Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 24, n. esp. 2, e023023, 2023. e-ISSN: 2594-8385
DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v24iesp.2.18647 1
O ACESSO AO ENSINO E A VIOLAÇÃO DE DIREITOS: DESDOBRAMENTOS DA
INSERÇÃO DO ENSINO REMOTO EMERGENCIAL DURANTE A PANDEMIA DE
COVID-19
ACCESO A LA EDUCACIÓN Y VIOLACIÓN DE DERECHOS: CONSECUENCIAS DE
LA INSERCIÓN DE LA ENSEÑANZA A DISTANCIA DE EMERGENCIA DURANTE
LA PANDEMIA DEL COVID-19
THE ACCESS TO EDUCATION AND THE RIGHT’S VIOLATION: INSERTION´S
CONSEQUENCES OF EMERGENCY DISTANCE LEARNING DURING THE COVID-
19 PANDEMIC
Camila da Silva COSTA1
e-mail: scamilacosta@outlook.com
Amanda Almeida DUARTE2
e-mail: amandajumemi2017@gmail.com
Milene Santiago NASCIMENTO3
e-mail: milenesantiago@hotmail.com
Como referenciar este artigo:
COSTA, C. S.; DUARTE, A. A.; NASCIMENTO, M. S. O
acesso ao ensino e a violação de direitos: Desdobramentos da
inserção do ensino remoto emergencial durante a pandemia
de COVID-19. Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ.,
Araraquara, v. 24, n. esp. 2, e023023, 2023. e-ISSN: 2594-
8385. DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v24iesp.2.18647
| Submetido em: 22/07/2023
| Revisões requeridas em: 10/08/2023
| Aprovado em: 18/09/2023
| Publicado em: 31/10/2023
Editor:
Prof. Dr. Paulo Rennes Marçal Ribeiro
Editor Adjunto Executivo:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
Centro Universitário de Barra Mansa (UBM), Barra Mansa RJ Brasil. Graduada em Psicologia.
Centro Universitário de Barra Mansa (UBM), Barra Mansa RJ Brasil. Graduada em Psicologia.
Centro Universitário de Barra Mansa (UBM), Barra Mansa RJ Brasil. Docente na Graduação em Psicologia.
Centro Universitário Geraldo Di Biase (UGB), Volta Redonda RJ Brasil. Docente da Graduação em Psicologia.
Doutora em Saúde Coletiva (IMS-UFRJ).
O acesso ao ensino e a violação de direitos: Desdobramentos da inserção do ensino remoto emergencial durante a pandemia de COVID-19
Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 24, n. esp. 2, e023023, 2023. e-ISSN: 2594-8385
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RESUMO: Este artigo tem como objetivo identificar os principais desafios que a educação e,
em especial, os educadores, familiares e alunos da rede pública de ensino de três municípios da
região Sul Fluminense do estado do Rio de Janeiro enfrentaram com a adoção do ensino remoto
emergencial na pandemia. Através de falas disparadas por mães e professoras nos grupos focais
online, realizados pela plataforma Google Meet, percebeu-se que o ensino não foi devidamente
garantido pelo poder público. Foi observado que não houve a disponibilização de recursos
necessários ao ensino, como acesso à internet, suporte técnico para suprir o despreparo dos
docentes e familiares para utilizar as plataformas digitais, e dificuldades da comunicação entre
pais e alunos, bem como o não acesso amplo ao material e recursos escolares. Assim, com essas
reflexões, pode-se indicar que o acesso à educação não foi garantido nesse período,
caracterizando-se como violação de direitos de crianças e adolescentes.
PALAVRAS-CHAVE: Isolamento social. Pandemia por COVID-19. Violação dos direitos
humanos. Educação a distância. Educação básica.
RESUMEN: Este artículo tiene como objetivo identificar los principales desafíos que la
educación y, en particular, los educadores, familiares y estudiantes de la red de escuelas
públicas de tres municipios de la región sur Fluminense del estado de Río de Janeiro
enfrentaron con la adopción de la enseñanza a distancia de emergencia en la pandemia A
través de declaraciones de madres y docentes en grupos focales en línea, realizados por la
plataforma Google Meet, nos dimos cuenta de que la enseñanza no estaba debidamente
garantizada por las autoridades públicas. Observamos que no había disponibilidad de recursos
necesarios para la enseñanza, como acceso a internet, soporte técnico para superar la falta de
preparación de docentes y familiares para el uso de plataformas digitales, y dificultades en la
comunicación entre padres y alumnos, así como la falta de una amplia acceso al material y
recursos escolares. Con estas reflexiones, podemos indicar que el acceso a la educación no fue
garantizado durante este período, caracterizándolo como una violación a los derechos de los
niños y adolescentes.
PALABRAS CLAVE: Aislamiento social. Pandemia por COVID-19. Violación de los derechos
humanos. Educación a distancia. Educación básica.
ABSTRACT: This article aims to identify the main challenges that education, especially
educators, families, and students in the public school system of three municipalities in the South
Fluminense region of Rio de Janeiro, faced with adopting emergency remote learning during
the pandemic. Through statements made by mothers and teachers in online focus groups
conducted on the Google Meet platform, it was observed that the government did not adequately
ensure education. It was noted that necessary resources for learning, such as internet access,
technical support to address the unpreparedness of teachers and families to use digital
platforms, difficulties in communication between parents and students, and limited access to
educational materials and resources, were not provided. Thus, with these reflections, access to
education was not guaranteed during this period, constituting a violation of the rights of
children and adolescents.
KEYWORDS: Social isolation. COVID-19 pandemic. Violation of human rights. Distance
education. Basic education.
Camila da Silva COSTA; Amanda Almeida DUARTE e Milene Santiago NASCIMENTO
Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 18, n. esp. 2, e023023, 2023. e-ISSN: 2594-8385
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Introdução
No início de 2020, em decorrência da pandemia de COVID-19, o Brasil e diversos
outros países do mundo enfrentaram o desafio de paralisar serviços fundamentais para a
sociedade, para conter a circulação do vírus. As aglomerações e espaços públicos tornaram-se
grandes riscos para a saúde e bem-estar da população em geral. Além disso, tratava-se de uma
doença desconhecida e ainda não havia tratamento e prevenção. O fechamento das escolas e a
pausa, por tempo indeterminado das aulas presenciais, foi uma das primeiras medidas tomadas.
A alternativa para a continuidade das aulas, após o fechamento das escolas, foi decretada
pelo Ministério da Educação, através da Portaria MEC n343, de 17 de março de 2020, que
“dispõe sobre a substituição das aulas presenciais por aulas em meios digitais enquanto durar a
situação de pandemia do Novo Coronavírus COVID-19” (BRASIL, 2020a). Os conteúdos
programáticos passaram a ser transmitidos através de meios digitais, videoaulas, plataformas
virtuais, redes sociais, programas de televisão ou rádio, material didático impresso e entregue
aos pais ou responsáveis (BRASIL, 2020a).
Este cenário revelou as disparidades no acesso à educação no Brasil, destacando as
condições precárias das instituições de ensino públicas para a viabilização do ensino remoto,
bem como as dificuldades enfrentadas pelos estudantes economicamente desfavorecidos, os
quais carecem dos recursos necessários para manter sua educação. Das escolas que ofereceram
aulas on-line ao vivo com a capacidade de interação direta entre professores e estudantes,
somente 35,5% pertencem à rede pública, em contraste com 69,8% da rede privada. Essa
informação é alarmante quando consideramos que, de acordo com o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE, 2021), em 2019, 82% dos estudantes do ensino fundamental e
87,4% do ensino médio, são atendidos pela rede pública de ensino.
No que concerne ao acesso a recursos digitais, é destacado que em 2019, somente 48,6%
dos estudantes de 15 a 17 anos pertencentes à rede pública tinham acesso simultâneo à internet
e a um computador ou notebook em suas residências. Importante salientar que esta informação
pode ter sido modificada devido à implementação de medidas de apoio tecnológico a esses
estudantes durante a pandemia, as quais incluíram a disponibilização de acesso gratuito ou
subsidiado à internet (6,3%) e o fornecimento de equipamentos tecnológicos (9,2%).
Além disso, a relevância da instituição educacional transcende a mera disseminação do
conhecimento, desempenhando um papel crucial na vida de crianças em situação de
vulnerabilidade social e na salvaguarda de seus direitos, frequentemente servindo como um
canal para denunciar as adversidades experimentadas em seus lares. De acordo com o
O acesso ao ensino e a violação de direitos: Desdobramentos da inserção do ensino remoto emergencial durante a pandemia de COVID-19
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documento Desigualdades e Impactos da Covid-19 na Atenção à Primeira Infância”, publicado
pela Fundação Maria Cecília Souto Vidigal em parceria com o Fundo das Nações Unidas para
a Infância (UNICEF, na sigla em inglês) e o Itaú Social, houve um aumento da exposição das
crianças à violência doméstica durante o período de distanciamento social:
Os especialistas também advertiram para o fato de que, com o fechamento das
escolas e as limitações de operação de outros serviços que são canais de
denúncia, as notificações de violência podem ter reduzido sem que a violência
em si houvesse recuado, devido à maior dificuldade na identificação e no
relato de casos de violência (UNICEF, 2022, p. 69).
