EDI
Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 20, n. 00, e024002, 2024. e-ISSN: 2526-3471
DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v20i00.19113 1
MÉTODOS DE ENSINO E AVALIAÇÃO NA PRECEPTORIA DE RESIDÊNCIAS
EM SAÚDE: ESTUDO TRANSVERSAL
MÉTODOS DE ENSEÑANZA Y EVALUACIÓN EM LA PRECEPTORÍA DE
RESIDENCIAS EM SALUD: ESTUDIO TRANSVERSAL
TEACHING AND ASSESSMENT METHODS IN PRECEPTORSHIP IN HEALTH
RESIDENCIES: CROSS-SECTIONAL STUDY
Brenda WANDER1
e-mail: brenda.br@gmail.com
Alessandra Tavares Francisco FERNANDES2
e-mail: alefranciscofernandes@gmail.com
Carmen Vera Giacobbo DAUDT3
e-mail: carmen.daudt@hmv.org.br
Ana Paula Tussi LEITE4
e-mail: aptussi@gmail.com
Como referenciar este artigo:
WANDER, B.; FERNANDES, A. T. F.; DAUDT, C. V. G.; LEITE,
A. P. T. Métodos de ensino e avaliação na preceptoria de residências
em saúde: Estudo transversal. Temas em Educ. e Saúde,
Araraquara, v. 20, n. 00, e024002, 2024. e-ISSN: 2526-3471. DOI:
https://doi.org/10.26673/tes.v20i00.19113
| Submetido em: 08/03/2024
| Revisões requeridas em: 23/05/2024
| Aprovado em: 07/06/2024
| Publicado em: 28/06/2024
Editores:
Profa. Dra. Luci Regina Muzzeti
Profa. Dra. Rosangela Sanches da Silveira Gileno
Editor Adjunto Executivo:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
Responsabilidade Social PROADI-SUS, Hospital Moinhos de Vento, Porto Alegre RS Brasil. Consultora
médica de projetos.
Responsabilidade Social PROADI-SUS, Hospital Moinhos de Vento, Porto Alegre RS Brasil. Consultora
técnica de projetos.
Responsabilidade Social PROADI-SUS, Hospital Moinhos de Vento, Porto Alegre RS Brasil. Consultora
médica de projetos.
Responsabilidade Social PROADI-SUS, Hospital Moinhos de Vento, Porto Alegre RS Brasil. Consultora
médica de projetos.
Métodos de ensino e avaliação na preceptoria de residências em saúde: Estudo transversal
Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 20, n. 00, e024002, 2024. e-ISSN: 2526-3471
DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v20i00.19113 2
RESUMO: Este estudo teve como objetivo identificar os métodos de ensino e avaliação
utilizados por preceptores de residências em saúde, além dos fatores associados, antes de um
Curso de Especialização em Preceptoria Multiprofissional, por meio de um estudo transversal.
No início da oferta do curso, entre agosto e setembro de 2022, 1112 preceptores de todas as
regiões do país e de diferentes níveis de atenção à saúde responderam a um questionário on-
line. Os métodos de ensino e avaliação mais utilizados foram, respectivamente, a discussão de
caso (92,09%) e a observação direta (78,69%). Preceptores que recebem bolsa complementar
utilizam mais frequentemente a aprendizagem baseada em problemas (Problem Based Learning
- PBL) e a sala de aula invertida, além da avaliação em ambientes da prática clínica e a avaliação
360°. Métodos de avaliação envolvendo simulação e o mini-exercício clínico avaliativo (Mini-
CEX) são utilizados por menos de 10% dos preceptores. Apenas 53,15% dos preceptores
oferecem feedback das avaliações formais. A variedade e a frequência de uso das metodologias,
bem como a oferta de feedback, devem ser consideradas no planejamento de novas formações
em preceptoria.
PALAVRAS-CHAVE: Preceptoria. Internato e residência. Residência não médica não
odontológica. Residência multiprofissional.
RESUMEN: Este estudio tuvo como objetivo identificar las metodologías de enseñanza y
evaluación utilizadas por los preceptores de residencias en salud, además de los factores
asociados, previo a un curso de especialización en preceptoría multiprofesional, a través de
un estudio transversal. Al inicio de la oferta, entre agosto y septiembre de 2022, 1112
preceptores de todas las regiones del país y niveles de atención de salud respondieron a un
cuestionario electrónico. Los métodos de enseñanza y evaluación más utilizados son,
respectivamente, la discusión de casos (92,09%) y la observación directa (78,69%). Los
preceptores que reciben remuneración adicional utilizan más PBL y aulas invertidas,
evaluación en entornos de práctica clínica y evaluación de 360°. Menos del 10% de los
preceptores utilizan métodos de evaluación que implican simulación y el Mini-CEX. Sólo el
53,15% ofrece retroalimentación sobre evaluaciones formales. Se debe considerar la variedad
y frecuencia del uso de metodologías y la provisión de retroalimentación al planificar
formación de preceptoría.
PALABRAS CLAVE: Preceptoría. Internado y residência. Residencia no médica no dental.
Residencia multiprofesional.
ABSTRACT: Through a cross-sectional study, this study aimed to identify the teaching and
evaluation methodologies used by health residency preceptors, in addition to associated
factors, prior to a specialization course in multi-professional preceptorship. At the beginning
of the course, between August and September 2022, 1112 preceptors from all regions of the
country and levels of health care responded to an online questionnaire. The most used teaching
and assessment methods are, respectively, case discussion (92.09%) and direct observation
(78.69%). Preceptors who receive additional remuneration use more PBL and flipped
classrooms, assessment in clinical practice environments, and 360° assessment. Assessment
methods involving simulation and Mini-CEX are used by less than 10% of preceptors. Only
53.15% offer feedback on formal assessments. The variety and frequency of methodologies
used, as well as feedback provision, must be considered when planning new preceptorship
training.
KEYWORDS: Preceptorship. Internship and residency. Internship, nonmedical.
Multiprofessional residency.
Brenda WANDER; Alessandra Tavares Francisco FERNANDES; Carmen Vera Giacobbo DAUDT e Ana Paula Tussi LEITE
Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 20, n. 00, e024002, 2024. e-ISSN: 2526-3471
DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v20i00.19113 3
Introdução
As residências em saúde correspondem a uma modalidade de formação de pós-
graduação em serviço, no formato de cursos de especialização, que ocorrem em instituições de
saúde sob a supervisão de profissionais de saúde, dos quais se espera elevada qualificação ética
e profissional (Brasil, 2021). No Brasil, a residência médica teve início na década de 1940,
sendo regulamentada em 1981 (Sousa, 1985). A primeira residência em área profissional da
saúde ocorreu em 1976, porém esta modalidade de formação para o Sistema Único de Saúde
(SUS) foi instituída legalmente em 2005, com grande expansão a partir de 2010 (Silva,
2018).
As residências em áreas profissionais da saúde (uni e multiprofissional) são entendidas
como uma oportunidade para a construção de uma formação em saúde que responda à
diversidade e complexidade das necessidades de saúde no cotidiano do Sistema Único de Saúde
(SUS) (Silva, 2018). Essas residências abrangem as seguintes áreas profissionais: Biomedicina,
Ciências Biológicas, Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia,
Medicina Veterinária, Nutrição, Odontologia, Psicologia, Serviço Social, Terapia Ocupacional,
Saúde Coletiva e Física Médica (Brasil, 2014a). Esses aspectos refletem a necessidade de uma
formação voltada para o trabalho interdisciplinar e de uma preceptoria qualificada, capaz de
atender aos desafios do ensino em serviço.
Enquanto o residente é um profissional da saúde, já graduado, que busca a formação em
pós-graduação, o preceptor é um profissional que ensina no seu local de trabalho e, ao
desenvolver o papel de preceptor, “necessita compreender a estrutura e a organização curricular,
os objetivos, princípios e valores educacionais, bem como o contexto que orienta essa prática”
(Ribeiro et al., 2020, p. 6). As competências necessárias ao preceptor incluem conhecer sobre
ensino, ter habilidades para o ensino e atitude ao ensinar, observar e analisar as atividades do
residente, avaliar e oferecer feedbacks constantes, conhecer teorias de aprendizado e de estilos
de aprendizagem, assim como especificidades do aprendizado do adulto (Barreiros et al., 2020).
Considerando o preceptor em sua função primordial de educador, é importante ressaltar
que particularidades nesta função que diferem da docência em sala de aula, visto que ele
precisa proporcionar as condições para o desenvolvimento técnico e ético dos residentes nos
cenários de prática, além de “avaliar o residente nas questões morais e técnicas da prática
profissional, oferecendo um retorno sobre seu desenvolvimento” (Botti; Rego, 2011, p. 80).
Neste contexto de processos pedagógicos sob a perspectiva da integração ensino-
serviço, o preceptor tem como foco o desenvolvimento das competências desejáveis ao
Métodos de ensino e avaliação na preceptoria de residências em saúde: Estudo transversal
Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 20, n. 00, e024002, 2024. e-ISSN: 2526-3471
DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v20i00.19113 4
residente. As competências profissionais podem ser entendidas como a capacidade de
mobilizar, articular e integrar conhecimentos, habilidades e atitudes, com utilização dos
recursos disponíveis, e exprimindo-se em iniciativas e ações que traduzem desempenhos
capazes de solucionar, com pertinência, oportunidade e sucesso, os desafios que se apresentam
à prática” (Brasil, 2014b, p. 4).
Considerando a necessidade de qualificação profissional dos preceptores que atuam nos
programas de residência (PR) em saúde, diversos cursos de formação em preceptoria
começaram a ser ofertados no Brasil, impulsionados por políticas públicas de incentivo e
parcerias público-privadas. Um desses cursos, intitulado Curso de Especialização em
Preceptoria Multiprofissional na Área da Saúde, disponibilizou 1700 vagas e teve como
objetivo contribuir para o desenvolvimento de competências entre preceptores de residências
médicas, multiprofissional e em áreas profissionais da saúde de todas as regiões do país. Esse
curso foi ofertado pelo Hospital Moinhos de Vento (HMV) em parceria com o Ministério da
Saúde, através do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (Proadi-SUS).
Dada a variedade de PR em saúde no Brasil e as particularidades do ensino em serviço,
é essencial compreender as práticas de ensino e avaliação nesses programas para contribuir à
qualificação da formação de preceptores e futuros residentes. Assim, este estudo objetivou
identificar os métodos de ensino e avaliação utilizados pelos preceptores antes do Curso de
Especialização em Preceptoria Multiprofissional na Área da Saúde, além de identificar fatores
associados a essas variáveis. Este estudo pode apoiar futuras políticas de educação na saúde,
incentivando a formação de preceptores e a formação em serviço em nível nacional, resultando
no fortalecimento da assistência em saúde no SUS.
Método
Trata-se de um estudo transversal de abordagem quantitativa, solicitado pelo Ministério
da Saúde, através da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES), e
executado pelo Hospital Moinhos de Vento (HMV) via Proadi-SUS. No início da oferta do
Curso de Especialização, entre agosto e setembro de 2022, os alunos matriculados foram
convidados a responder a um questionário eletrônico específico, utilizando a plataforma
REDCap (Research Electronic Data Capture). Esta pesquisa faz parte de um amplo
levantamento sobre os alunos, que são preceptores, antes da realização do curso. Neste artigo,
são apresentados os dados relacionados às suas práticas pedagógicas.
