Da falsa harmonia à fala franca
as agressões verbais em campanhas eleitorais presidenciais
DOI:
https://doi.org/10.1590/1981-5794-e13984Palavras-chave:
discurso político, campanha eleitoral, agressividade, violência verbal, fala francaResumo
Este artigo, partindo dos pressupostos teóricos dos estudos do discurso, sob uma perspectiva foucaultiana, visa investigar o funcionamento e a possível intensificação da agressão verbal nas duas últimas campanhas eleitorais presidenciais ocorridas no Brasil nos anos de 2014 e de 2018, consideradas muito violentas pela percepção dos brasileiros. Para tal, ampara-se no conceito de acontecimento discursivo, que está estreitamente ligado às condições de emergência, uma vez que os enunciados são produzidos a partir de um regime de enunciabilidade. Esses enunciados estão inescapavelmente inscritos nos quadros históricos e sociais de sua constituição, a partir dos quais são examinados, considerando suas formulações e formas de circulação. Resultados indicam que, com base nos excertos analisados, extraídos de debates televisivos das campanhas eleitorais de 2014 e de 2018, a construção discursiva de uma falsa harmonia tende a expressar um equilíbrio nas relações polêmicas próprias do discurso político, em especial em situação de campanha eleitoral. A fala franca, por sua vez, sob a máscara da autenticidade, e, por extensão, do ser-verdadeiro, atua como uma estratégia do discurso político reveladora do discurso autoritário, vindo a obliterar a possibilidade de um jogo político pautado em trocas argumentativas.
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