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Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 20, n. 00, e024005, 2024. e-ISSN: 2526-3471
DOI: https://doi.org/10.26673/tes.v20i00.19696 1
DESAFIOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL PARA A APRENDIZAGEM DAS
CRIANÇAS NO CENÁRIO DA PANDEMIA: ESTUDO DE CASO
DESAFÍOS DE LA EDUCACIÓN PARA EL APRENDIZAJE DE LOS NIÑOS EN EL
ESCENARIO DE PANDEMIA: ESTUDIO DE CASO
CHALLENGES OF EDUCATION FOR CHILDREN'S LEARNING IN THE PANDEMIC
SCENARIO: CASE STUDY
Mário Henrique DOLCI1
e-mail: mario.dolci@unesp.br
Rosangela Sanches da Silveira GILENO2
e-mail: rosangela.gileno@unesp.br
Marcia Cristina ARGENTI3
e-mail: marcia.argenti@unesp.br
Como referenciar este artigo:
DOLCI, M.H.; GILENO, R. S. da S.; ARGENTI, M. C. Desafios
da educação infantil para a aprendizagem das crianças no cenário
da pandemia: estudo de caso. Temas em Educ. e Saúde,
Araraquara, v. 20, n. 00, e024005, 2024. e-ISSN: 2526-3471. DOI:
https://doi.org/10.26673/tes.v20i00.19696
| Submetido em: 06/05/2024
| Revisões requeridas em: 11/06/2024
| Aprovado em: 25//07/2024
| Publicado em: 24/09/2024
Editoras:
Profa. Dra. Luci Regina Muzzeti
Profa. Dra. Rosangela Sanches da Silveira Gileno
Editor Adjunto Executivo:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
Universidade Estadual Paulista (UNESP), Araraquara SP Brasil. Doutorando do Programa de Pós-Graduação
em Educação Escolar.
Universidade Estadual Paulista (UNESP), Araraquara SP Brasil. Docente do Departamento de Educação e
do Programa de Pós-Graduação em Educação Escolar.
Universidade Estadual Paulista (UNESP), Araraquara SP Brasil. Docente do Departamento de Psicologia da
Educação e do Programa de Pós-Graduação em Educação Escolar e Educação Sexual.
Desafios da educação infantil para a aprendizagem das crianças no cenário da pandemia: estudo de caso
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RESUMO: No cenário da pandemia, a estampa da desigualdade social refletida no acesso aos
recursos tecnológicos pelas diferentes camadas sociais mostrou-se um desafio para a garantia
de direitos aos alunos da pré-escola. O artigo tem por objetivo refletir acerca dos impactos da
pandemia no processo educativo. A metodologia da pesquisa envolveu um estudo de caso em
duas turmas da faixa etária de cinco anos de uma Instituição Municipal de Educação Infantil de
uma cidade de médio porte no interior do Estado de São Paulo no ano de 2021. Os
procedimentos metodológicos envolveram a análise dos registros escolares das atividades em
tempos pandêmicos daquelas turmas e os relatos dos docentes das duas turmas daquela etapa.
Os resultados apontam os obstáculos enfrentados e o prejuízo na aprendizagem das crianças em
virtude do afastamento do espaço escolar.
PALAVRAS-CHAVE: Educação Infantil. Aprendizagem das crianças. Garantia de Direitos.
Impactos da pandemia.
RESUMEN: En el escenario de pandemia, el sello de desigualdad social reflejado en el acceso
a recursos tecnológicos por parte de diferentes estratos sociales resultó ser un desafío para
garantizar los derechos de los estudiantes de preescolar. El artículo tiene como objetivo
reflexionar sobre los impactos de la pandemia en el proceso educativo. La metodología de la
investigación implicó un estudio de caso en dos clases de cinco años de una Institución
Municipal de Educación Infantil de una ciudad de tamaño mediano del interior del Estado de
São Paulo en el año 2021. Los procedimientos metodológicos involucraron el análisis de la
situación escolar. registros de actividades en tiempos de pandemia de dichas clases e informes
de los docentes de las dos clases en esa etapa. Los resultados señalan los obstáculos
enfrentados y el daño al aprendizaje de los niños por estar fuera de la escuela.
PALABRAS CLAVE: Educación Infantil. El aprendizaje de los niños. Garantía de Derechos.
Impactos de la pandemia.
ABSTRACT: In the context of the pandemic, the social inequality reflected in access to
technological resources by different social classes has proven to be a challenge for
guaranteeing rights to preschool students. The article aims to reflect on the impacts of the
pandemic on the educational process. The research methodology involved a case study in two
five-year-old classes at a Municipal Early Childhood Education Institution in a medium-sized
city in the interior of the State of São Paulo in the year 2021. The methodological procedures
involved the analysis of school records of activities during the pandemic times of those classes
and reports from teachers of the two classes at that stage. The results point to the obstacles
faced and the harm to children's learning due to being away from the school space.
KEYWORDS: Early Childhood Education. Children's learning. Guarantee of rights. Impacts
of the pandemic.
Mário Henrique DOLCI; Rosangela Sanches da Silveira GILENO; Marcia Cristina ARGENTI
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Introdução
Para além de conceber a escola como um espaço de transmissão de conhecimentos
sistematizados historicamente, faz-se necessário compreendê-la como um lugar cujos sujeitos
possuem peculiaridades e trazem consigo um histórico social e cultural distinto. Nas tramas do
convívio escolar, as relações, muitas vezes, são permeadas por uma relação de partilha e de
empatia. Colocar-se no lugar do outro, compreendendo as suas necessidades, é um exercício
que se desenvolve no dia a dia do âmbito escolar. Toda a riqueza que a convivência humana é
capaz de produzir dentro da unidade educativa foi interrompida em março de 2020. Com o
advento da pandemia do Coronavírus, as portas da escola se fecharam e a interação social da
comunidade escolar foi interrompida. Salas de aula vazias, refeitório sem movimentação, área
externa desocupada. A escola ficou silenciada. Os alunos, em casa, não compartilhavam os
saberes com os seus pares.
Nesse contexto atípico, o desafio da escola para a garantia de direitos ao público-alvo
da primeira etapa da Educação Básica foi latente. Considerando que toda criança tem direito a
aprender, sem quaisquer distinções, foi preocupante, sobretudo, a situação escolar dos alunos
cuja vulnerabilidade social era maior. Em um contexto pandêmico, o direito à aprendizagem de
crianças pertencentes a camadas sociais mais baixas ficou prejudicado em virtude da falta de
acessos aos recursos tecnológicos. Sobre o direito de aprender, a Constituição Federal (1988)
concebe a educação como parte integrante do pleno desenvolvimento da pessoa:
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho (Brasil, 1988, p. 118).