Brenda WANDER; Alessandra Tavares Francisco FERNANDES; Carmen Vera Giacobbo DAUDT e Ana Paula Tussi LEITE
Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 20, n. 00, e024002, 2024. e-ISSN: 2526-3471
DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v20i00.19113 5
No Ambiente Virtual de Aprendizagem (Moodle) do curso, foi disponibilizado um
Localizador Uniforme de Recursos (URL) que direcionava os participantes para a leitura do
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) virtual. Com o aceite do TCLE, o
questionário era liberado para resposta. Após uma semana da disponibilização do questionário,
foi emitido um alerta pelo Moodle, lembrando os alunos que ainda não haviam respondido sobre
a importância de participar da pesquisa.
O questionário incluia questões de múltipla escolha que abordavam o perfil
sociodemográfico e de atuação, formação, métodos de ensino e avaliação utilizados nos PR e
oferta de feedback. Para análise das variáveis relacionadas à formação em pós-graduação, foi
considerada a formação em nível maior (especialização, mestrado ou doutorado). Quando o
curso foi referido como estando em andamento ou concluído, ambos os casos foram agrupados
na mesma categoria.
Os dados foram analisados utilizando o software R versão 4.2.2. As variáveis
categóricas são apresentadas como frequências absolutas (n) e relativas (%). As porcentagens
apresentadas nas Tabelas 1 e 2 se referem à proporção de preceptores (total e em cada nível de
atenção) que referiu utilizar cada método de ensino ou de avaliação; nas Tabelas 3 e 4, as
porcentagens se referem à proporção da amostra na coluna. Para verificar a associação entre
variáveis categóricas, foi utilizado o Teste Qui-Quadrado. O nível de significância estatístico
foi estabelecido em 5% bicaudal em todas as análises. Adicionalmente, para os cruzamentos
relevantes foram apresentados os resultados por meio de Razões de Prevalência (RP) e seus
respectivos Intervalos de Confiança a 95% (IC95%), juntamente com o Teste de Hipóteses para
testar a Hipótese Nula (H0) de que RP = 1.
Os dados coletados foram tratados de forma anônima, e o protocolo da pesquisa foi
aprovado no comitê de ética em pesquisa do Hospital Moinhos de Vento, sob o Parecer n.º
5.605.850.
Resultados
Dos 1561 alunos que iniciaram o curso, 1112 (71,23%) responderam ao questionário. A
maioria dos respondentes é do sexo feminino (84,80%) e tem entre 31 e 50 anos (72,57%). A
maior proporção de profissionais é da área de enfermagem (35,61%), seguida pela fisioterapia
(13,93%) e medicina (10,34%). A única área de formação em saúde não representada é a saúde
coletiva.
Métodos de ensino e avaliação na preceptoria de residências em saúde: Estudo transversal
Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 20, n. 00, e024002, 2024. e-ISSN: 2526-3471
DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v20i00.19113 6
Houve representação dos três níveis de atenção e dos programas de residência médica,
multiprofissional e em área profissional da saúde; no entanto, a maioria dos preceptores atua no
nível terciário de atenção à saúde (57,2%), em programas de residência multiprofissional em
saúde (73,4%). Participaram preceptores de todas as regiões do país, com predominância das
regiões Sudeste (32,19%) e Nordeste (30,49%).
O método de ensino mais utilizado é a discussão de caso, seguido pelo estudo imediato
dos casos em atendimento, aula prática, aula expositiva e trabalho em grupo, que são adotados
pela maioria dos preceptores (Tabela 1).
Tabela 1 Métodos de ensino utilizados na prática de preceptoria por nível de atenção à
saúde
Métodos de ensino utilizados
Total
n (%)
Nível de Atençãoa
n (%)
Primário
Secundário
Terciário
Discussão de caso
1024 (92,09)
266 (89,56)
188 (92,16)
592 (93,08)
Estudo imediato dos casos em
atendimento
644 (57,91)
168 (56,57)
120 (58,82)
378 (59,43)
Aula prática
620 (55,76)
153 (51,52)
114 (55,88)
368 (57,86)
Aula expositiva
594 (53,42)
125 (42,09)
102 (50)
385 (60,53)
Trabalho em grupo
583 (52,43)
189 (63,64)
106 (51,96)
300 (47,17)
Seminários
551 (49,55)
138 (46,46)
93 (45,59)
332 (52,2)
Observação direta - "sombra"
471 (42,36)
133 (44,78)
80 (39,22)
263 (41,35)
PBL (Problem Based Learning)
296 (26,62)
92 (30,98)
51 (25)
167 (26,26)
Auditoria de registro de prontuário
283 (25,45)
74 (24,92)
45 (22,06)
164 (25,79)
Análise de eventos significativos
243 (21,85)
66 (22,22)
35 (17,16)
149 (23,43)
Sala de aula invertida
219 (19,69)
64 (21,55)
37 (18,14)
130 (20,44)
Simulação
144 (12,95)
40 (13,47)
28 (13,73)
79 (12,42)
Clube de revistas
106 (9,53)
10 (3,37)
8 (3,92)
91 (14,31)
TBL (Team Based Learning)
103 (9,26)
37 (12,46)
21 (10,29)
46 (7,23)
Role Play
39 (3,51)
12 (4,04)
10 (4,9)
20 (3,14)
Outros
60 (5,4)
15 (5,05)
11 (5,39)
38 (5,97)
aA questão possibilitava mais de uma resposta.
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2023.
Quando comparada com a atenção primária à saúde (APS), a atenção terciária
apresentou frequências menores de uso de TBL (RP 0,58, IC95% 0,38 0,87, p 0,009) e
trabalho em grupo (RP 0,74, IC95% 0,65 - 0,83, p <0,001), e maiores de aula expositiva (RP
1,42, IC95% 1,24 - 1,66, p <0,001) e clube de revistas (RP 4,25, IC95% 2,24 - 8,04, p <0,001),
o plano de carreira não interferiu na frequência de uso dos diferentes métodos de ensino. No
entanto, preceptores que recebem bolsa complementar apresentam maior frequência de uso do
Brenda WANDER; Alessandra Tavares Francisco FERNANDES; Carmen Vera Giacobbo DAUDT e Ana Paula Tussi LEITE
Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 20, n. 00, e024002, 2024. e-ISSN: 2526-3471
DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v20i00.19113 7
PBL (RP 1,36, IC95% 1,1 - 1,67, p = 0,005), sala de aula invertida (RP 1,36, IC95% 1,05 -
1,76, p 0,021), e trabalho em grupo (RP 1,22, IC95% 1,08 - 1,37, p 0,002), além de usarem o
clube de revistas com menor frequência (RP 0,38, IC95% 0,21 - 0,7, p 0,001).
A formação em residência teve relação positiva com discussão de casos (RP 1,04,
IC95% 1,01 - 1,08, p 0,011), estudo imediato dos casos em atendimento (RP 1,12, IC95% 1,01
- 1,23, p 0,033) e, especialmente, com clube de revistas (RP 3,07, IC95% 2,11 - 4,48, p <0,001).
No entanto, houve relação negativa com trabalho em grupo (RP 0,82, IC95% 0,72 - 0,93, p
0,001).
Ter outra pós-graduação também teve relação com poucos dos métodos listados: ter
doutorado teve relação positiva com sala de aula invertida (RP 2,14, IC95% 1,5 - 3,07, p
<0,001), seminários (RP 1,25, IC95% 1,05 - 1,48, p 0,017), aula expositiva (RP 1,47, IC95%
1,25 - 1,73, p <0,001) e clube de revistas (RP 2,5, IC95% 1,45 - 4,31, p 0,001), enquanto ter
mestrado mostrou relação positiva com aula prática (RP 1,22, IC95% 1,05 - 1,42, p 0,009) e
aula expositiva (RP 1,3, IC95% 1,11 - 1,5, p 0,001). Ter especialização mostrou relação positiva
com estudo imediato dos casos após atendimento (RP 1,5, IC95% 1,01 - 1,3, p 0,03), e relação
negativa com seminários (RP 0,78, IC95% 0,66 - 0,91, p 0,002).
Quanto aos métodos de avaliação, a observação direta é o mais utilizado, seguido pela
avaliação oral. A oferta de feedback do desempenho diário é realizada por mais de 70% dos
preceptores (Tabela 2).
Métodos de ensino e avaliação na preceptoria de residências em saúde: Estudo transversal
Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 20, n. 00, e024002, 2024. e-ISSN: 2526-3471
DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v20i00.19113 8
Tabela 2 Métodos de avaliação utilizados na prática da preceptoria e oferta de feedback do
desempenho do residente por nível de atenção à saúde
Métodos de avaliação do residente
utilizados
Total
n (%)
Nível de Atençãoa
n (%)
Primário
Secundário
Terciário
Observação direta
875 (78,69)
227 (76,43)
154 (75,49)
510 (80,19)
Avaliação oral
362 (32,55)
87 (29,29)
73 (35,78)
208 (32,7)
Prova escrita objetiva
247 (22,21)
45 (15,15)
49 (24,02)
161 (25,31)
Prova escrita dissertativa
175 (15,74)
31 (10,44)
38 (18,63)
114 (17,92)
Portfólio
206 (18,53)
105 (35,35)
42 (20,59)
61 (9,59)
Avaliação 360º
133 (11,96)
42 (14,14)
19 (9,31)
73 (11,48)
Instrumento Mini-CEX
97 (8,72)
30 (10,1)
16 (7,84)
54 (8,49)
Paciente padronizado
62 (5,58)
17 (5,72)
14 (6,86)
31 (4,87)
Paciente simulado
60 (5,4)
17 (5,72)
17 (8,33)
26 (4,09)
OSCE
28 (2,52)
12 (4,04)
3 (1,47)
13 (2,04)
Questionário Calgary-Cambridge
19 (1,71)
7 (2,36)
3 (1,47)
10 (1,57)
Vídeo gravação de consultas
14 (1,26)
6 (2,02)
3 (1,47)
3 (0,47)
Outras
186 (16,73)
53 (17,85)
32 (15,69)
102 (16,04)
Devolutiva (feedback) quanto ao
desempenho
Desempenho diário
782 (70,32)
228 (76,77)
142 (69,61)
436 (68,55)
Avaliações formais
591 (53,15)
137 (46,13)
112 (54,9)
360 (56,6)
Não realizo a devolutiva
42 (3,78)
5 (1,68)
15 (7,35)
24 (3,77)
aA questão possibilitava mais de uma resposta.
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2023.
Em comparação com a APS, a atenção terciária apresentou menor frequência de
utilização de vídeo gravação de consultas (RP 0,23, IC95% 0,05 - 0,92, p 0,024) e de portfólio
(RP 0,27, IC95% 0,20 - 0,36, p <0,001), porém mostrou uma maior utilização de prova escrita
objetiva (RP 1,67, IC95% 1,23 - 2,25, p <0,001) e prova escrita dissertativa (RP 1,71, IC 95%
1,18 - 2,49, p 0,003).
