É preciso reinterpretar o conceito de fato social em Saussure?
DOI:
https://doi.org/10.1590/1981-5794-e13585Palavras-chave:
fato social, Saussure, curso de linguística geral, análise do discursoResumo
As ideias de Saussure publicadas no CLG produziram um acontecimento discursivo e fizeram circular o discurso o qual defende que, ao excluir a fala do objeto de estudo da linguística, Saussure excluiu o fato social das ciências da linguagem (Meillet, Voloshinov). Passados 100 anos dessa publicação, questionamo-nos se é preciso reinterpretar o conceito de fato social em Saussure. Nossa indagação se baseia principalmente em passagens do CLG que comprovam o quanto Saussure esteve preocupado com essa questão, quando apresentou os conceitos de massa falante, o caráter coletivo do signo linguístico, língua como instituição social e também por conta das influências de autores que lidaram com tal assunto como Durkheim e Whitney. O objetivo desse artigo é problematizar esse discurso posto como evidente, ao refletir sobre a questão do fato social no linguista suíço. Para realizar essa pesquisa, coletamos enunciados do CLG e contrapomos com críticas de estudiosos da língua, os quais defendem que Saussure realizou a exclusão do fato social na constituição da ciência linguística. A partir dessa pesquisa, pudemos compreender que ele não negligenciou o fato social, pelo contrário, ao discorrer sobre a dependência do contrato coletivo, Saussure percebeu que, para as relações sistemáticas funcionarem, era preciso da ratificação social.
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