O Blue (funk) de Derek Jarman

a biotecnovoz como heterotopologia do corpo com HIV

Autores

  • Atilio Butturi Junior Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Centro de Comunicação e Expressão, Florianópolis, SC, Brasil. https://orcid.org/0000-0002-9985-2259
  • Nathalia Muller Camozzato Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Centro de Comunicação e Expressão, Florianópolis, SC, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.1590/1981-5794-e18975

Palavras-chave:

biotecnovoz, dispositivo da aids, tecnobiopolítica, queer cinema, Derek Jarman

Resumo

Neste artigo, partindo de uma análise neomaterialista dos discursos, nosso objetivo é analisar a biotecnovoz como heterotopologia do corpo (corpo-vocal) no filme Blue, de Derek Jarman, tomando-a como ponto de problematização da vida gênero dissidente com hiv nos anos noventa do século XX. Interessa-nos, por um lado, pensar o queer e a exceção materializados no cinema e, por outro lado, os modos pelos quais a voz, lida como biotecnovoz, coloca-se no limite entre o corpo, a língua e os processos de subjetivação produzidos no dispositivo da aids. Para dar conta dessa rede de distribuição de agência e de efeitos, nos valemos de breves discussões acerca dos dispositivos, do cinema queer e do conceito de biotecnovoz. Concluímos que, não obstante os esforços de normalização, nem a voz como conceito nem o corpo-vocal da pessoa que vive com hiv podem ser subsumidos a práticas de circunscrição normativa e que, no filme de Jarman, é justamente a heterotopologia que funciona como resistência e invenção.

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Biografia do Autor

Atilio Butturi Junior, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Centro de Comunicação e Expressão, Florianópolis, SC, Brasil.

Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPQ (PQ2), doutor em Linguística (UFSC). Docente da UFSC. Realizou estágio pós-doutoral no IEL-UNICAMP (2014-2015) e na Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (2017-2018). Professor do Programa de Pós-Graduação em Linguísitica da UFSC e do Mestrado Interdisciplinar em Ciências Humanas da UFFS. Editor-chefe da Fórum Linguístico e da Gavagai. Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Linguística da UFSC.

Nathalia Muller Camozzato, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Centro de Comunicação e Expressão, Florianópolis, SC, Brasil.

Pós-Doutoranda em Linguística na UFSC. Bolsista FAPESC.

Publicado

10/03/2025

Como Citar

JUNIOR, A. B.; CAMOZZATO, N. M. O Blue (funk) de Derek Jarman: a biotecnovoz como heterotopologia do corpo com HIV. ALFA: Revista de Linguística, São Paulo, v. 69, 2025. DOI: 10.1590/1981-5794-e18975. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/alfa/article/view/18975. Acesso em: 21 abr. 2025.

Edição

Seção

Artigos Originais