O amor revolucionário em Les Misérables
o discurso de Enjolras e a transformação de Grantaire
Palavras-chave:
amor, Enjolras, Grantaire, discurso, transformaçãoResumo
Em Les Misérables (1862), de Victor Hugo, a personagem Enjolras, líder insurgente que transforma, política e historicamente, a comunidade em que se insere, expressa absoluta devoção à causa republicana discursando em nome de um futuro em que o amor reinará. Em seu último discurso nas barricadas, prestes a morrer na luta contra a guarda real, o revolucionário glorifica o amor e o torna fundamento do “lugar nenhum” inerente à ideia de utopia que orienta suas ações no romance, bem como medeia suas relações com os demais insurgentes republicanos. No texto narrativo, a devoção e o sacrifício pela causa revolucionária são alegorias da caridade (ágape, amor de dileção); a República, afirmada como mãe, e a Pátria, tratada por amante, são, respectivamente, alegorias do amor materno e romântico. Grantaire, por sua vez, é o jogador libertino, bêbado que desdenha dos ideais revolucionários, personagem encarnação do ceticismo, antagônico à utopia, mas que, por afeição a Enjolras, transforma-se a ponto de se converter à causa republicana em seu momento derradeiro, decidindo morrer ao lado do amigo.
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