Autocitação fictiva em português europeu e brasileiro

Autores

  • Luiz Fernando Matos Rocha Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)

Palavras-chave:

Autocitação, Fictividade, Linguística Cognitiva, Linguística de Corpus,

Resumo

A Autocitação Fictiva (ROCHA, 2004, 2006) é um tipo discursivo de fictividade por meio do qual seus conceptualizadores impõem uma perspectiva avaliativa ao discurso direto. Por meio de um cenário não verídico de reportação discursiva, o agente ilocutório remete-se a um cenário prévio e suposto de fala, com propósito de permitir acesso mental ao cenário verídico de pensamento. O objetivo deste artigo é a descrição e análise da autocitação fictiva e sua co-extensão factiva em corpora orais de Português Europeu e Brasileiro, a partir da construção (EU) DISSE/FALEI X-ORACIONAL. Utilizam-se como dados o corpus C-ORALROM Português (BACELAR DO NASCIMENTO et al., 2005) e o corpus C-ORAL Brasil (RASO; MELLO, 2010, 2012), bem como os corpora CINTIL (2011), NURC (2011) e um reality show. Os resultados apontam para contrastes conceptuais e diafásicos entre usos de “disse” e “falei” nas variedades nacionais, uma vez que o verbo “falar” não costuma ser usado para introduzir discurso reportado em PE e que certos frames interacionais são propícios ao surgimento de autocitação fictiva, como o reality show. Contudo, a fictividade afeta a autocitação em ambas variedades, mapeada por pistas que incluem reportação monológica, co-texto epistêmico, escaneamento mental, incongruência dêitica e atos de fala como promessa.

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Biografia do Autor

Luiz Fernando Matos Rocha, Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)

Doutor em Lingüística (UFRJ, 2004), mestre em Linguística (UFJF, 2000), graduado em Letras (Português e Latim, UFJF, 1998) e bacharel em Comunicação Social (Jornalismo, UFJF, 1991). É docente e pesquisador da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Juiz de Fora (FALE/UFJF) e tem experiência na área de Lingüística, com ênfase em Lingüística Cognitiva, atuando principalmente nos seguintes temas: cognição, discurso reportado, fictividade e gramática. Recentemente, cumpriu estágio pós-doutoral na Universidade Católica Portuguesa, Centro Regional de Braga, com o projeto de pesquisa "Construções gramaticais de conversa fictiva: convergências entre frames cognitivos e interacionais" (bolsista da CAPES - Processo: BEX 4084/10-1), sob supervisão do Prof. Dr. Augusto Soares da Silva, no âmbito do Centro de Estudos Filosóficos e Humanísticos (CEFH), onde atua como colaborador. É membro do Grupo de Pesquisa Interfaces Linguagem, Cognição e Cultura - INCOGNITO, da UFMG, e do Grupo de Trabalho Linguística e Cognição, da Anpoll.

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Publicado

14/03/2014

Como Citar

ROCHA, L. F. M. Autocitação fictiva em português europeu e brasileiro. ALFA: Revista de Linguística, São Paulo, v. 58, n. 1, 2014. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/alfa/article/view/5526. Acesso em: 26 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos Originais