Análise do soneto “A fragilidade da vida humana” e dos espectros da poesia seiscentista portuguesa
Palavras-chave:
A Fênix Renascida, soneto, seiscentista, antíteses, existencial, fragilidadeResumo
Alvitra-se com esta análise decifrar e assimilar pormenores do soneto “A fragilidade da vida humana”, de autoria concebida ao poeta Francisco de Vasconcelos, presente no mais relevante cancioneiro português A Fênix Renascida – elaborado por Matias Pereira da Silva, publicado entre 1716 e 1728. Vide os estudos realizados por Micaela Ramon, Cidália Dinis e Segismundo Spina, este trabalho brevemente caracteriza A Fênix Renascida como um inventário da língua, dos principais recursos líricos e temáticas comuns entre as produções poética do período, absorventes do contexto histórico-religioso instável do século XVII, trivialmente designado como “Barroco”, entretanto que será retificado consoante ao que engendra Adma Fadul Muhana, Maria do Socorro Fernandes de Carvalho e João Adolfo Hansen. Ademais, para viabilizar a construção de uma ótica interpretativa e individual sobre o soneto, para além das concepções estruturais assentes por José de Nicola e Ulisses Infante, a estilística do uso de antíteses, paradoxos e hipérbatos pontuada por Afrânio Coutinho e de símbolos paralelos e comparativo com renomadas obras como Os Lusíadas de Luís de Camões e Odisseia de Homero, busca-se integrar a questão da frágil, pessimista e cética vida humana perante o preestabelecimento de morais e perspectivas existenciais em concordância ao severo vazio do fim.
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