O observador no desenrolar do processo: a aspectualização qualitativa do tempo no discurso cinematográfico
Palavras-chave:
Semiótica, Enunciação, Temporalidade, Aspectualização qualitativa, Cinema, Análise de filmes, Interpretação cinematográficaResumo
Quando o assunto é a temporalização, o discurso cinematográfico parece ser um dos palcos ideais para que todas as possibilidades da manipulação do tempo possam ser experimentadas. Uma dessas possibilidades se refere à aspectualização temporal. Perceber como ela se manifesta no enunciado fílmico é um passo importante para entender, de fato, a enunciação no cinema. Os recursos da sétima arte que certos autores utilizam servem para mostrar que um andamento acelerado, bem como certas cenas em que a duração de um acontecimento parece não ter fi m, por exemplo, não podem ser somente entendidos como simples truques para deleitar ou iludir o espectador. Essa manipulação serve a um propósito, ou seja, cria um efeito de sentido que transcende a fi nitude de um evento narrativo. Os fatos são reiterados repetidamente até que consigam construir aquilo que o observador realmente quer transmitir. Diante desse exposto, o que será tratado aqui diz respeito à aspectualização no engendramento do discurso cinematográfico e aos efeitos que o olhar do observador sobre a ação produz no desenvolvimento de sua diegese. A ênfase será dada à aspectualização qualitativa do tempo e como ela se manifesta no discurso cinematográfico.
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