Benveniste, Lacan e o Estruturalismo: sobre o sentido antitético das palavras primitivas
DOI:
https://doi.org/10.1590/1981-5794-1502-1Palavras-chave:
Linguagem, Estrutura, Inconsciente, Negação, Enunciação,Resumo
Este artigo pretende evidenciar determinados aspectos da leitura estruturalista de Benveniste sobre as fundamentações linguísticas encontradas em Freud, mais propriamente em seu texto “Sobre o sentido antitético das palavras primitivas”. Coloca-se em diálogo o artigo de Benveniste intitulado “Observações sobre a função da linguagem na descoberta freudiana” com as teorizações linguísticas apresentadas por Freud em seu texto supracitado. Busca-se, assim, uma interface entre os estudos linguísticos e psicanalíticos, problematizando a noção de língua primitiva trazida por Freud e confrontando-a com pressupostos da Linguística Estrutural defendida por Benveniste. A abordagem tecida é eminentemente teórica, buscando iluminar os pontos de divergência entre a concepção de linguagem na perspectiva de Freud e de Benveniste. Para atingir esse objetivo, buscou-se o estudo sobre a negação desenvolvida por Freud em seu texto “A negativa” e colocou-a em relação com as observações de Benveniste sobre o linguista Carl Abel, forte influência linguística no pensamento freudiano desenvolvido no texto “Sobre o sentido antitético das palavras primitivas”. Como conclusão, torna-se possível compreender que, se a língua é uma estrutura e um sistema, ela possui um caráter universal e a-histórico, o que contesta a tese freudiana sobre a existência de línguas primitivas.
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