Gilberto Gil e Haroldo de Campos: In(con)fluências, transcriação da canção

Autores

  • Heloísa Pezza Cintrão

Palavras-chave:

Gilberto Gil, Tradução de canção, Haroldo de Campos, Transcriação, Tropicália, Antropofagia, song translation, Transcreation, Anthropophagy

Resumo

Entre 1967 e 1968, Gilberto Gil e Caetano Veloso encabeçam a Tropicália, movimento de vanguarda na MPB. Na fase tropicalista de suas participações em festivais, Gil e Caetano haviam tido contato com os poetas concretos. A letra da canção “Batmakumba” de 1968, composta em parceria pelos dois líderes do Tropicalismo num apartamento de São Paulo, é um poema concreto. Os concretistas também contribuíram para entusiasmar os baianos com Oswald e sua Antropofagia. Já mostrava vocação antropofágica o Gil que em 1967 havia sonhado combinar as eletrificadas inovações musicais estrangeiras com o que havia de mais autóctone; o Sargent Pepper’s dos Beatles com a Banda de Pífanos de Caruaru. Antropofagia, Transcriação e Tropicália convergem na incorporação do estrangeiro como alimento revitalizador para a arte nacional. Abordaremos esse ponto de contato da perspectiva de certas ressonâncias no trabalho posterior de Gil, como tradutor de canções. Há importantes semelhanças entre a tradução poética e a tradução da canção, e algumas versões de Gil evocam idéias dos irmãos Campos em dois aspectos: nos procedimentos utilizados ao traduzir e na própria escolha das canções a serem traduzidas, que parecem selecionadas tendo em vista certas contribuições para o sistema semiótico de chegada.

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Publicado

20/12/2007

Edição

Seção

Artigos