O teatro de Alencar e a imaginação da sociedade brasileira
Autores
Antonio Herculano Lopes
Palavras-chave:
José de Alencar, Teatro brasileiro, Século XIX, Mulher, Escravidão, Modernidade, Tradição
Resumo
O teatro de José de Alencar expressa as preocupações do autor com a formação da sociedade brasileira e a idéia de nação. À diferença de seus contemporâneos, Alencar não hesita em pôr a escravidão em cena, o que faz em O demônio familiar e Mãe. Em O crédito, é o horizonte de um capitalismo anunciado que interessa seu olhar. Seu modelo é o teatro realista francês, centrado nos temas que preocupam a burguesia – dinheiro e amor. Mas Alencar não se limita a transpor para os palcos do Rio o que se produz em Paris. De seu teatro se extrai uma reflexão sobre os rumos da sociedade brasileira em momento de prometida transição entre o passado colonial patriarcal e o futuro capitalista burguês. No centro dessa reflexão está o papel da mulher – e por extensão da família – na construção de uma sociedade que deveria ao mesmo tempo civilizar-se e manter-se fiel às suas tradições. Essa “questão feminina” em Alencar aparece em Rio de Janeiro, verso e reverso e, sobretudo, em As asas de um anjo.