Nishimori e Cruz (2022) destacam a importância da provisão de dispositivos eletrônicos
e acesso à internet pelo governo, observando que essa iniciativa foi implementada em apenas
um número reduzido de municípios brasileiros. Além disso, eles assinalam o potencial aumento
das disparidades sociais e educacionais decorrentes do ensino remoto e ressaltam a questão
controversa da transição do ensino presencial para o formato online, quando não são
devidamente considerados os fatores sociais, econômicos e familiares dos alunos da rede
pública.
A pesquisa em questão buscou descrever as condições sob as quais determinados
municípios da região sul fluminense implementaram o ensino remoto e identificaram os
obstáculos enfrentados pelos professores, familiares e alunos da rede pública em relação ao
ensino à distância. O estudo envolveu a coleta de informações por meio de grupos focais on-
line, envolvendo principalmente mães e professoras de três municípios da região, com o intuito
de compreender a realidade vivenciada. Os grupos focais foram conduzidos com base em
questões delineadas no primeiro artigo deste conjunto de pesquisas.
Este artigo, por meio de excertos das declarações das participantes, visa refletir sobre o
panorama de acesso à educação durante a pandemia, com a implementação do ensino remoto,
levantando a questão da possibilidade de estarmos testemunhando uma violação dos direitos
dos estudantes.
Metodologia
Foram conduzidos onze grupos focais, conforme explicitado na introdução deste
volume, englobando mães e tutores dos estudantes, professoras e administradores da rede de
ensino de três municípios situados no interior do estado do Rio de Janeiro. O grupo focal pode
ser utilizado como método de pesquisa qualitativa, cujo objetivo é recolher informações
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detalhadas sobre um assunto específico através de interações grupais (TRAD, 2009). Em função
da pandemia, esta cnica foi utilizada na modalidade virtual, através da plataforma Google
Meet. Conforme Bordini e Sperbi (2013) observaram, a abordagem de Grupos Focais realizada
na modalidade on-line oferece diversas vantagens, incluindo a economia de recursos
financeiros e a oportunidade de manter o anonimato dos participantes. No cenário atual, outra
considerável vantagem reside na capacidade de prosseguir com as pesquisas sem o risco de
propagação do vírus, como seria o caso em encontros presenciais.
Durante as entrevistas, foram abordadas questões relacionadas à comunicação entre a
Secretaria Municipal de Educação e os alunos, pais e professores, bem como às condições de
trabalho dos docentes, a utilização de recursos tecnológicos e a distribuição de kits alimentares
em substituição à merenda escolar. Além das entrevistas, uma pesquisa bibliográfica foi
conduzida em sítios virtuais abordando a temática em questão, com o objetivo de enriquecer as
discussões e embasar as consultas à Constituição Federal, ao Estatuto da Criança e do
Adolescente, e às diretrizes do Ministério da Educação referentes ao período emergencial.
A adoção de Grupos Focais representou uma tentativa de se aproximar da realidade
enfrentada por inúmeras famílias brasileiras, tendo em vista a preocupação com as estratégias
adotadas pelos órgãos blicos para assegurar a continuidade da educação, bem como com a
situação de vulnerabilidade social das crianças e adolescentes. Como pesquisadoras,
consideramos fundamental compartilhar informações sobre as condições vivenciadas em um
período tão singular como o da pandemia. Por meio dos relatos e análises de documentos
oficiais, acreditamos ser possível traçar um retrato da educação brasileira durante esse período
de crise.
As declarações foram analisadas de acordo com o método de análise do discurso, como
delineado no início deste conjunto de trabalhos. Esta abordagem se caracteriza como uma
pesquisa interpretativa que segue uma metodologia centrada na construção de significados que
emergem da interação dialética entre sujeitos ativos e pesquisadores autoconscientes e
autorreflexivos (CAREGNATO; MUTTI, 2006). Nesse processo, os dados são situados em
contextos culturais e políticos específicos e são contextualizados em amplos quadros históricos,
sem a adoção de premissas ou lógica de análise causal.
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Ensino remoto na pandemia e processos de aprendizagem
A repentina mudança do ensino presencial para o remoto trouxe consigo diversos
desafios que precisavam ser superados, para que o setor educacional retornasse às suas
atividades. Um dos primeiros desafios enfrentados no início do ensino remoto envolveu a
necessidade de flexibilizar o calendário letivo. Para abordar essa questão, o governo federal
promulgou a Medida Provisória n.º 934, que posteriormente foi convertida na Lei n.º 14.040,
datada de 18 de agosto de 2020 (BRASIL, 2020b). Com a legislação mencionada, a exigência
de cumprimento de 200 dias letivos foi substituída pela aceitação de 800 horas de aulas ao ano.
Sob essa nova regulamentação, ficou autorizada “a substituição das disciplinas presenciais, em
andamento, por aulas que utilizem meios e tecnologias de informação e comunicação”,
conforme as orientações da Recomendação n.º 036, emitida em 11 de maio de 2020 pelo
Conselho Nacional de Saúde (CNS), considerando o contexto de isolamento social
recomendado pela Organização Mundial de Saúde (BRASIL, 2020c).
O ensino remoto emergencial foi então implementado, seguindo as diretrizes
estabelecidas pelo Ministério da Educação (MEC). Com essa nova modalidade, os alunos
passaram a receber acompanhamento dos professores de forma síncrona ou assíncrona,
incluindo a disponibilidade de feedback imediato dos docentes. Os recursos digitais à
disposição dos professores incluíram a utilização de plataformas de videochamadas,
computadores, tablets, bem como diversos tipos de arquivos de mídia, como aplicativos, vídeos
ou podcasts. Adicionalmente, muitas instituições de ensino disponibilizaram ambientes virtuais
para acomodar professores e alunos, permitindo a criação de fóruns de discussão e outras
atividades assíncronas. Vale destacar que o ensino remoto se distingue do Ensino à Distância
(EaD), no qual os alunos recebem o material de estudo, frequentemente de forma fracionada ou
completa, e conduzem suas atividades de aprendizagem em seus próprios horários,
exclusivamente de maneira assíncrona, com o auxílio de um tutor para compreensão dos
conteúdos, conforme enfatizado por Renata Costa em entrevista à Rabello (2020, online):
O ensino remoto praticado atualmente [na pandemia] assemelha-se a EAD
apenas no que se refere a uma educação mediada pela tecnologia. Mas os
princípios seguem sendo os mesmos da educação presencial. A educação a
distância pressupõe o apoio de tutores de forma atemporal, carga horária
diluída em diferentes recursos midiáticos e atividades síncronas e assíncronas.
E isso não é, exatamente, o que está sendo feito durante a quarentena.
Segundo Prestes (2020), nas instituições de ensino privadas, observou-se uma resposta
ágil por meio da adoção de recursos digitais que combinavam vídeos gravados e transmissões
Camila da Silva COSTA; Amanda Almeida DUARTE e Milene Santiago NASCIMENTO
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ao vivo, tarefas integrativas e o apoio de tutores. Tal resposta, influenciada pelos privilégios
associados à classe social e à situação financeira dos alunos, foi notável. Além disso,
identificou-se uma pronta organização, planejamento e capacitação tanto de professores quanto
de alunos. Torna-se evidente que fatores econômicos, como o pagamento das mensalidades
pelos pais, juntamente com a necessidade de sustentabilidade das instituições de ensino,
desempenharam um papel fundamental na promoção dessa resposta ágil. O processo
educacional continuou por meio de estratégias desenvolvidas pelas próprias instituições de
ensino e pelas entidades governamentais. A realidade das escolas e instituições privadas
facilitou a implementação do ensino remoto, uma vez que as condições financeiras dos alunos
asseguraram o acesso aos recursos tecnológicos necessários e a existência de espaços
domésticos adequados para a aprendizagem. Ademais, as escolas conseguiram rapidamente
efetuar a transição para o ambiente virtual e manter aulas de forma síncrona.
Entretanto, não se pode deixar de reconhecer a complexidade inerente ao processo,
sobretudo no que concerne às escolas públicas, onde a implementação do ensino remoto
emergencial representou um desafio multifacetado. Esse desafio envolveu questões de
financiamento público, as condições socioeconômicas e familiares dos estudantes, bem como a
necessidade de apoiar os professores na adaptação a essa nova modalidade de ensino.
As diretrizes para a implementação do ensino remoto podem ser encontradas em
diversos documentos elaborados tanto pelo MEC quanto pelo Conselho Nacional de Educação
(CNE). Em maio de 2020, o MEC divulgou o Parecer CNE/CP, n.º 05/2020 (BRASIL, 2020d),
que versa sobre a reorganização do Calendário Escolar e a possibilidade de contabilização de
atividades não presenciais para o cumprimento da carga horária mínima anual. Nesse
documento são delineadas alternativas para a substituição das aulas presenciais durante o
período da pandemia, visando a atenuação dos impactos da crise na educação. São consideradas
as fragilidades e desigualdades estruturais que permeiam a sociedade brasileira. O objetivo
primordial consistia em aproveitar as tecnologias digitais de informação e comunicação para
fins educacionais, com o propósito de reduzir as disparidades no aprendizado, mantendo um
padrão básico de qualidade e alcançando os objetivos de aprendizagem estabelecidos pela Base
Nacional Comum Curricular.
