O vocalismo átono na história da língua portuguesa
DOI:
https://doi.org/10.1590/1981-5794-1704-7Palavras-chave:
Vogais átonas, Alçamento vocálico, Variação, História da língua portuguesa,Resumo
No português europeu atual, a regra de alçamento (elevação) de vogal média atua em todos os contextos átonos, sejam eles pretônicos (p[ɨ]gar, t[u]car) ou postônicos (núm[ɨ]r[u], árv[u]r[ɨ], pel[ɨ], pel[u]). Já entre as variedades do português brasileiro atual, essa regra costuma ser geral apenas para as vogais em posição postônica final e sem travamento silábico (pel[i], pel[u]); no contexto pretônico, a elevação da vogal média, nos falares brasileiros em curso, é uma regra variável, geralmente condicionada por contextos fonético-fonológicos específicos (p[i]dido, c[u]stume, [i]scola, [i]mprego, d[i]sconto). Com o intuito de investigar o processo de elevação de vogal média átona ao longo da história da língua portuguesa, este trabalho expõe e compara dados dos séculos XIII, XV e XVI que apontam a atuação da regra de alçamento entre as vogais pretônicas e postônicas de então. Esses dados, obtidos por Fonte (2010 a,b; 2014) a partir da observação da grafia empregada nas Cantigas de Santa Maria de Afonso X, no Cancioneiro Geral de Garcia de Resende e em Os Lusíadas de Camões, sugerem que, até o século XVI, pelo menos, o alçamento de vogal média era uma regra variável, bastante comum entre as vogais pretônicas, mas ainda incipiente entre as vogais postônicas finais.
Downloads
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os manuscritos aceitos e publicados são de propriedade da Alfa: Revista de Linguística. É vedada a submissão integral ou parcial do manuscrito a qualquer outro periódico. A responsabilidade do conteúdo dos artigos é exclusiva dos autores. É vedada a tradução para outro idioma sem a autorização escrita do Editor ouvida a Comissão Editorial.