O relato fantástico e a presença da alteridade
Palavras-chave:
Literatura, Gênero fantástico, Alteridade,Resumo
A presente pesquisa tem como proposta discutir o conto “O Homem da areia”, de E.T.A. Hoffmann, observando o elemento que o caracteriza como sendo do gênero fantástico e a presença da alteridade. Tal narrativa revela, em seu princípio, um clima onde o estranho, o maligno presentifica-se na vida da personagem Natanael. As lembranças de fatos ocorridos na sua infância influenciam sua vida adulta; a simbólica figura do homem da areia sai dos contos e fada e transitam na esfera do real ficcional. Entre a lucidez e a loucura os atos de Natanael estão ligados à aproximação nefasta de Coppélio/Coppola, cujo riso enigmático transparece crueldade. O conto iniciado em gênero híbrido epistolografia/conto, incursiona-se pelos caminhos do jogo e da fantasia. A partir da primeira carta que o introduz, percebemos que há algo não compreensível amedrontando o jovem Natanael, indicando premonição de situações infernais pelas quais poderá passar. O leitor pressupõe que algo estranho será elemento presente no transcorrer da narrativa, depois que ele narrar, em retrospecção, toda a história traumática ocorrida em sua infância, no meio familiar. A irrupção de elementos exógenos na esfera do cotidiano acrescenta ainda mais o clima da incerteza proporcionando a hesitação sobre a interferência de elementos fantasiosos projetados pela mente doentia de Natanael ou o inacreditável, o sobrenatural presente no mundo natural.
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