O objetivo deste texto é mostrar como os princípios modernos de liberdade e individualidade conformam a base
de uma metafísica do trabalho realizada por Georg Simmel. A
configuração de tais princípios, desdobrados nos ideais de
singularidade e autenticidade, impõe aos indivíduos modernos
um imperativo incontornável de auto-experimentação e auto-
realização cujas conseqüências ontológicas são paradoxais. Com o auxílio de investigações recentes feitas por Axel Honneth, é possível compreender de que modo a promessa de liberdade qualitativa, neste contexto, se transforma em um tipo de liberdade negativa que acaba sendo fundamental para a sutil legitimação do capitalismo contemporâneo.