Liberdade e civilização no pensamento político de José de Alencar
Autores
David Simões
Palavras-chave:
José de Alencar, Liberdade, Civilização, Escravidão, Pensamento político brasileiro,
Resumo
A discussão sobre a emancipação do escravo no final da década de 1860 suscitou vasta produção bibliográfica a respeito do tema da escravidão. Um dos expoentes desse debate foi José de Alencar. Romancista e político conservador, ele posicionou-se contra a tentativa de emancipação dos nascituros, proposta pela Lei do Ventre Livre, em 1871. Defendendo uma emancipação espontânea, pela revolução social dos costumes, Alencar argumentou que a escravidão possuía uma missão civilizatória e que, a seu tempo, permitiria ao escravo civilizar-se pelo trabalho, habilitando-o a apreciar a liberdade como ser independente e racional. Liberdade e civilização aparecem como conceitos chave de sua elaboração teórica, os quais não podem ser perfeitamente compreendidos sem levar-se em consideração, primeiramente, a construção de uma identidade nacional pelo romantismo brasileiro do século XIX, visto que Alencar nela se inseriu e, em segundo lugar, o arcabouço teórico mais amplo de José de Alencar contido em sua obra política, O sistema representativo, de 1868.