Chegar ao coração da matéria: realismo e modernismo no romance

Autores

  • Ana Cristina Falcato UNL/FCSH – Universidade Nova de Lisboa. Faculdade de Ciências Sociais e Humanas. IFILNOVA. Lisboa, Portugal – 1069-061.

Palavras-chave:

Representação no romance, Realismo e auto-superação, Técnicas narrativas, Filosofia e crítica literária,

Resumo

Este artigo elabora um modelo teórico para avaliar a evolução da técnica do realismo formal no gênero do romance, desde o seu nascimento até ao giro modernista iniciado na última década do século XIX. Defendo que o realismo no romance está estruturalmente conectado com uma questão de índole filosófica: a questão da representação. Porém, a própria noção de “representação” torna-se um ponto de discórdia na literatura e na filosofia modernas, na medida em que não é possível comparar representações linguísticas com a própria realidade, como teste de precisão para aferir o respectivo acordo entre ambas, uma vez que aquilo que entendemos por “realidade” já implica questões de representação. Para melhor entender este puzzle, examinam-se dois modelos explicativos: o primeiro foca especialmente o desenvolvimento crítico das convenções literárias, o segundo parte de desenvolvimentos de tipo psicossocial. A conclusão extraída do balanço de ambos os modelos é que nenhum dos dois pode, por si só, explicar o impulso para um método de representação realista e a respectiva evolução de aspectos formais determinantes nessa convenção, que conduzirão ao giro modernista.

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Publicado

12/05/2016

Edição

Seção

Artigos