No que se refere à educação infantil, foi proposto o desenvolvimento de materiais de
orientação por parte das escolas para os pais e responsáveis, constituídos por atividades
educativas de caráter lúdico e recreativo, a serem realizadas em casa com as crianças. Conforme
estipulado no Parecer 05/2020 do Conselho Nacional de Educação, “as atividades, jogos,
O acesso ao ensino e a violação de direitos: Desdobramentos da inserção do ensino remoto emergencial durante a pandemia de COVID-19
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brincadeiras, conversas e histórias propostos devem ter sempre a intencionalidade de estimular
novas aprendizagens” (BRASIL, 2020d). Nesse contexto, foi considerada a alternativa de
estabelecer contato com os pais e responsáveis por meio de canais digitais, sempre que possível,
sendo essa opção considerada “como algo viável e possível mesmo para a rede pública em todos
ou em determinados municípios ou localidades, respeitadas suas realidades locais” conforme
apontado no mesmo parecer. A outra alternativa foi a entrega de material didático impresso,
também organizado pelas escolas e distribuído aos responsáveis.
Para o Ensino Fundamental, foram sugeridas diversas abordagens, incluindo a
realização de aulas gravadas, a avaliação a distância sob a orientação das redes, escolas e
professores, a disponibilização de listas de exercícios, orientações aos pais e responsáveis
quanto aos objetivos de aprendizagem e à rotina diária, sugestões de leituras para os pais, a
elaboração de materiais impressos adequados à idade das crianças, a divulgação de vídeos
educativos em plataformas on-line, a realização de atividades on-line síncronas e assíncronas,
estudos dirigidos supervisionados pelos responsáveis e tarefas de casa alinhadas com os
materiais utilizados pela escola.
Na teoria, pode-se considerar que os objetivos e planos educacionais para o período da
pandemia deveriam estar em consonância com o artigo 53 do Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA) (BRASIL, 1990), uma vez que esse artigo garante aos estudantes o direito
fundamental à educação:
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno
desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e
qualificação para o trabalho, assegurando-se lhes:
I Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II Direito de ser respeitado por seus educadores;
III direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias
escolares superiores;
IV Direito de organização e participação em entidades estudantis;
V Acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência. Parágrafo
único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico,
bem como participar da definição das propostas educacionais (BRASIL,
1990).
Todavia, é imperativo ponderar sobre diversos fatores que exercem influência
significativa na execução dessas atividades, tais como a carência de acesso à internet e recursos
tecnológicos, a indisponibilidade dos pais para se envolverem na educação de seus filhos, seja
por escolha, compromissos laborais ou carência de conhecimento, bem como as dificuldades
ou impossibilidades de contato com os professores para aqueles que não têm acesso a tais
recursos, entre outras questões. Além dos recursos tecnológicos, é preciso considerar a
Camila da Silva COSTA; Amanda Almeida DUARTE e Milene Santiago NASCIMENTO
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importância de outros elementos essenciais fornecidos pelas escolas, sem os quais muitos
estudantes ficariam desprovidos, incluindo aspectos como alimentação, segurança e apoio
emocional.
No mundo, em torno de 390 milhões de estudantes são beneficiados com políticas de
alimentação escolar, segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação
(ONU, 2022). Durante os últimos dois anos, em decorrência da pandemia da COVID-19, muitos
alunos tiveram a suspensão desse benefício. Muitas crianças dependem inteiramente das
refeições fornecidas pelas escolas como sua principal fonte de alimentação. Esse período
desafiador evidenciou a importância da alimentação escolar, que se mostrou ainda mais vital
do que se imaginava. Ela desempenha um papel fundamental na garantia das condições para os
alunos poderem aprender, permanecer na escola, alcançar um bom desempenho acadêmico e
superar as deficiências resultantes dos impactos causados pela pandemia.
Sendo “a alimentação escolar um direito dos alunos da educação básica pública e dever
do Estado”, conforme o art. 3º, da Lei 11.947/2009, cuja elaboração remonta à década de 1950,
a questão da alimentação escolar tem sido objeto de lutas em prol desse direito. Portanto, não
restam dúvidas de que a oferta de merenda deve ser uma garantia para todos os alunos da
educação básica pública no Brasil.
No período da pandemia, em abril de 2020, a Lei 11.947/2009 da merenda escolar foi
substituída por outra, n.º 13.987/20. Esta nova legislação permitia, durante o período de aulas
remotas, a distribuição de gêneros alimentícios adquiridos com recursos do Programa Nacional
de Alimentação Escolar (PNAE) às famílias dos estudantes matriculados nas escolas públicas
de educação básica (BRASIL, 2009; BRASIL, 2020e).
Considerando as orientações para a implementação do ensino remoto durante a
pandemia e as reflexões relacionadas à execução realizada pelas instituições de ensino e órgãos
públicos, procedeu-se à análise das declarações proferidas pelas mães e professoras nos grupos
focais.
Utiliza-se o gênero feminino para fazer referência às participantes, uma vez que, em sua
maioria, elas eram mães e professoras. As mães, em sua maioria, desempenhavam o papel de
responsáveis pelo lar, cuidadoras das crianças e acompanhantes das atividades escolares. As
professoras, por sua vez, acumulavam a função de mãe e educadora, ou seja, eram responsáveis
tanto pelos cuidados domésticos e pelo acompanhamento de seus próprios filhos quanto pelo
exercício de suas funções nas escolas.
O acesso ao ensino e a violação de direitos: Desdobramentos da inserção do ensino remoto emergencial durante a pandemia de COVID-19
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Resultados e discussão
Apesar das orientações do Ministério da Educação (MEC) referentes à educação em
tempos de distanciamento social e dos direitos assegurados pelo Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA) às crianças e adolescentes, as falas das participantes dos grupos focais
destacaram de forma evidente a ausência ou insuficiência das ações governamentais destinadas
a garantir o acesso à educação.
Durante as entrevistas, tanto responsáveis quanto professoras relataram a falta de
distribuição de alimentos e a irregularidade dessa prática durante o período de fechamento das
escolas. Além disso, houve relatos de perda da qualidade dos produtos ofertados. Ainda que a
lei da merenda escolar (Lei 11.947/2009), apresentada acima, tenha regulamentado a
distribuição de alimentos durante a pandemia, considerando que a qualidade dos alimentos
deveria seguir as diretrizes do PNAE (alimentos in natura e minimamente processados),
observou-se que as cestas distribuídas se assemelhavam mais a “cestas básicas,” compostas
principalmente por alimentos não perecíveis.
Em meio a um cenário permeado por incertezas relacionadas à pandemia, ao aumento
da insegurança alimentar e da fome, a distribuição das cestas alimentares não deveria ter sido
interrompida. No entanto, os relatos de mães e professoras indicam que houve um longo período
em que esses alunos não receberam as cestas de alimentos. Em uma das reuniões, uma mãe
relatou a substituição das cestas básicas pela merenda escolar:
Mãe respondente 1:
Então, foi ano passado, esse ano não teve. Ano passado em relação a
merenda foi distribuído uma cesta básica, mas não foi assim uma coisa
mensal, foi umas quatro vezes, se eu não me engano. E esse ano não teve, aí
eu não sei.
Wroblevski, Nascimento e Cunha (2020) destacam os impactos negativos causados pela
insegurança alimentar, os quais reverberam no desempenho escolar, no desenvolvimento, nas
habilidades sociais e na capacidade de leitura das crianças. Isso, por sua vez, acarreta atrasos
no progresso educacional desses alunos e aumenta as probabilidades de repetição de ano.
Outra questão problemática, conforme reportada por responsáveis e professoras, foi a
dificuldade de comunicação resultante da falta de recursos tecnológicos necessários para o
processo (tais como dificuldades no uso de aplicativos, redes sociais, carência de acesso à
internet e dispositivos móveis), da ausência de meios de contato adequados (limitando-se à
plataforma adotada pelos municípios) e do distanciamento físico entre as famílias, estudantes e
professores. Uma mãe de um aluno compartilhou sua experiência a esse respeito:
Camila da Silva COSTA; Amanda Almeida DUARTE e Milene Santiago NASCIMENTO
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Mãe respondente 2:
Eu não tive muita facilidade para falar com a professora. No meu caso que
são crianças pequenas eu não tive apoio. Eu acho que tinha que haver uma
interação melhor da professora com o aluno, as vezes pedem para gente estar
postando no grupo da turma no caso. As fotos das atividades, algum vídeo
realizando as atividades proposta. Ai a gente coloca, não vejo muito retorno
da parte da professora em relação aos alunos. [...] Não tem uma comunicação
muito boa com os alunos, eles estão sofrendo com a pandemia, com o
distanciamento, eu acho que tinha que ter uma interação melhor.
