos que apoiam a utilização dessas práticas em

diferentes contextos de saúde (Lemes et al., 2020; Morais et al., 2020; Silva et al., 2021;

Rodrigues, 2023). Vale destacar também que a auriculoterapia é mais fácil de ser implementada

em ambientes clínicos do que outras técnicas, devido ao curto período de aplicação, baixa

complexidade técnica e por ser considerada relativamente segura (Lemes et al., 2020; Morais

et al., 2020).

Quanto às limitações deste estudo, destacam-se o uso de instrumentos não validados e

a dificuldade de adesão das profissionais, uma vez que as intervenções ocorriam durante o

horário de trabalho, o que gerava receio quanto à participação. Outras limitações incluem a

ausência de um grupo controle e o não cegamento da amostra, fatores que podem comprometer

a validade dos achados. Estudos futuros são necessários para aprimorar a fidedignidade de

pesquisas semelhantes, levando em consideração aspectos como a escolha de instrumentos,

amostragem e a inclusão de um grupo controle.

Apesar das limitações apresentadas, o estudo possui implicações relevantes para a saúde

pública, ao oferecer técnicas custo-efetivas para melhorar a qualidade de vida e a saúde. Essas

técnicas podem proporcionar ganhos terapêuticos clinicamente significativos e, conforme a

literatura, podem apresentar benefícios adicionais às terapias convencionais ou até mesmo

superar os efeitos obtidos com a farmacoterapia (Rodrigues, 2023).

Análise dos efeitos da Terapia Comunitária Integrativa e auriculoterapia na saúde de profissionais de um hospital público universitário

durante a pandemia por COVID-19

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Considerações finais

A pesquisa que analisou os efeitos da TCI e da auriculoterapia na saúde de profissionais

de um hospital público universitário durante a COVID-19 revelou achados importantes sobre o

impacto dessas intervenções no bem-estar físico e mental dos participantes. Os resultados

indicam que abordagens integrativas podem desempenhar um papel crucial no suporte à saúde

dos colaboradores em ambientes hospitalares durante períodos desafiadores.

Os dados destacam a eficácia da TCI como uma ferramenta significativa para fortalecer

o suporte emocional entre os profissionais, demonstrando a capacidade de mitigar o impacto

psicológico da pandemia. Adicionalmente, a auriculoterapia evidenciou uma redução

significativa dos níveis de ansiedade, dor e estresse, bem como um aumento considerável nos

escores de felicidade e qualidade do sono.

É fundamental ressaltar a importância dessas descobertas no contexto da saúde

ocupacional, especialmente para profissionais que enfrentaram desafios excepcionais durante a

pandemia. Considerando a implementação dessas terapias como parte dos programas de suporte

ao pessoal de saúde, gestores e formuladores de políticas podem explorar estratégias inovadoras

para promover o bem-estar da equipe, melhorar a resiliência emocional e, consequentemente, a

qualidade do atendimento prestado.

Em suma, este estudo contribui para o crescente corpo de conhecimento sobre

intervenções integrativas no campo da saúde mental ocupacional, evidenciando a importância

de abordagens holísticas para apoiar a saúde dos profissionais de saúde, especialmente em

momentos desafiadores como a pandemia da COVID-19.

Maria Elvira Gonçalves BORGES, Luana FLORES, Rita TRACZ. Erildo Vicente MULLER, Marcelo Rezende Young BLOOD, Tacyana

Schmidt CANTUÁRIA, Tereza Lopes MIRANDA, Thaiza Acosta REBONATO, Suely GIOLO e Milene Zanoni da SILVA

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CRediT Author Statement

 Reconhecimentos: Sim, gostaríamos de agradecer às Instituições que proporcionaram

realizar essa pesquisa. A Universidade Estadual de Ponta Grossa pelo espaço e acolhimento,

ao Ambulatório de Saúde Integrativa (ASI) que é vinculado a Universidade, por acolher nós

pesquisadores e pelos atendimentos ofertados a comunidade, bem como, agradecer a

Prefeitura Municipal de Ponta Grossa pela oportunidade em realizar a Residência

Multiprofissional em Saúde Coletiva.

 Financiamento: Não houve financiamento.

 Conflitos de interesse: Não há conflitos de interesse por parte dos autores.

 Aprovação ética: Sim, o trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da

Universidade Estadual de Ponta Grossa (70180023.4.0000.0105).

 Disponibilidade de dados e material: Sim, estão disponíveis para os autores e

posteriormente serão divulgados para as Instituições que viabilizaram a pesquisa.

 Contribuições dos autores: Cada autor contribuiu com o estudo, sendo a coleta de dados

realizada pelas autoras Maria e Luana; Redação pelas autoras Maria, Luana, Rita, Suely e

Tereza. Formatação pelas autoras Tacyana e Thayza. Revisão pelos autores Erildo e

Marcelo. Revisão e orientação pela autora Milene.

Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.

Revisão, formatação, normalização e tradução.

