A Vênus de Ille, de Prosper Merimée: um elemento exótico na criação da narrativa fantástica

Autores

  • Maria do Carmo Faustino Borges UEM – Universidade Estadual de Maringá. Departamento de Letras – Programa de Pós-graduação em Letras. Maringá – PR – Brasil.

Palavras-chave:

Fantástico, Sociedade, Real, Irreal, Ambiguidade,

Resumo

O conto A Vênus de Ille, de Prosper Mérimée, é o objeto de estudo para uma abordagem de elementos da Literatura Fantástica. Fazemos uma leitura do supranatural que centraliza a narrativa e o desenvolvimento da temática: uma estátua de Vênus, personagem da cultura greco-romana inserida no cotidiano dos cidadãos de Ille, no século XIX, criando o mistério na relação dialógica entre o mundo real e a realidade daquilo que pensamos. Deste modo, acontecem eventos insólitos, permeados pela estranheza, pela dúvida, pela ambiguidade, o que possibilita ao leitor o questionamento sobre valores sociais estabelecidos. Trazemos excertos do conto e reflexões de teóricos como Tzevetan Todorov, Irène Bessière, Antoine Faivre, Louis Vax, Jean Molino, com o objetivo de observar a construção do fantástico a partir da estátua animada e o mundo real, na articulação de motivos para alcançar um assunto central, o casamento. Concluímos que o gênero fantástico não se compromete com respostas ou explicações para os acontecimentos. Trata-se de um jogo de palavras criado no universo ficcional, portanto desvinculado da razão, mas dentro do mundo real, com a finalidade de denunciar irregularidades do capitalismo.

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Publicado

14/11/2017

Edição

Seção

Artigos