A escola na pandemia, enquanto espaço promotor de aprendizagens, foi desafiada a se
reinventar de modo que garantisse o direito de acesso ao conhecimento curricular para o
estudante, sobretudo o direito à vaga integral para os filhos de mães trabalhadoras. Sobre a
questão do atendimento integral, para além do acesso ao currículo formal, a escola também
oferece à criança a oportunidade de vivenciar a parte diversificada curricular por meio de
atividades recreativas que têm como norte as interações e as brincadeiras. Com relação ao
atendimento integral das creches, as autoras Serrão e Oliveira (2021) declaram:
Num país sem tradição de escola em período integral e considerando-se a
trajetória da creche como espaço de substituição da família (Haddad, 2002), a
oferta de EI em período integral não tem sido considerada como uma ação
necessária e legítima nas atuais políticas públicas de educação, haja vista que
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a quase totalidade do atendimento a crianças de 4 e 5 anos é ofertada em
período parcial, e cresce a oferta de creche nessa modalidade. Em muitos
municípios, o atendimento em período integral é conferido mediante
judicialização, determinando a matrícula de bebês ou crianças em dois turnos,
matutino e vespertino, o que se configura numa medida improvisada e não
numa proposta de educação em período integral (Serrão; Oliveira, 2021,
p.167).
Além da forma como a matrícula é operada, parcial ou integral, para a criança, é
importante também considerar a escola como um lugar muito peculiar do ponto de vista
estrutural. Uma escola do campo é diferente de uma unidade de ensino urbana. Uma escola
situada em um bairro nobre ou central da cidade é distinta de outra que se localiza na periferia.
Essas disparidades, decerto, impactam o processo educacional, que implicam recursos
didáticos, pedagógicos e tecnológicos diversificados.
As realidades díspares colocaram em evidência o abismo educacional ocasionado pela
pandemia. A desigualdade social, que sempre foi uma problemática crônica na história da
educação brasileira, mostrou-se ainda mais intensificada quando as crianças mais pobres
tiveram o impedimento de frequentar a escola em tempos de pandemia:
Outro destaque nas lentes de aumento da pandemia foi a desigualdade social,
revelada através da negação à afirmação ingênua de que a pandemia colocou
todos num mesmo barco. A tempestade pode ser a mesma, mas temos alguns
seguros e luxuosos transatlânticos navegando ao lado de pequenos barcos
sem motor, furados e sem remos. A ampliação dessa enorme ferida social
evidencia o desemprego estrutural tecnológico e a escandalosa realidade em
que a escola não consegue formar para o trabalho digno, que é aquele que
não pode ser substituído por máquinas e nem por sistemas (Furtado, 2021, p.
86).
Essa situação fez recrudescer a evasão escolar e o fracasso nos estudos, contrariando
o que preconiza o Estatuto da Criança e do Adolescente (1990) sobre os direitos fundamentais:
Art. A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais
inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta
Lei, assegurando-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e
facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral,
espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade (Brasil, 1990, p.
1).
Nessa perspectiva, percebeu-se, durante a pandemia, o impacto que a discrepância
social causou para o desenvolvimento das oportunidades educacionais das crianças,
considerando as diferenças de pertencimento às camadas sociais. Longe do espaço escolar, os
alunos, cujos pais conseguiram proporcionar aparatos tecnológicos suficientes para viabilizar
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o processo de ensino a distância, mantiveram a aprendizagem de forma mais eficiente. Em
contrapartida, as crianças advindas de classes sociais vulneráveis amargaram a desvantagem
ao acesso ao conhecimento sistematizado em razão da impossibilidade de acessar a
tecnologia.
Diante desse cenário, a escola de Educação Infantil foi desafiada a garantir direitos
imanentes à criança: direito de aprender e desenvolver seus aspectos físico, social,
cognitivo, emocional e moral.
Nesse contexto o objetivo deste artigo é apresentar algumas reflexões acerca dos
impactos da pandemia no processo educativo. A metodologia da pesquisa envolveu um estudo
de caso e documental. Os procedimentos metodológicos envolveram os registros escolares das
atividades desenvolvidas em tempos pandêmicos e o relato dos docentes envolvidos com essas
atividades. Para compreender como se deu a aprendizagem para as crianças no contexto de
pandemia e os desafios da escola para garantir direitos intrínsecos ao aprendiz, foram
analisadas atividades formativas, que se deram ao longo do ano de 2021, em duas turmas de
alunos de cinco anos de uma Instituição Municipal de Educação Infantil.
O estudo de caso teve como recorte o acompanhamento das práticas pedagógicas
desenvolvidas pelas professoras numa perspectiva formativa. Acompanhar o trabalho das
docentes, considerando o modo como as atividades foram desenvolvidas e como o contexto
pandêmico modificou a trama do ensino e da aprendizagem são campos de investigação desse
estudo.
A respeito da temática dessa pesquisa, é relevante pontuar que os desdobramentos
acerca dos impactos pandêmicos ainda serão objeto de estudo e de pesquisa a longo prazo tanto
nos aspectos educacionais quanto sociais. Esse período histórico traz importantes reflexões
sobre os modos em que o processo de ensino e aprendizagem foi conduzido para garantir o
direito à educação a todos os estudantes. Como suporte teórico, alguns estudos foram escolhidos
para fundamentar nossas análises e reflexões, dentre eles destacamos os textos de Araújo e
Argenti Perez (2021a, 2021b, 2022) Argenti Perez e Araújo (2022), Araújo (2023), Chicarelli
e Argenti Perez (2021, 2022) e Chicarelli (2023).
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O desafio da escola para garantir o direito à aprendizagem
No ano de 2020 até o 1o semestre de 2021, durante a pandemia da COVID-19, as
atividades na instituição de educação infantil pesquisada foram adaptadas para atender às
restrições de distanciamento social e garantir a segurança das crianças, professores e
funcionários. A partir de um levantamento nas comunicações no grupo de WhatsApp,
constatamos que o ano escolar envolveu as seguintes práticas pedagógicas:
o envio pelos professores de materiais educativos e atividades no aplicativo para as
famílias;
preparação e distribuição de kits de atividades educativas, contendo materiais
impressos, livros, jogos e materiais de arte para que as crianças pudessem continuar
aprendendo em casa;
gravação de pequenos vídeos, permitindo que os alunos assistissem no seu próprio ritmo
e horário, conforme a disponibilidade das famílias;
envio de propostas de atividades lúdicas e recreativas, mesmo a distância, para manter
o aspecto divertido e motivador da aprendizagem na educação infantil;
intensificação da comunicação entre professores e pais para fornecer suporte adicional,
esclarecer dúvidas e garantir a continuidade do desenvolvimento cognitivo e emocional
das crianças;
envolvimento da família nas atividades educativas, incentivando a participação dos pais
no processo de aprendizagem dos alunos em casa;
indicação de aplicativos educativos interativos e jogos online que são adequados para a
faixa etária da educação infantil;
incentivo, quando possível e seguro, para a realização de atividades ao ar livre,
respeitando as diretrizes de distanciamento social, a fim de promover o movimento e a
interação social entre as crianças;
apresentação da adaptação do projeto pedagógico para atender às necessidades
específicas dos alunos durante a pandemia, levando em consideração a mudança no
ambiente educacional;
mensagem com ênfase no cuidado com o bem-estar emocional das crianças, com
atividades que estimulassem a expressão de sentimentos e promovessem o apoio
emocional.
