Inabilidade das formas, infantilidade da linguagem: Artaud e Bataille

Autores

  • Osvaldo Fontes Filho UNIFESP – Universidade Federal de São Paulo. Departamento de História da Arte. Guarulhos – SP – Brasil. 07252-312

Palavras-chave:

Inabilidade das formas, Infantilidade da linguagem, Literatura, Georges Bataille, Antonin Artaud,

Resumo

Dentre as palavras de ordem do modernismo, uma das mais radicais terá sido aquela que preconiza a ruptura com toda justeza da expressão. O trato desimpedido com o que Artaud chama a “inabilidade lastimável das formas” permitiria, tanto o grafo violento e irônico contra o suporte de representação, quanto o maltrato da linguagem por toda ordem de alterações e violações da sintaxe. O intento desperta para uma “meticulosa infantilização”, por assim dizer, dos saberes citacionais, referenciais, reverenciais: assumido primitivismo nas artes visuais; jogo caprichoso e arrevesado do signo nas literaturas. Este artigo percorrerá dois lugares (Bataille e Artaud) de reivindicada inabilidade e alteração formais de modo a avaliar a fortuna de grafias desimpedidas de toda caligrafia e de grafos organizados sobre suportes nada íntegros. Assim, assemelhados procedimentos de transgressão no texto e na imagem, das bricolagens do autorretrato literário às múltiplas deposições de grafemos, procurar-se-á desvelálos em algumas de suas prerrogativas, ali onde concorrem, cada qual a seu modo, para a deriva das linguagens transitivas.

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