Ter plano de carreira não modificou a frequência com que os métodos de avaliação são
utilizados. Receber bolsa complementar mostrou relação positiva com Mini-CEX (RP 1,91,
IC95% 1,29 - 2,82, p 0,001), vídeo gravação de consultas (RP 5,99, IC95% 2,02 - 17,72,
p<0,001), portfólio (RP 1,96, IC95% 1,53 - 2,51, p <0,001) e avaliação 360° (RP 1,78, IC95%
1,28 - 2,47, p 0,001).
Na avaliação dos residentes, os preceptores com formação em residência declaram
utilizar mais o instrumento Mini-CEX (RP 1,5, IC95% 1,03 - 2,20, p 0,034) e prova escrita
objetiva (RP 1,59, IC95% 1,28 - 1,98, p <0,001), e menos que os preceptores sem residência a
avaliação oral (RP 0,8, IC95% 0,67 - 0,97, p 0,022), portfólio (RP 0,75, IC95% 0,57 - 0,99, p
Brenda WANDER; Alessandra Tavares Francisco FERNANDES; Carmen Vera Giacobbo DAUDT e Ana Paula Tussi LEITE
Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 20, n. 00, e024002, 2024. e-ISSN: 2526-3471
DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v20i00.19113 9
0,039) e paciente padronizado (RP 0,48, IC95% 0,26 - 0,88, p 0,014). Ter outra pós-graduação
não interferiu na utilização da maioria dos métodos de avaliação, com exceção do paciente
padronizado, cuja utilização foi mais frequente entre os preceptores com especialização em
comparação com aqueles sem pós-graduação (RP 2,53, IC95% 1,18 - 5,41, p 0,012).
Responderam com menor frequência que não realizam devolutivas os preceptores com
mestrado (RP 0,26, IC95% 0,09 - 0,78, p 0,009) e os que recebem bolsa complementar (RP
0,25, IC95% 0,08 - 0,82, p 0,012). Aqueles que recebem bolsa ofertam feedback do desempenho
diário em maior frequência (RP 1,12, IC95% 1,04 - p 0,006). Os preceptores com formação em
residência declararam com maior frequência ofertar feedback nas avaliações formais (RP 1,15,
IC95% 1,03 - 1,28, p 0,015).
Quanto ao nível de atenção, os preceptores da atenção terciária ofertam mais feedback
nas avaliações formais (RP 1,23, IC95% 1,06 - 1,41, p 0,003) e menos frequentemente do
desempenho diário (RP 0,89, IC95% 0,82 - p 0,01) em comparação com a APS. A frequência
com a qual o residente é avaliado pelos preceptores, equipe e usuários é descrita na Tabela 3.
Tabela 3 Frequência com a qual o residente é formalmente avaliado
Frequência de
avaliação
Pelos preceptores
n (%)
Pela equipe
n (%)
Pelos usuários
n (%)
Nunca
21 (1,91)
270 (24,64)
492 (45,01)
Semanal
104 (9,45)
82 (7,48)
62 (5,67)
Quinzenal
27 (2,45)
16 (1,46)
8 (0,73)
Mensal
364 (33,09)
243 (22,17)
91 (8,33)
Trimestral
260 (23,64)
98 (8,93)
33 (3,02)
Semestral
191 (17,36)
111 (10,13)
34 (3,11)
Anual
31 (2,82)
37 (3,38)
13 (1,19)
Bienal
8 (0,73)
9 (0,82)
1 (0,09)
Não sei responder
94 (8,55)
230 (20,99)
359 (32,85)
Total
1100 (100)
1096 (100)
1093 (100)
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2023.
Os resultados descritos focaram nas diferenças entre as práticas na APS e na atenção
terciária, pois os resultados encontrados na atenção secundária não apresentaram significância
estatística em comparação com a categoria de referência (APS).
Considerando a quantidade de métodos de ensino e avaliação utilizados pelos
preceptores (Tabela 4), percebe-se que a maioria utiliza cinco ou mais métodos de ensino, com
uma mediana de 5 (IIQ 4 - 7). Em contraste, a maioria dos preceptores declarou que utiliza
apenas um ou dois métodos de avaliação no PR, com uma mediana de 2 (IIQ 1 - 3).
Métodos de ensino e avaliação na preceptoria de residências em saúde: Estudo transversal
Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 20, n. 00, e024002, 2024. e-ISSN: 2526-3471
DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v20i00.19113 10
Tabela 4 - Quantidade de métodos de ensino e avaliação utilizados
Quantidade de métodos de ensino
n (%)
Quantidade de métodos de avaliação
n (%)
1
41 (3,69)
1
380 (34,17)
2
92 (8,27)
2
337 (30,3)
3
132 (11,87)
3
207 (18,61)
4
153 (13,76)
4
94 (8,45)
5 ou mais
686 (61,69)
5 ou mais
70 (6,29)
Não respondeu
8 (0,07)
Não respondeu
24 (2,16)
Total
1112 (100)
Total
1112 (100)
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2023.
Discussão
O estudo envolveu preceptores de todos os tipos de programas de residência (PR) em
saúde, abrangendo quase todas as áreas da saúde e os três níveis de atenção. Essas
características permitem um olhar abrangente sobre as metodologias educacionais utilizadas na
formação dos novos especialistas das diversas áreas. É importante ressaltar que, além dos
aspectos que distinguem o ensino nas residências de outras modalidades, as próprias
residências, nos diferentes níveis de atenção à saúde, diferem entre si. Essas diferenças resultam
das características dos serviços e das demandas que atendem, além das variações entre as
classes profissionais (Feuerwerker, 2011). Esses aspectos devem ser considerados ao analisar
as práticas pedagógicas em diferentes contextos, especialmente no âmbito das residências, que
envolvem processos de ensino e aprendizagem inseridos na prática cotidiana dos serviços de
saúde.
Na atenção terciária, observou-se menor frequência de uso de métodos de ensino que
envolvem trabalho em grupo, incluindo a aprendizagem baseada em equipes (TBL), e maior
frequência de uso de aulas expositivas, que se afastam mais do conceito de metodologias ativas
em comparação com outras metodologias analisadas no estudo. No contexto das residências em
saúde, especialmente as multiprofissionais, é crucial discutir a adoção de metodologias ativas
de aprendizagem (MAA). Em estudo de Arneman et al. (2018, p. 1641), os preceptores
identificaram as metodologias ativas “como estratégias para o ensino interprofissional, pois
proporcionam aos residentes a possibilidade de se posicionarem e discutirem suas
experiências”.
Brenda WANDER; Alessandra Tavares Francisco FERNANDES; Carmen Vera Giacobbo DAUDT e Ana Paula Tussi LEITE
Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 20, n. 00, e024002, 2024. e-ISSN: 2526-3471
DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v20i00.19113 11
As MAA se fazem presentes em ações de educação na saúde que consideram o
protagonismo dos profissionais no processo de ensino e aprendizagem, “valorizando as
diferentes formas pelas quais eles podem ser envolvidos nesse processo para que aprendam
melhor, em seu próprio ritmo, tempo e estilo” (Bacich; Moran, 2018, p. 23). Diferentemente do
âmbito universitário, a utilização das metodologias ativas de aprendizagem (MAA) na
formação das residências em saúde contribui significativamente para a integração da teoria e
prática no contexto do serviço de saúde. Esse uso favorece a ampliação da problematização das
diversas situações cotidianas, bem como promove a autonomia do aluno na construção do seu
aprendizado. Dessa forma, a aplicação das MAA no exercício da preceptoria se torna
necessária, uma vez que essa abordagem pedagógica valoriza tanto o conhecimento prévio do
residente quanto suas experiências. Isso promove a “corresponsabilização e a pro-atividade na
construção de novos saberes e da aprendizagem voltada à transformação das práticas
profissionais e institucionais” (Chianca-Neves; Lauer-Leite; Priante, 2020, p. 4).
Embora ter um plano de carreira não influencie a utilização de métodos de ensino e
avaliação, receber uma bolsa complementar para preceptoria se relacionou positivamente com
a utilização de metodologias ativas de ensino e aprendizagem, como a aprendizagem baseada
em problemas (PBL) e a sala de aula invertida. Além disso, a recepção de bolsas mostrou
maiores taxas de utilização de métodos de avaliação menos comuns entre o grupo, como o Mini-
CEX, o portfólio e a avaliação 360°. Ainda que o recebimento de bolsa possa estar relacionado
a outros fatores que qualificam a prática da preceptoria, como formação pedagógica específica
e vínculo com instituições de ensino, a remuneração específica para a preceptoria parece ser
uma iniciativa importante para a qualificação da formação dos novos especialistas.
A predominância da discussão de casos e da observação direta como metodologias de
ensino e avaliação nas residências em saúde reflete a ênfase no aprendizado supervisionado
durante a prática clínica dos residentes. Essas práticas são fundamentais para integrar teoria e
prática, garantindo que a avaliação ocorra de forma direta durante o desempenho clínico.
Embora a discussão de casos seja comum em diferentes níveis educacionais, a formação
pedagógica dos preceptores é essencial para aprimorar essa prática.
Estudos, como o de Barreiros et al. (2020) demonstram que preceptores com formação
específica em preceptoria conduzem a discussão de casos como uma metodologia ativa,
focando na contribuição dos residentes e promovendo a problematização do ensino. Além disso,
a discussão de casos pode ser enriquecida pela adoção de métodos estruturados, como a
preceptoria em um minuto e o SNAPPS, que “coloca o aluno em ambiente de atuação verídico
Métodos de ensino e avaliação na preceptoria de residências em saúde: Estudo transversal
Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 20, n. 00, e024002, 2024. e-ISSN: 2526-3471
DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v20i00.19113 12
e estimula a elaboração de raciocínio diagnóstico sistematizado, que exige a recuperação de
conhecimentos prévios (Leitão et al., 2021, p. 364).
Metodologias de avaliação bastante úteis no contexto das residências, como os que
envolvem simulação, e a avaliação em ambientes da prática clínica, como o Mini-CEX, são
utilizados pela minoria dos preceptores, enquanto avaliações que consideram
predominantemente os conhecimentos, como provas escritas, são mais utilizadas,
especialmente na atenção terciária. O Mini-CEX, por ser um instrumento de observação direta
de competências clínicas do residente enquanto realiza um atendimento (Norcini et al., 2003),
com uma importante dimensão formativa através do feedback (Romão et al., 2020), deve ser
incentivado no contexto do ensino em serviço. Ele permite uma avaliação com base em um
amplo conjunto de ambientes clínicos e problemas do paciente (Norcini et al., 2003), podendo
ser utilizado por qualquer área de formação e em diversos cenários, como unidades básicas de
saúde, ambulatórios, enfermarias, ou unidades de pronto atendimento (Romão et al., 2020).
Estas características tornam o Mini-CEX aplicável em todos os níveis de atenção à saúde.
Boa parte dos preceptores relatou que não há avaliação do residente pela equipe ou pelos
usuários dos serviços, além de ser observada uma baixa utilização da avaliação 360°. Esta
metodologia de avaliação de competências (Bastos et al., 2019) permite que o residente seja
avaliado por todos os indivíduos que interagem com ele durante suas atividades, focando em
aspectos como liderança, comunicação, habilidades interpessoais e negociação (Lima, 2019).
