Autoinvestigação e subjetividade nos Ensaios de Montaigne

Autores

  • Carlos Roberto Ludwig UFT – Fundação Universidade Federal do Tocantins. Porto Nacional, TO – Brasil.

Palavras-chave:

Ensaios de Montaigne, Autoinvestigação, Subjetividade, Escrita de si,

Resumo

A criação dos Ensaios por Montaigne, como uma forma literária inovadora, gerou grande impacto em sua época. Montaigne busca representar a subjetividade através de uma nova forma literária, cujos traços são notadamente o uso da linguagem sem atrelar-se às formas retóricas convencionais, uma forma aberta que possa representar a subjetividade. Além disso, a escrita dos Ensaios torna-se a escrita de si mesmo, numa linguagem e forma que comportem a subjetividade, pensamentos, ideias, flutuações interiores. Montaigne considerava que o comportamento humano, bem como as dimensões interiores do sujeito eram conteúdos estéticos que necessitavam de uma forma aberta, livre das amarras da retórica convencional. Por isso, criou o Ensaio para representar e investigar as dimensões mais profundas do sujeito. Nesse artigo, analisarei elementos dos ensaios, nos quais Montaigne adentra nos meandros da consciência, dos sentimentos e do pensamento, sugerindo nuances e matizes da subjetividade. Discutirei como Montaigne representa a subjetividade, detalhando elementos obscuros e incontroláveis do pensamento e das sensações, como também contradições, flutuações, ambiguidades inerentes à subjetividade.

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