Subjetividade, melancolia e realismo
leitura de O verão tardio, de Luiz Ruffato
Palavras-chave:
Realismo, subjetividade, tempo, melancoliaResumo
Este trabalho propõe a análise das relações temporais e da hostilidade do universo circundante vivenciada pelo narrador-protagonista de O verão tardio (2019), de Luiz Ruffato. Propomos que o realismo nesta obra se dá não pela riqueza de detalhes com que o narrador descreve o mundo à sua volta, ou pela objetividade do relato vinculado a críticas e anotações sociais, mas antes pela subjetividade de um olhar particular – e, portanto, limitado – sobre o mesmo mundo. O tom confessional da narrativa em primeira pessoa é o primeiro elemento para estabelecer-se empatia entre o leitor e o protagonista - homem melancólico, cujas sensações físicas estão à flor do texto e cujos gestos mecânicos e repetitivos questionam o valor da adequação às expectativas sociais, e a relação entre o sujeito, seu passado e (des)esperança no futuro. Contamos com o respaldo teórico das discussões de Schøllhammer (2009, 2012, 2020) acerca do realismo afetivo como tendência na literatura brasileira recente (à qual alinhamos nossa leitura do romance), de observações críticas de Pellegrini sobre a obra de Ruffato e das contribuições de Ginzburg (2012, 2017) a respeito do narrador e da violência e melancolia como elementos constitutivos das relações através da história da literatura e da sociedade brasileiras.
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