Dado o potencial desta metodologia nas residências, é essencial incentivar seu uso e
promover a capacitação contínua dos preceptores para melhorar sua aplicação (Bastos et al.,
2019). A baixa utilização da avaliação pelos usuários dos serviços de saúde pode ser atribuída
à complexidade da obtenção dessa avaliação, influenciada por fatores como questões culturais,
linguísticas, de personalidade e níveis de alfabetização (Rodgers; Manifold, 2002).
A oferta regular de feedback sobre o progresso e as atividades realizadas pelo residente
desempenha um papel fundamental na prática dos preceptores. Segundo Borges et al. (2014, p.
324), “o feedback efetivo é uma das estratégias educacionais e avaliativas com maior evidência
de eficácia na educação das profissões na área da saúde”, destacando sua importância nas
residências. O feedback eficaz não impulsiona o aprendizado como também orienta o
residente na direção correta para alcançar seus objetivos (Chowdhury; Consultant, 2004).
Recomenda-se não sobrecarregar os residentes com um grande volume de feedback de uma só
vez e oferecer feedback o mais próximo possível do evento avaliado (Borges et al., 2014;
Brenda WANDER; Alessandra Tavares Francisco FERNANDES; Carmen Vera Giacobbo DAUDT e Ana Paula Tussi LEITE
Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 20, n. 00, e024002, 2024. e-ISSN: 2526-3471
DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v20i00.19113 13
Chowdhury; Consultant, 2004). No entanto, essa prática ainda não é adotada por quase um terço
dos preceptores.
Além disso, quase metade dos preceptores não fornece feedback das avaliações formais,
indicando que muitos não percebem a avaliação como uma oportunidade de aprendizado.
Adicionalmente, há uma minoria que não oferece nenhum tipo de retorno aos residentes. Esses
dados sugerem que a habilidade de fornecer feedback, essencial para várias metodologias de
avaliação, precisa ser fortalecida nas capacitações dos preceptores.
Ao analisar a diversidade de metodologias de ensino e avaliação utilizadas pelos
preceptores, nota-se que há uma maior variedade de métodos de ensino em comparação com a
predominância de utilização de apenas 1 ou 2 métodos de avaliação. Enquanto a utilização de
diversos métodos de ensino visa atender aos diferentes estilos de aprendizagem dos residentes,
a limitação nos métodos de avaliação pode não ser suficiente para abordar todas as
competências que precisam ser avaliadas “é pouco provável que qualquer método de avaliação
isoladamente seja suficiente para decidirmos sobre aprendizado e progressão (Bollela;
Machado, 2010, p. 47).
Adicionalmente, as avaliações formais nos programas de residência são orientadas pelo
projeto pedagógico (PP) correspondente, o que pode restringir a escolha de métodos de
avaliação adaptados às competências e às necessidades individuais de aprendizagem dos
residentes, que são trabalhadas de maneira personalizada pelos preceptores. Portanto, é crucial
revisar esses projetos pedagógicos para alinhar as metodologias de avaliação com as
competências desejadas e as aprendizagens necessárias. Isso inclui proporcionar aos
preceptores uma certa autonomia na escolha dos métodos de avaliação, além de investir em sua
formação pedagógica para capacitação na seleção das metodologias mais apropriadas.
O estudo de Ribeiro et al. (2020) indica que a pós-graduação Stricto Sensu proporciona
aprendizado pedagógico, incluindo estratégias metodológicas de ensino, o que confere aos
preceptores com essa formação maior confiança em sua atuação no processo de ensino e
aprendizagem. Contudo, não foram observadas diferenças significativas na utilização da
maioria das metodologias de ensino e avaliação entre preceptores com e sem formação em pós-
graduação. A agrupação de cursos concluídos e em andamento na mesma categoria pode ter
influenciado esse resultado; no entanto, não se espera que a formação específica na área da
saúde tenha impacto substancial na prática docente como preceptor, conforme corroborado
pelos achados.
Métodos de ensino e avaliação na preceptoria de residências em saúde: Estudo transversal
Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 20, n. 00, e024002, 2024. e-ISSN: 2526-3471
DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v20i00.19113 14
A formação em residência parece favorecer o uso de metodologias menos comuns no
grupo estudado, como clube de revistas e Mini-CEX. No entanto, é crucial considerar a inclusão
do desenvolvimento de competências pedagógicas para preceptoria nos programas de
residência. Isso visa preparar adequadamente os residentes para se tornarem futuros
preceptores, dotados o apenas de conhecimento técnico, mas também de habilidades
pedagógicas, incluindo o domínio das ferramentas que facilitam o processo de ensino (Carvalho
Filho et al., 2022).
Por fim, este estudo apresenta como limitação o fato de que as associações estimadas
foram obtidas por meio de análise não ajustada. Apesar da elevada taxa de resposta, que
representa de forma significativa os alunos do curso em questão, os participantes da pesquisa
representam apenas uma parcela dos preceptores, e os resultados podem não ser generalizáveis
para todas as regiões e programas de residência do país.
Considerações finais
Este estudo investigou as metodologias de ensino e avaliação utilizadas pelos
preceptores antes de um Curso de Especialização em preceptoria, além de identificar fatores
associados a essas práticas, alcançando seu objetivo proposto. Com base nos resultados
encontrados, que destacam algumas lacunas na adoção de métodos adequados ao contexto do
ensino em serviço e apontam a necessidade de melhorias nas práticas de feedback neste
ambiente, reafirma-se a importância contínua da oferta de formação específica para preceptoria
no Brasil. A diversidade e a frequência de uso das metodologias em diferentes níveis de atenção
devem ser consideradas no planejamento desses programas de formação.
Adicionalmente, são necessários estudos que avaliem como os egressos de cursos de
formação em preceptoria existentes utilizam as metodologias de ensino e avaliação
aprendidas, assim como a eficácia dessas práticas pedagógicas na promoção das aprendizagens
nos programas de residência.
Brenda WANDER; Alessandra Tavares Francisco FERNANDES; Carmen Vera Giacobbo DAUDT e Ana Paula Tussi LEITE
Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 20, n. 00, e024002, 2024. e-ISSN: 2526-3471
DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v20i00.19113 15
REFERÊNCIAS
ARNEMANN, C. T. et al. Preceptor’s best practices in a multiprofessional residency:
interface with interprofessionality. Interface (Botucatu), v. 22, Supl. 2, p. 1635-46, 2018.
Disponível em:
https://www.scielo.br/j/icse/a/Db4nq7VD8KbHxRQmzqT5Cbp/?format=pdf&lang=pt.
Acesso em: 01 oct. 2023.
BACICH, L.; MORAN, J. Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma
abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso; 2018. 238 p.
BARREIROS, B.C. et al. Estratégias Didáticas Ativas de Ensino-Aprendizagem para Preceptores
de Medicina de Família e Comunidade no EURACT. Revista brasileira de educação médica,
[S. l.], v. 44, n. 3, p. e102, 2020. DOI: 10.1590/1981-5271v44.3-20190328.
BASTOS, C. A. H. et al. Aplicação do Método de Avaliação 360º em Residentes Médicos de
Ginecologia e Obstetrícia. Revista Eletrônica Acervo Saúde, [S. l.], n. 34, p. e1423, 2019.
DOI: 10.25248/reas.e1423.2019
BOLLELA, V. R.; MACHADO, J. L. M. Internato baseado em competências: Bridging the
gaps. Belo Horizonte: Medivance, 2010.
BORGES, M. C. et al. Avaliação formativa e feedback como ferramenta de aprendizado na
formação de profissionais de saúde. Medicina, Ribeirão Preto, v. 47, n. 3, p. 324-31, 2014.
DOI: 10.11606/issn.2176-7262.v47i3p324-331.
BOTTI, S.H.O.; REGO, S.T.A. Docente-clínico: o complexo papel do preceptor na residência
médica. Physis, v. 21, n. 1, p. 65 85, 2011. DOI: 10.1590/S0103-73312011000100005.
BRASIL. Portaria Interministerial n° 16, de 22 de dezembro de 2014. Altera a Portaria
Interministerial no 1.077/MEC/MS, de 12 de novembro de 2009, a Portaria Interministerial no
1.320/MEC/MS, de 11 de novembro de 2010 e revoga a Portaria Interministerial no
1.224/MEC/MS, de 3 de outubro de 2012, para atualizar o processo de designação dos
membros da Comissão Nacional de Residência Multiprofissional em Saúde (CNRMS) e para
incluir áreas profissionais para a realização de Programas de Residência Multiprofissional e
em Área Profissional da Saúde. Diário Oficial da União: Seção 1, Brasília, DF, n. 248, p. 21,
23 Dez. 2014a. Disponível em:
https://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=21&data=23/12/
2014. Acesso em: 11 out. 2023.
BRASIL. Resolução n° 03, de 20 de junho de 2014. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do
Curso de Graduação em Medicina e dá outras providências. Diário Oficial da União: Seção 1,
Brasília, DF, n. 117, p. 8, 22 jun. 2014b. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=15874-
rces003-14&category_slug=junho-2014-pdf&Itemid=30192. Acesso em: 24 jul. 2023.
BRASIL. Plano Nacional de Fortalecimento das Residências em Saúde. 1. ed. Brasília,
DF: Ministério da Saúde, 2021. Disponível em: https://registra-
rh.saude.gov.br/images/arquivos/Cartilha_PNFRS.pdf. Acesso em: 29 nov. 2023.
Métodos de ensino e avaliação na preceptoria de residências em saúde: Estudo transversal
Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 20, n. 00, e024002, 2024. e-ISSN: 2526-3471
DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v20i00.19113 16
CARVALHO FILHO, A. M. et al. Formação na Residência Médica: visão dos preceptores.
Revista Brasileira de Educação Médica, [S. l.], v. 46, n. 2, p. e052, 2022. DOI:
10.1590/1981-5271v46.1-20210237.
CHIANCA-NEVES, M. G. B.; LAUER-LEITE, I. D.; PRIANTE, P. T. As concepções de
preceptores do SUS sobre metodologias ativas na formação do profissional da saúde.
Educação em Revista, [S. l.], v. 36, p. e207303, 2020. DOI: 10.1590/0102-4698207303.
CHOWDHURY, R.R.; CONSULTANT, G. Learning to give feedback in medical education.
The Obstetrician & Gynaecologist, [S. l.], n. 6, p. 243-247, 2004.
FEUERWERKER, L.C.M. As identidades do preceptor: assistência, ensino, orientação. In:
BRANT, V. (org.). Formação Pedagógica de Preceptores do Ensino em Saúde. Juiz de
Fora: UFJF, 2011. p. 29-36. Disponível em: https://www2.ufjf.br/editora/wp-
content/uploads/sites/113/2018/02/formacao_pedagogica_de_preceptores_do_ensino_em_sau
de.pdf. Acesso em: 11 out. 2023.
LEITÃO, L. M. B. P. et al. Metodologias ativas de ensino em saúde e ambientes reais de
prática: uma revisão. Revista Medicina (São Paulo), v. 100, n. 4, p 358-65, 2021. DOI:
10.11606/issn.1679-9836.v100i4p358-365.