Mesmo que a perspectiva da professora deste mesmo município apresente uma visão
semelhante:
Professora respondente 1:
[...] fato deles estarem pegando o material impresso isso também se distancia
da gente. Leva o material impresso para casa, faz e fica lá. Até ser corrigido
eles têm um prazo para levar na escola. O que deu uma travada mesmo,
primeiro foi a questão do ‘chat’, que encerrou e a gente não conversa com o
aluno mais e a questão do material impresso.
A especificidade da educação infantil trouxe consigo desafios adicionais no que tange à
questão da comunicação. Esta etapa é caracterizada por atividades escolares lúdicas, que
englobam experimentação, atividades físicas, brincadeiras ao ar livre e contato físico. Mães e
professoras compartilham suas experiências de ansiedade, irritabilidade e necessidades durante
este período. As professoras destacam a falta que sentem do contato direto com os alunos, e as
crianças sentem falta de interagir com seus colegas de sala. Uma professora ilustra a
importância dessa troca, especialmente na elaboração de atividades e conteúdos:
Professora respondente 2:
[...] eles ficam: “tia, tia, tia!” e falam que sentiu saudade, que queria ver mais
vezes. Então assim, é muito gostoso. Esta troca com eles é muito gratificante.
[...] Porque a partir do que a gente colhe deles, a gente pode dar uma
sequência nas próximas aulas, né, a partir do interesse deles.
No ensino presencial, a comunicação e a interação para além do âmbito acadêmico
tornam-se elementos intrínsecos ao processo de ensino e aprendizagem. Neste contexto, quando
as aulas são predominantemente concebidas como veículos de transmissão de conhecimento
acadêmico, os estudantes podem se sentir entediados e desatentos. Portanto, é imperativo que
as experiências de aprendizagem remota sejam cuidadosamente planejadas, de modo a permitir
que os estudantes absorvam ao máximo os conteúdos e, ao mesmo tempo, mantenham relações
sociais e afetivas sólidas.
O acesso ao ensino e a violação de direitos: Desdobramentos da inserção do ensino remoto emergencial durante a pandemia de COVID-19
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No segundo ano de ensino à distância, houve relatos de melhoria nessa situação. Um
grupo de professores menciona a implementação da busca ativa pelos alunos, um processo que
se iniciou nesse período, assim como a criação de estratégias para reestabelecer e fortalecer os
laços entre estudantes e professores. Diante da ausência de feedback por parte dos alunos, os
professores passaram a buscar contato com as famílias e os próprios estudantes para
compreender o que estava acontecendo. Como resultado, as escolas estão observando um maior
engajamento por parte dos alunos e dos pais, como expressa uma professora:
Professora respondente 3:
a política educacional este ano está muito diferente, que é o que deveria ter
começado lá o ano passado. Então a gente ainda está atrasado por conta do
ano passado [...], a gente está iniciando esse processo agora, mas a gente já
avançou muito. As crianças têm feito coisas maravilhosas e os pais agora
estão mais presentes então as coisas estão fluindo muito bem.
Porém, essa não foi a realidade encontrada em todos os municípios onde a pesquisa foi
realizada. A realidade da maioria é de dificuldades e distanciamento entre professores e alunos
durante o período de ensino a distância. Sobre isso, uma professora diz:
Professora respondente 4:
Ano passado, na Terra das Azaleias,
tinha ‘chat’ a gente fazia, atendia os
alunos era uma coisa assim que acontecia numa turma de trinta e cinco
alunos, nós tínhamos sete alunos que acessavam. E a gente conseguia fazer
a interação [...] de trinta e cinco apenas sete alunos, a gente conseguia esse
acesso. [...]. começou dar problema na plataforma. Mudou o governo
como vocês viram e não teve a manutenção que deveria ter tido, então nós
cortamos o chat e esse ano está com o fórum. para o final do ano
passado nós já ficamos sem o ‘chat’. O fórum atendimento, mas a gente
não tem o ‘feedback’, (‘feedback’, que é muito melhor). Não para
conversar com o aluno, com o pai.
Quanto à transição do presencial para o remoto e o uso das plataformas on-line de
ensino, dois pontos foram os mais recorrentes: a falta de recursos disponíveis e a falta de
familiaridade dos professores e pais de alunos com os recursos tecnológicos. Em relação ao
primeiro ponto, houve reclamações acerca da incapacidade de incorporar videoaulas e áudios,
o que levou os professores a recorrerem às redes sociais como a principal ferramenta de
comunicação. Uma docente elenca algumas das dificuldades enfrentadas:
Professora respondente 5:
A gente sente muita falta de uma plataforma de ensino, porque o ‘WhatsApp’
não dá essa segurança pra gente, é muito instável, então isso faz muita falta.
Mas assim, eu acho que é o tempo, as coisas vão se encaixando vão
Nome fictício do município.
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melhorando.”. O segundo ponto aparece em forma de um não entendimento
de informática: “Quando foi para entrar na plataforma, nossa foi um choque.
Que sensação horrível com essa questão de tecnologia eu não tinha
conhecimento nenhum. E assim eu fui forçada a entrar, ou você entra para
pegar a atividade ou fica sem.”, além da falta de suporte e treinamento das
secretarias de educação para com os professores: da secretaria de educação
tivemos apoio da parte pedagógica, mas não da tecnológica.
Uma mãe também verbaliza dificuldades com a tecnologia, enfrentada por outras
responsáveis:
Mãe respondente 3:
Quando foi para entrar na plataforma, nossa, foi um choque! Que sensação
horrível com essa questão de tecnologia, eu não tinha conhecimento nenhum.
E assim eu fui forçada a entrar, ou você entra para pegar a atividade ou fica
sem.
Outro ponto de relevância diz respeito àqueles que não conseguiram acessar a
plataforma de ensino e se viram restritos a utilizar os materiais impressos fornecidos pelas
escolas. Como mencionado anteriormente, a maioria dos estudantes de escolas públicas não
possui acesso síncrono à internet e não dispõe de um dispositivo tecnológico que permita o
acesso a todo o conteúdo disponibilizado pelas escolas. Um professor faz uma observação
significativa a esse respeito, baseando-se em sua experiência: “a gente sabe que tem gente que
não nem no 3g ainda, né, nem no 3g chegou” (professor respondente 6). No caso destes
alunos, seu principal acesso aos conteúdos programáticos foi através do material impresso,
porém a transmissão de conhecimento foi afetada, segundo o professor:
Professora respondente 7:
[...] a gente sabe que muitos desses valores éticos, morais está sendo
trabalhado em algumas apostilas, mas eu acredito que o aprendizado mesmo,
que a gente quer ter, matemática, português e as outras matérias isso eu acho
que está muito em falta. Eu acho que não está acontecendo não.
Esta situação é preocupante aos professores, que pensam na defasagem futura que
enfrentarão junto aos alunos nos próximos anos, como confirma a fala:
Professora respondente 8:
Mesmo com as apostilas, sem interação do professor, a defasagem
pedagógica é muito grande e não vai ser diferente. Quando essas crianças
voltarem à normalidade, as escolas, nós enquanto secretaria, vamos ter que
pensar o que fazer para resgatar.
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Esta preocupação também afeta os responsáveis, especialmente quando comparada à
experiência dos alunos da rede privada de ensino, que possuem recursos financeiros e
tecnológicos à disposição. Uma mãe relata:
Mãe respondente 4:
Eu tenho amigas com filhos na escola particular e que estão tendo desde o
início da pandemia a aula com o professor online, depois voltou ficou híbrido,
os que estão em casa estão assistindo a aula no tempo que está acontecendo.
E um pouco está na sala, um pouco está em casa, mas está todo mundo
tendo aquela aula e está aprendendo coisas novas. Isso me preocupa porque
são crianças numa situação social favorecidas, melhor que está tendo isso na
escola particular enquanto os da escola pública não estão tendo e aí como é
que vai ficar isso lá na frente? Desigualdade social e isso vai aprofundando
cada vez mais.
Esta defasagem será observada e vivida na prática, visto que durante o período de aulas
remotas não houve avaliações concretas. Sobre isso uma professora queixa-se:
Professora respondente 9:
não teve nenhum tipo de avaliação, teve uma avaliação diagnóstica,
qualitativa que o município colocou, mas assim para inglês ver... São três
questões ali aleatórias do conteúdo, eles mesmos responderam, eu não tive
retorno não sei se o infantil teve retorno disso.
O art. 53, inciso I e V respectivamente, da Lei n.º 8.069/90 estabelece a “igualdade de
condições para acesso e permanência na escola”, assim como o “acesso à escola pública e
gratuita. Por sua vez, o art. 54, inciso V e VII, respectivamente, do mesmo dispositivo legal,
afirmam que é dever do Estado garantir o “acesso a níveis mais elevados do ensino, de pesquisa
e da criação artística, segundo a capacidade de cada um” e também o atendimento no ensino
fundamental, através de programas suplementares de material didático-escolar, transporte,
alimentação e assistência à saúde”.
