O gramático Celso Cunha

a língua portuguesa una na diversidade

Autores

  • Maria Helena de Moura Neves Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), Centro de Comunicação e Letras, São Paulo - SP – Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.1590/1981-5794-e12778

Palavras-chave:

Língua natural, norma culta, unidade linguística, diversidade linguística, gramática escolar

Resumo

Esta incursão na obra de Celso Cunha destaca tensões que o autor logra estabelecer e conciliar em suas obras linguístico-filológicas, movendo-se em uma noção que, sem conformismo e sem nacionalismo, decorre de sua proposta de que o destaque da “norma culta” (das “finuras e sutilezas” da língua) convive tranquilamente com o destaque da preeminência da língua falada. Fica equacionada essa convivência – singular, para o panorama da época – na proposta de uma ação escolar que ofereça ao aluno experiências “edificadoras” para a apreensão do “dialeto prestigioso”, sem lhe pedir o abandono do vernáculo (e salvaguardada a atenção à adequação de registro). Nessa direção, o que este artigo ressalta, na sua espinha dorsal, é a proposta de que o trabalho escolar com a gramática se conduza exatamente pela noção de que uma língua é necessariamente “una na diversidade”, dado que, cientificamente, qualquer língua natural tem como estatuto, rigidamente, ser “una”, entretanto na necessária pluralidade dos usos (modos de expressão). Decorre, dentro desse edifício de tensões conciliadas, que, para Celso Cunha, todos somos “condôminos do idioma”; e dadas as incumbências sugeridas por ele para o trabalho com a língua, entende-se que temos de ser naturais zeladores desse patrimônio comum.

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Publicado

27/10/2021

Como Citar

NEVES, M. H. de M. O gramático Celso Cunha: a língua portuguesa una na diversidade. ALFA: Revista de Linguística, São Paulo, v. 65, 2021. DOI: 10.1590/1981-5794-e12778. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/alfa/article/view/12778. Acesso em: 19 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos Originais