LIMA, P. H. F. Sistematização da avaliação 360º com feedback na Residência
Multiprofissional em Saúde. 2019. Dissertação (Mestrado Profissional em Ensino na Saúde)
- Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2019.
Disponível em: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/28945. Acesso em: 15 nov.
2023.
NORCINI, J. J. et al. The mini-CEX: A method for assessing clinical skills. Annals of
Internal Medicine, [S. l.], v. 138, n. 6, p. 476-81, 2003. DOI: 10.7326/0003-4819-138-6-
200303180-00012.
RIBEIRO, K.R.B. et al. Ensino nas residências em saúde: conhecimento dos preceptores sob
análise de Shulman. Revista Brasileira de Enfermagem, [S. l.], v. 73, n. 4, p. e20180779,
2020. DOI: 10.1590/0034-7167-2018-0779.
RODGERS, K. G.; MANIFOLD, C. 360-degree feedback: possibilities for assessment of the
ACGME core competencies for emergency medicine residents. Academic Emergency
Medicine, [S. l.], v. 9, n. 11, p. 1300-4, 2002.
ROMÃO, G. S. et al. Avaliação de residentes em ambientes da prática clínica (work-based
assessment WBA). Femina, [S. l.], v. 48, n. 1, p 31-7, 2020. Disponível em:
https://docs.bvsalud.org/biblioref/2020/03/1052440/femina-2019-481-31-37.pdf. Acesso em:
29 nov. 2023.
SILVA, L.B. Residência Multiprofissional em Saúde no Brasil: alguns aspectos da trajetória
histórica. Revista Katálysis, [S. l.], v. 21, n. 1, p 200-9, 2018. Disponível em: DOI:
10.1590/1982-02592018v21n1p200.
Brenda WANDER; Alessandra Tavares Francisco FERNANDES; Carmen Vera Giacobbo DAUDT e Ana Paula Tussi LEITE
Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 20, n. 00, e024002, 2024. e-ISSN: 2526-3471
DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v20i00.19113 17
SOUSA, E.G. A residência médica no Brasil. Revista Brasileira de Educação Médica, [S.
l.], v. 9, n. 2, p. 112-4, 1985. DOI: 10.1590/1981-5271v9.2-009.
CRediT Author Statement
Reconhecimentos: Os dados apresentados foram obtidos em parceria com o Ministério da
Saúde do Brasil, por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do
Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS).
Financiamento: Não aplicável.
Conflitos de interesse: As autoras declaram não haver conflitos de interesse.
Aprovação ética: O trabalho respeitou os princípios éticos em pesquisa e foi apreciado e
aprovado pelo comitê de ética da instituição responsável.
Disponibilidade de dados e material: Os dados e materiais utilizados no trabalho não estão
disponíveis para acesso.
Contribuições dos autores: Brenda Wander e Alessandra Tavares Francisco Fernandes
contribuíram com a análise dos dados, validação, escrita e revisão do artigo. Carmen Vera
Giacobbo Daudt e Ana Paula Tussi Leite contribuíram com a conceitualização e
metodologia do estudo, recursos, e revisão do artigo. Carmen Vera Giacobbo Daudt também
foi responsável pela administração do projeto.
Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução.
EDI
Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 20, n. 00, e024002, 2024. e-ISSN: 2526-3471
DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v20i00.19113 1
TEACHING AND ASSESSMENT METHODS IN PRECEPTORSHIP IN HEALTH
RESIDENCIES: CROSS-SECTIONAL STUDY
MÉTODOS DE ENSINO E AVALIAÇÃO NA PRECEPTORIA DE RESIDÊNCIAS EM
SAÚDE: ESTUDO TRANSVERSAL
MÉTODOS DE ENSEÑANZA Y EVALUACIÓN EM LA PRECEPTORÍA DE
RESIDENCIAS EM SALUD: ESTUDIO TRANSVERSAL
Brenda WANDER1
e-mail: brenda.br@gmail.com
Alessandra Tavares Francisco FERNANDES2
e-mail: alefranciscofernandes@gmail.com
Carmen Vera Giacobbo DAUDT3
e-mail: carmen.daudt@hmv.org.br
Ana Paula Tussi LEITE4
e-mail: aptussi@gmail.com
How to reference this paper:
WANDER, B.; FERNANDES, A. T. F.; DAUDT, C. V. G.; LEITE,
A. P. T. Teaching and assessment methods in preceptorship in
health residencies: Cross-sectional study. Temas em Educ. e
Saúde, Araraquara, v. 20, n. 00, e024002, 2024. e-ISSN: 2526-
3471. DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v20i00.19113
| Submitted: 08/03/2024
| Revisions required: 23/05/2024
| Approved: 07/06/2024
| Published: 28/06/2024
Editors:
Prof. Dr. Luci Regina Muzzeti
Prof. Dr. Rosangela Sanches da Silveira Gileno
Deputy Executive Editor:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
Social Responsibility PROADI-SUS, Hospital Moinhos de Vento, Porto Alegre RS Brazil. Medical
consultant for projects.
Social Responsibility PROADI-SUS, Hospital Moinhos de Vento, Porto Alegre RS Brazil. Medical
consultant for projects.
Social Responsibility PROADI-SUS, Hospital Moinhos de Vento, Porto Alegre RS Brazil. Medical
consultant for projects.
Social Responsibility PROADI-SUS, Hospital Moinhos de Vento, Porto Alegre RS Brazil. Medical
consultant for projects.
Teaching and assessment methods in preceptorship in health residencies: Cross-sectional study
Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 20, n. 00, e024002, 2024. e-ISSN: 2526-3471
DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v20i00.19113 2
ABSTRACT: Through a cross-sectional study, this study aimed to identify the teaching and
evaluation methodologies used by health residency preceptors, in addition to associated factors,
prior to a specialization course in multi-professional preceptorship. At the beginning of the
course, between August and September 2022, 1112 preceptors from all regions of the country
and levels of health care responded to an online questionnaire. The most used teaching and
assessment methods are, respectively, case discussion (92.09%) and direct observation
(78.69%). Preceptors who receive additional remuneration use more PBL and flipped
classrooms, assessment in clinical practice environments, and 360° assessment. Assessment
methods involving simulation and Mini-CEX are used by less than 10% of preceptors. Only
53.15% offer feedback on formal assessments. The variety and frequency of methodologies
used, as well as feedback provision, must be considered when planning new preceptorship
training.
KEYWORDS: Preceptorship. Internship and residency. Internship, nonmedical.
Multiprofessional residency.
RESUMO: Este estudo teve como objetivo identificar os métodos de ensino e avaliação
utilizados por preceptores de residências em saúde, além dos fatores associados, antes de um
Curso de Especialização em Preceptoria Multiprofissional, por meio de um estudo transversal.
No início da oferta do curso, entre agosto e setembro de 2022, 1112 preceptores de todas as
regiões do país e de diferentes níveis de atenção à saúde responderam a um questionário on-
line. Os métodos de ensino e avaliação mais utilizados foram, respectivamente, a discussão de
caso (92,09%) e a observação direta (78,69%). Preceptores que recebem bolsa complementar
utilizam mais frequentemente a aprendizagem baseada em problemas (Problem Based
Learning - PBL) e a sala de aula invertida, além da avaliação em ambientes da prática clínica
e a avaliação 360°. Métodos de avaliação envolvendo simulação e o mini-exercício clínico
avaliativo (Mini-CEX) são utilizados por menos de 10% dos preceptores. Apenas 53,15% dos
preceptores oferecem feedback das avaliações formais. A variedade e a frequência de uso das
metodologias, bem como a oferta de feedback, devem ser consideradas no planejamento de
novas formações em preceptoria.
PALAVRAS-CHAVE: Preceptoria. Internato e residência. Residência não médica não
odontológica. Residência multiprofissional.
RESUMEN: Este estudio tuvo como objetivo identificar las metodologías de enseñanza y
evaluación utilizadas por los preceptores de residencias en salud, además de los factores
asociados, previo a un curso de especialización en preceptoría multiprofesional, a través de
un estudio transversal. Al inicio de la oferta, entre agosto y septiembre de 2022, 1112
preceptores de todas las regiones del país y niveles de atención de salud respondieron a un
cuestionario electrónico. Los métodos de enseñanza y evaluación más utilizados son,
respectivamente, la discusión de casos (92,09%) y la observación directa (78,69%). Los
preceptores que reciben remuneración adicional utilizan más PBL y aulas invertidas,
evaluación en entornos de práctica clínica y evaluación de 360°. Menos del 10% de los
preceptores utilizan métodos de evaluación que implican simulación y el Mini-CEX. Sólo el
53,15% ofrece retroalimentación sobre evaluaciones formales. Se debe considerar la variedad
y frecuencia del uso de metodologías y la provisión de retroalimentación al planificar
formación de preceptoría.
PALABRAS CLAVE: Preceptoría. Internado y residência. Residencia no médica no dental.
Residencia multiprofesional.
Brenda WANDER; Alessandra Tavares Francisco FERNANDES; Carmen Vera Giacobbo DAUDT and Ana Paula Tussi LEITE
Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 20, n. 00, e024002, 2024. e-ISSN: 2526-3471
DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v20i00.19113 3
Introduction
Health residencies correspond to a mode of in-service postgraduate training, in the form
of specialization courses, conducted in health institutions under the supervision of healthcare
professionals, from whom high ethical and professional qualifications are expected (Brasil,
2021). n Brazil, medical residency began in the 1940s and was regulated in 1981 (Sousa, 1985).
The first residency in a healthcare professional area occurred in 1976, but this type of training
for the Unified Health System (SUS) was only legally established in 2005, with significant
expansion starting in 2010 (Silva, 2018).
Residencies in healthcare professional areas (uni and multiprofessional) are understood
as an opportunity to construct healthcare training that responds to the diversity and complexity
of health needs in the daily context of the Unified Health System (SUS) (Silva, 2018). These
residencies cover the following professional areas: Biomedicine, Biological Sciences, Physical
Education, Nursing, Pharmacy, Physiotherapy, Speech-Language Pathology, Veterinary
Medicine, Nutrition, Dentistry, Psychology, Social Work, Occupational Therapy, Public
Health, and Medical Physics (Brasil, 2014a). These aspects reflect the need for training geared
towards interdisciplinary work and qualified preceptorship capable of meeting the challenges
of in-service education.
While the resident is a healthcare professional, already graduated, and seeking
postgraduate training, the preceptor is a professional who teaches in their workplace and, in
assuming the role of a preceptor, "needs to understand the curriculum structure and
organization, educational objectives, principles, and values, as well as the context guiding this
practice" (Ribeiro et al., 2020, p. 6). The competencies required of the preceptor include
knowledge of teaching, teaching skills, and attitudes, the ability to observe and analyze the
resident's activities, provide constant feedback, and understand learning theories and learning
styles, as well as the specifics of adult learning (Barreiros et al., 2020).
Considering the preceptor in their primary role as an educator, it is important to highlight
that there are particularities in this role that differ from classroom teaching, as they need to
provide conditions for the technical and ethical development of residents in practice settings,
as well as "evaluate the resident on the moral and technical issues of professional practice,
offering feedback on their development" (Botti; Rego, 2011, p. 80, our translation).
