“Atos ilícitos”, “palavras desonestas” e “tocamentos torpes”

O confessionário sob vigilância (Minas Gerais, século XVIII)

RESUMO: A partir de uma análise qualitativa da abordagem micro-histórica, que consiste na redução da escala de observação das denúncias e dos processos inquisitoriais de solicitação ocorridos em Minas Gerais, no século XVIII, este artigo examina a vigilância infringida pelo Tribunal do Santo Ofício aos confessores que profanaram o Sacramento da Confissão, e a preocupação que a Igreja demonstrava com esse Sacramento e com o lugar onde ele deveria acontecer. O delito de solicitação acontecia quando um confessor, no local da confissão, assediava amorosa ou sexualmente os penitentes. A confissão foi um importante mecanismo utilizado pela Igreja tridentina como instrumento de vigilância e disciplinamento. Com base na análise realizada, desde o século XVI, quando foi elaborado, o móvel confessionário foi utilizado para diminuir os danos causados pela intimidade entre confessor e penitente no momento do Sacramento. O confessionário foi vigiado não só no que concerne ao Sacramento e seus ministros, mas também à sua construção e ao lugar onde deveria ficar nas igrejas, para que, assim, ocasiões de pecados fossem evitadas.

PALAVRAS-CHAVE: Confessionário. Inquisição. Sacerdotes. Confissão. Minas Gerais.



Autoria


Como citar

SILVA, S. A. da. “Atos ilícitos”, “palavras desonestas” e “tocamentos torpes”: O confessionário sob vigilância (Minas Gerais, século XVIII). Rev. Cadernos de Campo, Araraquara, v. 24, n. esp. 1, e024006, 2024. e-ISSN: 2359-2419. DOI: https://doi.org/10.47284/cdc.v24iesp.1.18103