Em busca do "novo": movimentos sociais no pensamento social brasileiro dos anos 1970/80

Autores

  • Marco Antonio Perruso

Palavras-chave:

Pensamento social brasileiro, Intelectuais, Movimentos sociais, Cultura política, Esquerda brasileira,

Resumo

Durante as décadas de 1970 e 1980 uma parte do campo intelectual brasileiro, composta em grande medida por cientistas sociais com intensa vida acadêmica e vinculados, política e ideologicamente, com a esquerda, passou a dedicar-se ao estudo dos movimentos populares, notadamente o movimento sindical e os movimentos sociais urbanos. Vários desses intelectuais prestaram assessoria e outros tipos de apoio aos movimentos populares, inclusive por meio de organizações intelectuais engajadas como o CEDEC e o CEDI. Nesse processo foram recorrentes a utilização de conceitos como “novo sindicalismo” e a caracterização, mais vaga, dos “novos” movimentos sociais urbanos. Havia uma destacada ênfase intelectual no “novo” emergente em tais movimentos. A aproximação com o campo popular, a crítica à esquerda predominante no pré-64 e a adoção de um padrão universitário de investigação ajudaram a promover uma significativa desenvoltura em termos de pesquisa empírica e reflexão fenomenológica a respeito do movimento sindical e dos movimentos sociais urbanos. Em termos intelectuais, reconhecia-se em ambos os movimentos a legitimidade e a autonomia das experiências de setores subalternizados da sociedade brasileira. Assim, essa parte do campo intelectual renovou decisivamente o pensamento social brasileiro dedicado à compreensão da constituição e desenvolvimento dos atores sociais nacionais de cunho popular

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