Para compreender uma intuição: Critérios para distinguir argumentos de adjuntos verbais

Autores

  • Heronides Moura Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Programa de Pós-graduação em Linguística, Florianópolis – Santa Catarina
  • Rafaela Miliorini Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Programa de Pós-graduação em Linguística, Florianópolis – Santa Catarina

DOI:

https://doi.org/10.1590/1981-5794-1811-6

Palavras-chave:

Verbos, Estrutura argumental, Adjunção, Testes Sintáticos, Locativo, Benefactivo,

Resumo

A distinção entre argumentos e adjuntos verbais é fundamental para alicerçar diferentes teorias linguísticas. Entretanto, ainda que nossa intuição seja segura para analisar os casos mais prototípicos, ela falha no julgamento de algumas relações verbais. Precisamos, pois, de um critério seguro (e não apenas intuitivo) que seja capaz de diferenciar todos os casos de complementação dos de adjunção verbal. Portanto, o objetivo deste trabalho é apresentar e discutir alguns dos principais testes que buscam diferenciar argumentos de adjuntos verbais (JACKENDOFF, 1977; DOWTY, 1982; CAPPELEN; LEPORE, 2005; HAEGEMAN, 2006; KENEDY, 2013; MIOTO; FIGUEIREDO SILVA; LOPES, 2013), especialmente quando temos os papéis temáticos de benefactivo e de locativo – pois são papéis que ocorrem tanto na posição de argumento interno quanto na de adjunto. Vamos apresentar os seguintes testes: (i) opcionalidade do termo, (ii) subcategorização, (iii) s-seleção, (iv) acarretamento e (v) retomada anafórica, e tentar mostrar quais são os problemas que cada um deles enfrenta. Surpreendentemente, a distinção argumento–adjunto parece não encontrar suporte consistente e definitivo em nenhum teste proposto pela literatura. O último deles, entretanto, a retomada anafórica, é o único que parece capturar essa distinção, embora diagnostique como transitivos alguns verbos classicamente considerados inergativos (como viajar e telefonar).

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Biografia do Autor

Heronides Moura, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Programa de Pós-graduação em Linguística, Florianópolis – Santa Catarina

É professor Titular da Universidade Federal de Santa Catarina, onde atua desde 1990. Desenvolve pesquisas nos seguintes temas: semântica lexical, linguística cognitiva, metáfora, e relação entre forma e sentido. Já orientou vinte e três dissertações de mestrado, onze teses de doutorado e dois estágios pós-doutorais. Foi Presidente da ANPOLL (2012-2014) e é conselheiro desta associação científica. Foi coordenador da Pós-graduação em Linguística da UFSC (2010-2014). Coordena o NES (Núcleo de Estudos Semânticos).

Rafaela Miliorini, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Programa de Pós-graduação em Linguística, Florianópolis – Santa Catarina

Atualmente cursa doutorado em Linguística na UFSC, desenvolvendo pesquisa na área de interface sintaxe-semântica, com orientação do Professor Dr. Heronides Moura. Sua pesquisa de doutorado procura esclarecer a distinção entre argumentos e adjuntos verbais, comparando sua caracterização em diferentes teorias sintáticas.

Publicado

13/11/2018

Como Citar

MOURA, H.; MILIORINI, R. Para compreender uma intuição: Critérios para distinguir argumentos de adjuntos verbais. ALFA: Revista de Linguística, São Paulo, v. 62, n. 3, 2018. DOI: 10.1590/1981-5794-1811-6. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/alfa/article/view/10270. Acesso em: 16 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos Originais