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Percebemos o quanto o espaço escolar deu lugar para a casa dos alunos ser o local de
estudo e de desenvolvimento dos conteúdos de ensino. A família exerceu papel preponderante
nesse novo formato de estudo, pois os responsáveis auxiliavam as crianças nas atividades de
aprendizagem de modo que o conhecimento se constituísse em um processo de construção
permanente.
O retorno presencial na instituição de Educação Infantil no ano de 2021 envolveu uma
cuidadosa avaliação das condições locais de saúde, considerando as taxas de infecção,
disponibilidade de vacinas, orientações de autoridades de saúde e capacidade das escolas de
implementar medidas de segurança. No contexto da pesquisa, medidas de segurança incluíram
protocolos de distanciamento social, uso de máscaras, medidas de higiene reforçadas, melhorias
na ventilação das salas de aula e a possibilidade de realização de atividades ao ar livre. Além
disso, a comunicação transparente com pais, alunos e professores foi crucial para garantir a
compreensão e a adesão ao retorno às atividades escolares.
Os anos atípicos de 2020 e 2021 impulsionaram discussões acerca da importância de
conceber a criança como sujeito de direitos e com capacidade de apreender o que acontece em
seu entorno, construindo os saberes de acordo com as interações que desenvolve com as
pessoas e de acordo com a faixa etária que possui.
Partimos do pressuposto de que o ser humano é um sujeito em constante transformação
e com capacidade de aprender continuamente, tem-se a aprendizagem como um processo que
se dá nas tentativas de apreender o objeto de estudo.
É importante salientar que o ato de aprender ocorre na construção e na reconstrução de
uma proposta avaliativa, inclusive nas atividades que se propõem a desenvolver o aspecto
social. As professoras exploravam a imaginação das crianças de modo que os alunos pudessem
criar contextos imaginários e vivenciar o encantamento do “faz de conta”. Essa característica é
delineada como parte integrante da brincadeira:
Brincar de forma livre e prazerosa permite que a criança seja conduzida a
uma esfera imaginária, um mundo de faz de conta consciente, porém capaz de
reproduzir as relações que observa em seu cotidiano, vivenciando
simbolicamente diferentes papéis, exercitando sua capacidade de generalizar
e abstrair (Mello; Valle, 2005, p. 45).
A intencionalidade docente desempenhou um papel essencial no retorno ao ensino
presencial na educação infantil pós-pandemia, assegurando que o processo educacional fosse
adaptado às necessidades específicas das crianças e promovendo um ambiente de aprendizado
mais saudável e eficaz.
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Uma atividade lúdica promovida por uma das professoras consistiu em solicitar aos
alunos que utilizassem um objeto escolar como se fosse outro item, criando um sistema de
representação através da brincadeira de "faz de conta". Dessa forma, as crianças puderam
desenvolver sua capacidade criativa, utilizando a imaginação.
Durante a brincadeira, um aluno pediu o apagador à professora para transformá-lo em
um carrinho de corrida. A professora concordou em emprestar o objeto, mas fez um acordo com
o aluno: ele deveria agir como um motorista responsável, evitando bater o apagador na parede
para não "quebrar" o carrinho. O aluno, entusiasmado, circulava pela sala empurrando o
apagador, como se estivesse dirigindo um potente veículo de Fórmula 1.
No campo simbólico, o tanque de areia da Instituição de Educação Infantil tornou-se
um palco de apresentações. Nesse espaço, os alunos brincavam de teatro. A professora os
orientava para terem cuidado quanto ao uso da areia. Não era para jogá-la no rosto do amigo e
nem colocá-la na boca. Os alunos teatralizavam vários contextos. Brincavam de ser super-
heróis com poderes mágicos. Faziam teatro como se fossem artistas de circo. Uns eram
palhaços, outros dançarinos, outros mágicos. Era um momento ímpar para oportunizar o jogo
simbólico. Nesse “mundo da imaginação”, as crianças poderiam experimentar situações
lúdicas e criar uma realidade paralela, fruto da imaginação, para brincar e representar lugares e
personagens imagéticos.
Nos momentos das interações e brincadeira, havia dificuldade nas crianças em aceitar
o ponto de vista do outro. Quando um aluno dizia que ia ser o rei do castelo, o outro respondia
que não. Dizia que ele era a majestade e ponto final. As trocas de papéis eram resistentes pelas
crianças. Geralmente queriam atuar naqueles personagens mais centrais e com mais
participação nas cenas desse mundo do “faz de conta”.
Quando acontecia muita resistência dos alunos para trabalhar a troca de papéis nas
brincadeiras teatrais, as professoras intervinham de modo dialógico e reflexivo. Chamavam as
crianças para conversar e explicavam que todos tinham direitos iguais. Era importante cada um
viver personagens diferentes para todos terem a chance de apresentar o seu talento. As crianças
ficavam pensativas e faziam a troca. Algumas vezes contrariadas. No contexto da
aprendizagem, o animismo comumente acontecia quando a professora propunha um desenho.
As crianças se arriscavam em desenhar um sol e colocavam olhos e boca nele. Humanizavam
o astro como se fosse um ser com capacidade de interação. Vygotsky (1998, p. 137) afirma: “A
essência do brinquedo é a criação de uma nova relação entre o campo do significado e o campo
da percepção visual, ou seja, entre situações no pensamento e situações reais”.
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Nas interações e brincadeiras, percebe-se o animismo quando a criança atribui
sentimentos aos brinquedos. Na interação com as bonecas, acontece o diálogo e a criação de
laços familiares. O boneco é, geralmente, o filho da criança. Às vezes é o irmão ou o pai. A
criança penteia o cabelo e cuida do boneco como se fosse um ser humano. Conversa com o
brinquedo e interage com ele. Ocorre a humanização do inanimado.
As professoras valorizavam as experiências que as crianças desenvolveram com os
pares e com os brinquedos. O processo de aprendizagem se valia dessas trocas, reais ou
imaginárias, no universo de entendimento dos alunos para potencializar a criatividade, a
imaginação e a ludicidade. As educadoras sempre foram muito cuidadosas com a elaboração
das atividades e com a evolução da aprendizagem das crianças. Colocavam-se abertas ao
diálogo e ao novo. Buscando compreender o tempo de cada criança, respeitando as
especificidades e as características de cada aluno.
