Tradução semiodiscursiva no filme Paranoid Park
a trilha musical não-original como estratégia de produção de sentido
DOI:
https://doi.org/10.1590/1981-5794-e15191Palavras-chave:
Trilha sonora de cinema, semiótica discursiva, semiótica tensiva, tradução semiodiscursiva, Paranoid ParkResumo
O artigo examina a utilização da trilha sonora musical não-original no filme Paranoid Park, que é a adaptação de um romance infanto-juvenil homônimo, analisando a música como ferramenta discursiva e, no caso da não-originalidade, elemento bricolado que se relaciona ao filme a partir de diferentes características, entre elas a melodia e a letra. Adotando o ponto de vista semiodiscursivo, que combina narratividade, discursividade e tensividade, as obras musicais serão vistas principalmente a partir de dois teóricos: Pietroforte e Zilberberg. Deste, abordaremos a noção discursivo-tensiva da retórica do acontecimento, que será importante para entendermos o regime discursivo do romance e do filme, e a construção do espaço interior do personagem. Daquele, discutiremos a tipologia de regimes de sentido do discurso musical, que prevê a música relacionada ao texto verbal e aos sons do mundo natural. Observaremos como canções e músicas não-originais ao texto fílmico são utilizadas como elementos retóricos contendo cargas semânticas verbo-sonora-musicais que são simbólicas e fazem parte de crenças e saberes sociais compartilhados; e são motivadas pela narrativa na qual foram inseridas, partilhando elementos semânticos com a imagem, apoiando construções semissimbólicas e a tradução dos percursos temáticos e figurativos construídos no texto literário.
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