A taça de ouro, de Henry James

a sintaxe e a semântica do espaço modernista desestabilizando a atenção do leitor

Autores

  • Natasha Vicente da Silveira Costa UFJ – Universidade Federal de Jataí. Instituto de Ciências Humanas e Letras. Jataí – Goiás – Brasil.

Palavras-chave:

Henry James, Espaço, Sintaxe, Semântica, Modernismo, Atenção do leitor

Resumo

As obras de Henry James (1843-1916) são frequentemente consideradas precursoras do modernismo literário de língua inglesa devido ao tratamento da consciência. Para representar a atividade mental das personagens, James utiliza frases longas e sinuosas, ambiguidades e sutis inversões na ordem das palavras. Como resultado, a linguagem que ele emprega se torna esteticamente centrada em si mesma. A partir dessa ideia, nosso objetivo é analisar como James utiliza essas técnicas para elaborar linguisticamente a categoria narrativa do espaço no romance A taça de ouro [The golden bowl], publicado em 1904. Propomos que o autor antecipa o modernismo literário ao empregar a sintaxe e a semântica para construir o espaço – ou a dimensão material ao redor das personagens – de uma maneira específica. Para realizar essa análise, baseamo-nos nas considerações de Luis Alberto Brandão (2013), Kate Stanley (2013), Stephen Kern (2011), Malcolm Bradbury e James Mcfarlane (1991) e Mary Cross (1981). Como resultado, verificamos que a espacialidade de A taça de ouro, por fazer parte de uma estrutura narrativa que privilegia o próprio meio, afasta-se da mera representação empírica ou acessória da realidade material. Em vez disso, a espacialidade ganha destaque formal ao interromper ativamente as continuidades linguísticas esperadas e desestabilizar a atenção do leitor.

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Publicado

02/08/2023

Edição

Seção

Tema Livre