Audiodescrição, dialogismo e exotopia no teatro
DOI:
https://doi.org/10.1590/1981-5794-e13537Palavras-chave:
audiodescrição, acessibilidade cultural, dialogismo, exotopia, arteResumo
Este estudo analisa como a audiodescrição - modalidade de tradução intersemiótica - e a visita sensorial podem se constituir em arcabouço para acessibilizar a arte teatral a espectadores com deficiência visual. A pesquisa, de caráter qualitativo e construída sob os pressupostos da pesquisa-ação (MONCEAU, 2005), relata as etapas de uma experiência vivenciada no estado do Espírito Santo para possibilitar a esse público a fruição estética de um espetáculo teatral por meio dos sentidos remanescentes (KOEHLER, 2017). Desenvolve discussões sobre acessibilidade cultural (SARRAF, 2018), dialogismo e exotopia (BAKHTIN, 1997, 2002), e ancora o entendimento sobre a percepção da pessoa cega a partir de análises da doutora em Comunicação e Semiótica Joana Belarmino (2009). Conclui que o processo de planejar e executar a audiodescrição e a visita sensorial em um evento artístico ao vivo demanda rigor metodológico, exotópico e dialógico, com atitudes responsivas e multilaterais, em detrimento do improviso e do fazer solitário. E que o perceber o mundo, para pessoas com deficiência visual, propõe exercícios permanentes que envolvem o corpo, o espaço e os acontecimentos, consistindo em uma atividade estética.
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