In this context of pedagogical processes from the perspective of teaching-service
integration, the preceptor focuses on developing the desirable competencies of the resident.
Professional competencies can be understood as the ability to mobilize, articulate, and integrate
Teaching and assessment methods in preceptorship in health residencies: Cross-sectional study
Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 20, n. 00, e024002, 2024. e-ISSN: 2526-3471
DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v20i00.19113 4
"knowledge, skills, and attitudes, using available resources, and expressed in initiatives and
actions that translate into performances capable of successfully solving, with relevance and
timeliness, the challenges presented in practice" (Brasil, 2014b, p. 4, our translation).
Considering the need for professional qualification of preceptors working in health
residency programs (PR), various preceptorship training courses have begun to be offered in
Brazil, driven by public incentive policies and public-private partnerships. One such course,
entitled the Specialization Course in Multiprofessional Preceptorship in the Health Area,
offered 1,700 spots and aimed to contribute to the development of competencies among
preceptors of medical, multiprofessional, and health area residencies across all regions of the
country. This course was offered by Hospital Moinhos de Vento (HMV) in partnership with the
Ministry of Health, through the Institutional Development Support Program of SUS (Proadi-
SUS).
Given the variety of PR in health in Brazil and the particularities of in-service teaching,
it is essential to understand the teaching and assessment practices in these programs to
contribute to the qualification of preceptors and future residents. Thus, this study aimed to
identify the teaching and assessment methods used by preceptors before the Specialization
Course in Multiprofessional Preceptorship in the Health Area, as well as to identify factors
associated with these variables. This study can support future health education policies,
encouraging the training of preceptors and in-service training at the national level, resulting in
the strengthening of healthcare provision in SUS.
Method
This is a cross-sectional study with a quantitative approach, requested by the Ministry
of Health through the Secretariat of Labor and Health Education Management (SGTES), and
conducted by Hospital Moinhos de Vento (HMV) via Proadi-SUS. At the beginning of the
Specialization Course offering, between August and September 2022, enrolled students were
invited to respond to a specific electronic questionnaire using the REDCap (Research Electronic
Data Capture) platform. This research is part of a comprehensive survey on the students, who
are preceptors, before taking the course. This article presents data related to their pedagogical
practices.
In the course's Virtual Learning Environment (Moodle), a Uniform Resource Locator
(URL) was made available, directing participants to read the virtual Informed Consent Form
Brenda WANDER; Alessandra Tavares Francisco FERNANDES; Carmen Vera Giacobbo DAUDT and Ana Paula Tussi LEITE
Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 20, n. 00, e024002, 2024. e-ISSN: 2526-3471
DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v20i00.19113 5
(ICF). Upon accepting the ICF, the questionnaire was made available for response. One week
after the questionnaire was made available, an alert was issued via Moodle, reminding students
who had not yet responded about the importance of participating in the research.
The questionnaire included multiple-choice questions addressing sociodemographic and
professional profiles, education, teaching and assessment methods used in the PR, and feedback
provision. Higher-level education (specialization, master's, or doctorate) was considered for the
analysis of variables related to postgraduate training. When the course was referred to as being
in progress or completed, both cases were grouped into the same category.
Data were analyzed using R software version 4.2.2. Categorical variables are presented
as absolute (n) and relative (%) frequencies. The percentages presented in Tables 1 and 2 refer
to the proportion of preceptors (total and at each level of care) who reported using each teaching
or assessment method; in Tables 3 and 4, the percentages refer to the proportion of the sample
in the column. The Chi-Square Test was used to verify the association between categorical
variables. The statistical significance level was set at 5% two-tailed in all analyses.
Additionally, for relevant cross-tabulations, the results were presented through Prevalence
Ratios (PR) and their respective 95% Confidence Intervals (CI95%), along with the Hypothesis
Test to test the Null Hypothesis (H0) that PR = 1.
Data collected were treated anonymously, and the research protocol was approved by
the research ethics committee of Hospital Moinhos de Vento, under Opinion No. 5.605.850.
Results
Of the 1561 students who started the course, 1112 (71.23%) responded to the
questionnaire. The majority of respondents are female (84.80%) and aged between 31 and 50
years (72.57%). The largest proportion of professionals is from the nursing field (35.61%),
followed by physiotherapy (13.93%) and medicine (10.34%). The only health training area not
represented is public health.
There was representation from the three levels of care and from medical,
multiprofessional, and health professional residency programs; however, most preceptors work
at the tertiary level of healthcare (57.2%) in multiprofessional health residency programs
(73.4%). Preceptors from all regions of the country participated, with a predominance from the
Southeast (32.19%) and Northeast (30.49%) regions.
Teaching and assessment methods in preceptorship in health residencies: Cross-sectional study
Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 20, n. 00, e024002, 2024. e-ISSN: 2526-3471
DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v20i00.19113 6
The most used teaching method is case discussion, followed by the immediate study of
cases in care, practical classes, expository classes, and group work, which are adopted by the
majority of preceptors (Table 1).
Table 1 Teaching methods used in preceptorship practice by level of healthcare
Teaching Methods Used
Total
n (%)
Level of Carea
n (%)
Primary
Secondary
Tertiary
Case discussion
1024 (92,09)
266 (89,56)
188 (92,16)
592 (93,08)
Immediate study of cases in care
644 (57,91)
168 (56,57)
120 (58,82)
378 (59,43)
Practical class
620 (55,76)
153 (51,52)
114 (55,88)
368 (57,86)
Expository class
594 (53,42)
125 (42,09)
102 (50)
385 (60,53)
Group work
583 (52,43)
189 (63,64)
106 (51,96)
300 (47,17)
Seminars
551 (49,55)
138 (46,46)
93 (45,59)
332 (52,2)
Direct observation - "shadow"
471 (42,36)
133 (44,78)
80 (39,22)
263 (41,35)
PBL (Problem-Based Learning)
296 (26,62)
92 (30,98)
51 (25)
167 (26,26)
Medical record audit
283 (25,45)
74 (24,92)
45 (22,06)
164 (25,79)
Analysis of significant events
243 (21,85)
66 (22,22)
35 (17,16)
149 (23,43)
Flipped classroom
219 (19,69)
64 (21,55)
37 (18,14)
130 (20,44)
Simulation
144 (12,95)
40 (13,47)
28 (13,73)
79 (12,42)
magazine club
106 (9,53)
10 (3,37)
8 (3,92)
91 (14,31)
TBL (Team-Based Learning)
103 (9,26)
37 (12,46)
21 (10,29)
46 (7,23)
Role Play
39 (3,51)
12 (4,04)
10 (4,9)
20 (3,14)
Others
60 (5,4)
15 (5,05)
11 (5,39)
38 (5,97)
a Multiple responses were allowed.
Source: Prepared by the authors, 2023.
When compared with primary healthcare (PHC), tertiary care showed lower frequencies
of using TBL (RP 0.58, 95% CI 0.380.87, p 0.009) and group work (RP 0.74, 95% CI 0.65
0.83, p <0.001), and higher frequencies of lecture (RP 1.42, 95% CI 1.241.66, p <0.001) and
journal club (RP 4.25, 95% CI 2.248.04, p <0.001). Having a career plan did not affect the
frequency of using different teaching methods. However, preceptors who receive additional
stipends showed a higher frequency of using PBL (RP 1.36, 95% CI 1.11.67, p = 0.005),
flipped classroom (RP 1.36, 95% CI 1.051.76, p 0.021), and group work (RP 1.22, 95% CI
1.081.37, p 0.002), while using journal club less frequently (RP 0,38, IC95% 0,21 - 0,7, p
0,001).
Residency training was positively associated with case discussion (RP 1.04, 95% CI
1.011.08, p 0.011), immediate study of cases in attendance (RP 1.12, 95% CI 1.011.23, p
Brenda WANDER; Alessandra Tavares Francisco FERNANDES; Carmen Vera Giacobbo DAUDT and Ana Paula Tussi LEITE
Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 20, n. 00, e024002, 2024. e-ISSN: 2526-3471
DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v20i00.19113 7
0.033), and especially with journal club (RP 3.07, 95% CI 2.114.48, p <0.001). However, there
was a negative association with group work (RP 0.82, 95% CI 0.720.93, p 0.001).
Having another postgraduate degree was also associated with a few methods: having a
doctorate was positively associated with flipped classroom (RP 2.14, 95% CI 1.53.07, p
<0.001), seminars (RP 1.25, 95% CI 1.051.48, p 0.017), lecture (RP 1.47, 95% CI 1.251.73,
p <0.001), and journal club (RP 2.5, 95% CI 1.454.31, p 0.001), while having a master's degree
was positively associated with the practical class (RP 1.22, 95% CI 1.051.42, p 0.009) and
lecture (RP 1.3, 95% CI 1.111.5, p 0.001). Having a specialization was positively associated
with the immediate study of cases after attendance (RP 1.5, 95% CI 1.011.3, p 0.03), and
negatively associated with seminars (RP 0.78, 95% CI 0.660.91, p 0.002).
Regarding assessment methods, direct observation is the most used, followed by oral
assessment. Feedback on daily performance is provided by more than 70% of preceptors (Table
2).
Table 2 Assessment methods used in preceptorship practice and offering feedback on
resident performance by level of health care
Resident assessment methods used
Total
n (%)
Level of Attentiona
n (%)
Primary
Secondary
Tertiary
Direct observation
875 (78,69)
227 (76,43)
154 (75,49)
510 (80,19)
Oral Assessment
362 (32,55)
87 (29,29)
73 (35,78)
208 (32,7)
Objective written test
247 (22,21)
45 (15,15)
49 (24,02)
161 (25,31)
Dissertation written test
175 (15,74)
31 (10,44)
38 (18,63)
114 (17,92)
Portfolio
206 (18,53)
105 (35,35)
42 (20,59)
61 (9,59)
360º Assessment
133 (11,96)
42 (14,14)
19 (9,31)
73 (11,48)
Mini-CEX Instrument
97 (8,72)
30 (10,1)
16 (7,84)
54 (8,49)
Standardized patient
62 (5,58)
17 (5,72)
14 (6,86)
31 (4,87)
Simulated patient
60 (5,4)
17 (5,72)
17 (8,33)
26 (4,09)
OSCE
28 (2,52)
12 (4,04)
3 (1,47)
13 (2,04)
Calgary-Cambridge Questionnaire
19 (1,71)
7 (2,36)
3 (1,47)
10 (1,57)
Video recording of consultations
14 (1,26)
6 (2,02)
3 (1,47)
3 (0,47)
Others
186 (16,73)
53 (17,85)
32 (15,69)
102 (16,04)
Return (feedback) regarding
performance
Daily performance
782 (70,32)
228 (76,77)
142 (69,61)
436 (68,55)
Formal assessments
591 (53,15)
137 (46,13)
112 (54,9)
360 (56,6)
I do not provide returns
42 (3,78)
5 (1,68)
15 (7,35)
24 (3,77)
aMultiple responses were allowed.
Source: Prepared by the authors, 2023.
