A figura feminina em alguns poemas de O Spleen de Paris, de Charles Baudelaire

Autores

  • Dieumettre Jean Doutorando em Estudos Literários. UNESP - Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”. Faculdade de Ciências e Letras. Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários. Araraquara – SP – Brasil.

Palavras-chave:

Figura feminina, O Spleen de Paris de Baudelaire, A mulher selvagem e a pequena amante, Retratos de amantes, O garante atirador,

Resumo

Sabe-se que, multissecular é a temática da figura feminina na poesia. Porém, se na tradição poética, ela tem sido considerada como fonte de admiração, de exaltação, de inspiração, a Modernidade poética, com Baudelaire, busca romper com essa tradição, apresentando-a ora como objeto de admiração, de exaltação, de sedução e de inspiração, ora como fonte de decepção, de maldade, de horrores mais terríveis. Com base nessas premissas, este artigo analisa o modo pelo qual a imagem da mulher é caricaturada em alguns poemas de O Spleen de Paris: Pequenos poemas em prosa (1869), de Baudelaire. A pedra-de-toque dessa análise são estes poemas: “A mulher selvagem e a pequena amante”, “Retratos de amantes”, “O Garante Atirador”. Nesse viés, apoiado em Faria (2001), Pires (2009), Paixão (2010), Strömberg (2012), Brandão (2014), tal análise inicia-se com algumas notas prévias sobre Baudelaire; em seguida, apontam-se algumas considerações sobre o lugar da temática de mulher e, enfim, apresenta-se uma leitura interpretativa dos poemasalvo à luz da figura feminina. O cotejo entre esses poemas demonstrou exaltação, admiração e, ao mesmo tempo, desprezo, diabolização, rebaixamento da figura feminina. Essa duplicidade de representação, a um tempo, permitiu explorar tensões, contradições das quais a poesia baudelairiana está imbuída e abordar essa poesia como lugar de pensamento.

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Publicado

10/03/2020

Edição

Seção

Artigos