Desempenho perceptivo-auditivo de crianças na identificação de contrastes fônicos
DOI:
https://doi.org/10.1590/1981-5794-1704-4Palavras-chave:
Percepção de fala, Aquisição da linguagem, Fonética acústica, Português brasileiro,Resumo
O objetivo deste estudo foi investigar o desempenho perceptivo-auditivo de crianças na tarefa de identificação de contrastes fônicos do Português Brasileiro (doravante PB). A hipótese foi a de que a aquisição perceptivo-auditiva se desenvolve maneira gradual, obedecendo a uma ordem sistemática de aquisição. Quatro tarefas de identificação, usando o instrumento PerceFAL, foram realizadas com 66 crianças (de ambos os gêneros), entre 4- 5 anos de idade. A tarefa consistiu na apresentação do estímulo acústico, por meio de fones de ouvido, e na escolha da gravura correspondente à palavra apresentada, dentre duas possibilidades de gravuras dispostas na tela do computador. O tempo de apresentação do estímulo e o tempo de reação das crianças foram computados automaticamente pelo software PERCEVAL. O desempenho perceptivo-auditivo de crianças ocorreu de modo gradual e é dependente da classe fônica. A maior acurácia na identificação dos contrastes fônicos parece obedecer a seguinte ordem: vogais, sonorantes, oclusivas e fricativas. O tempo de reação das respostas corretas foi menor do que das respostas incorretas (exceto para a classe das vogais). A partir dos mapas perceptuais, pode-se verificar que, no interior da classe das vogais, o parâmetro ântero-posterior parece exercer um importante papel na saliência perceptual. Para a classe das obstruintes e sonorantes (nasais e líquidas), as pistas acústicas que marcam o vozeamento (no caso das obstruentes) e o modo de articulação (no caso das sonorantes) são mais robustas perceptualmente do que as pistas de ponto de articulação. Embora a percepção da fala não deva ser reduzida a uma mera interpretação sensorial, as pistas acústicas dos segmentos da fala exercem uma importante influência para a sua categorização.
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