Teaching and assessment methods in preceptorship in health residencies: Cross-sectional study
Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 20, n. 00, e024002, 2024. e-ISSN: 2526-3471
DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v20i00.19113 8
Compared to primary healthcare (PHC), tertiary care showed a lower frequency of using
video recording of consultations (RP 0.23, 95% CI 0.05 - 0.92, p 0.024) and portfolios (RP
0.27, 95% CI 0.20 - 0.36, p <0.001), but a higher frequency of using objective written exams
(RP 1.67, 95% CI 1.23 - 2.25, p <0.001) and essay written exams (RP 1.71, 95% CI 1.18 - 2.49,
p 0.003).
Having a career plan did not change the frequency with which assessment methods were
used. Receiving an additional stipend showed a positive association with Mini-CEX (RP 1.91,
95% CI 1.29 - 2.82, p 0.001), video recording of consultations (RP 5.99, 95% CI 2.02 - 17.72,
p <0.001), portfolios (RP 1.96, 95% CI 1.53 - 2.51, p <0.001), and 360° evaluation (RP 1.78,
95% CI 1.28 - 2.47, p 0.001).
In resident assessment, preceptors with residency training reported using the Mini-CEX
tool more (RP 1.5, 95% CI 1.03 - 2.20, p 0.034) and objective written exams (RP 1.59, 95% CI
1.28 - 1.98, p <0.001) more frequently, and less frequently using oral assessment (RP 0.8, 95%
CI 0.67 - 0.97, p 0.022), portfolios (RP 0.75, 95% CI 0.57 - 0.99, p 0.039), and standardized
patients (RP 0.48, 95% CI 0.26 - 0.88, p 0.014) than preceptors without residency training.
Having another postgraduate degree did not interfere with the use of most assessment methods,
except for standardized patients, which were used more frequently by preceptors with
specialization compared to those without postgraduate training (RP 2.53, 95% CI 1.18 - 5.41,
p 0.012).
Preceptors with a master's degree (RP 0.26, 95% CI 0.09 - 0.78, p 0.009) and those
receiving an additional stipend (RP 0.25, 95% CI 0.08 - 0.82, p 0.012) reported less frequently
not providing feedback. Those who receive a stipend provide daily performance feedback more
frequently (RP 1.12, 95% CI 1.04 - p 0.006). Preceptors with residency training reported more
frequently providing feedback during formal assessments (RP 1.15, 95% CI 1.03 - 1.28, p
0.015).
Regarding the level of care, preceptors in tertiary care offer more feedback in formal
evaluations (RP 1.23, 95% CI 1.06 - 1.41, p 0.003) and less frequently on daily performance
(RP 0.89, 95% CI 0.82 - p 0.01) compared to primary healthcare (PHC). The frequency with
which residents are evaluated by preceptors, the team, and users is described in Table 3.
Brenda WANDER; Alessandra Tavares Francisco FERNANDES; Carmen Vera Giacobbo DAUDT and Ana Paula Tussi LEITE
Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 20, n. 00, e024002, 2024. e-ISSN: 2526-3471
DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v20i00.19113 9
Table 3 Frequency with which residents are formally evaluated
Evaluation
Frequency
By Preceptors
n (%)
By Team
n (%)
By Users n (%)
Never
21 (1,91)
270 (24,64)
492 (45,01)
Weekly
104 (9,45)
82 (7,48)
62 (5,67)
Fortnightly
27 (2,45)
16 (1,46)
8 (0,73)
Monthly
364 (33,09)
243 (22,17)
91 (8,33)
Quarterly
260 (23,64)
98 (8,93)
33 (3,02)
Semiannual
191 (17,36)
111 (10,13)
34 (3,11)
Yearly
31 (2,82)
37 (3,38)
13 (1,19)
Biennial
8 (0,73)
9 (0,82)
1 (0,09)
I do not know how to
answer
94 (8,55)
230 (20,99)
359 (32,85)
Total
1100 (100)
1096 (100)
1093 (100)
Source: Prepared by the authors, 2023.
The results described focused on the differences between practices in PHC and tertiary
care, as the results found in secondary care did not show statistical significance compared to
the reference category (PHC).
Considering the number of teaching and assessment methods used by preceptors (Table
4), it is noted that the majority use five or more teaching methods, with a median of 5 (IQR 4 -
7). In contrast, most preceptors reported using only one or two assessment methods in the
residency program, with a median of 2 (IQR 1 - 3).
Table 4 Number of teaching and assessment methods used
Number of Teaching Methods n (%)
Number of Assessment Methods
n (%)
1
41 (3,69)
1
380 (34,17)
2
92 (8,27)
2
337 (30,3)
3
132 (11,87)
3
207 (18,61)
4
153 (13,76)
4
94 (8,45)
5 or more
686 (61,69)
5 or more
70 (6,29)
No response
8 (0,07)
No response
24 (2,16)
Total
1112 (100)
Total
1112 (100)
Source: Prepared by the authors, 2023.
Teaching and assessment methods in preceptorship in health residencies: Cross-sectional study
Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 20, n. 00, e024002, 2024. e-ISSN: 2526-3471
DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v20i00.19113 10
Discussion
The study involved preceptors from all types of health residency programs (PR),
covering almost all health areas and the three levels of care. These characteristics provide a
comprehensive view of the educational methodologies used in training new specialists in
various fields. It is essential to highlight that, in addition to the aspects that distinguish residency
training from other modalities, the residencies themselves, at different levels of health care,
differ from each other. These differences result from the characteristics of the services and the
demands they meet, as well as the variations among professional classes (Feuerwerker, 2011).
These aspects should be considered when analyzing pedagogical practices in different contexts,
especially within residencies, which involve teaching and learning processes embedded in the
daily practice of health services.
In tertiary care, a lower frequency of use of teaching methods involving group work,
including team-based learning (TBL), and a higher frequency of use of lectures, which are
further from the concept of active methodologies compared to other methodologies analyzed in
the study, were observed. In the context of health residencies, especially multiprofessional ones,
it is crucial to discuss the adoption of active learning methodologies (ALM). In a study by
Arneman et al. (2018, p. 1641), preceptors identified active methodologies "as strategies for
interprofessional teaching, as they provide residents the opportunity to position themselves and
discuss their experiences."
Active learning methodologies (ALM) are present in health education actions that
consider the professionals' protagonism in the teaching and learning process, "valuing the
different ways in which they can be involved in this process so that they learn better, at their
own pace, time, and style" (Bacich; Moran, 2018, p. 23). Unlike the university context, the use
of active learning methodologies (ALM) in health residency training significantly contributes
to integrating theory and practice within the healthcare service context. This use enhances the
problematization of various daily situations and promotes student autonomy in constructing
their learning. Thus, applying ALM in preceptorship becomes necessary, as this pedagogical
approach values the resident's prior knowledge and experiences. This promotes "co-
responsibility and proactivity in building new knowledge and learning aimed at transforming
professional and institutional practices" (Chianca-Neves; Lauer-Leite; Priante, 2020, p. 4, our
translation).
While having a career plan does not influence the use of teaching and assessment
methods, receiving a supplemental stipend for preceptorship is positively associated with the
Brenda WANDER; Alessandra Tavares Francisco FERNANDES; Carmen Vera Giacobbo DAUDT and Ana Paula Tussi LEITE
Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 20, n. 00, e024002, 2024. e-ISSN: 2526-3471
DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v20i00.19113 11
use of active teaching and learning methodologies, such as problem-based learning (PBL) and
flipped classrooms. Moreover, stipend recipients showed higher rates of using less common
assessment methods among the group, such as Mini-CEX, portfolio, and 360-degree evaluation.
Although stipend receipt may be related to other factors that enhance preceptorship practice,
such as specific pedagogical training and affiliation with educational institutions, specific
remuneration for preceptorship appears to be an essential initiative for improving the training
of new specialists.
The predominance of case discussion and direct observation as teaching and assessment
methodologies in health residencies reflects the emphasis on supervised learning during
residents' clinical practice. These practices are essential for integrating theory and practice,
ensuring that assessment occurs directly during clinical performance. While case discussion is
shared across different educational levels, pedagogical training of preceptors is essential to
enhance this practice.
Studies, such as Barreiros et al. (2020), demonstrate that preceptors with specific
preceptorship training conduct case discussions as an active methodology, focusing on
residents' contributions and promoting teaching problematization. Furthermore, case
discussions can be enriched by adopting structured methods like One-Minute Preceptor and
SNAPPS, which "place the learner in a realistic setting and stimulate the formulation of
systematic diagnostic reasoning, requiring the retrieval of previous knowledge" (Leitão et al.,
2021, p. 364).
Highly useful assessment methodologies in residency contexts, such as those involving
simulation and assessment in clinical practice settings like Mini-CEX, are used by a minority
of preceptors, while assessments predominantly focused on knowledge, such as written exams,
are more common, especially in tertiary care. The Mini-CEX, as a direct observation tool of
resident clinical competencies during patient encounters (Norcini et al., 2003), with an
important formative dimension through feedback (Romão et al., 2020), should be encouraged
in service-based education. It allows assessment across a wide range of clinical settings and
patient problems (Norcini et al., 2003), applicable to any field of specialization and various
settings such as primary care units, outpatient clinics, wards, or emergency units (Romão et al.,
2020). These characteristics make Mini-CEX applicable across all levels of healthcare.
A significant portion of preceptors reported no evaluation of residents by the team or
service users, alongside low utilization of 360-degree evaluation. This competency assessment
methodology (Bastos et al., 2019) allows residents to be evaluated by all individuals interacting
Teaching and assessment methods in preceptorship in health residencies: Cross-sectional study
Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 20, n. 00, e024002, 2024. e-ISSN: 2526-3471
DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v20i00.19113 12
with them during their activities, focusing on aspects like leadership, communication,
interpersonal skills, and negotiation (Lima, 2019).
Given the potential of this methodology in residencies, it is essential to encourage its
use and promote ongoing training of preceptors to enhance its application (Bastos et al., 2019).
The low utilization of evaluations by healthcare service users may be attributed to the
complexity of obtaining such evaluations, influenced by factors such as cultural, linguistic,
personality issues, and literacy levels (Rodgers; Manifold, 2002).
Regular provision of feedback on the resident's progress and activities plays a crucial
role in the practice of preceptors. According to Borges et al. (2014, p. 324, our translation),
"effective feedback is one of the educational and evaluative strategies with the strongest
evidence of efficacy in health professions education," highlighting its importance in residencies.
Effective feedback not only enhances learning but also guides the residents toward achieving
their goals (Chowdhury; Consultant, 2004). It is recommended not to overwhelm residents with
a large volume of feedback at once and to provide feedback as close as possible to the evaluated
event (Borges et al., 2014; Chowdhury; Consultant, 2004). However, this practice has still not
been adopted by nearly one-third of preceptors.
Additionally, almost half of the preceptors do not provide feedback from formal
assessments, indicating that many do not perceive assessment as a learning opportunity.
Furthermore, there is a minority that provides no feedback at all to residents. These data suggest
that the ability to provide feedback, crucial for various assessment methodologies, needs to be
strengthened in preceptor training.
