A invenção colonial das línguas da América

Autores

  • Cristine Gorski Severo UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina - Departamento de Língua e Literaturas Vernáculas. Florianópolis - Santa Catarina - Brasil. 88040-900

DOI:

https://doi.org/10.1590/1981-5794-1604-1

Palavras-chave:

Línguas indígenas, Português, Espanhol, Colonização, América, Missões cristãs,

Resumo

Trata-se de uma proposta que visa discorrer criticamente sobre o processo colonial de discursivização das línguas na América. Considera-se que tal discursivização integrou o dispositivo colonial ibérico, centrado na Espanha e em Portugal, a partir do século XVI. O texto apresenta e discute a maneira como as línguas e os povos foram discursivizados a partir de uma matriz de poder centrada na lógica da modernidade/colonialidade. São tomados como exemplos dessa discursivização a produção de gramáticas, dicionários, listas de palavras, catecismos, além de uma profusão de traduções de gêneros europeus religiosos e administrativos para o contexto não-europeu. Defende-se que a discursivização colonial implicou o enquadramento dos povos e línguas em uma chave de interpretação eurocêntrica, gerando efeitos ainda vivos contemporaneamente. O artigo apoia-se no referencial teórico da Linguística colonial e da Crítica pós-colonial latino americana, ambas focadas em um olhar histórico e discursivo sobre as práticas coloniais. Considera-se, por fim, que a experiência colonial é complexa, o que significa que o encontro colonial produziu também a emergência de resistências e hibridizações culturais.

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Biografia do Autor

Cristine Gorski Severo, UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina - Departamento de Língua e Literaturas Vernáculas. Florianópolis - Santa Catarina - Brasil. 88040-900

Tem graduação em Letras-Inglês/Literatura e em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina, mestrado e doutorado em Teoria e Análise Lingüística pela UFSC. Tem interesse nas seguintes áreas: estudos foucaultianos e bakhtinianos do discurso, políticas linguísticas e estudos de variação/mudança. Tem pesquisado os temas: interculturalidade, poder e processos de hibridação linguístico-discursivos. Atualmente ocupa o cargo de professor adjunto III da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Lidera desde 2009 o grupo de pesquisa DIPE (Discursos, Identidades, Política e Ética)

Publicado

25/04/2016

Como Citar

SEVERO, C. G. A invenção colonial das línguas da América. ALFA: Revista de Linguística, São Paulo, v. 60, n. 1, 2016. DOI: 10.1590/1981-5794-1604-1. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/alfa/article/view/7458. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigos Originais