A análise dos dados permitiu afirmarmos que a pandemia da COVID-19 teve um
impacto significativo no desenvolvimento e aprendizagem das crianças pequenas. O
fechamento de instituições de ensino presencial limitou as interações sociais e as oportunidades
de aprendizado estruturado para muitos alunos. O distanciamento social resultou em isolamento
para crianças pequenas, limitando suas interações com os pares e com os adultos, afetando
negativamente o desenvolvimento social e emocional. É preciso considerar que nem todas as
famílias tiveram acesso a dispositivos eletrônicos e à internet de alta velocidade, o que pôde
limitar o acesso a recursos educacionais on-line. Além das adaptações da escola em tempos
pandêmicos, é importante compreender que a pandemia trouxe desafios econômicos, de saúde
e emocionais para muitas famílias. O estresse familiar impactou negativamente o ambiente em
casa, afetando o bem-estar e a estabilidade emocional das crianças. Considerando que elas
aprendem por meio de experiências e exploração ativa, percebeu-se que a limitação das
oportunidades para atividades práticas e experiências sensoriais pôde afetar negativamente o
desenvolvimento cognitivo.
Ressignificando a aprendizagem em um contexto de ensino atípico
O retorno ao ensino presencial na Educação Infantil após a pandemia apresentou
diversos desafios no contexto investigado. Torna-se relevante considerar que as crianças dessa
faixa etária necessitam de um ambiente seguro, acolhedor e estimulante para seu
desenvolvimento integral. Elas poderiam ter experimentado situações traumáticas durante a
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pandemia, como perda de entes queridos, isolamento social e mudanças na rotina. O retorno à
escola demandou sensibilidade por parte dos educadores para lidar com as emoções dos alunos
e ajudá-los a se readaptarem.
Algumas crianças sentiram medo de contrair a doença ao retornar à escola. Os
educadores precisavam estar preparados para lidar com a ansiedade delas e criar um ambiente
que transmitisse segurança, o que foi um desafio constante. Além disso, foi preciso garantir que
as instalações estivessem sempre limpas e que os protocolos de saúde fossem seguidos.
Os educadores foram desafiados a lidar com as demandas específicas desse retorno,
incluindo as questões emocionais das crianças, a implementação de protocolos de segurança e
a adaptação do currículo para as novas circunstâncias. Os educadores precisaram identificar
lacunas de aprendizagem e implementar estratégias para ajudá-las a se recuperarem, sem
pressioná-las excessivamente.
Na pesquisa realizada, observamos que as propostas valorizavam o processo de
desenvolvimento dos alunos e possuíam intencionalidade pedagógica. A professora da turma
A sempre dizia que as crianças permaneceram muito tempo em casa fazendo o estudo remoto
e ficaram mais sensíveis ao convívio social. Com o retorno presencial à instituição de Educação
Infantil, elas se fortaleceram nas interações e desenvolveram o coleguismo e o senso de
partilha. Aprenderam a dividir as coisas e a respeitar o espaço do outro.
A docente da turma C dizia que os alunos não tinham como ficar protegidos dentro da
escola. O vírus estava matando muito. Sem vacina, não havia outra coisa a ser feita a não
ser o ensino remoto. Apesar da aprendizagem não ter o mesmo rendimento que o ensino
presencial, a docente dizia que outros valores foram fortalecidos, como o convívio familiar, o
estreitamento dos pais na vida escolar dos filhos, a importância de se valorizar a escola e os
seus profissionais. Foram ensinamentos que serviram como aprendizado e como superação.
Em suma, as professoras compreenderam que o contexto pandêmico afetou a vida
social e emocional de todos, inclusive das crianças. Por isso, o cotidiano escolar precisava ser
trabalhado com afetividade, sempre respeitando o meio em que a criança estava inserida.
A criança é influenciada pelo meio em que está imersa. No retorno presencial à escola,
dentro de um cenário mais auspicioso em virtude da vacinação, fez-se necessário proporcionar
um meio social permeado de afeto e de segurança para os alunos. Dessa forma, a criança se
sentiu mais segura, fortalecida em seus aspectos social e afetivo. Elas, na grande maioria,
eram pertencentes às classes sociais vulneráveis. É importante considerar a realidade social
do alunado para compreender como o processo de aprendizagem repercute nas crianças.
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Alunos, cuja vulnerabilidade social é maior, necessitam de um olhar diferenciado quando se
pensa nas práticas pedagógicas a serem desenvolvidas no processo de aprendizagem:
Vivemos em uma cultura que desvaloriza as emoções em função de uma
supervalorização da razão, num desejo de dizer que nós, os humanos, nos
distinguimos dos outros animais por sermos seres racionais. Mas acontece
que somos mamíferos e, como tais, somos animais que vivem na emoção. As
emoções não são algo que obscurece o entendimento, não são restrições da
razão: as emoções são dinâmicas corporais que especificam os domínios de
ação em que nos movemos. Uma mudança emocional implica uma mudança
de domínio de ação (Maturana, 2002, p. 56).
As emoções estão interligadas ao processo de aprendizagem. Pensando na fragilidade
da criança, faz-se necessário fortalecer o seu aspecto emocional de modo que se sinta
encorajada para enfrentar os desafios e as aprendizagens que lhe são propostas.
As professoras das turmas deste estudo eram sensíveis ao contexto de vida dos alunos.
Nunca os avaliavam por um momento isolado. Pelo contrário, buscavam entender como era a
família dos estudantes. Em quais condições moravam e com quem conviviam em casa. Em
suma, olhavam com carinho para as emoções das crianças. Essas considerações ajudavam as
docentes no manejo com as avaliações que valorizavam o processo e as construções feitas pelos
alunos durante o curso de aprendizagem.
O estudo de caso desenvolvido nesse artigo buscou retratar diferentes pontos de vista
na situação de aprendizagem, considerando o desafio da escola para a garantia de direitos das
crianças. Olhando para as avaliações executadas pelos alunos, percebeu-se o quanto foi
necessária a presença da família para que se obtivesse uma qualidade de ensino maior. O ano
de 2021 continuou sendo um ano atípico. Foi mantido o distanciamento social dentro da escola
no segundo semestre. Foi difícil conter a euforia das crianças. A professora da turma A relatava
que quando não dava tempo de terminar alguma prática pedagógica, conversava com a família
no fim da aula e pedia para ajudar a criança a desenvolver a atividade. Havia bastante adesão.
Foi um momento em que muitos pais estavam em casa trabalhando com jornada reduzida, em
home-office, ou estavam desempregados.
