Desterritorialização do "eu" em contos de Caio Fernando Abreu

Autores

  • Gabrielle da Silva Forster

Palavras-chave:

Caio Fernando Abreu, Dobra deleuziana-guattariana, Contos,

Resumo

A subjetividade que se figura ficcionalmente na obra de Caio Fernando Abreu não pode ser compreendida na forma de um Cogito cartesiano, pois ela expressa uma experiência subjetiva e modos de subjetivação específicos que não se referem a um sujeito pessoal, mas à maneira que uma determinada relação de forças produz a curvatura. Sendo assim, o conceito deleuziano de dobra é uma importante ferramenta para compreender a experiência subjetiva que se ficcionaliza na obra do escritor. Como na sua produção artística, a imagem clássica de sujeito universal é substituída pela de pensamento-acontecimento, no qual o exterior é inseparável do interior, o movimento que se processa em seus contos inclui a interpenetração do dentro e do fora, podendo por isso colocar-se contra o aparelho de Estado. É no intuito de compreender a produção artística do escritor como máquina de guerra que pretendo analisar alguns de seus contos, nos quais os personagens se aproximam dos visionários indicados por Deleuze e Guattari: percebem o intolerável em uma situação e abrem assim um novo campo de possíveis.

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