A reescrita de <i>Quincas Borba</i> por um relojoeiro

Autores

  • Juracy Assman Saraiva Centro Universitário FEEVALE/Novo Hamburgo - RS

Palavras-chave:

Machado de Assis, Reescrita, Quincas Borba, Confronto de edições, Rewriting act, Editions’ confrontation.

Resumo

O confronto entre edições diferentes de romances e contos de Machado de Assis permite constatar que ele se situa frente a suas próprias produções como um leitor crítico, que as reformula no ato de reescrita. Esse procedimento está expresso em obras como Iaiá Garcia e Memórias póstumas de Brás Cubas, destacando-se, sobremodo, em Quincas Borba. Ao reelaborar a versão que fora publicada em fascículos na revista A Estação, Machado promove amplas alterações estruturais e discursivas. Neste artigo, por meio do confronto dos quatro capítulos iniciais do livro Quincas Borba com aqueles que lhes deram origem, demonstram-se mudanças efetivadas sob o ângulo da narração ou do discurso. Essas alterações interferem na composição dos eventos e das personagens, contribuem para alterar a imagem do narrador e do narratário, presentes no romance de um ou de outro veículo, provocam distintos efeitos no receptor, determinando, igualmente, que seja diversa a imagem do leitor. Paralelamente, o confronto entre as duas versões de Quincas Borba comprova a opção de Machado de Assis pelo exercício da escrita como prática artesanal e permite depreender a poética que subjaz ao processo de criação de sua ficção. Palavras-chave: Machado de Assis. Reescrita. Quincas Borba. Confronto de edições.

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