Analyzing the diversity of teaching and assessment methodologies used by preceptors,
there is a greater variety of teaching methods compared to the predominance of using only 1 or
2 assessment methods. While the use of diverse teaching methods aims to accommodate
residents' different learning styles, the limitation in assessment methods may not be sufficient
to address all competencies that need evaluation. "It is unlikely that any single assessment
method alone will suffice to make decisions about learning and progression" (Bollela;
Machado, 2010, p. 47, our translation).
Additionally, formal assessments in residency programs are guided by the
corresponding educational project (EP), which may restrict the choice of assessment methods
tailored to residents' competencies and individual learning needs, personalized by preceptors.
Therefore, it is crucial to review these educational projects to align assessment methodologies
with desired competencies and necessary learning outcomes. This includes providing
Brenda WANDER; Alessandra Tavares Francisco FERNANDES; Carmen Vera Giacobbo DAUDT and Ana Paula Tussi LEITE
Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 20, n. 00, e024002, 2024. e-ISSN: 2526-3471
DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v20i00.19113 13
preceptors with a degree of autonomy in choosing assessment methods, as well as investing in
their pedagogical training to enable them to select the most appropriate methodologies.
The study by Ribeiro et al. (2020) indicates that Stricto Sensu postgraduate education
provides pedagogical learning, including teaching methodological strategies, which enhances
the confidence of preceptors with this background in their teaching and learning processes.
However, no significant differences were observed in the use of most teaching and assessment
methodologies between preceptors with and without postgraduate education. The grouping of
completed and ongoing courses in the same category may have influenced this result; however,
specific education in the healthcare field is not expected to have a substantial impact on the
teaching practice as a preceptor, as supported by the findings.
Residency training favors the use of less common methodologies within the studied
group, such as journal clubs and Mini-CEX. However, it is crucial to consider including
pedagogical skills development for preceptorship in residency programs. This aims to
adequately prepare residents to become future preceptors, equipped not only with technical
knowledge but also pedagogical skills, including mastery of tools that facilitate the teaching
process (Carvalho Filho et al., 2022).
Finally, this study's limitation includes the fact that the estimated associations were
obtained through unadjusted analysis. Despite the high response rate, which significantly
represents the students of the course in question, the research participants represent only a
portion of preceptors, and the results may not be generalizable to all regions and residency
programs nationwide.
Final considerations
This study investigated the teaching and assessment methodologies used by preceptors
prior to a Preceptorship Specialization Course and identified factors associated with these
practices, thus achieving its stated objective. Based on the findings, which highlight some gaps
in the adoption of methods suitable for in-service teaching contexts and underscore the need for
improvements in feedback practices within this environment, the ongoing importance of
offering specific preceptorship training in Brazil is reaffirmed. The diversity and frequency of
methodology usage across different levels of attention should be taken into account when
planning these training programs.
Teaching and assessment methods in preceptorship in health residencies: Cross-sectional study
Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 20, n. 00, e024002, 2024. e-ISSN: 2526-3471
DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v20i00.19113 14
Additionally, studies are needed to evaluate how graduates from existing preceptorship
training courses utilize the learned teaching and assessment methodologies, as well as the
effectiveness of these pedagogical practices in promoting learning within residency programs.
REFERENCES
ARNEMANN, C. T. et al. Preceptor’s best practices in a multiprofessional residency:
interface with interprofessionality. Interface (Botucatu), v. 22, Supl. 2, p. 1635-46, 2018.
Available at:
https://www.scielo.br/j/icse/a/Db4nq7VD8KbHxRQmzqT5Cbp/?format=pdf&lang=pt.
Accessed in: 01 Oct. 2023.
BACICH, L.; MORAN, J. Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma
abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso; 2018. 238 p.
BARREIROS, B.C. et al. Estratégias Didáticas Ativas de Ensino-Aprendizagem para Preceptores
de Medicina de Família e Comunidade no EURACT. Revista brasileira de educação médica,
[S. l.], v. 44, n. 3, p. e102, 2020. DOI: 10.1590/1981-5271v44.3-20190328.
BASTOS, C. A. H. et al. Aplicação do Método de Avaliação 360º em Residentes Médicos de
Ginecologia e Obstetrícia. Revista Eletrônica Acervo Saúde, [S. l.], n. 34, p. e1423, 2019.
DOI: 10.25248/reas.e1423.2019
BOLLELA, V. R.; MACHADO, J. L. M. Internato baseado em competências: Bridging the
gaps. Belo Horizonte: Medivance, 2010.
BORGES, M. C. et al. Avaliação formativa e feedback como ferramenta de aprendizado na
formação de profissionais de saúde. Medicina, Ribeirão Preto, v. 47, n. 3, p. 324-31, 2014.
DOI: 10.11606/issn.2176-7262.v47i3p324-331.
BOTTI, S.H.O.; REGO, S.T.A. Docente-clínico: o complexo papel do preceptor na residência
médica. Physis, v. 21, n. 1, p. 65 85, 2011. DOI: 10.1590/S0103-73312011000100005.
BRASIL. Portaria Interministerial n° 16, de 22 de dezembro de 2014. Altera a Portaria
Interministerial no 1.077/MEC/MS, de 12 de novembro de 2009, a Portaria Interministerial no
1.320/MEC/MS, de 11 de novembro de 2010 e revoga a Portaria Interministerial no
1.224/MEC/MS, de 3 de outubro de 2012, para atualizar o processo de designação dos
membros da Comissão Nacional de Residência Multiprofissional em Saúde (CNRMS) e para
incluir áreas profissionais para a realização de Programas de Residência Multiprofissional e
em Área Profissional da Saúde. Diário Oficial da União: Seção 1, Brasília, DF, n. 248, p. 21,
23 Dez. 2014a. Available at:
https://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=21&data=23/12/
2014. Accessed in: 11 Oct. 2023.
BRASIL. Resolução n° 03, de 20 de junho de 2014. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do
Curso de Graduação em Medicina e dá outras providências. Diário Oficial da União: Seção 1,
Brasília, DF, n. 117, p. 8, 22 jun. 2014b. Available at:
Brenda WANDER; Alessandra Tavares Francisco FERNANDES; Carmen Vera Giacobbo DAUDT and Ana Paula Tussi LEITE
Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 20, n. 00, e024002, 2024. e-ISSN: 2526-3471
DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v20i00.19113 15
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=15874-
rces003-14&category_slug=junho-2014-pdf&Itemid=30192. Accessed in: 24 July 2023.
BRASIL. Plano Nacional de Fortalecimento das Residências em Saúde. 1. ed. Brasília,
DF: Ministério da Saúde, 2021. Available at: https://registra-
rh.saude.gov.br/images/arquivos/Cartilha_PNFRS.pdf. Accessed in: 29 Nov. 2023.
CARVALHO FILHO, A. M. et al. Formação na Residência Médica: visão dos preceptores.
Revista Brasileira de Educação Médica, [S. l.], v. 46, n. 2, p. e052, 2022. DOI:
10.1590/1981-5271v46.1-20210237.
CHIANCA-NEVES, M. G. B.; LAUER-LEITE, I. D.; PRIANTE, P. T. As concepções de
preceptores do SUS sobre metodologias ativas na formação do profissional da saúde.
Educação em Revista, [S. l.], v. 36, p. e207303, 2020. DOI: 10.1590/0102-4698207303.
CHOWDHURY, R.R.; CONSULTANT, G. Learning to give feedback in medical education.
The Obstetrician & Gynaecologist, [S. l.], n. 6, p. 243-247, 2004.
FEUERWERKER, L.C.M. As identidades do preceptor: assistência, ensino, orientação. In:
BRANT, V. (org.). Formação Pedagógica de Preceptores do Ensino em Saúde. Juiz de
Fora: UFJF, 2011. p. 29-36. Available at: https://www2.ufjf.br/editora/wp-
content/uploads/sites/113/2018/02/formacao_pedagogica_de_preceptores_do_ensino_em_sau
de.pdf. Accessed in: 11 Oct. 2023.
LEITÃO, L. M. B. P. et al. Metodologias ativas de ensino em saúde e ambientes reais de
prática: uma revisão. Revista Medicina (São Paulo), v. 100, n. 4, p 358-65, 2021. DOI:
10.11606/issn.1679-9836.v100i4p358-365.
LIMA, P. H. F. Sistematização da avaliação 360º com feedback na Residência
Multiprofissional em Saúde. 2019. Dissertação (Mestrado Profissional em Ensino na Saúde)
- Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2019.
Available at: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/28945. Accessed in: 15 Nov. 2023.
NORCINI, J. J. et al. The mini-CEX: A method for assessing clinical skills. Annals of
Internal Medicine, [S. l.], v. 138, n. 6, p. 476-81, 2003. DOI: 10.7326/0003-4819-138-6-
200303180-00012.
RIBEIRO, K.R.B. et al. Ensino nas residências em saúde: conhecimento dos preceptores sob
análise de Shulman. Revista Brasileira de Enfermagem, [S. l.], v. 73, n. 4, p. e20180779,
2020. DOI: 10.1590/0034-7167-2018-0779.
RODGERS, K. G.; MANIFOLD, C. 360-degree feedback: possibilities for assessment of the
ACGME core competencies for emergency medicine residents. Academic Emergency
Medicine, [S. l.], v. 9, n. 11, p. 1300-4, 2002.
ROMÃO, G. S. et al. Avaliação de residentes em ambientes da prática clínica (work-based
assessment WBA). Femina, [S. l.], v. 48, n. 1, p 31-7, 2020. Available at:
https://docs.bvsalud.org/biblioref/2020/03/1052440/femina-2019-481-31-37.pdf. Accessed in:
29 Nov. 2023.
Teaching and assessment methods in preceptorship in health residencies: Cross-sectional study
Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 20, n. 00, e024002, 2024. e-ISSN: 2526-3471
DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v20i00.19113 16
SILVA, L.B. Residência Multiprofissional em Saúde no Brasil: alguns aspectos da trajetória
histórica. Revista Katálysis, [S. l.], v. 21, n. 1, p 200-9, 2018. Available at: DOI:
10.1590/1982-02592018v21n1p200.
SOUSA, E.G. A residência médica no Brasil. Revista Brasileira de Educação Médica, [S.
l.], v. 9, n. 2, p. 112-4, 1985. DOI: 10.1590/1981-5271v9.2-009.
CRediT Author Statement
Acknowledgements: The data presented were obtained in collaboration with the Ministry
of Health of Brazil, through the Program for Institutional Development Support of the
Unified Health System (PROADI-SUS).
Funding: Not applicable.
Conflicts of interest: The authors declare no conflicts of interest.
Ethical approval: This work adhered to ethical principles in research and was reviewed
and approved by the ethics committee of the responsible institution.
Data and material availability: The data and materials used in the study are not available
for access.
Author’s contributions: Brenda Wander and Alessandra Tavares Francisco Fernandes
contributed to data analysis, validation, writing, and article review. Carmen Vera Giacobbo
Daudt and Ana Paula Tussi Leite contributed to the study conceptualization, methodology,
resources, and article review. Carmen Vera Giacobbo Daudt also managed the project
administration.
Processing and editing: Editora Ibero-Americana de Educação.
Proofreading, formatting, normalization and translation.