Com base nas descobertas desta pesquisa, pode-se afirmar que ocorreu uma violação
dos direitos fundamentais. Não houve uma distribuição regular de alimentos; o acesso à
educação não foi amplamente garantido, uma vez que os alunos e suas famílias não puderam
acessar os recursos disponibilizados pela escola quando necessário, devido à falta de recursos
tecnológicos e acesso à internet por parte do poder público. A comunicação entre alunos e
professores não foi assegurada de maneira suficiente e eficaz, resultando na queda da qualidade
do ensino.
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Considerações finais
Com base nos resultados obtidos, torna-se evidente que o atual cenário da educação é
complexo e requer uma reavaliação dos rumos da educação no Brasil. Ao destacar as
desigualdades, os problemas e os desafios, esta pesquisa revela um país permeado por
fragilidades, contradições e emergências, especialmente no contexto da educação, que abrange
questões relacionadas aos estudantes, às dificuldades enfrentadas pelos professores e à natureza
das políticas e projetos educacionais.
Nesse contexto desafiador, tanto professores quanto alunos enfrentam obstáculos
significativos, como a falta de acesso à internet, de dispositivos tecnológicos, de apoio por parte
dos pais e das instituições de ensino, entre outros. Para superar essas dificuldades, é necessária
a aplicação de criatividade e diversas estratégias a fim de possibilitar o desenvolvimento das
atividades educacionais. Além disso, a distração, a dificuldade de compreensão e assimilação
dos conteúdos e a ausência de um ambiente adequado para os estudos impactam negativamente
o desempenho acadêmico dos alunos, contribuindo para a falta de motivação no processo de
ensino remoto.
Essas questões se agravam quando se considera que, no futuro, os alunos que
enfrentaram a escassez de recursos concorrerão por vagas em universidades e no mercado de
trabalho com pessoas que tiveram acesso a recursos que facilitaram a aprendizagem. Portanto,
torna-se essencial que o poder público desenvolva estratégias que garantam os direitos de todos
os estudantes e, ao mesmo tempo, reduza os impactos futuros causados pela desigualdade
durante a pandemia.
Portanto, torna-se de extrema importância a necessidade de fornecer e aprimorar o
acesso à internet e à tecnologia, especialmente em regiões mais remotas do país. Isso não apenas
viabiliza a disseminação do conhecimento, mas também cria mais oportunidades para os
habitantes dessas áreas.
A pandemia também destacou a relevância dos professores e de outros profissionais da
educação, que devem ser devidamente valorizados, considerando que essas categorias
enfrentaram grandes desafios na luta contra o coronavírus. Eles não apenas atuaram na área da
saúde, mas também desempenharam um papel fundamental na manutenção de atividades
cruciais para a subsistência e o progresso do país.
Dessa forma, tornou-se evidente que os grupos sociais que mais tiveram seu direito à
educação prejudicado no Brasil foram as minorias étnicas, os estudantes de áreas rurais e
aqueles de baixa renda. Esses alunos enfrentavam dificuldades de acesso à educação antes
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da pandemia, e essas dificuldades foram agravadas pelo contexto da COVID-19. No entanto, a
desigualdade não pode ser utilizada como justificativa para uma oferta ineficaz ou a ausência
de educação, pois a igualdade pode ser alcançada por meio da educação adequada e inclusiva
para todos.
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de 2006, 11.507, de 20 de julho de 2007; revoga dispositivos da Medida Provisória no 2.178-
36, de 24 de agosto de 2001, e a Lei no 8.913, de 12 de julho de 1994; e dá outras
providências. Brasília, DF: MEC, 2009. Disponível em:
https://www.fnde.gov.br//legislacoes/institucional-leis/item/3345-lei-n-11947-de-16-de-
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BRASIL. Ministério da Educação. Portaria n. 343, de 17 de março de 2020. Dispõe sobre a
substituição das aulas presenciais por aulas em meios digitais enquanto durar a situação de
pandemia do Novo Coronavírus - COVID-19. Brasília, DF: MEC, 2020a. Disponível em:
https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-343-de-17-de-marco-de-2020. Acesso em: 04
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BRASIL. Portaria n. 14.040, de 18 de agosto de 2020. Estabelece normas educacionais
excepcionais a serem adotadas durante o estado de calamidade pública reconhecido
pelo Decreto Legislativo nº 6, de 20 de março de 2020; e altera a Lei nº 11.947, de 16 de
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2020#:~:text=Recomenda%20a%20implementa%C3%A7%C3%A3o%20de%20medidas,dos
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set. 2023.
CRediT Author Statement
Reconhecimentos: Gostaríamos de agradecer aos professores e familiares que se
dispuseram, prontamente, a participar de nosso estudo.
Financiamento: Não houve financiamento para esta pesquisa.
Conflitos de interesse: Não há conflitos de interesse.
Aprovação ética: A pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética e Pesquisa do Centro
Universitário de Barra Mansa e aprovado sob o parecer número 4426858. Durante todo o
processo de pesquisa, os parâmetros éticos foram respeitados.
Disponibilidade de dados e material: Os dados e materiais utilizados no trabalho estão
disponíveis para acesso, através de solicitação pelo e-mail das autoras.
Contribuições dos autores: Amanda Almeida Duarte: Contribuiu para a redação final do
artigo. Camila da Silva Costa: Participou da cota de dados, organizou o material identificado
na pesquisa e contribuiu para a redação final do artigo. Milene Santiago Nascimento:
orientou a pesquisa e a construção do artigo e realizou a revisão final.
Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução.
Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 24, n. esp. 2, e023023, 2023. e-ISSN: 2594-8385
DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v24iesp.2.18647 1
THE ACCESS TO EDUCATION AND THE RIGHT’S VIOLATION: INSERTION´S
CONSEQUENCES OF EMERGENCY DISTANCE LEARNING DURING THE
COVID-19 PANDEMIC
O ACESSO AO ENSINO E A VIOLAÇÃO DE DIREITOS: DESDOBRAMENTOS DA
INSERÇÃO DO ENSINO REMOTO EMERGENCIAL DURANTE A PANDEMIA DE
COVID-19
ACCESO A LA EDUCACIÓN Y VIOLACIÓN DE DERECHOS: CONSECUENCIAS DE
LA INSERCIÓN DE LA ENSEÑANZA A DISTANCIA DE EMERGENCIA DURANTE
LA PANDEMIA DEL COVID-19
Camila da Silva COSTA1
e-mail: scamilacosta@outlook.com
Amanda Almeida DUARTE2
e-mail: amandajumemi2017@gmail.com
Milene Santiago NASCIMENTO3
e-mail: milenesantiago@hotmail.com
How to reference this paper:
COSTA, C. S.; DUARTE, A. A.; NASCIMENTO, M. S. The
access to education and the right’s violation: Insertion´s
consequences of emergency distance learning during the
COVID-19 pandemic. Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ.,
Araraquara, v. 24, n. esp. 2, e023023, 2023. e-ISSN: 2594-
8385. DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v24iesp.2.18647
| Submitted: 22/07/2023
| Revisions required: 10/08/2023
| Approved: 18/09/2023
| Published: 31/10/2023
Editor:
Prof. Dr. Paulo Rennes Marçal Ribeiro
Deputy Executive Editor:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
University Center of Barra Mansa (UBM), Barra Mansa RJ Brazil. Bachelor's degree in Psychology.
University Center of Barra Mansa (UBM), Barra Mansa RJ Brazil. Bachelor's degree in Psychology.
University Center of Barra Mansa (UBM), Barra Mansa RJ Brazil. Lecturer in the Undergraduate Psychology
program. University Center Geraldo Di Biase (UGB), Volta Redonda RJ Brazil. Lecturer in the Undergraduate
Psychology program. Doctoral degree in Public Health (IMS-UFRJ).
The access to education and the right’s violation: Insertion´s consequences of emergency distance learning during the COVID-19 pandemic
Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 24, n. esp. 2, e023023, 2023. e-ISSN: 2594-8385
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ABSTRACT: This article aims to identify the main challenges that education, especially
educators, families, and students in the public school system of three municipalities in the South
Fluminense region of Rio de Janeiro, faced with adopting emergency remote learning during
the pandemic. Through statements made by mothers and teachers in online focus groups
conducted on the Google Meet platform, it was observed that the government did not adequately
ensure education. It was noted that necessary resources for learning, such as internet access,
technical support to address the unpreparedness of teachers and families to use digital platforms,
difficulties in communication between parents and students, and limited access to educational
materials and resources, were not provided. Thus, with these reflections, access to education
was not guaranteed during this period, constituting a violation of the rights of children and
adolescents.
KEYWORDS: Social isolation. COVID-19 pandemic. Violation of human rights. Distance
education. Basic education.
