Notas críticas sobre o debate metodológico entre ortodoxia e heterodoxia na “Ilustríssima”
Palavras-chave:
Metodologia econômica, Ontologia, Filosofia da ciênciaResumo
O objetivo deste artigo é argumentar que o debate metodológico em Economia ainda reverbera noções de teor positivista, que já foram superadas em filosofia da ciência para dar lugar ao que atualmente constitui um consenso: não é possível interpretar e agir sobre o mundo sem uma concepção prévia que contenha juízo de valores, crenças, pressupostos, etc., ou, em outras palavras, não é possível interpretar e agir sobre o mundo sem uma ontologia. Se a ala ortodoxa ainda crê representar a mais positivista neutralidade axiológica, boa parte dos heterodoxos declaram que essas concepções ontológicas sobre o mundo são, além de inelimináveis, incomensuráveis. Espera-se argumentar que a consequência problemática desse posicionamento é que ele termina por render irrelevantes as concepções mais profundas sobre o funcionamento da realidade. O texto se compromete, então, a uma análise que aponte críticas que se estendem aos dois lados do debate metodológico travado na “Ilustríssima”.
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