Migrações literárias: estrangeiros que escrevem em francês. A obra de Vassilis Alexakis, um escritor em diálogo com suas línguas

Autores

  • Ligia Fonseca Ferreira UNIFESP – Universidade Federal de São Paulo. Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas – Departamento de Letras (Área de Língua e Literatura Francesa). Membro do GEDI – Grupo de Estudos Diálogos Interculturais do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo. Guarulhos – SP – Brasil. 04021-001

Palavras-chave:

Vassilis Alexakis, Literatura e interculturalidade, Autobiografia, (I)migração, Língua materna X língua estrangeira, Autotradução, Francofonia,

Resumo

Nos últimos anos, vem crescendo o número de escritores que adotam uma língua “estrangeira” como língua de criação. As obras produzidas dentro do que chamamos de “migrações linguístico-literárias” encerram um instigante diálogo intercultural entre a língua-cultura materna e a língua-cultura de adoção, em meio a deslocamentos dentro de territórios geográficos e identitários. Alguns escritores debruçam-se criticamente sobre esta experiência pessoal e singular que os situa, apesar das semelhanças, num plano privilegiado e distinto em relação ao dos sujeitos envolvidos nas migrações internacionais contemporâneas. Focalizaremos aqui o caso de Vassilis Alexakis, cuja obra, dos anos 1990 para cá, se destaca no conjunto da produção de outros autores estrangeiros no campo literário francês. Escrevendo igualmente em grego, ao urdir suas narrativas com os fios dos dilemas, angústias, prazeres e descobertas promovidas pela passagem de uma língua e de uma cultura a outra, o autor nos convida a refletir com ele sobre a instabilidade atual dos conceitos de língua ‘materna’ e de literatura ‘nacional’, questão também presente em outros espaços.

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