RESUMO: Este artigo tem como objetivo identificar os principais desafios que a educação e,
em especial, os educadores, familiares e alunos da rede pública de ensino de três municípios
da região Sul Fluminense do estado do Rio de Janeiro enfrentaram com a adoção do ensino
remoto emergencial na pandemia. Através de falas disparadas por mães e professoras nos
grupos focais online, realizados pela plataforma Google Meet, percebeu-se que o ensino não
foi devidamente garantido pelo poder público. Foi observado que não houve a disponibilização
de recursos necessários ao ensino, como acesso à internet, suporte técnico para suprir o
despreparo dos docentes e familiares para utilizar as plataformas digitais, e dificuldades da
comunicação entre pais e alunos, bem como o não acesso amplo ao material e recursos
escolares. Assim, com essas reflexões, pode-se indicar que o acesso à educação não foi
garantido nesse período, caracterizando-se como violação de direitos de crianças e
adolescentes.
PALAVRAS-CHAVE: Isolamento social. Pandemia por COVID-19. Violação dos direitos
humanos. Educação a distância. Educação básica.
RESUMEN: Este artículo tiene como objetivo identificar los principales desafíos que la
educación y, en particular, los educadores, familiares y estudiantes de la red de escuelas
públicas de tres municipios de la región sur Fluminense del estado de Río de Janeiro
enfrentaron con la adopción de la enseñanza a distancia de emergencia en la pandemia A
través de declaraciones de madres y docentes en grupos focales en línea, realizados por la
plataforma Google Meet, nos dimos cuenta de que la enseñanza no estaba debidamente
garantizada por las autoridades públicas. Observamos que no había disponibilidad de recursos
necesarios para la enseñanza, como acceso a internet, soporte técnico para superar la falta de
preparación de docentes y familiares para el uso de plataformas digitales, y dificultades en la
comunicación entre padres y alumnos, así como la falta de una amplia acceso al material y
recursos escolares. Con estas reflexiones, podemos indicar que el acceso a la educación no fue
garantizado durante este período, caracterizándolo como una violación a los derechos de los
niños y adolescentes.
PALABRAS CLAVE: Aislamiento social. Pandemia por COVID-19. Violación de los derechos
humanos. Educación a distancia. Educación básica.
Camila da Silva COSTA; Amanda Almeida DUARTE and Milene Santiago NASCIMENTO
Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 18, n. esp. 2, e023023, 2023. e-ISSN: 2594-8385
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Introduction
In early 2020, due to the COVID-19 pandemic, Brazil and many other countries
worldwide faced the challenge of suspending essential services for society to contain the virus's
spread. Gatherings and public spaces became significant risks to the overall health and well-
being of the population. Furthermore, this was an unknown disease with no established
treatment or prevention methods. One of the first measures taken was the closure of schools
and the indefinite suspension of in-person classes.
The alternative for continuing education after the Ministry of Education decreed the
school closures through Ordinance MEC No. 343, dated March 17, 2020, which "establishes
the replacement of in-person classes with digital classes for the duration of the COVID-19
pandemic situation" (BRASIL, 2020a). Educational content started to be delivered through
digital means, including video lessons, virtual platforms, social media, television or radio
programs, and printed educational materials distributed to parents or guardians (BRASIL,
2020a).
This situation exposed disparities in access to education in Brazil, highlighting the
inadequate conditions of public educational institutions for implementing remote learning. It
also showcased the difficulties faced by economically disadvantaged students who lacked the
necessary resources to continue their education. Of the schools that offered live online classes
with direct interaction between teachers and students, only 35.5% belonged to the public
education sector, in contrast to 69.8% in the private sector. This information is concerning,
especially considering, according to the Brazilian Statistics Institute (IBGE, 2021), in 2019,
82% of elementary school students and 87.4% of high school students were served by public
education.
Regarding access to digital resources, it's worth noting that in 2019, only 48.6% of
students aged 15 to 17 from the public education sector had simultaneous access to the internet
and a computer or laptop in their homes. It's important to highlight that this information may
have changed due to the implementation of technological support measures for these students
during the pandemic, including free or subsidized internet access (6.3%) and the supply of
specialized equipment (9.2%).
Furthermore, the relevance of educational institutions goes beyond the mere
dissemination of knowledge, playing a crucial role in the lives of children in situations of social
vulnerability and in safeguarding their rights. They often serve as a channel for reporting the
hardships experienced in their homes. According to the document "Desigualdades e Impactos
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da Covid-19 na Atenção à Primeira Infância (Inequalities and Impacts of Covid-19 on Early
Childhood Care)," published by the Fundação Maria Cecília Souto Vidigal (Maria Cecília
Souto Vidigal Foundation) in partnership with the United Nations Children's Fund (UNICEF)
and Itaú Social, there has been an increase in children's exposure to domestic violence during
the period of social distancing:
Experts have also warned that with the closure of schools and limitations on
the operation of other reporting channels, reports of violence may have
decreased without the violence itself has receded due to the increased
difficulty in identifying and reporting cases of violence (UNICEF, 2022, p.
69, our translation).
Nishimori and Cruz (2022) emphasize the importance of the government providing
electronic devices and internet access, noting that this initiative was implemented in only a
limited number of Brazilian municipalities. Additionally, they highlight the potential increase
in social and educational disparities resulting from remote learning and underscore the
controversial transition from in-person to online education, mainly when the social, economic,
and family factors of public-school students are not adequately considered.
The research aimed to describe the conditions under which certain municipalities in the
southern region of Rio de Janeiro implemented remote learning and identified the obstacles
faced by teachers, families, and public-school students regarding distance education. The study
involved collecting information through online focus groups, primarily involving mothers and
teachers from three municipalities in the region, to understand the lived reality. The focus
groups were conducted based on questions outlined in the first article of this research series.
This article, through excerpts from the participants' statements, aims to reflect on the
landscape of access to education during the pandemic with the implementation of remote
learning, raising the question of whether we might be witnessing a violation of students' rights.
Methodology
Eleven focus groups were conducted, as outlined in the introduction of this volume,
involving mothers and guardians of students, teachers, and administrators from the educational
network of three municipalities located in the interior of Rio de Janeiro. The focus group can
be used as a qualitative research method aimed at gathering detailed information on a specific
subject through group interactions (TRAD, 2009). Due to the pandemic, this technique was
employed in a virtual format using the Google Meet platform. As noted by Bordini and Sperbi
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(2013), the online focus group approach offers several advantages, including cost savings and
the opportunity to maintain the participants' anonymity. In the current scenario, another
significant advantage lies in the ability to continue research without the risk of virus
transmission, as would be the case with in-person meetings.
During the interviews, questions about communication between the Municipal
Department of Education and students, parents, and teachers were addressed, as well as the
working conditions of teachers, the use of technological resources, and the distribution of food
kits to replace school meals. In addition to the interviews, a literature search was conducted on
relevant websites to enrich the discussions and support references to the Federal Constitution,
the Statute of the Child and Adolescent, and the guidelines from the Ministry of Education
regarding the emergency period.
The adoption of Focus Groups represented an attempt to get closer to the reality faced
by numerous Brazilian families, considering the concern about the strategies adopted by public
entities to ensure the continuity of education, as well as the social vulnerability of children and
adolescents. As researchers, we consider it essential to share information about the conditions
experienced during such a unique period as the pandemic. Through the testimonies and analysis
of official documents, it is possible to paint a picture of Brazilian education during this crisis.
The statements were analyzed using the discourse analysis method, as outlined at the
beginning of this set of works. This approach is characterized as interpretative research that
follows a methodology focused on constructing meanings that emerge from dialectical
interaction between active subjects and self-aware and self-reflective researchers
(CAREGNATO; MUTTI, 2006). In this process, data are situated in specific cultural and
political contexts and are contextualized within broad historical frameworks without the
adoption of causal analysis premises or logic.
Remote Teaching during the Pandemic and Learning Processes
The sudden shift from in-person to remote teaching brought several challenges that
needed to be overcome for the education sector to resume its activities. One of the initial
challenges faced at the beginning of remote teaching involved adapting the academic calendar.
To address this issue, the federal government enacted Provisional Measure No. 934, which was
later converted into Law No. 14.040, dated August 18, 2020 (BRASIL, 2020b). With the
mentioned legislation, the requirement to fulfill 200 school days was replaced by accepting 800
hours of classes per year. Under this new regulation, it was authorized to "replace ongoing in-
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person subjects with classes using means and information and communication technologies,"
following the guidelines of Recommendation No. 036 issued on May 11, 2020, by the National
Health Council (CNS), considering the context of social isolation recommended by the World
Health Organization (BRASIL, 2020c).
Emergency remote teaching was then implemented, following the guidelines established
by the Ministry of Education (MEC). With this new modality, students began to receive teacher
support synchronously or asynchronously, including the availability of immediate feedback
from the teachers. The digital resources available to teachers included the use of video
conferencing platforms, computers, and tablets, as well as various types of media files, such as
apps, videos, or podcasts. Additionally, many educational institutions provided virtual
environments to accommodate teachers and students, allowing for the creation of discussion
forums and other asynchronous activities. It is worth noting that emergency remote teaching is
distinct from Distance Education (DE), in which students receive study materials, often in a
fragmented or complete form, and conduct their learning activities at their own pace,
exclusively asynchronously, with the assistance of a tutor to understand the content, as
emphasized by Renata Costa in an interview with Rabello (2020, online, our translation):
The remote teaching currently practiced [during the pandemic] is similar to
DE only in education mediated by technology. However, the principles remain
the same as in face-to-face education. Distance education presupposes the
support of tutors in a timeless manner, a workload spread across different
media resources, and synchronous and asynchronous activities. And that is not
exactly what is being done during the quarantine.