No entanto, também houve reclamação de muitas famílias quando se tratava da
execução das tarefas. A mesma professora relatava que tinha família que alegava não ter muito
tempo para ficar com os filhos fazendo a tarefa. Geralmente eram mães solo. Faziam faxina
todo dia. Trabalhavam bastante e faltava tempo e disposição para ficar com a criança no dia a
dia. Ajudavam dentro das possibilidades que tinham. Entretanto, não dispunham de muitos
momentos para estudarem com os filhos.
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Apesar desses casos mais isolados, a adesão às atividades, tanto remotas como
presenciais, foi significativa. As professoras diziam que alguns pais relatavam que a qualidade
do ensino no contexto da pandemia foi afetada. Diziam que a criança fora da escola foi um
erro. No entanto, sem a existência da vacina não era viável a frequência presencial no espaço
escolar.
Considerações finais
A pesquisa desenvolvida foi importante para refletir sobre a perspectiva da
aprendizagem em um contexto pandêmico e pós-pandêmico. Embora ainda haja uma escassez
de estudos empíricos sobre os impactos da pandemia no processo de aprendizagem, em virtude
do ineditismo do vírus e da repercussão dele em âmbito mundial, faz-se necessário ampliar a
investigação para compreender as mazelas sociais e educacionais desse período no espaço
educacional. Pesquisas voltadas a essa temática são fulcrais para redirecionar as práticas
pedagógicas com vistas à melhoria da qualidade do ensino.
As práticas pedagógicas estando a serviço de uma aprendizagem significativa colocam
a criança como centro do planejamento. A respeito disso, é válido o exercício de analisar a
prática educativa para que o docente sempre reveja o fazer didático e redimensione a ação do
processo de ensino para que o conteúdo curricular ganhe sentido aos olhos do aluno.
A escola, como promotora da garantia de direitos, teve que ser repensada. Nessa
perspectiva, faz-se necessário entender a avaliação como parte do processo e nunca como
um fim em si mesma. Redirecionar o caminho da aprendizagem torna-se relevante para o
professor que concebe a aprendizagem como um mecanismo de crescimento do saber. Por isso
que o investimento na formação pedagógica e continuada da carreira docente torna-se uma
necessidade primordial dos órgãos públicos.
O estudo desenvolvido na escola observada de Educação Infantil mostrou que ela
preserva o modelo formativo de práticas pedagógicas de uma forma bem acentuada, sobretudo
na pandemia, quando o acompanhamento da aprendizagem das crianças foi mediado por
recursos tecnológicos que traçaram o progresso do aluno na apropriação dos conhecimentos.
Desse modo, portanto, o espaço escolar pôde assumir o compromisso contínuo em
oferecer uma educação integral aos alunos, garantindo-lhes o direito inalienável à
aprendizagem e preparando-os para o exercício da cidadania e para o pleno desenvolvimento
em seus aspectos físico, mental, social, sempre em condições de liberdade e de dignidade.
Mário Henrique DOLCI; Rosangela Sanches da Silveira GILENO; Marcia Cristina ARGENTI
Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 20, n. 00, e024005, 2024. e-ISSN: 2526-3471
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As considerações finais confirmam a concepção de criança e de aprendizagem como
um estudo vasto e passível de permanente reflexão. Promover práticas pedagógicas
significativas e redimensioná-las em nome da qualidade do ensino faz parte da atividade
intrínseca do educador e da incumbência da escola que preza pelos direitos de aprendizagem
dos alunos da primeira etapa da Educação Básica.
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Desafios da educação infantil para a aprendizagem das crianças no cenário da pandemia: estudo de caso
Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 20, n. 00, e024005, 2024. e-ISSN: 2526-3471
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Revisão, formatação, normalização e tradução.
EDI
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CHALLENGES OF EDUCATION FOR CHILDREN'S LEARNING IN THE
PANDEMIC SCENARIO: CASE STUDY
DESAFIOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL PARA A APRENDIZAGEM DAS CRIANÇAS
NO CENÁRIO DA PANDEMIA: ESTUDO DE CASO
DESAFÍOS DE LA EDUCACIÓN PARA EL APRENDIZAJE DE LOS NIÑOS EN EL
ESCENARIO DE PANDEMIA: ESTUDIO DE CASO
Mário Henrique DOLCI1
e-mail: mario.dolci@unesp.br
Rosangela Sanches da Silveira GILENO2
e-mail: rosangela.gileno@unesp.br
Marcia Cristina ARGENTI3
e-mail: marcia.argenti@unesp.br
How to reference this paper:
DOLCI, M.H.; GILENO, R. S. da S.; ARGENTI, M. C. Challenges
of education for children's learning in the pandemic scenario: case
study. Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 20, n. 00, e024005,
2024. e-ISSN: 2526-3471. DOI:
https://doi.org/10.26673/tes.v20i00.19696
| Submitted: 06/05/2024
| Revisions required: 11/06/2024
| Approved: 25//07/2024
| Published: 24/09/2024
Editors:
Prof. Dr. Luci Regina Muzzeti
Prof. Dr. Rosangela Sanches da Silveira Gileno
Deputy Executive Editor:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
São Paulo State University (UNESP), Araraquara SP Brazil. Doctoral candidate in the Graduate Program in
School Education.
São Paulo State University (UNESP), Araraquara SP Brazil. Professor in the Department of Education and
the Graduate Program in School Education.
São Paulo State University (UNESP), Araraquara SP Brazil. Professor in the Department of Educational
Psychology and the Graduate Programs in School Education and Sexual Education.
Challenges of education for children's learning in the pandemic scenario: case study
Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 20, n. 00, e024005, 2024. e-ISSN: 2526-3471
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ABSTRACT: In the context of the pandemic, the social inequality reflected in access to
technological resources by different social classes has proven to be a challenge for guaranteeing
rights to preschool students. The article aims to reflect on the impacts of the pandemic on the
educational process. The research methodology involved a case study in two five-year-old
classes at a Municipal Early Childhood Education Institution in a medium-sized city in the
interior of the State of São Paulo in the year 2021. The methodological procedures involved the
analysis of school records of activities during the pandemic times of those classes and reports
from teachers of the two classes at that stage. The results point to the obstacles faced and the
harm to children's learning due to being away from the school space.
KEYWORDS: Early Childhood Education. Children's learning. Guarantee of rights. Impacts
of the pandemic.
RESUMO: No cenário da pandemia, a estampa da desigualdade social refletida no acesso aos
recursos tecnológicos pelas diferentes camadas sociais mostrou-se um desafio para a garantia
de direitos aos alunos da pré-escola. O artigo tem por objetivo refletir acerca dos impactos da
pandemia no processo educativo. A metodologia da pesquisa envolveu um estudo de caso em
duas turmas da faixa etária de cinco anos de uma Instituição Municipal de Educação Infantil
de uma cidade de médio porte no interior do Estado de São Paulo no ano de 2021. Os
procedimentos metodológicos envolveram a análise dos registros escolares das atividades em
tempos pandêmicos daquelas turmas e os relatos dos docentes das duas turmas daquela etapa.
