Experimento dialógico de Dostoiévski no cinema
entre a polifonia e a polimorfia
DOI:
https://doi.org/10.1590/1981-5794-e15534Palavras-chave:
Dostoiévski, romance, princípio dialógico, experimento polifônico, polimorfia, tradução intersemiótica, cinemaResumo
O presente ensaio indaga sobre as possibilidades de as obras de Dostoiévski serem traduzidas intersemioticamente pela linguagem audiovisual do cinema, respeitando-se o princípio dialógico criado pelo escritor e a noção de polimorfismo das recriações fílmicas. Para isso, contesta as adaptações baseadas num conteúdo temático simplificado em que a composição é reduzida ao monologismo característico de práticas herdadas das transposições de obras dostoievskianas para o teatro desde o século XIX. Baseadas no método de decupagem, tal simplificação elimina os conflitos psíquicos e a complexidade dialógico-discursiva do texto romanesco. Aproxima-se, assim, do cine-lubok, uma vertente do cinema russo do início do século XX que procurou levar a obra de Dostoiévski para grandes esferas da população por meio de um trabalho de linguagem concentrado no diálogo. A análise segue os fundamentos teóricos da tradução intersemiótica e do princípio dialógico para examinar duas versões fílmicas do romance O idiota e uma de Crime e castigo, acompanhando uma trajetória que se inicia no primeiro cinema russo, atravessa o período soviético e chega ao final do século XX. Como resultado, equaciona os procedimentos da linguagem audiovisual com os processos criativos que, no cinema, se aproximam das conquistas do experimento polifônico e da dialogia discursiva dos romances.
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