O relato fantástico e a presença da alteridade

Autores

Palavras-chave:

Literatura, Gênero fantástico, Alteridade,

Resumo

A presente pesquisa tem como proposta discutir o conto “O Homem da areia”, de E.T.A. Hoffmann, observando o elemento que o caracteriza como sendo do gênero fantástico e a presença da alteridade. Tal narrativa revela, em seu princípio, um clima onde o estranho, o maligno presentifica-se na vida da personagem Natanael. As lembranças de fatos ocorridos na sua infância influenciam sua vida adulta; a simbólica figura do homem da areia sai dos contos e fada e transitam na esfera do real ficcional. Entre a lucidez e a loucura os atos de Natanael estão ligados à aproximação nefasta de Coppélio/Coppola, cujo riso enigmático transparece crueldade. O conto iniciado em gênero híbrido epistolografia/conto, incursiona-se pelos caminhos do jogo e da fantasia. A partir da primeira carta que o introduz, percebemos que há algo não compreensível amedrontando o jovem Natanael, indicando premonição de situações infernais pelas quais poderá passar. O leitor pressupõe que algo estranho será elemento presente no transcorrer da narrativa, depois que ele narrar, em retrospecção, toda a história traumática ocorrida em sua infância, no meio familiar. A irrupção de elementos exógenos na esfera do cotidiano acrescenta ainda mais o clima da incerteza proporcionando a hesitação sobre a interferência de elementos fantasiosos projetados pela mente doentia de Natanael ou o inacreditável, o sobrenatural presente no mundo natural.

 

Biografia do Autor

Olivia Aparecida Silva, UFT - Universidade Federal do Tocantins. Câmpus de Porto Nacional. Porto Nacional, TO

Professora do Curso de Letras da Universidade Federal do Tocantins/ Câmpus de Porto Nacional, doutora em Literatura Brasileira. E-mail: olivia@mail.uft.edu.br.

 

Downloads

Publicado

15/05/2017

Edição

Seção

Artigos