Maria Elvira Gonçalves BORGES, Luana FLORES, Rita TRACZ. Erildo Vicente MULLER, Marcelo Rezende Young BLOOD, Tacyana

Schmidt CANTUÁRIA, Tereza Lopes MIRANDA, Thaiza Acosta REBONATO, Suely GIOLO e Milene Zanoni da SILVA

Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 20, n. 00, e024003, 2024. e-ISSN: 2526-3471

DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v20i00.18717 19

Fundação Municipal de Saúde de Ponta Grossa, Ponta Grossa – PR – Brasil. Farmacêutica

pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, servidora do município de Telêmaco Borba,

especialista em Saúde Coletiva pela Fundação Municipal de Saúde de Ponta Grossa.

Fundação Municipal de Saúde de Ponta Grossa, Ponta Grossa – PR – Brasil. Enfermeira pela

Faculdade Unicesumar de Ponta Grossa, residente em Saúde Coletiva pela Fundação Municipal

de Saúde de Ponta Grossa.

iii

Fundação Municipal de Saúde de Ponta Grossa, Ponta Grossa – PR – Brasil. Enfermeira pelo

Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais (CESCAGE), especialista em Saúde Coletiva

pela Fundação Municipal de Saúde de Ponta Grossa, Mestranda pelo Programa de Mestrado

Acadêmico da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Ponta Grossa – PR – Brasil. Chefe do

Departamento de Saúde Pública (UEPG). Doutorado em Saúde Coletiva (UNIFESP).

Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Ponta Grossa – PR – Brasil. Chefe do serviço

e supervisor do Programa de Residência Médica em Neurologia do Hospital Universitário

Regional dos Campos Gerais (HU-UEPG). Mestrado em Ciências Biomédicas (UEPG).

Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Ponta Grossa – PR – Brasil. Mestranda no

Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde.

vii

Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Ponta Grossa – PR – Brasil. Assistente

Social pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, Mestre em Ciências Sociais Aplicadas na

Área de Cidadania e Políticas Públicas pela UEPG, servidora aposentada do município de Ponta

Grossa.

viii

Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Ponta Grossa – PR – Brasil. Mestrado pelo

Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (UEPG).

Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba – PR – Brasil. Professora do Departamento

de Estatística. Doutorado em Agronomia (USP).

Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba – PR – Brasil. Professora (Saúde Coletiva).

Doutorado em Saúde Coletiva (UEL).

EDI

Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 20, n. 00, e024003, 2024. e-ISSN: 2526-3471

DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v20i00.18717 1

ANALYSIS OF THE EFFECTS OF INTEGRATIVE COMMUNITY THERAPY AND

AURICULOTHERAPY ON THE HEALTH OF PROFESSIONALS AT A PUBLIC

UNIVERSITY HOSPITAL DURING THE COVID-19 PANDEMIC

ANÁLISE DOS EFEITOS DA TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA E

AURICULOTERAPIA NA SAÚDE DE PROFISSIONAIS DE UM HOSPITAL PÚBLICO

UNIVERSITÁRIO DURANTE A PANDEMIA POR COVID-19

ANÁLISIS DE LOS EFECTOS DE LA TERAPIA COMUNITARIA INTEGRATIVA Y LA

AURICULOTERAPIA EN LA SALUD DE LOS PROFESIONALES DE UN HOSPITAL

UNIVERSITARIO PÚBLICO DURANTE LA PANDEMIA DE COVID-19

Maria Elvira Gonçalves BORGESi

e-mail: mariag_borges@outlook.com

Luana FLORESii

e-mail: luhflores4@gmail.com

Rita TRACZiii

e-mail: traczrita@yahoo.com.br

Erildo Vicente MULLERiv

e-mail: erildomuller@hotmail.com

Marcelo Rezende YOUNG BLOODv

e-mail: mryblood@uepg.br

Tacyana Schmidt CANTUÁRIAvi

e-mail: tacyana.cantuaria@uepg.br

Tereza Lopes MIRANDAvii

e-mail: trzlps.miranda@gmail.com

Thaiza Acosta REBONATOviii

e-mail: thaiza.rebonato@uepg.br

Suely GIOLOix

e-mail: giolo@ufpr.br

Milene Zanoni da SILVAx

e-mail: milenezanoni@gmail.com

How to reference this paper:

BORGES, M. E. G.; FLORES, L.; TRACZ, R.; MULLER, E. V.;

YOUNG BLOOD, M. R.; CANTUÁRIA, T. S.; MIRANDA, T. L.;

REBONATO, T. A.; GIOLO, S.; SILVA, M. Z. da. Analysis of the

effects of integrative community therapy and auriculotherapy on the

health of professionals at a public university hospital during the COVID-

19 pandemic. Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 20, n. 00,

e024003, 2024. e-ISSN: 2526-3471. DOI:

https://doi.org/10.26673/tes.v20i00.18717

| Submitted: 28/11/2023

| Revisions required: 05/06/2024

| Approved: 20/06/2024

| Published: 12/08/2024

Editors:

Prof. Dr. Luci Regina Muzzeti

Prof. Dr. Rosangela Sanches da Silveira Gileno

Deputy Executive Editor:

Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz

Analysis of the effects of integrative community therapy and auriculotherapy on the health of professionals at a public university hospital

during the COVID-19 pandemic