Jean d’Ormesson e a errância moderna de Ahasverus
Palavras-chave:
Jean d’Ormesson, Judeu errante, Ahasverus, Mito, Lenda, Literatura francesa contemporâneaResumo
Ao reunir a lenda à história, a ficção à realidade, o passado ao presente, d’Ormesson (re)cria os mais diversos fatos e situações com habilidade, humor e ironia. Associando mitos, lendas e subentendidos históricos aos múltiplos avatares atribuídos ao mítico Errante, nas mais variadas épocas, línguas e culturas, d’Ormesson desperta a curiosidade e a imaginação do leitor, conduzindo-o em um delicioso “passeio” histórico e cultural. Sua escrita fluida e elegante, marcada pela intertextualidade e pelo constante diálogo com outras artes, aborda temas como a vida, a morte, o amor e o tempo, num paralelo entre o Errante e a humanidade em sua constante evolução. De alegoria popular a mito exemplar cristão, passando da culpabilidade à errância consoladora, da aceitação à revolta, atraindo ora o desprezo ora a compaixão ao longo dos séculos, Ahasverus, desmistificado, descobre-se assim em d’Ormesson como depositário de suas múltiplas metamorfoses. Herdeiro de seus próprios avatares, o mítico Errante desmistificado integra a narrativa moderna enquanto homem que reconhece seus limites e expõe suas incertezas.
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