DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA E ÉTHOS DISCURSIVO: A CRIAÇÃO DO “PLANETA AZUL”

Autores

  • Luciana Salazar Salgado Universidade Federal de São Carlos - UFSCar
  • Joana Brás Varanda Marques Universidade Federal de São Carlos - UFSCar

DOI:

https://doi.org/10.21709/casa.v12i2.7164

Palavras-chave:

Divulgação científica, Éthos discursivo, Cenografia, Planeta Azul.

Resumo

Considerando o expressivo volume de trabalhos que focalizam a divulgação científica hoje, apresentamos, neste artigo, um estudo de caso feito de uma perspectiva discursiva: interessa compreender como se constroem imagens científicas ou, noutros termos, como se consagram formas de ver objetos da ciência. Para tanto, levamos em conta, em termos de condições de produção, que os avanços na exploração espacial e na instrumentação em Astronomia possibilitaram o surgimento de imagens de objetos celestes com um nível de detalhe sem precedentes e permitiram, entre outras coisas, fotografar a Terra de uma perspectiva externa e global – e se erigiu aí um paradigma que é nosso objeto fundamental. Importa, também, da perspectiva histórica e sociológica assumida, que esses avanços coincidem com o desenvolvimento de dispositivos de difusão comunicacional em larga escala, que divulgaram essas imagens ditas científicas. Interessa-nos pensar, assim, no quadro da análise do discurso de tradição francesa, mobilizando um modelo teórico proposto para o estudo das formações imaginárias, no modo como se construiu, com isso, uma das mais sacramentadas imagens dessa coleção: a Terra vista do espaço. O “Planeta Azul” é consagrado como um olhar para nós mesmos de uma perspectiva cósmica, sendo, assim, investido de uma dimensão ética, para além da sua dimensão técnica, artística ou científica.

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Publicado

26/02/2015

Edição

Seção

Artigos