Fazer ciência, fazer história: Florestan Fernandes, L. A. Costa Pinto e a sociologia da mudança social no Brasil
Autores
Patrícia Olsen de Souza
IFSP – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – Campus Matão – SP – Brasil
Palavras-chave:
Florestan Fernandes, Costa Pinto, Sociologia, Desenvolvimento, Mudança Social, Marginalidade Estrutural,
Resumo
Este artigo discute as abordagens teóricas e interpretativas de Florestan Fernandes e L. A. Costa Pinto sobre a mudança social no Brasil. Os dois sociólogos participaram ativamente do debate intelectual sobre o desenvolvimento travado nas décadas de 1950 e 1960, momento decisivo para a implantação do capitalismo no Brasil, marcado pela disputa de projetos sobre os rumos do país em meio à crescente articulação da sociedade civil. Nesse contexto, distanciando-se do nacionalismo hegemônico no debate intelectual e a partir de perspectivas distintas – próximas em alguns pontos, distantes em outros – Fernandes e Costa Pinto pensaram a particularidade da mudança social nos países subdesenvolvidos, enveredando-se no debate de questões epistemológicas sobre os procedimentos adequados para a sociologia contribuir com o processo de mudança social em curso, pois, para os dois autores, o conhecimento sociológico, além de produto, era visto também como coprodutor da história. Por meio de seus trabalhos teóricos e interpretativos Florestan Fernandes e Costa Pinto constituíram-se em construtores privilegiados do léxico-linguístico pelo qual a sociologia pensou a mudança social no Brasil e na América Latina nas décadas de 1950 e 1960.