Os resultados apontam os obstáculos enfrentados e o prejuízo na aprendizagem das crianças
em virtude do afastamento do espaço escolar.
PALAVRAS-CHAVE: Educação Infantil. Aprendizagem das crianças. Garantia de Direitos.
Impactos da pandemia.
RESUMEN: En el escenario de pandemia, el sello de desigualdad social reflejado en el acceso
a recursos tecnológicos por parte de diferentes estratos sociales resultó ser un desafío para
garantizar los derechos de los estudiantes de preescolar. El artículo tiene como objetivo
reflexionar sobre los impactos de la pandemia en el proceso educativo. La metodología de la
investigación implicó un estudio de caso en dos clases de cinco años de una Institución
Municipal de Educación Infantil de una ciudad de tamaño mediano del interior del Estado de
São Paulo en el año 2021. Los procedimientos metodológicos involucraron el análisis de la
situación escolar. registros de actividades en tiempos de pandemia de dichas clases e informes
de los docentes de las dos clases en esa etapa. Los resultados señalan los obstáculos
enfrentados y el daño al aprendizaje de los niños por estar fuera de la escuela.
PALABRAS CLAVE: Educación Infantil. El aprendizaje de los niños. Garantía de Derechos.
Impactos de la pandemia.
Mário Henrique DOLCI; Rosangela Sanches da Silveira GILENO; Marcia Cristina ARGENTI
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Introduction
Beyond conceiving the school as a space for the transmission of historically
systematized knowledge, it is necessary to understand it as a place where individuals possess
peculiarities and carry with them distinct social and cultural backgrounds. In the fabric of school
life, relationships are often permeated by a sense of sharing and empathy. Putting oneself in
another's shoes and understanding their needs is an exercise that develops in the daily routine
of the school environment. All the richness that human interaction can produce within the
educational unit was interrupted in March 2020. With the advent of the Coronavirus pandemic,
school doors were closed, and the social interaction of the school community was halted. Empty
classrooms, an unmoving cafeteria, and an unoccupied outdoor areasilence fell over the
school. Students, now at home, no longer shared knowledge with their peers.
In this atypical context, the challenge for schools in ensuring the rights of the primary
target audience of early childhood education became evident. Considering that every child has
the right to learn, without any distinctions, the situation of students in conditions of greater
social vulnerability was particularly concerning. In the context of the pandemic, the right to
education for children from lower social strata was compromised due to the lack of access to
technological resources. Regarding the right to education, the Federal Constitution (1988)
defines education as integral to the full development of the individual:
Art. 205. Education, a right for all and a duty of the State and the family, shall
be promoted and encouraged with the collaboration of society, aiming at the
full development of the individual, their preparation for the exercise of
citizenship, and their qualification for work (Brasil, 1988, p. 118, our
translation).
During the pandemic, the school, as a space promoting learning, was challenged to
reinvent itself in order to guarantee access to curricular knowledge for students, especially the
right to full-day enrollment for the children of working mothers. Regarding full-day attendance,
beyond access to the formal curriculum, the school also offers children the opportunity to
experience a diversified curriculum through recreational activities centered around interaction
and play. Concerning full-day attendance in daycare centers, Serrão and Oliveira (2021) state:
In a country without a tradition of full-day schooling, and considering the
history of daycare as a space replacing the family (Haddad, 2002), the
provision of early childhood education (ECE) on a full-day basis has not been
considered a necessary and legitimate action in current public education
policies, especially as almost all education for 4- and 5-year-olds is offered on
a part-day basis, and the provision of daycare in this format is increasing. In
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many municipalities, full-day attendance is only granted through judicial
orders, mandating the enrollment of infants or children in both morning and
afternoon shifts, which is an improvised measure and not a proposal for full-
day education (Serrão; Oliveira, 2021, p. 167, our translation).
In addition to how enrollment is structuredpart-time or full-timefor children, it is
essential to consider the school as a very specific place from a structural point of view. A rural
school is different from an urban educational unit. A school in an affluent or central city
neighborhood differs from one in the periphery. These disparities certainly impact the
educational process, as they involve varied didactic, pedagogical, and technological resources.
The disparate realities have highlighted the educational divide caused by the pandemic.
Social inequality, which has always been a chronic issue in the history of Brazilian education,
became even more pronounced when the poorest children were prevented from attending
school during the pandemic:
Another highlight under the pandemic’s magnifying glass was social
inequality, revealed by the refutation of the naive claim that the pandemic
placed everyone in the same boat. The storm may be the same, but we have
some secure and luxurious cruise ships sailing alongside small, motorless,
leaky, and oarless boats. The widening of this enormous social wound
exposes the technological, structural unemployment and the scandalous
reality in which the school fails to prepare students for dignified work, that
is, work that cannot be replaced by machines or systems (Furtado, 2021, p.
86, our translation).
This situation only exacerbated school dropout rates and academic failure, contradicting
the provisions of the Statute of the Child and Adolescent (1990) regarding fundamental rights:
Art. Children and adolescents enjoy all the fundamental rights inherent to
the human person, without prejudice to the full protection referred to in this
Law, ensuring them, by Law or other means, all opportunities and facilities to
enable their physical, mental, moral, spiritual, and social development under
conditions of freedom and dignity (Brasil, 1990, p. 1, our translation).
From this perspective, it became evident during the pandemic that social disparity had
an impact on the development of educational opportunities for children, considering the
differences in their social class affiliations. Away from the school environment, students whose
parents were able to provide sufficient technological resources to facilitate distance learning
maintained a more efficient learning process. In contrast, children from vulnerable social
classes faced significant disadvantages in accessing systematic knowledge due to the lack of
access to technology.
In this scenario, early childhood education institutions were challenged to ensure the
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inherent rights of children: the right to learn and develop their physical, social, cognitive,
emotional, and moral aspects.
The aim of this article is to present some reflections on the impacts of the pandemic on
the educational process. The research methodology involved a case study and document
analysis. The methodological procedures included school records of the activities developed
during the pandemic and reports from the teachers involved in these activities. To understand
how learning occurred for children in the pandemic context and the challenges schools faced in
ensuring intrinsic learner rights, formative activities carried out throughout 2021 in two groups
of five-year-old students from a Municipal Early Childhood Education Institution were
analyzed.
The case study focused on monitoring the pedagogical practices developed by the
teachers from a formative perspective. Following the teachers' work, considering how the
activities were created and how the pandemic context altered the dynamics of teaching and
learning, are key areas of investigation in this study.