According to Prestes (2020), in private educational institutions, there was a swift
response through the adoption of digital resources that combined recorded videos and live
broadcasts, integrative tasks, and tutor support. This response, influenced by the privileges
associated with the student's social class and financial situation, was noteworthy. Furthermore,
a quick organization, planning, and training of both teachers and students were identified. It
becomes evident that economic factors, such as parents' payment of tuition fees, along with the
need for the sustainability of educational institutions, played a fundamental role in promoting
this swift response. The educational process continued through strategies developed by
educational institutions and government entities. The reality of private schools and institutions
facilitated the implementation of remote teaching, as students' financial conditions ensured
access to the necessary technological resources and the existence of suitable home
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environments for learning. Additionally, schools could quickly transition to the virtual
environment and maintain synchronous classes.
However, it is impossible not to recognize the inherent complexity of the process,
especially concerning public schools, where the implementation of emergency remote teaching
represents a multifaceted challenge. This challenge involved public funding issues, the
socioeconomic and family conditions of students, and the need to support teachers in adapting
to this new teaching modality.
Guidelines for the implementation of remote teaching can be found in various
documents prepared by both the Ministry of Education (MEC) and the National Council of
Education (CNE). In May 2020, the MEC published Opinion CNE/CP No. 05/2020 (BRASIL,
2020d), which deals with reorganizing the School Calendar and the possibility of counting non-
face-to-face activities toward fulfilling the minimum annual workload. This document outlines
alternatives for replacing in-person classes during the pandemic, aiming to mitigate the impacts
of the education crisis. It takes into account the structural fragilities and inequalities that
permeate Brazilian society. The primary objective was to harness digital information and
communication technologies for educational purposes, reduce disparities in learning, maintain
a basic standard of quality, and achieve the learning goals set by the National Common
Curricular Base.
Regarding early childhood education, the development of guidance materials for parents
and caregivers by schools was proposed. These materials consist of educational activities with
a playful and recreational nature to be carried out at home with the children. As stipulated in
Opinion 05/2020 from the National Council of Education, "the activities, games, play,
conversations, and stories proposed should always have the intention of stimulating new
learning" (BRASIL, 2020d, our translation). In this context, the alternative of establishing
contact with parents and caregivers through digital channels, whenever possible, was
considered, with this option being regarded as "viable and feasible even for the public network
in all or certain municipalities or localities, respecting their local realities," as indicated in the
same opinion. The other alternative was delivering printed educational material, also organized
by schools and distributed to the caregivers.
For Elementary Education, various approaches were suggested, including recorded
lessons, remote assessments under the guidance of networks, schools, and teachers, the
provision of exercise lists, advice to parents and caregivers on learning objectives and daily
routines, reading suggestions for parents, the creation of age-appropriate printed materials, the
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dissemination of educational videos on online platforms, the conduct of synchronous and
asynchronous online activities, supervised self-directed studies guided by caregivers, and
homework assignments aligned with the materials used by the school.
In theory, it can be considered that the educational objectives and plans for the pandemic
period should be in line with Article 53 of the Child and Youth Statute (ECA) (BRASIL, 1990,
our translation), as this article guarantees students the fundamental right to education:
Art. 53. Children and adolescents have the right to education, aiming at their
full development as individuals, preparing them for the exercise of citizenship,
and qualifying them for work, ensuring them:
I Equality of conditions for access and stay in school;
II The right to be respected by their educators;
III The right to contest evaluation criteria, with recourse to higher school
instances;
IV The right to organize and participate in student organizations;
V Access to public and free schools close to their residence.
Sole Paragraph. Parents or caregivers have the right to be aware of the
pedagogical process, as well as to participate in the definition of educational
proposals (BRASIL, 1990, our translation).
However, it is imperative to consider various factors that significantly influence the
execution of these activities, such as the lack of access to the internet and technological
resources, the unavailability of parents to engage in their children's education, whether by
choice, work commitments, or lack of knowledge, as well as the difficulties or impossibilities
of contact with teachers for those who do not have access to such resources, among other issues.
In addition to technological resources, the importance of other essential elements provided by
schools must be considered, without which many students would be deprived, including aspects
such as nutrition, security, and emotional support.
Globally, around 390 million students benefit from school feeding policies, according
to the United Nations Food and Agriculture Organization (ONU, 2022). Over the past two
years, due to the COVID-19 pandemic, many students had this benefit suspended. Many
children depend entirely on school-provided meals as their primary source of nutrition. This
challenging period has highlighted the significance of school feeding, which has proven even
more vital than previously thought. It plays a crucial role in ensuring the conditions for students
to learn, stay in school, achieve academic success, and overcome the deficiencies resulting from
the impacts of the pandemic.
As "school feeding is a right of public basic education students and a duty of the State,"
as stated in Article 3 of Law 11,947/2009, whose development dates back to the 1950s, the
issue of school feeding has been the subject of struggles to uphold this right. Therefore, there
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is no doubt that the provision of "school meals" must be a guarantee for all public primary
education students in Brazil.
During the pandemic, in April 2020, the School Meals Law No. 11,947/2009 was
replaced by another law, No. 13,987/20. This new legislation allowed for the distribution of
food products purchased with resources from the National School Feeding Program (PNAE) to
the families of students enrolled in public primary education schools during the period of remote
learning (BRASIL, 2009; BRASIL, 2020e).
Considering the guidelines for implementing remote teaching during the pandemic and
the reflections related to the actions taken by educational institutions and public bodies, an
analysis was conducted of the statements made by mothers and teachers in the focus groups.
The feminine gender refers to the participants, as they were primarily mothers and
teachers. The mothers, for the most part, played the role of homemakers, caregivers of children,
and overseers of school activities. The teachers, on the other hand, juggled the roles of both
mother and educator, meaning they were responsible for both household chores and the
monitoring of their children, as well as the fulfillment of their duties in schools.
Results and Discussion
Despite the guidelines from the Ministry of Education (MEC) regarding education
during times of social distancing and the rights guaranteed to children and adolescents by the
Child and Adolescent Statute (ECA), the statements of the participants in the focus groups
highlighted the absence or inadequacy of government actions aimed at ensuring access to
education.
During the interviews, caregivers and teachers reported the lack of food distribution and
the irregularity of this practice during the school closure period. Additionally, there were reports
of declining quality of the provided food products. Even though the school meals law (Law
11.947/2009), Even though the school meals law (Law 11,947/2009), as mentioned above,
regulated the distribution of food during the pandemic, considering that the quality of the food
should adhere to the guidelines of the National School Feeding Program (PNAE), involving
fresh and minimally processed foods, it was observed that the distributed food baskets more
closely resembled "basic food baskets," primarily composed of non-perishable items.
Amidst a scenario filled with uncertainties related to the pandemic, increased food
insecurity, and hunger, the distribution of food baskets should not have been interrupted.
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However, the accounts of mothers and teachers indicate that there was a significant period
during which these students did not receive the food baskets. In one of the meetings, a mother
reported the replacement of basic food baskets with school meals:
Responding Mother 1:
So, it was only last year, this year, there hasn't been. Last year, regarding
school meals, a basic food basket was distributed, but it wasn't something
monthly; it was about four times if I'm not mistaken. And this year, there hasn't
been, so I don't know.
Wroblevski, Nascimento and Cunha (2020) highlight the negative impacts of food
insecurity, which ripple into academic performance, development, social skills, and children's
reading ability. This, in turn, results in delays in the educational progress of these students and
increases the likelihood of grade repetition.
Another problematic issue, as reported by caregivers and teachers, was the
communication difficulty arising from the lack of necessary technological resources for the
process (such as challenges in using apps, social networks, limited internet access, and mobile
devices), the absence of appropriate means of contact (restricted to the platform adopted by
municipalities), and the physical distance between families, students, and teachers. A mother
of a student shared her experience in this regard:
Responding Mother 2:
I did not have much ease in communicating with the teacher. In my case, with
young children, I did not receive much support. There should be better
interaction between the teacher and the student. Sometimes, they ask us to
post in the class group, like photos of the activities or videos of the proposed
tasks. We upload them, but I don't see much feedback from the teacher
regarding the students. [...] There isn't excellent communication with the
students, who are already suffering from the pandemic and the distancing;
there should be better interaction.
Even the perspective of a teacher from the same municipality shares a similar view:
Responding Teacher 1:
[...] they take the printed material home, it also creates a distance. They take
the printed material home, do it, and it stays there. They have a deadline to
bring it back to school for correction. What caused a setback, first, was the
'chat,' which was closed, and we no longer communicate with the student, and
the issue of the printed material.
