Silêncio e revelação na escrita de Marguerite Duras

Autores

  • Karina Ceribelli Roy Doutora em Estudos Linguísticos, Literários e Tradutológicos em Francês. USP – Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. São Paulo – SP – Brasil. 05508-000

Palavras-chave:

Duras, Infância, Incesto, Voyeurismo, Escrita, Camadas,

Resumo

A infância vivida na Indochina francesa é um tema recorrente na obra de Marguerite Duras (mesmo nos livros cujo tema, aparentemente, não trata desse assunto). Este artigo pretende mostrar que a história sobre a família da escritora sempre esteve presente em sua obra, do início ao fim de sua carreira. No entanto, ela foi diversas vezes reformulada, levando o leitor a acreditar que a escritora estava contando outra história. Mas, na verdade, Duras nunca deixou de contar a mesma história, só que de uma maneira diferente. Durante muito tempo, ela manteve secreto dados que foram revelados em 1984 com a publicação de L’Amant. Duras explica que estas informações poderiam ter sido extremamente constrangedoras aos seus familiares se tivessem sido reveladas enquanto eles eram vivos. Nota-se, portanto, uma característica interessante na criação literária de Marguerite Duras: as várias camadas da sua escrita. Ao esconder certos fatos da sua infância, a escritora criou artifícios para não expor sua família; isso fez com que suas histórias tivessem várias versões que escondem uma história de amor incestuoso.

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