Regarding the topic of this research, it is important to highlight that the repercussions
of the pandemic's impact will continue to be the subject of study and research in the long term,
both in educational and social aspects. This historical period brings significant reflections on
the ways in which the teaching and learning process was conducted to ensure the right to
education for all students. As a theoretical foundation, several studies were selected to support
our analyses and reflections, among which we highlight the texts by Araújo and Argenti Perez
(2021a, 2021b, 2022), Argenti Perez and Araújo (2022), Araújo (2023), Chicarelli and Argenti
Perez (2021, 2022), and Chicarelli (2023).
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The Challenge for Schools to Ensure the Right to Learning
From 2020 to the first semester of 2021, during the COVID-19 pandemic, activities at
the early childhood education institution under study were adapted to meet social distancing
restrictions and ensure the safety of children, teachers, and staff. Based on a survey of
communications in the WhatsApp group, we found that the school year involved the following
pedagogical practices:
the sending of educational materials and activities by teachers through the app to
families;
preparation and distribution of educational activity kits, containing printed materials,
books, games, and art supplies so that children could continue learning at home;
recording of short videos, allowing students to watch at their own pace and schedule,
according to the families’ availability;
sending proposals for playful and recreational activities, even remotely, to maintain the
fun and motivating aspect of learning in early childhood education;
Increased communication between teachers and parents to provide additional support,
clarify doubts, and ensure the continuity of children’s cognitive and emotional
development;
family involvement in educational activities, encouraging parents’ participation in the
learning process of students at home;
recommendation of interactive educational apps and online games suitable for early
childhood education;
encouragement, when possible and safe, for outdoor activities, respecting social
distancing guidelines, to promote movement and social interaction among children;
presentation of the adaptation of the pedagogical project to meet the specific needs of
students during the pandemic, considering the changes in the educational environment;
a message emphasizing the care for children’s emotional well-being, with activities that
stimulated the expression of feelings and promoted emotional support.
We observed how the school environment gave way to the students’ homes becoming
the place for studying and developing educational content. The family played a crucial role in
this new study format, as the caregivers assisted the children in learning activities, ensuring that
knowledge became a process of continuous construction.
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The return to in-person activities at the Early Childhood Education institution in 2021
involved a careful assessment of local health conditions, considering infection rates, vaccine
availability, health authorities’ guidance, and the schools’ ability to implement safety measures.
In the context of the research, safety measures included social distancing protocols, mask usage,
enhanced hygiene measures, classroom ventilation improvements, and the possibility of
conducting outdoor activities. Additionally, transparent communication with parents, students,
and teachers was crucial to ensuring understanding and adherence to the return to school
activities.
The atypical years of 2020 and 2021 spurred discussions about the importance of
recognizing children as subjects of rights and being capable of perceiving what happens in their
surroundings, constructing knowledge based on the interactions they develop with others and
according to their age group.
We assume that the human being is a subject in constant transformation and capable of
continuous learning; learning is understood as a process that occurs in attempts to grasp the
object of study. It is important to emphasize that learning takes place in the construction and
reconstruction of an evaluative proposal, including in activities aimed at developing the social
aspect. The teachers explored the children’s imagination so that the students could create
imaginary contexts and experience the enchantment of “pretend play.” This characteristic is
defined as an integral part of play:
Free and pleasurable play allows the child to be led into an imaginary realm,
a conscious make-believe world, yet capable of reproducing the relationships
they observe in their daily life, symbolically experiencing different roles,
exercising their ability to generalize and abstract (Mello; Valle, 2005, p. 45,
our translation).
Teacher intentionality played a crucial role in the return to in-person teaching in early
childhood education post-pandemic, ensuring that the educational process was adapted to the
specific needs of children and promoting a healthier and more effective learning environment.
A playful activity promoted by one of the teachers involved asking the students to use
a school object as if it were another item, creating a system of representation through “pretend
play.” In this way, the children were able to develop their creative capacity by using their
imagination.
During the activity, one student asked the teacher for the eraser to transform into a race
car. The teacher agreed to lend the object but made a deal with the student: he had to act like a
responsible driver and avoid crashing the eraser into the wall so as not to “break” the car.
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Excited student moved around the room, pushing the eraser as if he were driving a powerful
Formula 1 car.
In the symbolic field, the sandbox at the Early Childhood Education Institution became
a stage for performances. In this space, the students played theater. The teacher guided them to
be careful with the use of the sand: they should not throw it in a friend’s face or put it in their
mouth. The students acted out various contexts. They pretended to be superheroes with magical
powers. They performed theater as if they were circus artists. Some were clowns, others
dancers, others magicians. It was a unique moment to foster symbolic play. In this “world of
imagination,” the children could experience playful situations and create a parallel reality, a
product of their imagination, to play and represent imaginative places and characters.
During interactions and play, there was difficulty among the children in accepting each
other’s perspectives. When one student said he was going to be the king of the castle, the other
would reply that he was not, asserting that he was the king, which was the end of the discussion.
The children were resistant to role exchanges. They generally wanted to take on the central
characters who had more participation in the scenes of this “pretend play” world.
When the students showed a lot of resistance to exchanging roles in the theatrical plays,
the teachers intervened in a dialogical and reflective way. They would gather the children to
talk and explain that everyone had equal rights. It was important for each one to experience
different characters so that everyone had the chance to showcase their talent. The children
would reflect and then switch roles, though sometimes reluctantly. In the learning context,
animism commonly occurs when the teacher proposes a drawing activity. The children would
attempt to draw a sun and give it eyes and a mouth, humanizing the celestial body as if it were
a being capable of interaction. Vygotsky (1998, p. 137, our translation) states: “The essence of
play is the creation of a new relationship between the field of meaning and the field of visual
perception, that is, between thought situations and real situations.”
In interactions and play, animism is observed when the child attributes feelings to toys.
In their interaction with dolls, dialogue and the creation of familial bonds take place. The doll
is generally the child’s son. Sometimes, it is the sibling or the father. The child combs the doll’s
hair and cares for it as if it were a human being. The child talks to and interacts with the toy,
thus humanizing the inanimate.
The teachers valued the experiences that the children developed with their peers and
toys. The learning process relied on these exchanges, whether real or imaginary, within the
students’ realm of understanding to enhance creativity, imagination, and playfulness. The
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educators were always very careful in designing the activities and monitoring the children’s
learning progress. They were open to dialogue and new ideas, seeking to understand each
child’s pace, while respecting the specificities and characteristics of each student.
The data analysis revealed that the COVID-19 pandemic significantly impacted young
children's development and learning. The closure of in-person educational institutions limited
many students' social interactions and structured learning opportunities. Social distancing led
to isolation for young children, limiting their interactions with peers and adults, which
negatively affected their social and emotional development. It is essential to consider that not
all families have access to electronic devices and high-speed internet, which may have restricted
access to online educational resources. Besides the school adaptations during the pandemic, it
is crucial to understand that the pandemic brought economic, health, and emotional challenges
to many families. Family stress negatively impacted the home environment, affecting the well-
being and emotional stability of the children. Considering that children learn through active
experiences and exploration, it was observed that the limitation of opportunities for practical
activities and sensory experiences may have negatively affected cognitive development.