The specificity of early childhood education brought additional challenges in terms of
communication. Playful school activities, including experimentation, physical activities,
outdoor play, and physical contact, characterize this stage. Mothers and teachers share their
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experiences of anxiety, irritability, and needs during this period. Teachers emphasize the lack
of direct contact with students, and the children miss interacting with their classmates. One
teacher illustrates the importance of this exchange, especially in the development of activities
and content:
Responding Teacher 2:
[...] they say, 'Miss, Miss, Miss!' and say they missed and wanted to see us
more. So, it's very nice. This exchange with them is enriching.
[...] Because based on what we gather from them, we can plan the next lessons
according to their interests.
In face-to-face education, communication and interaction beyond the academic realm
become intrinsic elements of the teaching and learning process. In this context, when classes
are predominantly conceived as vehicles for transmitting theoretical knowledge, students may
become bored and inattentive. Therefore, remote learning experiences must be carefully
planned to allow students to absorb content to the fullest while maintaining vital social and
emotional relationships.
In the second year of distance learning, there were reports of improvement in this
situation. A group of teachers mentions the implementation of active outreach to students, a
process that began during this period, and the creation of strategies to reestablish and strengthen
the bonds between students and teachers. Faced with the lack of feedback from students,
teachers started seeking contact with families and the students themselves to understand what
was happening. As a result, schools are observing increased engagement from both students
and parents, as expressed by one teacher:
Responding Teacher 3:
Education policy this year is very different, which is what should have started
last year. So, we're still behind because of last year [...], we're starting this
process now, but we've already made much progress. The children have been
doing wonderful things, and the parents are more present now, so things are
flowing very well.
However, this was not the reality found in all the municipalities where the research was
conducted. The truth for most involves difficulties and distance between teachers and students
during remote learning. A teacher says:
Responding Teacher 4:
Last year, in the Terra das Azaleias,
we had a 'chat,' we did it, we attended
to the students; it happened in a class of [...] thirty-five students, and we had
Fictitious name of the municipality.
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seven students who accessed. So, we could interact with thirty-five students;
only seven students accessed. [...] Then, there were problems with the
platform. The government changed, as you saw, and it didn't receive the
maintenance it should have had, so we cut the chat, and this year, it only has
the forum. Toward the end of last year, we already lost the 'chat.' The forum
assists, but we don't have the 'feedback' (much better feedback). We can't talk
to the student or the parent."
As for the transition from in-person to remote and the use of online teaching platforms,
two points were most common: the lack of available resources and the lack of familiarity among
teachers and parents with technological resources. Regarding the first point, there were
complaints about the inability to incorporate video lessons and audio, which led teachers to turn
to social media as the primary communication tool. A teacher lists some of the difficulties faced:
Responding Teacher 5:
We greatly miss having an educational platform because 'WhatsApp' doesn't
provide us with that security; it's precarious, so that's a significant absence.
But it's just a matter of time; things will fall into place and get better."The
second point takes the form of a lack of understanding of information
technology: "When it was time to log into the platform, it was a shock. What
a horrible feeling with this technology issue; I did not know at all. So, I was
forced to log in; either you login to get the activity, or you go without it."
Additionally, there was a lack of support and training from the education
authorities for the teachers; we received approval from the pedagogical side
but not the technological side.
A mother also expresses technology difficulties faced by other caregivers:
Responding Mother 3:
When it was time to log into the platform, it was a shock! What a horrible
feeling with this technology issue; I did not know at all. So, I was forced to log
in; either you login to get the activity, or you go without it.
Another relevant point concerns those who couldn't access the teaching platform and
were limited to using printed materials provided by the schools. As mentioned earlier, most
public school students lack synchronous internet access and don't have a technological device
enabling them to access all the content provided by the schools. A teacher makes a significant
observation in this regard, based on their experience: "We know that some people aren't even
on 3G yet; they haven't even reached 3G" (Responding Teacher 6). For these students, their
primary access to curriculum content was through printed materials, but the transmission of
knowledge was affected, according to the teacher:
Responding Teacher 7:
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[...] We know that many of these ethical and moral values are being worked
on in some workbooks, but the actual learning we want to have in math,
Portuguese, and other subjects is severely lacking. I don't think it's happening.
This situation is worrisome for teachers, who consider the future lag they will face with
students in the coming years, as confirmed by the statement:
Responding Teacher 8:
Even with workbooks, without teacher interaction, the pedagogical lag is
substantial, and it won't be any different. When these children return to
normalcy, schools and we, as an education authority, will have to think about
how to catch up.
This concern also affects caregivers, especially when compared to the experience of
private school students who have financial and technological resources at their disposal. One
mother reports:
Responding Mother 4:
I have friends with children in private schools, and they have been having
online classes since the beginning of the pandemic. Then, it became a hybrid;
those who were at home were watching the class in real time. Some are in the
classroom, and some are at home, but everyone is having that class and
learning new things. This worries me because these are socially advantaged
children, and this should be happening in private schools while those in public
schools are not having it, so what will the future be like? Social inequality is
deepening.
This lag will be observed and experienced in practice, as there were no concrete
assessments during the period of remote learning. One teacher complains about this:
Responding Teacher 9:
There was no kind of assessment; there was a qualitative diagnostic
assessment that the municipality provided, but it was just for show... There
are three random questions from the content; they answered them themselves,
and I didn't get any feedback, I don't know if the preschoolers got any
feedback.
Article 53, clauses I and V, of Law No. 8,069/90 establish "equality of conditions for
access and permanence in school" and "access to free public school." Moreover, Article 54,
clauses V and VII, respectively, of the same legal provision state that the state must ensure
"access to higher levels of education, research, and artistic creation, according to the capacity
of each individual" and also "attendance in elementary education through supplementary
programs of teaching materials, transportation, food, and health care."
Based on the findings of this research, it can be asserted that there has been a violation
of fundamental rights. There was no regular distribution of food; access to education was not
The access to education and the right’s violation: Insertion´s consequences of emergency distance learning during the COVID-19 pandemic
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widely guaranteed, as students and their families could not access the resources provided by the
school when needed due to the lack of technological resources and internet access by the public
authorities. Communication between students and teachers was not sufficiently and effectively
ensured, resulting in a decline in the quality of education.
Final considerations
Based on the results obtained, it becomes evident that the current state of education is
complex and requires reevaluating the direction of education in Brazil. By highlighting
inequalities, issues, and challenges, this research unveils a country permeated by fragilities,
contradictions, and emergencies, especially in the context of education, encompassing issues
related to students, the challenges faced by teachers, and the nature of educational policies and
projects.
In this challenging context, both teachers and students face significant obstacles, such
as a lack of internet access, technological devices, and parental and institutional support, among
others. To overcome these difficulties, applying creativity and various strategies is necessary to
enable the development of educational activities. Furthermore, distractions, difficulty in
comprehending and assimilating content, and the absence of a suitable study environment
negatively impact students' academic performance, contributing to a lack of motivation in the
remote learning process.
These issues are exacerbated when considering that, in the future, students who face
resource scarcity will compete for university admissions and job opportunities with individuals
with access to resources that facilitate their learning. Therefore, the public authorities need to
develop strategies that ensure the rights of all students and, at the same time, mitigate the future
impacts caused by inequality during the pandemic.
Hence, the need to provide and enhance access to the internet and technology, especially
in more remote regions of the country, becomes of utmost importance. This not only facilitates
the dissemination of knowledge but also creates more opportunities for the inhabitants of these
areas.
The pandemic has also underscored the importance of teachers and other education
professionals, who should be duly valued, given that these categories have faced significant
challenges in the battle against the coronavirus. They have not only worked in the healthcare
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sector but have also played a crucial role in maintaining activities essential for the subsistence
and progress of the country.
In this way, it has become evident that the social groups most affected by their right to
education in Brazil were ethnic minorities, students in rural areas, and those with low income.
These students already faced difficulties in accessing education before the pandemic, and the
context of COVID-19 exacerbated these difficulties. However, inequality cannot be used to
justify ineffective provision or the absence of schooling because equality can only be achieved
through proper and inclusive education for all.
REFERENCES
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CRediT Author Statement
Acknowledgements: We would like to express our gratitude to the teachers and family
members who willingly participated in our study.
Funding: This research received no financial support.
Conflicts of interest: There are no conflicts of interest to disclose.
Ethical approval: The research was submitted to the Ethics and Research Committee of
the University Center of Barra Mansa and approved under protocol number 4426858.
Ethical parameters were strictly adhered to throughout the research process.
Data and material availability: The data and materials used in this work are available for
access upon request via the authors' email.
Authors' contributions: Amanda Almeida Duarte: Contributed to the final drafting of the
article. Camila da Silva Costa: Participated in data collection, organized the material
identified in the research, and contributed to the final drafting of the article. Milene Santiago
Nascimento: Supervised the research and article development and conducted the last
review.
Processing and editing: Editora Ibero-Americana de Educação.
Proofreading, formatting, normalization and translation.