Aspectos fonético-fonológicos do angolar moderno

Autores

  • Manuele Bandeira Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB). São Francisco do Conde – BA - Brasil. https://orcid.org/0000-0002-3163-0377
  • Ana Lívia Agostinho Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Florianópolis – SC - Brasil. https://orcid.org/0000-0002-2395-4961
  • Shirley Freitas Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB). São Francisco do Conde – BA - Brasil. https://orcid.org/0000-0001-6124-8067

DOI:

https://doi.org/10.1590/1981-5794-e13177

Palavras-chave:

angolar moderno, quadro vocálico, quadro consonantal, estrutura silábica

Resumo

Este trabalho tem como objeto o angolar, língua autóctone de São Tomé e Príncipe, e pretende: (i) investigar seus aspectos fonético-fonológicos; e (ii) comparar os resultados da pesquisa com Maurer (1995) e Lorenzino (1998), as primeiras descrições. Como corpus, foram utilizados 3000 itens coletados em duas viagens de campo (em 2014 e 2018) para a comunidade de São João dos Angolares, em São Tomé. Quanto ao quadro consonantal, defendese que o angolar possui 16 fonemas: /p, b, t, d, k, g, f, v, θ, ð, l, m, n, ɲ, j, w/. Este estudo diferencia-se das análises de Maurer (1995) e Lorenzino (1998) por considerar [͡tʃ], [d͡ ʒ] e [r] como alofones; por outro lado, os três estudos concordam quanto ao estatuto fonológico das fricativas interdentais. Com relação ao quadro vocálico, o angolar apresenta 14 vogais orais: /i, e, ɛ, a, ɔ, o, u, ii, ee, ɛɛ, aa, ɔɔ, oo, uu/, sendo possíveis foneticamente realizações nasais. Por fim, quanto à estrutura silábica, foi encontrado um número maior de moldes silábicos, incluindo uma possível realização de onset complexo. Com esse estudo, foi possível conhecer mais acerca da fonologia do angolar, lançando novas luzes sobre uma língua ainda pouco estudada e contribuindo para a área de contato.

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Biografia do Autor

Manuele Bandeira, Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB). São Francisco do Conde – BA - Brasil.

Professora Adjunta da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), Campus dos Malês, Bahia. Doutora em Letras pela Universidade de São Paulo, em sua tese, realizou a reconstrução fonológica e lexical de um protocrioulo do Golfo da Guiné. Até o momento, tem se dedicado ao estudo de línguas crioulas autóctones de São Tomé e Príncipe (santome, lung’Ie e angolar), de Cabo Verde (kabuverdianu) e de Guiné-Bissau (guineense).

Ana Lívia Agostinho, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Florianópolis – SC - Brasil.

Professora do Departamento de Língua e Literatura Vernáculas e do Programa de Pós-Graduação em Linguística da Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil. É doutora em Letras pela Universidade de São Paulo e especialista nas áreas de Fonologia e Contato Linguístico, tendo trabalhado principalmente com as línguas crioulas do Golfo da Guiné e com português de São Tomé e Príncipe. É editora da Revista PAPIA - Revista Brasileira de Estudos do Contato Linguístico desde 2015. Atualmente, realiza estágio de Pós-Doutorado no Departamento de Linguística da Universidade da Califórnia, Berkeley, nos Estados Unidos.

Shirley Freitas, Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB). São Francisco do Conde – BA - Brasil.

Professora Adjunta da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), Campus dos Malês, São Francisco do Conde - BA, desde 2016. Possui Doutorado em Letras pela Universidade de São Paulo, tendo desenvolvido uma pesquisa sobre as origens do papiamentu, língua falada, entre outros lugares, na ilha de Curaçao. Seus estudos se concentram especialmente nas línguas crioulas de base portuguesa da Alta Guiné: o kabuverdianu, o guineense e o papiamentu.

Publicado

26/08/2021

Como Citar

BANDEIRA, M.; AGOSTINHO, A. L.; FREITAS, S. Aspectos fonético-fonológicos do angolar moderno. ALFA: Revista de Linguística, São Paulo, v. 65, 2021. DOI: 10.1590/1981-5794-e13177. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/alfa/article/view/13177. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigos Originais