Reframing Learning in an Unconventional Teaching Context
The return to in-person education in Early Childhood Education after the pandemic
presented various challenges in the investigated context. It is relevant to consider that children
in this age group require a safe, welcoming, and stimulating environment for their holistic
development. They may have experienced traumatic situations during the pandemic, such as
the loss of loved ones, social isolation, and changes in routine. The return to school demanded
sensitivity from educators to handle the students' emotions and help them readjust.
Some children felt afraid of contracting the disease upon returning to school. Educators
needed to be prepared to address their anxiety and create a secure environment, which was a
constant challenge. Additionally, it was necessary to ensure that the facilities were always clean
and that health protocols were followed.
Educators were challenged to address the specific demands of this return, including the
emotional issues of the children, the implementation of safety protocols, and the adaptation of
the curriculum to the new circumstances. They needed to identify learning gaps and implement
strategies to help the children recover without putting undue pressure on them.
In the research conducted, it was observed that the proposals valued the students'
Challenges of education for children's learning in the pandemic scenario: case study
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developmental processes and had pedagogical intentionality. The teacher of Class A frequently
mentioned that the children had spent a lot of time at home with remote learning and had
become more sensitive to social interactions. With the return to in-person education, they
strengthened their interactions and developed camaraderie and a sense of sharing. They learned
to divide things and respect each other's space.
The teacher of Class C stated that the students had no way to stay protected within the
school. The virus was causing many deaths. Without a vaccine, remote learning was the only
option. Despite remote learning not achieving the same outcomes as in-person education, the
teacher noted that other values were strengthened, such as family cohesion, increased parental
involvement in the children's school lives, and the importance of valuing the school and its
professionals. These lessons served as both learning and overcoming experiences.
In summary, the teachers understood that the pandemic context affected the social and
emotional lives of everyone, including the children. Therefore, the school routine needed to be
handled with affection, always respecting the environment in which the child was situated.
Children are influenced by the environment in which they are immersed. With the return
to in-person schooling, within a more promising scenario due to vaccination, it became
necessary to provide a social environment filled with affection and security for the students.
This way, the children felt safer and more empowered socially and emotionally. Most of them
belonged to vulnerable social classes. It is crucial to consider the social reality of the students
to understand how the learning process impacts the children. Students with greater social
vulnerability require a differentiated approach when considering the pedagogical practices to
be developed in the learning process.
We live in a culture that devalues emotions due to an overemphasis on reason,
in a desire to assert that humans distinguish themselves from other animals by
being rational beings. However, we are mammals, and as such, we are animals
who live through emotions. Emotions are not something that obscures
understanding; they are not constraints on reason: emotions are bodily
dynamics that define the domains of action in which we operate. An emotional
change implies a change in the domain of action (Maturana, 2002, p. 56, our
translation).
Emotions are intertwined with the learning process. Considering the child's
vulnerability, it is necessary to strengthen their emotional aspect so that they feel encouraged
to face the challenges and learning opportunities presented to them. The teachers in the classes
studied were sensitive to the student's life contexts. They never assessed them based on isolated
moments. On the contrary, they sought to understand the students' family situations, the
Mário Henrique DOLCI; Rosangela Sanches da Silveira GILENO; Marcia Cristina ARGENTI
Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 20, n. 00, e024005, 2024. e-ISSN: 2526-3471
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conditions in which they lived, and who they interacted with at home. In summary, they paid
careful attention to the children's emotions. These considerations assisted the teachers in
managing evaluations that valued the process and the constructions made by the students during
the learning course.
The case study developed in this article aimed to portray different perspectives on the
learning situation, considering the school's challenge to ensure children's rights. Looking at the
evaluations performed by the students, it was evident how necessary family involvement was
for achieving a higher quality of education. The year 2021 continued to be atypical. Social
distancing within the school was maintained in the second semester. It was challenging to
contain the children's excitement. The teacher of Class A reported that when there was not
enough time to complete a pedagogical activity, she would talk to the family at the end of the
class and ask them to help the child with the activity. There was a considerable level of
compliance. It was a period when many parents were working from home with reduced hours
or were unemployed.
However, there were also complaints from many families regarding the execution of
tasks. The same teacher reported that some families claimed they did not have much time to
spend with their children on homework. These were often single mothers who cleaned every
day, worked a lot, and lacked the time and energy to spend with their children daily. They
helped within their means but did not have many moments to study with their children.
Despite these isolated cases, the adherence to both remote and in-person activities was
significant. The teachers mentioned that some parents reported that the quality of education
during the pandemic was affected. They said that keeping the child out of school was a mistake.
However, without the existence of a vaccine, in-person attendance at the school was not
feasible.
Final considerations
The research conducted was crucial for reflecting on the perspective of learning within
a pandemic and post-pandemic context. Although there remains a scarcity of empirical studies
on the impacts of the pandemic on the learning process due to the novelty of the virus and its
global repercussions, it is necessary to expand research to understand the social and educational
challenges of this period within the educational space. Studies focused on this theme are
essential for redirecting pedagogical practices to improve education quality.
Challenges of education for children's learning in the pandemic scenario: case study
Temas em Educ. e Saúde, Araraquara, v. 20, n. 00, e024005, 2024. e-ISSN: 2526-3471
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Pedagogical practices that serve meaningful learning place the child at the center of
planning. In this regard, it is important to regularly analyze educational practices so that
educators continually reassess their teaching methods and adapt their instructional actions to
ensure that the curriculum content is meaningful to students.
The school, as a guarantor of rights, had to be reconsidered. From this perspective, it is
necessary to view assessment as part of the process and not as an end in itself. Redirecting the
path of learning becomes relevant for teachers who view learning as a mechanism for the
growth of knowledge. Therefore, investing in pedagogical and ongoing professional
development is a primary need for public institutions.
The study conducted at the observed early childhood education school demonstrated
that it maintains a well-defined model of pedagogical practices, particularly during the
pandemic, when children's learning was monitored through technological resources that
tracked student progress in acquiring knowledge.
In this way, the school was able to commit to providing continuous, comprehensive
education to students, ensuring their inalienable right to learning and preparing them for
citizenship and full development in their physical, mental, and social aspects, always in
conditions of freedom and dignity.
The final considerations affirm that the concept of the child and learning is a broad field
subject to ongoing reflection. Promoting meaningful pedagogical practices and refining them
in the name of educational quality is an intrinsic part of the educator's role and the responsibility
of the school to uphold students' learning rights in the early stages of primary education.
Mário Henrique DOLCI; Rosangela Sanches da Silveira GILENO; Marcia Cristina ARGENTI
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