René Maran e o conteur crioulo

Autores

  • Jéssica Pozzi Mestranda em Letras. UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Programa de Pós-Graduação em Letras. Porto Alegre – RS – Brasil.

Palavras-chave:

René Maran, Crioulidade, Conteur crioulo, Oralitura

Resumo

Apesar do reconhecimento dos importantes movimentos literários arquitetados desde as Antilhas Francesas a partir dos anos 1930 – Negritude, Antilhanidade, Crioulidade –, René Maran tem sido categorizado de maneira geral pela crítica como um escritor africano. É evidente que a notoriedade e o reconhecimento que têm recebido as produções literárias dos países africanos é de suma importância para difusão da diversidade de histórias e culturas do sistemamundo, e, por isso também, destacar a identidade antilhana se mostra importante a fim de não reproduzir a premissa racista, oriunda da empresa colonial, da civilização contra a barbárie que pressupõe unicamente uma relação entre África- Europa, como afirma Condé (2009), quando se tratando da identidade do sujeito antilo-guianense na contemporaneidade. Analisando a obra de Maran e, mais precisamente, o romance que lhe concedeu o prêmio Goncourt, Batouala (1921), percebe-se, no entanto, aproximações com aquela que foi a primeira manifestação de cunho literário desse novo sujeito nascido do horror da escravização nas Américas: a Oralitura. Este trabalho busca, portanto, demonstrar essas semelhanças entre o romance maraniano e a figura do conteur antilhano, para enfim ressaltar sua identidade crioula, aproximando-o, portanto, dos estudos literários e culturais que têm sido desenvolvidos em língua francesa nas Américas.

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Publicado

16/03/2022

Edição

Seção

Artigos